Junho 30, 2015
chamavioleta
OS GUARDIÕES DO GRAAL
Capítulo 05 A
Segundo a “linha acadêmica clássica e erudita”, idéias ocultistas acerca dos Templários são um absurdo; muitos historiadores afirmam que eles eram simplesmente os monges-guerreiros que afirmavam ser, e qualquer sugestão de que estivessem envolvidos em qualquer coisa remotamente mística, esotérica e ocultista é resultado de uma imaginação excessiva ou de investigação pouco cuidadosa.
Porque este é o “consenso erudito”, historiadores que se interessam por esta faceta da ordem não ousam revelá-lo abertamente por receio de perderem a sua reputação (e fundos acadêmicos). Assim, esta investigação ou é evitada ou, se é feita, nunca é publicada. (Há vários historiadores respeitados que, em privado, reconhecem que o lado esotérico, místico e ocultista dos Templários é importante, mas nunca o reconhecerão publicamente.)
Edição e imagens: Thoth3126@gmail.com
Capítulo 05 A – OS GUARDIÃES DO GRAAL – Livro “The Templar Revelation – Secret Guardians of the True Identity of Christ” de Lynn Picknett e Clive Prince.
http://www.picknettprince.com/
CAPÍTULO 5-A – OS GUARDIÃES DO GRAAL
Esta atitude conduziu a um abandono do estudo de certos lugares importantes dos Templários. E verificamos que a região que é a maior vítima deste fenômeno – a um ponto mistificador – é a região do nosso particular interesse, o Languedoc-Roussillon. Fora da Terra “Santa”, em Jerusalém, esta era a pátria da Ordem dos Cavaleiros Templários – mais de 30% de todas as fortalezas e postos de comando templários, em toda a Europa, encontravam-se nesta pequena área. Contudo, uma quantidade insignificante de trabalho arqueológico tem sido realizado ali, e há alguns lugares importantes que nunca foram investigados.
Felizmente, o abandono oficial é contrabalançado por muitos investigadores particulares com um interesse apaixonado por estes cavaleiros misteriosos de mantos brancos com cruzes vermelhas, e muitos habitantes locais consideram seu dever preservar e proteger os velhos lugares templários. Também existem várias organizações de investigação «amadoras» (no sentido de que não são subsidiadas, mas, de modo algum, no que respeita à qualidade dos seus conhecimentos), como o Centro de Estudos e Investigação Templários, dirigido por George Kiess, em Espéraza (Aude), na França, que envergonharam os “acadêmicos e eruditos”.
As descobertas feitas por estes entusiastas a partir de um estudo dos lugares e de muitos documentos templários esquecidos nos arquivos locais são impressionantes – especialmente, dada a falta de fundos e a pura frustração de lidar com arquivistas apáticos e historiadores profissionais.
Um destes grupos de investigação é o Abraxas, dirigido pela expatriada britânica Nicole Dawe e pelo texano Charles Bywaters a partir de estância termal de Rennes-les-Bains, em Aude. As suas investigações, em conjunto com as da rede de grupos similares, produziram sólidas e documentadas descobertas que, literalmente, reescreveram os estudos sobre os Cavaleiros Templários.
Lutando contra a maré da apatia oficial, por um lado, e contra o entusiasmo excessivo dos caçadores de tesouros locais – que representam uma verdadeira ameaça à estrutura dos lugares – por outro, Nicole e Charles descobriram lugares-chave dos Templários que nunca tinham sido tocados pelas pás dos arqueólogos “oficiais”. Grande parte do seu trabalho ainda é inédito, embora eles planejam a publicação em futuro próximo.
Assim, para descobrir mais coisas sobre os Templários nesta terra herética do Languedoc-Roussillon, não foi aos “acadêmicos e eruditos” que nos dirigimos, mas a Charles e a Nicole.
Sentados no apartamento de Charles, situado na rua principal (e, na verdade, quase a única rua) de Rennes-les-Bains, começamos por o interrogar, e a Nicole, sobre as possíveis ligações entre os Templários e os Cátaros. Eles responderam que existiam claros elos de ligação entre os dois grupos, que ultrapassam os simples laços familiares e que foram geralmente ignorados pelos historiadores – por exemplo, no auge da Cruzada dos Albigenses, os Templários albergavam fugitivos cátaros, e existem exemplos documentados de que eles também socorriam cavaleiros que lutavam ativamente a favor dos cátaros contra os cruzados da igreja de Roma.
Como disse Nicole:
Só temos de examinar os nomes de família dos cátaros nos documentos da Inquisição, e os nomes dos Templários do mesmo período, para verificar que são os mesmos. Mas, mais particularmente, é inegável que certos lugares templários alojaram, protegeram e enterram cátaros em chão sagrado.
Têm surgido sugestões cínicas de que isto se deve ao fato de estas pessoas, para se tornarem membros leigos do Templo, lhes doarem todos os seus bens. De fato, temos provas de cátaros que recorreram aos Templários depois de terem sido completamente desapossados e foram não só recebidos e protegidos como morreram e foram lá enterrados. Mais tarde, os Templários, por vezes, fizeram o que puderam para assegurar que as famílias cátaras, ou seus descendentes, recuperassem as suas terras.
Charles acrescentou:
Numa área em particular, os Templários permitiram claramente atividade hostil contra os interesses de Roma a partir dos seus domínios. Os cavaleiros cátaros continuavam a participar na luta contra a igreja romana, depois retiravam-se para propriedade templária.
Esse fato é muito facilmente documentado.
Pareceu-nos muito significativo que, dado que muitas acusações levantadas contra os Templários foram definitivamente forjadas, a única coisa que não foi usada como prova contra eles foi a sua estreita ligação com proscritos como os cátaros. Que a Inquisição tinha inteiro conhecimento dessa ligação é revelado pela exumação, levada a cabo pela Inquisição, de corpos de cátaros enterrados em terra templária, para serem queimados como meio de intimidação dos supostos heréticos, mais de trinta anos depois do fim da cruzada. (E foi a Inquisição que torturou os Templários, portanto, se alguém conhecia a ligação com os cátaros, eram os inquisidores da igreja romana.)
Era evidente que mais alguma coisa se passava, talvez alguma coisa do conhecimento da Coroa francesa, mas que era considerado tão perigoso tornar público que nunca uma palavra acerca dela se tornou conhecida. Em toda a nossa investigação sobre os Templários, de fato, tivemos um sentimento inquietante – mas crescente – de que havia algum segredo monumental escondido sob a superfície da história “oficial“. Seria possível que os Templários e os cátaros partilhassem de algum conhecimento potencialmente explosivo? (n.t. especialmente contra o circo romano) E poderia ter sido este segredo o verdadeiro motivo de Filipe, o Belo, para montar uma campanha tão bem planejada de extermínio contra os Templários?
A Inquisição da igreja romana: O réu era amarrado com as mãos para atrás e içado a uns 4 metros do chão e violentamente solto lá de cima, segurando-o antes de atingir o chão. Em alguns casos, colocavam-se pesos nos tornozelos para aumentar a dor.
Nem todos os Templários foram aniquilados naquela sexta-feira, dia 13 de outubro. Muitos escaparam e se esconderam nos países vizinhos da França, onde foi-lhes permitido viver e voltar a reagrupar-se sob um nome diferente, e dois países, em particular, ofereceram refúgio seguro aos cavaleiros Templários fugitivos – a Escócia e Portugal. (Neste último, os cavaleiros tornaram-se conhecidos pela Ordem dos Cavaleiros de Cristo.) A área em redor do Languedoc, segundo Charles e Nicole nos informaram, constituiu uma curiosa exceção ao padrão global da perseguição aos Templários.
O Roussillon, a leste desta área, estava sob os auspícios do reino espanhol de Aragão, embora a parte norte, que incluía Carcassonne, fizesse parte da França. Os Templários do Roussillon foram presos e julgados – mas declarados inocentes – e, quando o papa dissolveu oficialmente a ordem, os cavaleiros ingressaram noutras irmandades semelhantes ou viveram o resto das suas vidas da renda das suas terras.
Como vários comentadores têm sugerido, os Templários sobreviveram à tentativa de os exterminarem totalmente e continuaram a existir até mesmo nos dias de hoje, embora as provas sugiram que sofreram vários cismas e atuaram como organizações diferentes, todas proclamando-se descendentes diretas da ordem original, mas nenhuma sendo realmente a continuação da ordem original.
Se os Templários estavam escondendo (n.t. conhecimento considerado herético pelo circo de Roma) alguma coisa – que era considerada tão perigosa pelo rei francês, que o levou a tomar medidas tão drásticas contra eles -, que podia ser? Quem estava a usar quem – o papa ou Filipe? De qualquer ângulo que a história seja encarada, parece faltar um elo de ligação crucial.
Suponhamos que este componente elusivo estava relacionado com o Priorado de Sião. Como já vimos, existem indicações de uma presença misteriosa que inspirou a própria criação dos Templários, e este grande grupo-fantoche (quem quer que fossem) parecia dirigir as cenas subsequentes. Charles e Nicole não duvidam da existência de um «círculo (de Iniciados) secreto» no seio da liderança dos Cavaleiros Templários, que antecedeu até mesmo o seu começo oficial; e vão ao ponto de argumentar que todo o movimento Templário foi criado para dar um rosto público a este círculo secreto, no momento em que a Terra Santa se abriu aos viajantes europeus e às pesquisas “arqueológicas” nas escavações realizadas durante os dez primeiros anos em que a ordem foi composta somente pelos nove cavaleiros iniciais.
Outros investigadores também chegaram à mesma conclusão. Como escreve o autor francês Jean Robin (baseando-se na investigação de George Cagger):
A Ordem do Templo era, na verdade, constituída por sete círculos «exteriores», dedicados aos mistérios menores, e por três círculos «interiores», correspondentes aos iniciados nos grandes mistérios. E o «núcleo» era composto pelos setenta Templários «interrogados» por Clemente V (depois das prisões de 1307).
Igualmente, no livro The Sign and The Seal, o autor britânico Graham Hancock escreve:
[…] a investigação que conduzi, sobre as crenças e o comportamento deste estranho grupo de monges-guerreiros, convenceram-me de que eles penetraram numa tradição de sabedoria extremamente antiga […].
Era possível manter um grupo interno secreto porque os Templários eram essencialmente uma Escola (Secreta) de Mistério – isto é, eles operavam como uma hierarquia, que se baseava na iniciação e no sigilo. Por conseguinte, é provável não só que um soldado raso Templário soubesse bastante menos que os seus superiores mas também que as suas reais crenças fossem diferentes. É provável que a maioria dos Cavaleiros Templários não fossem mais do que os simples soldados cristãos que pareciam ser, mas o círculo interno e de comando era muito diferente.
O círculo interno dos Templários parece ter existido para promover a pesquisa ativa das matérias esotéricas, ocultistas, alquímicas, gnósticas e religiosas. Talvez uma das razões do seu sigilo fosse o fato de estarem lidando com os aspectos arcanos dos mundos judaico e islâmico. Eles procuravam, literalmente, os segredos do Universo, onde quer que suspeitassem que eles se podiam encontrar, e, no decurso das suas deambulações geográficas e intelectuais, vieram a tolerar – talvez mesmo a adotar – algumas crenças muito heterodoxas para o ortodoxo e dogmático catolicismo romano.
Nessa época, tinha de haver uma força impulsionadora muito forte para andar em busca de conhecimento contra todas as desvantagens, e os Templários não estavam interessados nas complexidades da pesquisa pela pesquisa – eles não eram mais do que pessoas extremamente práticas. Quando seguiam uma determinada linha de investigação, era por uma boa razão, e, por isso, deixaram certas pistas relativas ao que era particularmente importante para eles.
Uma dessas indicações reside nas obsessões de Bernardo de Clairvaux, a primitiva eminencia parda dos Templários. Este monge intelectual, mas impetuoso, aparentava ser extremamente devotado à Virgem (n.t. Devotado à parte feminina da divindade) Maria, como provam os seus múltiplos sermões. No entanto, parece que a Virgem Maria não era o verdadeiro objeto do amor espiritual de Bernardo.
Era uma outra Maria, uma cuja verdadeira identidade é sugerida pelo fato de ele ter muita simpatia pelas Madonas Negras. Bernardo também escreveu cerca de noventa sermões sobre o tema do Cântico dos Cânticos e pregou muitos mais, ligando explicitamente a «Noiva» Maria de Betânia que, nessa época, era inquestionavelmente assumida como sendo a própria Maria Madalena.
«Sou negra, mas graciosa», diz a mulher apaixonada, uma frase que também associa o Cântico dos Cânticos ao culto da Madona Negra – ao qual Bernardo (que nasceu em Fontaines, próximo de Dijon, um centro de culto e adoração da Madona Negra) era excepcionalmente dedicado. Afirmou ter recebido a sua inspiração na infância, tendo recebido três gotas de leite milagroso do peito da Madona Negra de Châtillon. Tem-se especulado que esta afirmação era uma referência codificada à sua iniciação no culto da Madona Negra. E, quando Bernardo pregou a Segunda Cruzada, decidiu fazê-lo em Vézelay, um centro de veneração à Maria Madalena.
A ÍSIS negra, simboliza a Mãe Cósmica, a parte FEMININA da Divindade Criadora, representado geometricamente pelo TRIÂNGULO com o vértice para baixo, formado pelas Mãos de ÍSIS.
É provável, assim, que a aparente devoção de Bernardo à Virgem fosse apenas uma cortina de fumaça para a sua indubitável paixão por Madalena, embora as duas não se excluam mutuamente. Contudo, ao criar a regra templária, Bernardo chamou os Cavaleiros à «obediência de Betânia, o castelo de Maria e Marta», e é conhecido por ter transmitido à ordem esta particular devoção (conhecimento).
Mesmo quando confrontados com a extinção total, os cavaleiros aprisionados com último grão-mestre Jacques de Molay, nas masmorras da fortaleza de Chinon, compuseram uma oração dedicada a Notre Dame (Nossa Senhora) em que recordam S. Bernardo como o fundador da religião da Santa Virgem Maria. Mas, dadas todas as outras provas, isto podia ter sido outra referência codificada ao culto de Madalena (da Deusa).
É significativo que o juramento templário fosse prestado a «Deus e a Nossa (Deusa) Senhora» – ou, muitas vezes, a «Deus e a Santa Maria». Há uma indicação de que a «Nossa Senhora» referida no juramento não é a “Virgem” Maria, o que também é reforçado pelas palavras da absolvição templária: «Peço a Deus que te perdoe os teus pecados como perdoou a Santa Maria Madalena e ao ladrão, que foi crucificado.» – No mínimo, isto revela a importância de Madalena para os Templários. (É digno de nota que, no caso dos Templários do Roussillon, as condições em que estavam acorrentados eram deliberadamente agravadas – por ordem do papa -, especificamente, no dia da festa de Santa Maria Madalena. Não esquecer que o massacre de Béziers ocorreu no dia desta festa, para evidenciar a natureza da «heresia».)
De fato, os Templários estavam interessados em todo o conceito do Feminino Divino – um conceito que pode parecer estar em séria contradição com a sua imagem de guerreiros. Mas, como Charles e Nicole descobriram, a Ordem do Templo incluía as mulheres em seu seio. Nos primeiros anos da sua existência, muitas mulheres prestaram o juramento da ordem, embora permanecessem membros leigos do Templo. No entanto, não há nenhuma indicação de que existisse um enclave secreto de rainhas-guerreiras no seio da Ordem do Templo, como escrevem Michael Baigent e Richard Leigh em «The Temple and The Lodge» (1980):
[…] em Inglaterra, um relato do fim do século XII fala de uma mulher ter ingressado no templo como irmã, e parece implicar claramente uma espécie de ala feminina ou complementar da ordem. Mas nunca se encontrou nenhuma elaboração ou clarificação do fato. Mesmo esta informação, como devia ter estado contida nos registos oficiais da Inquisição, há muito que desapareceu ou foi suprimida.
Nicole e Charles, baseados no seu estudo minucioso de documentos templários, são mais categóricos:
Se consultarmos documentos do século XII, encontramos numerosos exemplos de mulheres terem ingressado na ordem, certamente no primeiro século da sua existência. Qualquer novo membro tinha de fazer o juramento de dar «a minha casa, as minhas terras, o meu corpo e a minha alma à Ordem do Templo». Estes documentos encontram-se principalmente nesta área [o Languedoc] e são exemplos bastantes para mostrar que deve ter havido um grande número de mulheres envolvidas, ao mesmo tempo que os homens.
Charles e Nicole também referem que houve uma alteração posterior nas regras, em que os Templários ficavam especificamente proibidos de aceitar mulheres – com a implicação de que, até aquele momento, eles as tinham aceitado.
Quando manifestamos alguma surpresa por este fato não ser mais conhecido, e, além de algumas vagas indicações, o envolvimento das mulheres não ser realçado nas obras clássicas sobre os Templários, Charles nos explicou:
Por vezes, parece que grande parte desta informação foi intencionalmente ignorada. O que temos nos livros é muita informação redundante, a mesma coisa, repetidamente relembrada. Só pode ser uma de duas coisas: ou estas pessoas são cegas ou, por qualquer razão específica não realçam esta informação. No caso de um investigador, o que se supõe que estas pessoas sejam, isso é bem visível. Mas é ignorada.
É notável que a rusga de 13 de Outubro de 1307 fosse tão surpreendentemente isenta de derramamento de sangue. Em toda a França, os senescais do rei abriram as suas ordens seladas, as quais lhes ordenavam que organizassem tropas suficientes para prender os guerreiros mais bem preparados da Cristandade – qualquer coisa como a típica esquadra de Polícia suburbana do Reino Unido receber ordens para reunir forças para prender membros do SAS estacionados na sua área. E a maioria dos Templários de França parece ter ido como cordeiros para o matadouro. E estranho que os Cavaleiros não tivessem pedido reforços doutros países.
É significativo que alguns Cavaleiros, incluindo o tesoureiro da ordem, conseguissem escapar-se, de um modo que sugeria que tinham morrido. Além disso, a famosa armada naval dos Templários, que estivera fundeada junto à costa francesa, simplesmente desaparecera nessa altura. Em todos os registos da espoliação templária, ordenada pelo rei de França, não figura um único navio templário e nem mesmo uma única moeda. Para onde foi a armada? Era impossível ter desaparecido sem deixar vestígios.
Mas o círculo interno dos Templários pareceu recorrer a todos os meios para preservar o seu conhecimento secreto. Como demonstrou Hugh Schonfield, o respeitado estudioso do Novo Testamento, os Templários usavam um código em suas comunicações conhecido por «Cifra Atbash». Isto é verdadeiramente notável, porque ele fora usado pelos autores de alguns dos Manuscritos de Mar Morto, pelo menos mil anos antes da fundação da Ordem do Templo. Além de qualquer outro significado que possa ter, isto revela, por si só, que os Templários eram peritos em manter os seus segredos pelos mais engenhosos processos – e também que o seu vasto conhecimento proveio de variadas fontes esotéricas e orientais.
Schonfield revela que, quando o código se aplica ao nome do ídolo da misteriosa cabeça decepada, alegadamente venerada pelos Templários – o Baphomet -, o nome transforma-se na palavra grega Sophia (SABEDORIA). Graham Hancock escreve em The Sign and The Seal que Sophia significa nada menos nada mais que «Sabedoria». Mas, de fato, ela significa bastante mais do que isso, e o seu significado completo acrescenta uma interpretação diferente a toda a raison d’être dos Templários.
Simplesmente referida como «Sabedoria», em hebraico Chokmah – uma figura feminina, que surge no Antigo Testamento, especificamente no Livro dos Provérbios -, Sofia provocou muitos embaraços a comentadores judaicos e católicos, porque ela é apresentada como a companheira de Deus. É ela quem tem influência sobre ele e, de fato, o aconselha.
Sofia (sabedoria do Feminino Sagrado) também era central para a cosmologia gnóstica (n.t. adotada pelos Cátaros e por este motivo massacrados pela igreja romana)- na verdade, no texto de Nag Hannmadi chamado Pistis Sophia, ela era intimamente associada a Maria Madalena. E, como Chokmah, ela é chave para a compreensão gnóstica da cabala (o importante e muito influente sistema ocultista que constituiu a base da magia medieval e renascentista). Para os gnósticos, ela era a deusa grega Athena e a deusa egípcia ÍSIS – que, por vezes, era chamada Sofia.
Só por si, evidentemente, o uso da palavra Sofia, por parte dos Templários – como estando codificada em «Baphomet» – não prova qualquer veneração especial dos Cavaleiros pelo principio divino feminino. Podem ter admirado apenas a busca da sabedoria. Contudo, há muitas outras indicações de que isso fazia parte de uma profunda obsessão com o princípio feminino divino, a qual ultrapassava muito a mera semântica – no que diz respeito aos Templários e também a outros grupos esotéricos. Como afirmou Niven Sinclair, um investigador escocês cujo conhecimento dos Templários é particularmente vasto:
«Os Cavaleiros Templários eram firmes crentes do aspecto feminino da divindade.»
Para Sinclair, não há dúvida disso, nem há nada de estranho nisso. Os Templários, por norma, construíam as suas igrejas redondas porque acreditavam que era a forma que melhor representava o DIVINO. Por sua vez, isso pode ter simbolizado a ideia de um universo redondo, mas é mais provável que tivesse representado o Feminino. Círculos e ciclos foram sempre associados a deusas pagãs de todas as culturas e a todas as coisas femininas. tanto esotéricas como biológicas. É um símbolo arquetípico, recorrente em toda a civilização: as elevações tumulares pré-históricas eram redondas porque representavam o ventre da Terra, que acolhia os mortos para renascerem como espíritos. E toda a gente está familiarizada com a rotundidade da gravidez e com o símbolo da fase-«mãe» da deusa, a Lua cheia.
Fosse qual fosse o significado da rotundidade para os Templários, é indubitável que ela nunca foi masculina. E, após a época dos Templários, a construção de igrejas redondas foi oficialmente declarada herética pela Igreja (o circo romano). Contudo, como já observamos, a Igreja francesa de Londres é redonda, uma característica que é repetida e reforçada pelos outros motivos decorativos, exteriores e interiores.
Os Templários, segundo parece, tinham adquirido um conhecimento exótico e herético, mas fora casual ou intencional? As provas apontam para o último: eles foram procurar certos segredos que, uma vez seus, os colocavam em situação de os divulgar ou de reter. Enquanto muitos dos seus segredos continuam sob a sua custódia, eles deixaram indicações de alguns deles sob a forma de código – mesmo esculpidos em pedra.
Os Cavaleiros Templários foram os grandes inspiradores da construção das grandes catedrais góticas, especialmente a de Chartres. Como preponderantes – muitas vezes, únicos – «agentes de desenvolvimento» dos grandes centros europeus de cultura em seu tempo, eles foram os inspiradores das corporações de construtores, incluindo a dos pedreiros – que se tornaram membros leigos da Ordem do Templo, com todas as suas vantagens, como a isenção do pagamento de impostos.
Em toda a longa história das grandes catedrais, o estranho simbolismo da sua decoração e o desenhos das plantas tem causado perplexidade a peritos de muitas disciplinas.
Só recentemente se compreendeu o que, sem dúvida, eles representavam: a codificação em pedra do conhecimento esotérico dos Templários. Graham Hancock, ao discutir a arquitetura sagrada dos antigos egípcios, observa que «ela apenas foi igualada, na Europa, pelas grandes catedrais góticas da Idade Média construídas pelos Templários, como a Catedral de Chartres» e põe uma questão: «Foi um acidente?». Hancock continua:
O Labirinto no interior da misteriosa Catedral de Chartres, onde parece que até o tempo se move diferente em seu interior …
Há muito que suspeitava de que tinha havido uma ligação e que os Cavaleiros Templários, através das suas descobertas, durante as Cruzadas, podiam ter constituído o elo que faltava na cadeia de transmissão do conhecimento arquitetônico secreto… S. Bernardo, o patrono dos Templários, definira Deus – espantosamente para um cristão – como «comprimento, largura, altura e profundidade». Nem pude esquecer que os próprios Templários tinham sido grandes construtores e grandes arquitetos nem que a ordem monástica de Cister, a que S. Bernardo pertencera, também se tinha distinguido neste campo particular do esforço humano.
O plano das catedrais era projetado especificamente para tomar em consideração – para exemplificar – os princípios da geometria sagrada. Isto é, a ideia de que a proporção geométrica tem, em si mesma, uma ressonância com a harmonia divina do Cosmos e que algumas proporções particulares são mais divinas que outras.
Isto sublinhava a afirmação sumária de Pitágoras de que «o número é tudo» e reforçava o conceito hermético de que a Matemática (n.t. a Geometria Sagrada) é o código em que os deuses falam ao Homem.
Particulares adeptos desta arquitetura esotérica foram os artistas e os construtores renascentistas, para os quais o «meio termo ideal» – para eles, a proporção perfeita – era quase uma panaceia universal. Contudo, isto não era, de modo algum, a soma total do seu pensamento, e o conceito de geometria sagrada impregnou toda a sua vida intelectual.
Os desenhos de Leonardo Da Vinci, sejam de homens ou de máquinas, o interior de uma flor ou a forma de uma onda, transmitem a convicção do artista de que havia significado no padrão e harmonia na proporção, e um dos seus famosos desenhos, o Homem Vitruviano (Vitruvian Man), personifica literalmente o Termo Médio Ideal.
O Homem Vitruviano e a proporção Áurea
O lendário Templo de Salomão talvez fosse para os Templários e, mais tarde, o foi para os maçônicos, a fina-flor e modelo de toda a geometria sagrada. Não era apenas um supremo deleite para os olhos de todos os que o contemplavam ou nele prestavam culto, mas ultrapassava os meros cinco sentidos. Considerava-se que fazia ressonância, de forma única e transcendental, da própria harmonia celestial; o seu comprimento, largura, altura e profundidade estavam em total harmonia com as proporções preferidas pelo Universo. O Templo de Salomão era, se quisermos, a própria alma de Deus escrita em pedra.
Muitos visitantes modernos ficam perplexos com as decorações das antigas catedrais, que são claramente de natureza astronômicas. Hoje, poder-se-ia pensar que o inconfundível signo da Constelação do Carneiro (Aries), gravado na porta principal de tão venerável edifício, devia ser uma aberração ou o fraco pessoal de um pedreiro individual? Mas, continuamente, em muitas catedrais diferentes, estes símbolos surgem – e nunca são casuais.
Todo o alto simbolismo que se encontra nas catedrais era interpretado pelos iniciados da época como o reflexo de um velho adágio hermético: Como é em cima, assim é em baixo.
{n.t. “Verum sine mendacio, certum et verissimum: Quod est inferius est sicut quod est superius, et quod est superius est sicut quod est inferius” (É verdade, sem mentira, certo e muito verdadeiro: O que está embaixo é como o que está em cima e o que está em cima é como o que está embaixo.)}
Pensava-se que a frase tinha origem na Tábua da Esmeralda de Hermes (Thoth) Trismegisto, o lendário mágico ou mago egípcio, embora as palavras possam ser muito mais antigas. Elas significam que tudo na Terra tem uma (Causa) contrapartida no céu e vice-versa, algo que Platão popularizou com o seu conceito do Ideal. Segundo este conceito, tudo o que existe, desde uma colher a um homem, era apenas uma versão do seu ideal (causa), o qual existia numa espécie de dimensão alternativa cheia de padrões perfeitos. Os mágicos – ou magos – foram mais longe, e acreditam que todo o pensamento ou ato era refletido num outro plano e que ambas as dimensões, de algum modo, se afetavam mútua e irresistivelmente. Existem ressonâncias deste conceito na moderna idéia científica de universos paralelos.
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Assim, as histórias dos antigos deuses, com os seus ciúmes mesquinhos e obsessões, por vezes, sórdidas eram consideradas como sendo representativas do arquétipo da raça humana. Para os antigos, não havia discrepância entre humilhar-se perante o grande deus olímpico Zeus e acreditar que, ocasionalmente, ele revestia a forma de um animal para seduzir donzelas terrenas. Esperava-se que um deus se comportasse como um homem – mas o inverso deste conceito era a ideia herética para os judeus e para os católicos, de que um homem se podia tornar um deus.
Nada disto constituía novidade para os Templários. A planta das catedrais revela uma compreensão dos princípios herméticos por parte dos construtores e dos cavaleiros que patrocinavam a sua edificação. Eles, mais do que todos os medievais, acarinhavam especialmente a aplicação prática, sempre que possível, de qualquer conhecimento esotérico e místico. Para eles, a codificação de mensagens secretas na própria pedra das catedrais ultrapassava a mera fantasia. Como afirmam Baigent e Leigh em The Temple and The Lodge:
[…] Deus ensinara, de fato, a aplicação prática da geometria sagrada através da arquitetura. E mais uma vez nos encontramos orientados na direção do Templo de Salomão.
Continua …
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