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A Chama Violeta (The Violet Flame)

Sítio dedicado à filosofia humana, ao estudo e conhecimento da verdade, assim como à investigação. ~A Luz está a revelar a Verdade, e a verdade libertar-nos-á! ~A Chama Violeta da Transmutação

26.11.15


Os Cavaleiros Templários – História. 

Parte 4.

Por Michel Lamy.

Edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch





OS TEMPLÁRIOS, ESSES GRANDES GUERREIROS DE MANTOS BRANCOS COM CRUZES VERMELHAS

Uma vez aprovada a Ordem e permitindo-lhe a sua regra assumir o seu papel duplo, religioso e militar, poderíamos considerar que estava adquirido o enquadramento jurídico favorável ao seu desenvolvimento. Condição necessária mas não suficiente porque os Templários tinham necessidade de uma logística poderosa. Precisavam, não só, de realizar recrutamentos importantes para formarem batalhões de monges-soldados na Terra Santa, mas também garantir a manutenção desses exércitos em operações.

Edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch

OS TEMPLÁRIOS, ESSES GRANDES SENHORES DE MANTOS BRANCOS – OS SEUS COSTUMES, OS SEUS RITOS, OS SEUS SEGREDOS.

Parte anterior em:

Segunda Parte – O Templo, Potência Econômica e Política – Os Mistérios da Sua Riqueza 

01 – OS BENS DO TEMPLO – ASSEGURAR A LOGÍSTICA

Era necessário fornecer-lhes alimentação, armas, vestuário, equipamentos, armas, cavalos, etc. As necessidades em breve iriam tornar-se colossais. Imaginamos mal, hoje em dia, como os Templários conseguiram fazer-lhes frente. Por vezes, houve que manter até quinze mil «lanças» na Palestina e uma lança significa um cavaleiro com o seu séquito completo: escudeiro, sargento de armas. Essas quinze mil lanças representam, na verdade, entre sessenta e cem mil homens. A isso há que acrescentar a intendência: todos os irmãos conversos encarregados dos abastecimentos, manutenção, reparações e alojamentos.


Pensemos que, a fim de ter sempre à disposição uma montada fresca, cada cavaleiro possuía três cavalos enquanto mais dois eram atribuídos a cada um dos seus sargentos. Em redor desta tropa gravitavam também os capelães do Templo e os operários encarregados das construções e da sua manutenção. Não esqueçamos que os Templários construíram e defenderam imensas fortalezas na Palestina e que asseguraram também a guarda de inúmeras praças-fortes em Espanha. Logo, era absolutamente necessário garantir as retaguardas da Ordem e financiar o esforço de guerra a partir do Ocidente.

Depender de uma corrente contínua de donativos teria sido muito arriscado e, de qualquer modo, insuficiente. Essas dádivas eram perfeitamente necessárias, mas, a utilização dos seus produtos devia ser racionalizada e maximizada. Convinha, é claro, provocar um verdadeiro ímpeto de simpatia e de generosidade para com o Templo e torná-lo o mais duradouro possível. Depois, seria necessário gerir por forma a multiplicar a eficácia do financiamento.

O PEDITÓRIO
No que se refere à primeira fase, a propaganda organizada por São Bernardo viria a revelar-se eficaz: os que se não alistassem nas fileiras da Ordem sentir-se-iam amiúde obrigados a doar para participarem nesse ímpeto. A verdadeira «digressão» que Hugues de Payns e os seus companheiros fizeram depois do concílio de Troyes permitiu acionar o sistema. Tinha, é claro, o duplo objetivo do recrutamento e da coleta de dádivas. Hugues de Payns começou pelas regiões onde tinha a certeza de ser bem recebido: a Champagne, em primeiro lugar, como é lógico, e, em seguida, Anjou e o Maine. Conhecia bem Foulques V de Anjou, que participara na primeira cruzada e mantinha uma centena de homens de armas na Terra Santa. Já estava conquistado para a causa dos Templários.

O que é mais, Hugues de Payns fora encarregado, junto dele, de uma missão muito agradável, dado que era portador de uma carta de Balduíno, rei de Jerusalém. Este, que não tinha herdeiro homem, desejava ver Foulques casar com a sua filha, Mélisande, e suceder-lhe no trono de Jerusalém. Foulques aceitou e ajudou a facilitar a digressão de Hugues de Payns junto dos seus vassalos. Hugues continuou o seu périplo passando pelo Poitou e pela Normandia.

Aí, encontrou o rei Henrique I de Inglaterra que o aconselhou a transpor o Canal da Mancha. O primeiro Mestre da Ordem, com a recomendação no bolso, dirigiu-se então à Grã-Bretanha e chegou, inclusive, à Escócia. Foi bem recebido em toda a parte e acumulou dádivas e presentes diversos. O ouro e prata recolhidos foram rapidamente expedidos para Jerusalém, enquanto Hugues continuava a sua digressão, passando pela região de Flandres, para a concluir no seu ponto de partida: a Champagne.

Nesse momento, uma pequena hoste já se formara em seu redor, ao longo das etapas, pronta para embarcar para o Oriente. Durante esse tempo, os seus companheiros da primeira hora não tinham ficado inativos. Também eles haviam recrutado, tendo-se cada um deslocado ao local onde tinha a certeza de ser melhor recebido: Godefroy de Saint-Omer, em Flandres, Payen de Montdidier, no Beauvaisis e na Picardia, Hugues Rigaud, no Delfinado, na Provença e no Languedoque, outro fora a Espanha.


Assim, em 1129, os habitantes dos vales do Ródano puderam ver passar uma tropa comandada por Hugues de Payns e Foulques de Anjou, com destino à Terra Santa. Em muito pouco tempo, o Mestre do Templo conseguira recrutar trezentos cavaleiros, sem contar os escudeiros e os sargentos que os acompanhavam. A digressão de propaganda fora um verdadeiro êxito e as dádivas começavam a afluir de todos os lados. Durante décadas, o movimento em prol do Templo não iria deixar de crescer. No Ocidente, já se criavam casas da Ordem, que tinham como dever não só assegurar a intendência, mas também, continuar a propaganda com o fito de atraírem novos recrutas e doações. Se olharmos bem, o progresso da Ordem do Templo parece fantástico, quase inexplicável na sua magnitude.

TUDO SE DOA
As primeiras doações foram, é claro, as dos primeiros Templários, dado que a sua regra os proibia de terem propriedade privada. Foi, portanto, o caso dos bens de Hugues de Payns, de Godefroy de Saint-Omer, em Ypres, na Flandres, dos de Payen de Montdidier, em Fontaines, etc. Mas houve também bens e direitos oferecidos por particulares: casas, terras, armas, objetos diversos, dinheiro, roupas, «taxas»… Havia até quem doasse a sua própria pessoa à Ordem do Templo em troca de uma vantagem espiritual. Bernard Sesmon de Bézu foi um curioso exemplo disso.

Ele doou a sua própria pessoa a fim de que os Templários o ajudassem a salvar a sua alma e o acolhessem na sua Ordem quando a sua morte estivesse próxima, fazendo-o assim participar in extremis no seu empenho e nos benefícios celestes que daí pudessem resultar. Precisava: “E se a morte viesse surpreender-me enquanto estou ocupado no século, que os irmãos me recebam e que, num local oportuno, inumem o meu corpo e me façam participar das suas graças e benefícios.” Em contrapartida, fazia dos Templários seus herdeiros. Além destes aspectos testamentários, viu-se também pessoas venderem os seus bens à Ordem em renda vitalícia.

Outros cediam direitos diversos ou locais particulares, como a levada de um riacho para que os Templários pudessem construir lá um moinho. Quanto a Roger de Béziers, foi muito generoso. Doou: “[…] o seu domínio chamado Champagne, situado no condado de Razès, nas margens do rio Aude, que o divide ao meio […] com todos os seus habitantes, homens, mulheres e crianças, as suas casas, foros, usufrutos, as suas terras isentas de foros e terras aráveis, os seus prados, pastagens, terrenos baldios, as suas culturas e terrenos incultos, as suas águas e aquedutos, com todos os moinhos e direitos de moinho, as pescarias com entradas e saídas.”

Isto sem contrapartida alguma, visto que afirmava: “Os irmãos do Templo não me deverão, sobre o seu domínio, nem rendimentos, nem vínculos pessoais, nem direito de portagem e de passagem.” Algumas dádivas foram nitidamente mais modestas, como a daquele camponês que se compromete a fornecer, todos os anos pela Páscoa, dez ovos à casa do Templo próxima do local onde habita. Os que doavam eram amiúde desinteressados ou esperavam do seu ato um benefício quanto à remissão dos seus pecados. Mas outros tratavam isto como negócios. As suas doações eram realizadas então contra determinadas liberalidades por parte da Ordem e, muitas vezes, a garantia de esta os proteger, a eles e aos seus interesses, garantia muito apreciável naqueles tempos de insegurança.

De qualquer modo, foi tudo muito depressa. Os bens multiplicaram-se rapidamente. Assim, a casa dos Templários de Douzens, no Aude, não recebeu menos de dezesseis doações importantes, em cinco anos. Na Flandres, o entusiasmo foi fulgurante: em alguns dias, foram instaladas quatro comendas, em Ypres, Cassel, Saint-Omer e Bas-Wameton. A partir daí, toda a região foi percorrida de imediato, o conde Guillaume Clito concedeu-lhes as sisas (impostos) das Flandres, isto é, os foros devidos por cada herdeiro quando entrava na posse do seu feudo. No Languedoque, fora organizada uma reunião pública na catedral de Toulouse para dar a conhecer a Ordem. O efeito imediato foi, é claro, um peditório substancial, mas seguiram-se-lhe inúmeras doações, tanto no Languedoque como no Roussillon.

Esta região deu, aliás, um bom exemplo da extensão contínua da Ordem. Em 1130, os Templários receberam um imóvel em Perpignan. Transformaram o local em fortaleza, com uma igreja fortificada. Em 1136 e 1137, foram-lhes doadas casas, campinas, terras cultiváveis, vinhas e os homens que nelas trabalhavam. Aconteceu o mesmo em 1138 e 1140. Sabemos menos bem o que se passou nos anos seguintes mas, em 1149, Gaufred, conde de Roussillon, doou o Mas da Garrigue du Pont-Couvert-sur-Réart que foi transformado em recebedoria. Em 1157, os Templários viram transferidos para si diversos direitos. Em 1170, o conde Guinard doou-lhes o castelo do Mas-Pal, junto do qual criaram a aldeia de Bompas.

Em 1176, outras terras vieram juntar-se a todas estas propriedades. Em 1180, começaram a secar um conjunto de pântanos que haviam acabado de lhes serem doados. Dez anos mais tarde, os Templários tornaram-se proprietários de todos os terrenos planos situados a oeste de Perpignan. Em 1207, o rei de Aragão concedeu-lhes terras que tinha no Roussillon e, em 1208, o bispo de Elne atribuiu lhes a igreja da cidade com os seus rendimentos. Ocorreram novas doações de terras e de direitos em 1214, 1215 e 1217. Em 1237, na sequência de novas doações, a comendadoria geral do Roussillon foi instalada no Mas-Deu, entre Trouillas e Villemolagne. Isto mostra a regularidade das doações durante um século.

Na verdade, neste lapso de tempo, o Templo recebeu, nesta região, muitas outras terras mas não as citamos, dado que nem sempre conhecemos as datas precisas. O movimento de generosidade que se exerceu em prol da Ordem do Templo adquiriu proporções especialmente importantes na França. No entanto, outros países participaram nesta construção. Para esquematizar, poderíamos dizer toda a Europa. Mesmo assim, alguns foram mais longe do que outros. Isso foi especialmente verdade nos reinos da Península Ibérica. Logo em Maio de 1128, a Rainha D. Teresa, de Portugal, dera aos Templários o castelo de Soure, ponto de resistência aos sarracenos. Não esqueçamos que os árabes da dinastia dos Almorávidas ainda ocupavam, nessa época, metade da Península Ibérica.

Em 1130, a entrada de Raimundo III de Barcelona para a Ordem, trazendo com ele o castelo de Oranera, foi o ponto de partida de uma vaga de recrutamento, de doações de fortalezas e dinheiro. Quanto ao rei Afonso de Castela e Aragão, quis inclusive doar, por testamento, um terço do seu reino aos Templários. Elevaram-se protestos e o testamento acabou por ser anulado, mas a Ordem foi indenizada, apesar de tudo, com a atribuição das fortalezas de Curbin, Montjoye, Calamera, Monzon e Remolina. Por vezes, algumas praças-fortes só lhes foram atribuídas em troca de alguns esforços. Foi assim que D. Afonso de Portugal lhes concedeu a de Ceira e toda a região que a rodeava, com a condição de expulsarem os sarracenos que a ocupavam.

Eles fizeram-no e aproveitaram para fundar as cidades de Coimbra, Ega e Ródão. Perante o seu poderio crescente, as pequenas ordens militares que haviam sido fundadas em Castela e em Aragão, como a Ordem de Montreal, fundiram-se com a do Templo, trazendo consigo os seus bens. Assim, com bastante rapidez, a Ordem do Templo encontrou-se solidamente implantada na França, Espanha, Portugal, Inglaterra, Alemanha, Bélgica e, depois, na Armênia, Itália e em Chipre, sem esquecer a Terra Santa.

A ORGANIZAÇÃO DAS COMENDAS
Todas estas doações provocaram muitas invejas. Vimos que o testamento do rei de Aragão foi contestado; aqui e ali, alguns particulares consideraram-se lesados, inclusive algumas ordens religiosas protestaram porque, à medida que aumentava o entusiasmo em relação ao Templo, viam rarefazer-se as dádivas de que eram alvo. Por uma espécie de equilíbrio misterioso inerente à natureza humana, quantos mais amigos tinham os Templários mais suscitavam invejas e inimizades. Inúmeras vezes, os bispos e até a Santa Sé tiveram de intervir para dirimir litígios. Assim, no caso da capela de Obstal, os Templários tinham obtido que as esmolas dadas nesse local, durante os três dias das Rogações e os cinco seguintes, pertencessem à Ordem, beneficiando delas, durante o resto do ano, os cônegos de Saint-Martin d’Ypres.

Foi necessária a intervenção do arcebispo de Reims e dos bispos de Chartres, Soissons, Laon, Arras, Mons e Châlons e até mesmo uma confirmação pontifícia para tornar possível essa disposição. Fosse como fosse, a quantidade e diversidade destas ofertas em breve exigiu, dos Templários, uma aptidão muito especial para a gestão e a organização. Escolheram para célula de base do seu desenvolvimento as comendas. Na verdade, se a sua criação dependeu, na maior parte das vezes, do acaso e se realizou em função das oportunidades, o seu desenvolvimento correspondeu a critérios racionais. A organização dessas comendas ocidentais foi, em todos os aspectos, notável. Elas reuniram, segundo as regiões, culturas, prados, vinhas, fontes, ribeiros, lagos, construções diversas, rendas, direitos.

Sempre que lhes foi possível, os Templários procuraram realizar uma cobertura eficaz das regiões onde estavam bem implantados. Procuraram também colocar a mão em determinados locais famosos por terem albergado cultos antigos e que se julgava possuírem poderes especiais. Tão frequentemente quanto podiam, dado que tinham os pés perfeitamente assentes em terra, tentaram também garantir rendimentos regulares, em substituição dos aleatórios. Sempre que lhes foi possível, converteram os direitos e percentagens que haviam recebido em taxas fixas. É verdade que, cada dia, a manutenção do seu exército do Oriente lhes custava extremamente caro e devia ser assegurada, a qualquer preço.

Foi também por isso que criaram, um pouco por todo o lado, silos de armazenamento, comprando e armazenando cereais nos anos de grande produção e revendendo-os, mais caro, certamente, mas a um preço que continuava a ser bastante razoável, quando a colheita era má. Resultado: benefícios confortáveis para a Ordem, mas também uma ausência total de fome nas regiões em que estava implantada – e isso durante os dois séculos da sua existência. Para racionalizar a exploração das suas terras e direitos e maximizar o rendimento deles, o Templo não podia satisfazer-se com as doações que lhe eram feitas. Gerir terras dispersas não teria sido muito prático nem muito econômico. A Ordem inventou, portanto, a reconstrução.

Completou as suas propriedades mediante uma política de compras e permutas, procurando formar conjuntos coerentes para a exploração. Se havia direitos detidos por terceiros sobre as terras ou os bens que lhes haviam sido concedidos, tentava sempre comprar esses direitos, de modo a possuir um máximo de bens livres de quaisquer encargos. Quanto às terras mais isoladas ou menos interessantes que não se integravam no seio de uma exploração racional, não hesitava em livrar-se delas, quer trocando-as, quer cedendo a sua gestão. O objetivo era sempre, numa primeira fase, permitir à comendadoria viver em auto-subsistência e, em seguida, libertar o máximo de excedentes possível de modo a financiar o esforço de guerra no Oriente.

O poderio da Ordem inquietava várias personalidades e não era raro tentarem dissuadir as pessoas de doarem os seus bens ao Templo. Os monges-soldados não hesitavam, para atingirem os seus fins, em recorrer à artimanha. Utilizavam intermediários, verdadeiros testas de ferro, para comprarem os bens que cobiçavam que, em seguida, lhes eram revendidos. Na verdade, os Templários não eram os únicos que praticavam uma verdadeira política fundiária. Os seus amigos cistercienses eram um bocado parecidos com eles nessa matéria, mas procediam de forma menos sistemática. Desde o início que os Templários haviam tido consciência da importância das trocas comerciais para o desenvolvimento econômico.

A utilização destes termos pode parecer curiosa porque pertencem a um vocabulário moderno. No entanto, apesar das diferenças de épocas, são adequados, na medida em que a Ordem do Templo se comportou exatamente do mesmo modo que as multinacionais atuais. O recrutamento fora rápido, mas todos quantos se desejavam alistar nem sempre eram talhados para se converterem em soldados de elite. Havia, entre eles, burgueses e camponeses que raramente eram feitos cavaleiros e, depois, havia também que «reciclar» os feridos que já não mais podiam combater. Na maior parte das vezes, eram adstritos às comendas ocidentais onde se utilizavam, da melhor forma, os conhecimentos e competências de cada um deles. Encarregaram-se das plantações, da preparação dos solos férteis, do comércio. Havia poucos homens de armas nessas comendas, na maior parte das vezes, dois ou três cavaleiros e alguns sargentos, encarregados sobretudo do policiamento, isto é, da proteção das casas do Templo e das rotas utilizadas para o seu comércio.

Para além do Mestre e de alguns cavaleiros, a comendadoria abrigava geralmente um esmoler, um enfermeiro, um ecônomo, um recebedor dos direitos devidos ao Templo, alguns artesãos «irmãos de mestres», dirigidos por um «alveitar», um irmão responsável pela venda dos produtos, um capelão e um clérigo mais especialmente encarregado do correio e do equivalente aos atos notariais atuais. Juntavam-se-lhes criados e artesãos laicos que constituíam a «mesnada», a «gens» do Templo. Esta criadagem era bastante numerosa. Assim, em Baugy, no Calvados, compreendia um pastor, um vaqueiro, um porqueiro, um guardador dos frangos, um encarregado das florestas, dois porteiros e seis operários. É claro que a composição destes grupos dependia das explorações e da importância das terras possuídas porque, muitas vezes, os Templários tinham para gerir superfícies tão grandes como meia província, com quintas disseminadas, vilas fortificadas, múltiplas capelas para guarnecer, etc.


Na administração dos bens da Ordem, o ecônomo ou recebedor podia ser secundado por um tenente ou por um celeireiro. Os Templários sabiam empregar métodos racionais, mas isso não os impedia de se mostrarem pragmáticos e de se adaptarem aos hábitos locais. Isso era tanto mais necessário quanto empregavam uma mão-de-obra radicada no local: vilões ou servos. Estes últimos pertenciam-lhes muitas vezes, em consequência de doações ou heranças. Se alguns desses servos foram alforriados pelos Templários, tal não se deveu a razões humanitárias. Com efeito, os irmãos da Ordem possuíram inclusive escravos sem terem problemas de consciência. Acontecia comprarem-nos e venderem-nos. Tratava-se, geralmente, de prisioneiros mouros.

Em Aragão, cada comendadoria utilizava, em média, duas dezenas de escravos. Com efeito, os Templários submetiam-se às regras da região, sabendo muito bem que uma política demasiado liberal de alforria, por exemplo, poderia afastar deles uma nobreza que não teria desejado segui-los nesse campo e teria receado a expansão dessas medidas. Só utilizavam, portanto, os vilões naqueles locais onde isso não levantava qualquer problema mas, quando as condições se prestavam a tal, não hesitavam em alforriar os seus servos, porque se tinham dado conta de que os homens livres produziam nitidamente mais do que os outros. Amiúde, ensinavam aos seus camponeses novos métodos de exploração e, não querendo perder esse investimento em formação, como diriam os economistas modernos, obrigavam-nos por vezes a assinar contratos que os obrigavam a investir na exploração mediante obras de benfeitoria.

A partir de então, o vilão não se sentia tentado a ir-se embora, dado que pretendia recuperar os frutos dos seus esforços. Por este meio, o Templo estabilizava o seu pessoal e, ao mesmo tempo, organizava um sistema de investimento permanente que foi uma fonte importante de progresso para a agricultura europeia da época. Aos camponeses menos afortunados confiavam terras por arrendamento ou locação. Por vezes, nas regiões insuficientemente povoadas, deparavam-se-lhes dificuldades para assegurar a exploração das propriedades. Então, tinham de atrair cultivadores oferecendo-lhes vantagens especiais. Isso foi particularmente verdade na Península Ibérica, em relação às terras tomadas aos árabes. Chegaram mesmo a recorrer a muçulmanos para cultivarem e valorizarem as suas propriedades, mediante determinadas condições de submissão.

Assim, em Villastar, na fronteira do reino de Valência, pediram aos sarracenos expulsos pela reconquista cristã que regressassem. Para tal, em 1267, concederam-lhes um foral em que lhes garantiam o direito de praticarem o seu culto, os isentavam de rendas e foros (impostos) durante um determinado período de tempo, exigiam deles uma estrita neutralidade militar e pediam-lhes que jurassem fidelidade à Ordem do Templo. Que exemplo de política realista numa época que julgamos, por vezes, integralmente submetida a um ideal religioso! As comendas foram, realmente, centros de produção importantes e exemplos recolhidos no Sul e no Norte de França mostram-no bem.

Em Richerenches, na Provence, a generosidade de numerosas famílias da região permitira aos Templários possuírem um imenso domínio. Várias centenas de pessoas foram contratadas para desmatar o solo, secar as zonas pantanosas. Depois, criaram-se, nessas terras, milhares de cavalos e carneiros que viviam quase livres em imensas superfícies rodeadas por muros de pedras. A lã dos carneiros permitia a confecção de roupas que, depois, eram exportadas. As peles serviam para fabricar sacos, proteções, arreios. A carne dos carneiros era salgada ou defumada para ser conservada e enviada, nomeadamente, para a Terra Santa. A própria comendadoria estava instalada num quadrilátero com 74 m a norte, 81 m a sul, 58 m a leste e 55 m a oeste, rodeada por muralhas e torres. No interior, para além da comendadoria propriamente dita, encontravam-se uma capela e as oficinas onde se desenvolvia um artesanato que não tinha como única finalidade a satisfação das necessidades locais.

Os Templários de Richerenches tinham arranjado também os ribeiros e lagos próximos, o que lhes havia permitido ampliarem as suas pastagens e entregarem-se à piscicultura. Apreciadores de peixes e, muitas vezes, também da boa mesa, estes monges-soldados deixaram-nos até receitas de cozinha. É o caso desta, conservada numa crônica: “Uma bela solha de cinco a seis libras, esvaziada das entranhas, abundantemente lavada em água envinagrada, é recheada com tomilho, salva, louro, trufas e azeite. Cozinhada em forno muito quente durante uma hora, arrefecida no parapeito da janela e envolvida em gelatina, é cortada em fatias, como um patê…”


A COMENDA, POTÊNCIA ECONÔMICA E COMERCIAL
Já vimos que, para além da exploração agrícola, os Templários se faziam pagar pelos serviços, como os moinhos que afetavam e cuja utilização estava sujeita a foros. Era, aliás, um dos pecadilhos dos seus amigos cistercienses cujos mosteiros borguinhões, no século XIII, possuíam cada um, em média, uma dezena de moinhos. Azenhas (moinhos movidos pela força da água de um riacho), na maior parte dos casos, mas também moinhos de vento, serviam, é claro, para a moagem de cereais, o esmagamento das azeitonas e do miolo das nozes para a extração de óleo, mas também para tarefas artesanais e semi-industriais como o pisoar dos tecidos de lã. Por vezes, os Templários associavam tanarias aos seus moinhos ou aproveitavam-nos para criarem verdadeiras redes de irrigação.

Os outros agricultores podiam beneficiar-se delas, a troco de foros. Os Templários possuíam também fornos, mas é preciso notar que os direitos que obrigavam a pagar pela sua utilização eram geralmente menos elevados do que os dos outros proprietários, o que atraía para eles uma clientela fiel e lhes valia algumas inimizades entre os concorrentes. Os Templários recebiam ainda outros direitos. Para além dos dízimos, que já referimos, retiravam rendimentos das casas que arrendavam, bem como de lojas. Detinham, por vezes, os direitos sobre o conjunto das vendas nas feiras, nomeadamente em Provins, como lembra Bruno Lafille: “Não se vende, em Provins, nenhum novelo de lã, nenhuma meada de fio, nenhum colchão de penas, almofada, veículo ou roda sem que os Templários recolham um imposto sobre o preço de venda.”

Com efeito, o conde Henrique cedera-lhes, contra dez marcos e meio de prata, o imposto de lugar recebido quando das feiras. Em 1214, adquiriram também o imposto de lugar sobre os animais destinados ao matadouro. Recebiam, por fim, um direito sobre a pesagem das leis. A pedra de peso que servia de padrão de pesagem na cidade de Provins foi-lhes confiada e montaram dois estabelecimentos de pesagem: um, em Sainte-Croix, na cidade baixa, e outro em La Madeleine, na cidade alta. É difícil imaginar a riqueza que tudo isso representava na época. Em 1307, quando foi feito o inventário da casa dos Templários de Baugy, que era apenas um estabelecimento muito secundário e modesto, encontraram-se nada menos que: 14 vacas, 5 vacas leiteiras, 1 bezerro, 7 vitelas, 200 bois adultos, 100 carneiros, 180 ovelhas e cordeiros, 98 porcos e marrãs, 8 jumentos, 8 potros de mais de um ano, 4 potros de leite, 6 cavalos, tonéis de vinho e cerveja, silos cheios de trigo, frumento, aveia, celeiros cheios de feno e erva, três belas charruas e inúmeras alfaias para arar.

A riqueza agrícola das comendas devia-se, em grande parte, às extraordinárias qualidades de gestores dos Templários. Punha-os à frente daquilo a que poderíamos chamar um verdadeiro império financeiro, tanto mais que souberam também ser banqueiros, como veremos mais à frente. Mas utilizaram também a sua experiência para fazer progredir as técnicas da época. Nomeadamente, melhoraram as técnicas de armazenamento de grãos em silos, o que permitiu evitar, durante a existência da Ordem, todas as fomes. Estas reapareceram depois da extinção do Templo.

Em todo o caso, esta riqueza, legítima aos olhos de alguns, gerou todas as lendas escritas e faladas de tesouros escondidos nos locais das antigas comendas do Templo. É certo que só se empresta aos ricos, mas não esqueçamos que uma grande parte dessa riqueza era investida e que os excedentes serviam essencialmente para financiar o esforço de guerra no Oriente. Mesmo assim, todos têm o direito de sonhar ao descobrir esses subterrâneos de que as comendas eram, amiúde, dotadas. Louis Charpentier pensa que a sua entrada pode ser detectada em lugares, que, geralmente, têm nomes como Épine, Épinay, Pinay, Épinac, Belle-Épine, Courbe, Épine, etc.


Esses subterrâneos são, muitas vezes, difíceis de se encontrar, hoje em dia. Em parte soterrados ou inundados, o solo revolto nem sempre permite encontrar os seus vestígios. Mesmo assim, conseguiu-se desenterrar alguns, como em Dormelle, no Seine-et-Marne. Encontrou-se lá uma bela galeria com abóbada de berço, suficientemente grande para que três cavaleiros pudessem cavalgar nela, lado a lado. Dirigia-se para a comenda de Paley, situada a nove quilômetros. E por certo haverá outras mais sob o solo de França. Mas veremos um pouco mais à frente que, se os túneis subterrâneos existem mesmo e estão por vezes ligados a mistérios, não é apenas através das «épines» que podemos descobri-los, mas antes através de outras chaves, que são as de São Pedro.

Mais informações sobre os Templários:

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Posted by Thoth3126 on 27/11/2015


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ES: LLAMA VIOLETA

22.11.15

Os Cavaleiros Templários – História 

 Parte 3

Posted by Thoth3126 on 01/05/2015

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OS TEMPLÁRIOS, ESSES GRANDES GUERREIROS DE MANTOS BRANCOS COM CRUZES VERMELHAS – PARTE III


Os seus costumes, os seus ritos, os seus segredos:

Digam o que disserem determinados historiadores encastelados em sua erudição acadêmica, a criação da Ordem dos Cavaleiros Templários continua envolta em inúmeros mistérios; e o mesmo acontece com a realidade profunda da sua missão, não a que se tornou pública, mas a missão oculta. Inúmeros locais ocupados e ou de propriedade dos cavaleiros Templários apresentam particularidades estranhas.

Atribuíram-se aos monges-soldados crenças heréticas, cultos curiosos e às suas construções, principalmente a Catedral de Chartres, significados e até poderes fantásticos. A seu respeito, fala-se de gigantescos tesouros escondidos (sendo o maior deles o CONHECIMENTO), de segredos ciosamente preservados e de muitas outras coisas.

Edição e imagens: Thoth3126@gmail.com

SÃO BERNARDO E OS MONGES-GUERREIROS – Livro de Michel Lamy – Capítulo III

Capítulos anteriores em:
http://thoth3126.com.br/os-cavaleiros-templarios-historia-parte-1/
http://thoth3126.com.br/os-cavaleiros-templarios-historia-parte-2/

OBTER UMA REGRA

Em 1127, quando Hugues de Payns regressou ao Ocidente em missão especial, encontrava-se acompanhado por mais cinco Templários. Ora, ainda eram apenas nove, ou talvez dez. Logo, tinham ficado apenas três ou quatro no Oriente (Jerusalém) para assegurarem a prometida proteção dos peregrinos europeus em visita à terra santa. Mesmo que tivessem junto deles alguns sargentos de armas, a hoste deveria ser bem magra no caso de um encontro com o inimigo muçulmano. Decididamente, essa missão era muito mal desempenhada.

Este prova insofismavelmente apenas que a “proteção” aos peregrinos se tratava de um «disfarce». Aliás, houve que esperar até 1129 para se ver os Templários enfrentarem pela primeira vez os infiéis muçulmanos em combate. Isso não impediu os modestos guardiões do desfiladeiro de Athlit de se verem chamados «ilustres pelas suas façanhas guerreiras» inspiradas diretamente por Deus, e isso ainda antes de se terem batido verdadeiramente.



A propaganda não é, por certo, uma invenção moderna, mas, este exemplo é especialmente interessante. Mostra que a publicidade que lhes foi feita não se baseava numa realidade e se integrava, deliberadamente, naquilo que podemos considerar uma segunda fase da Ordem: o seu desenvolvimento e a sua transformação numa ordem militar. Do pequeno número de afiliados discretamente ocupados com a descoberta de segredos importantes no local do antigo templo de Salomão, passava-se à procura do poder, o que indica que as pesquisas tinham, sem dúvida, dado os seus frutos e estavam concluídas. Convinha, desde logo, pôr em execução a política que elas tivessem sugerido e podemos perguntar-nos se, a partir desse momento, não existiu uma vontade de criar uma espécie de poder sinárquico que se sobreporia aos reinos.

Hugues de Payns parou em Roma, antes de seguir para Champagne. Ali, encontrou-se com o papa Honório II (1124-1130) que se interessava muito pela nascente Ordem do Templo. Em Janeiro de 1128, Hugues de Payns encontrava-se em Troyes para participar no concílio onde foi proposto se adotar uma regra especial para a Ordem do Templo. O texto, nas suas linhas gerais, fora elaborado em Jerusalém. Tratava-se também de dar a conhecer a Ordem, de começar a recrutar, recolher dádivas, estimular a fundação do poder futuro do Templo. Hugues de Payns tinha no bolso a carta de recomendação do rei de Jerusalém, Balduíno II; que sem dúvida financiara a viagem. Dirigia-se a São Bernardo e pedia-lhe que desse o maior apoio aos projetos de Hugues de Payns e dos seus companheiros. Pelo seu lado, o patriarca de Jerusalém pedia ao papa a concessão de uma regra especial a esses monges. A carta de Balduíno II a São Bernardo referia:

“Os irmãos Templários, que Deus inspirou para a defesa desta província e protegeu de uma forma notável, desejam obter a confirmação apostólica bem como uma regra de conduta. Devido a isso, enviamos André e Gondemar, ilustres devido às suas proezas guerreiras e pela nobreza do seu sangue, para que solicitem ao Soberano Pontífice a aprovação da sua ordem e se esforcem por obter dele subsídios e ajudas contra os inimigos da fé, coligados para nos suplantarem e derrubarem o nosso reino. Sabendo bem quanto peso poderá ter a vossa intercessão, tanto junto de Deus como do seu vigário e dos outros príncipes ortodoxos da Europa, confiamos à vossa prudência esta dupla missão cujo êxito nos será muito agradável. Fundamentai as constituições dos Templários de tal forma que eles se não afastem dos ruídos e dos tumultos da guerra e continuem a ser os auxiliares úteis dos príncipes cristãos… Fazei de maneira que possamos, se Deus o permitir, ver em breve uma conclusão feliz desta questão. Dirigi por nós orações a Deus. Que Ele vos tenha na Sua Santa Guarda”.

São Bernardo

Bernardo de Clairvaux deveria, efetivamente, desempenhar um papel importante no progresso da Ordem. Convém nos deter um pouco nesta personagem sobre a qual Marie-Madeleine David escreve: “Bernardo é o homem mais representativo do renascimento do século XII.” Nascido no final do século XI, em 1090, e falecido em 1153, insere-se em plena época de fecundidade intelectual e de transformações econômicas e sociais. Nascido no castelo de Fontaine, a noroeste de Dijon, era o terceiro filho da Dwna Aleth. Antes do seu nascimento, a sua mãe tivera sonhos curiosos. Via o seu futuro filho sob a forma de um cãozinho que ladrava furiosamente. Inquieta, abrira-se com um religioso que a acalmara afirmando-lhe que, mais tarde, o seu filho apenas ladraria para defender a Igreja. O pai de Bernardo, Tescelin, era senhor do castelo de Fontaine e os seus compatriotas tinham-no apelidado de «o baio», porque era loiro-arruivado. Tinha a fama de ser um homem de honra, corajoso e fiel ao seu suserano, o duque da Borgonha.

Aleth, que era filha do duque de Montbard, velara para que o seu filho Bernardo recebesse uma boa educação. Confiara-o, pois, aos cônegos de Saint-Vorles, em Châtillon-sur-Seine. Eles haviam-lhe ensinado o trivium (gramática, retórica, dialética) e o quadrivium (aritmética, música, geometria, astronomia) e tinham-no obrigado a ler Cícero, Virgílio, Ovídio, Horácio. Também o tinham ajudado a vencer uma timidez quase doentia. Foi na igreja de Saint-Vorles que caiu em êxtase perante Maria, vendo aquela «imagem da Mãe de Deus, feita de uma madeira que a idade escureceu mais do que o sol». Fora essa VIRGEM NEGRA de madeira que, miraculosamente, teria apertado o seu seio, de modo que teriam caído três gotas de leite nos lábios de Bernardo.


Nossa Senhora do Pilar, a Virgem Negra, encontrada no interior da Catedral de Chartres, construída pelos Templários

Os seus contemporâneos descreviam o jovem Bernardo como belo, esbelto, com uma cabeleira revolta, um olhar que se impunha. Mas essa beleza não era para as mulheres, porque pretendia preservar a sua castidade. Um dia, pensando que olhara uma mulher com demasiada complacência, fora mergulhar num lago gelado para apagar o desejo que sentia crescer dentro de si. Do mesmo modo, tratara com desprezo uma outra mulher que viera meter-se, nua, na sua cama. Pelo menos, é o que conta a sua lenda dourada.

De qualquer modo, escolheu o claustro que comparava à escola de Deus. Robert Thomas lembra-nos como São Bernardo via os monges: “Tal como os anjos, vivem puros e castos; tal como os profetas, elevam os seus pensamentos acima das coisas da terra; tal como os apóstolos, deixam tudo e vão ouvir a palavra do Mestre, recordá-la nos seus corações, esforçar-se por a guardar, por a pôr em prática. Cada mosteiro será uma escola onde Jesus ensina.” São Bernardo escolheu a Abadia de Cister onde entrou, no tempo do abade Estêvão Harding, com cerca de trinta companheiros que mais ou menos arrastara consigo. Definia-se como alguém que procurava Deus e pensava que, neste caso, «quem procura, encontra». Era exigente com os outros mas, antes de mais nada, era exigente consigo mesmo.

Recusava-se a respeitar apenas o voto de obediência que lhe não parecia um compromisso suficiente. Era necessário ir além disso. Não podia compreender que um monge se fizesse pelo mínimo obrigatório. Escrevia: “A obediência perfeita ignora o que é apenas uma lei, não está encerrada em limites; a vontade ávida estende-se até aos limites da caridade, entrega-se por si mesma a tudo o que lhe é proposto e, com o fervor de uma alma ardente e generosa, vai sempre em frente, sem ter em conta limites ou medidas. Para ele «a medida de amar a Deus é amar sem medida».”

Bernardo não se contentava com meditar, adorar. Estudava também. Lia as escrituras, comentava-as, dissecava-as, até, procurando ir até à fonte em vez de se limitar aos comentadores precedentes. O que estava em jogo em tudo isto: conhecer-se a si mesmo e conhecer Deus. Mas conhecer-se consiste também em descobrir quão insignificante se é. No entanto, a sua atitude na vida desmentiu, amiúde, essa aparente humildade. São Bernardo, o admirado e o temido Bernardo de Clairvaux em breve se tornou notado e foi a ele que se confiou a fundação da abadia de Clairvaux, em 1115, num local que tinha o belo nome de Vale de Absinto. Afirmou-se lá e continuou a pregar a humildade, e nem por isso deixou de ser cada vez mais seguro de si, a tal ponto que é necessário ser um hagiógrafo para negar o orgulho de São Bernardo. Afirmava: “Os assuntos de Deus são meus e nada do que lhe diz respeito é estranho para mim.”

O que é mais extraordinário é que, em seu redor, todos achavam isso normal de tal modo a sua personalidade era, ao mesmo tempo, forte e sedutora. Estava dotado de uma energia e de uma vontade sem titubeios, daquelas que fazem vergar as pessoas em seu redor. Para além da autoridade e da violência verbal, sabia manejar também a delicadeza e a persuasão. Bernardo foi um ser dúplice, dividido entre a meditação e a ação. Tão depressa arrastava os irmãos, repreendia os grandes, influenciava a política de todo o Ocidente, como se retirava para uma choupana e se entregava a mortificações até esgotar o seu corpo e o tornar doente, «semelhante a um arco que, depois de ter sido distendido, retesado de novo, recupera toda a sua força: como uma torrente retida por uma barragem que, liberta, retoma a impetuosidade do seu curso, regressa às suas práticas, como se tivesse pretendido castigar-se por esse repouso, e reparar as perdas da ascese interrompida».

Robert Thomas escreveu: “Uma saúde arruinada, um corpo extenuado, uma alma que, até ao fim, será senhora daquele corpo e lhe fará a vida dura, assim foi Bernardo.” Dedicou-se à Ordem de Cluny para a qual defendeu uma reforma monástica. Acusava os monges clunicenses de terem costumes dissolutos. Compreenderemos facilmente, com base nisso, que São Bernardo não defendesse para os a Ordem dos Cavaleiros Templários uma regra especialmente suave e que se esforçasse para os tornar aguerridos através da própria dureza da vida que deveriam levar. Bernardo foi também quem lutou contra Abelardo, até o ter derrubado, aniquilado social e psicologicamente. Abelardo era um mestre com uma inteligência notável que ensinava uma juventude estudantil que o adulava.


Bernardo de Clarivaux

Dialético brilhante, gostava das lides oratórias mais por elas mesmas do que pelo seu conteúdo. Tinha uma tendência nítida para o racionalismo e não admitia que, para um problema religioso, a única resposta avançada fosse: é um mistério. Crer e não discutir era inconcebível para ele. Bernardo considerava perigoso o seu ensino, tanto mais pernicioso quanto as suas teses eram, amiúde, sedutoras. Opôs-se-lhe violentamente e redigiu um tratado dos erros de Abelardo que dirigiu ao papa Inocêncio III. Não parou enquanto não conseguiu condena-lo. A esse respeito, Dom Jean Leclerq escreveu: “Esse excesso de injúrias, de acusações baseadas em denúncias sumárias, traía, em São Bernardo, uma paixão mal dominada.” Este episódio não é, certamente, o mais glorioso da vida de São Bernardo.

O culto da Dama Celeste

Bernardo teve também um amor louco por Maria, mãe de Jesus Cristo embora tenha escrito muito menos sobre esse tema do que acerca de outros. As poucas páginas que
deixou sobre a Virgem ressumam literalmente fervor e amor. Inventou uma oração a Maria, na qual ela aparece como a «Rainha» da Salve Regina (rainha em latim), que intercede em prol dos homens, junto de Cristo, a Virgem coroada que aceitou a provação desejada por Deus, triunfou sobre ela, é capaz de mostrar o caminho aos homens. A devoção de Bernardo à Virgem parece profunda, o que não é tão habitual na sua época. Daí, poderemos imaginar que não tenha sido alheio à veneração que os Templários sempre tiveram por Nossa Senhora. Todavia, tenhamos cautela porque talvez se tenha tendência para atribuir uma importância desmesurada a São Bernardo, a partir do momento em que se trata dos Templários.

Baseando-nos nos depoimentos prestados por estes últimos no seu processo – dois séculos mais tarde – poderíamos pensar que fora o próprio Bernardo quem redigira a sua regra. Na verdade, mesmo que seja quase certo que meteu a sua mão na tarefa, deve ter trabalhado a partir de um texto prévio redigido pelo patriarca de Jerusalém, Estêvão de La Ferté. O que é certo é que tornou mais fácil a sua aprovação e, nesse sentido pelo menos, os Templários deveram-lhe a sua regra. Assim, Bernardo enviou uma carta a Thibaut de Champagne, dizendo-lhe: “Dignai mostrar-vos cheio de solicitude e de submissão pelo legado, em reconhecimento por ter escolhido a vossa cidade de Troyes para a realização de um grande concílio, e dignai-vos dar o vosso apoio e a vossa assistência às medidas e resoluções que este julgar convenientes no interesse do bem.”

O pedido não está isento de uma certa firmeza. No entanto, por detrás de um São Bernardo aparentemente na primeira linha, esconde-se talvez uma outra personagem cuja importância, nos bastidores do Templo, nos parece considerável. Estêvão Harding e a tradição hebraica Podemos interrogar-nos quanto ao fato de saber quem foi, quanto ao fundo, a personagem mais importante para a constituição da Ordem do Templo: São Bernardo ou Estêvão Harding, abade de Cister, que congeminara tudo, desde o início, com Hugues de Champagne?

Inglês de origem, Estêvão Harding fora, inicialmente, monge no mosteiro de Sherbone. Depois, prosseguira estudos na Escócia e, em seguida, em Paris e em Roma. Marion Melville lembra o que dele dizia Guillaume de Malmes: “Sabia casar o conhecimento das letras com a devoção; era cortês nas suas palavras, risonho no rosto: o seu espírito rejubilava sempre no Senhor.” Depois de uma passagem por Molesmes, fundara a Abadia de Cister. Alguns anos mais tarde, tornara-se o seu terceiro abade. Estêvão Harding acumulara quase todos os conhecimentos intelectuais que podiam adquirir-se nessa época. Reformou a liturgia e fez da sua abadia um centro cultural único. Empreendeu um trabalho gigantesco: a redação da Bíblia de Cister, com um espírito de correção crítica notável.

Para o ajudarem, recorrera a sábios judeus. De acordo com as suas observações, mandou efetuar duzentas e noventa correções e cinco versículos completos de Samuel foram completamente reescritos. Findo isso, Estêvão Harding proibiu que se tocasse numa só palavra daquela Bíblia. Daniel Réju refere que uma personagem curiosa vivia então em Troyes: o rabino Salomon Rachi (1040-1105). Foi considerado o maior exegeta dos textos hebraicos e o principal comentador e intérprete do Talmude. Analisava sempre os textos a três níveis: literal, moral e alegórico.É difícil saber se Estêvão Harding conheceu pessoalmente Rachi, dado que este morreu em Praga, em 1105. Em todo o caso, é bastante provável que os seus genros tenham vindo trabalhar para Cister, ao lado dos monges, para facilitar a tradução de documentos sagrados especialmente difíceis de interpretar. Por este meio indireto, os Templários beneficiaram de um apoio extremamente importante para a pesquisa que pareciam estar a levando a cabo no Ocidente.


Bernardo e os cavaleiros da Ordem do Templo prestavam e rendiam culto (em segredo) ao poder feminino da divindade

São Bernardo partilhou, sem dúvida, o interesse de Estêvão Harding pelos textos hebraicos, embora as provas sejam escassas. Em todo o caso, ergueu-se muitas vezes contra as perseguições que os judeus tiveram de sofrer um pouco por toda a Europa. Fustigou os autores dos pogroms e manifestou bastante mais indulgência religiosa pelos judeus do que pelos cátaros.

O concílio de Troyes: para uma regra feita sob medida para a Ordem do Cavaleiros Templários é claro que Estêvão Harding participou no concílio de Troyes, mas teria sido por qualquer coisa relacionada com a redação da regra? Isso é mais difícil de dizer. Alguns quiseram ver nesse texto uma espécie de cópia das regras de vida observadas pelos essênios, no tempo de Cristo. Mas que se sabia, no século XII, sobre esses essênios que nos foram sobretudo revelados graças à descoberta dos manuscritos do mar Morto, em Qumran? Seriam veiculadas tradições a eles respeitantes nos meios judaizantes? Teriam os próprios Templários descoberto, por acaso, documentos essênios nas suas escavações em Jerusalém? Por certo temos de relegar isto para o campo das simples conjecturas.

Em todo o caso, o concílio de Troyes reuniu-se «no dia da festa do Senhor Santo Hilário, no ano da Encarnação de Jesus Cristo de 1128, ao nono ano do início da supramencionada ordem de cavalaria». A assembleia consular foi presidida pelo legado do papa: Mathieu d’Albano. Assistiram a ela os bispos de Sens, Reims, Chartres, Soissons, Paris, Troyes, Orléans, Auxerre, Meaux, Châlons-sur-Marne, Laon, Beauvais. Encontravam-se também presentes vários abades, entre os quais Estêvão Harding, é claro, e leigos como Thibaud de Champagne e o conde de Nevers. Entre todas estas personagens, algumas eram amigas de São Bernardo. Logo no prólogo da regra, apercebemo-nos de que a publicidade da Ordem estava pronta para favorecer o seu progresso e que o conjunto se inseria num plano deliberado, a longo prazo.

Pode ler-se: “Falamos, em primeiro lugar, a todos quantos desprezam ir atrás das suas próprias vontades e desejam, com pura coragem, servir como cavalaria ao soberano-rei, e com um desvelo aplicado desejam vestir e vestem perpetuamente a muito nobre armadura da obediência. E, portanto, admoestamo-vos – a vós que haveis seguido, até agora, secular cavalaria na qual Jesus Cristo não tomou parte, mas que seguistes apenas por favor humano – a seguir aqueles que Deus escolheu da massa da perdição e ordenou, pela sua agradável piedade, para a defesa da Santa
Igreja, e a que vos apresseis a juntar-vos a eles perpetuamente […].”

Hugues de Payns expôs, perante a douta assembleia, as necessidades da Ordem, tal como as concebia. Depois, o texto foi estudado e discutido, artigo após artigo. A regra latina que daí resultou compreendia setenta e dois artigos. Tudo, ou quase tudo, estava previsto nela: os deveres religiosos dos irmãos, os regulamentos que fixavam os atos quotidianos (refeições, distribuição de esmolas, vestes, armamento, etc.), as obrigações dos irmãos uns em relação aos outros, as relações hierárquicas… A preocupação com o pormenor foi levada muito longe, dado que se decidia nela como seriam feitos os sapatos, como se cortariam os bigodes, o número de orações a recitar nesta ou naquela ocasião, etc.

Tratava-se de adaptar uma regra monástica aos imperativos com que os guerreiros se deparavam. Aos Templários, por exemplo, não podiam ser impostos jejuns tão severos como nas outras ordens, senão como teriam forças para entrarem em combate? Pela mesma razão, um monge fatigado era dispensado de satisfazer todas as suas obrigações de oração: precisavam descansar para reconstituírem as suas forças de guerreiros. Mesmo assim, a obediência ao Mestre devia ser absoluta, militar. A regra foi rapidamente complementada por várias bulas pontificais, bem como pelos «Retrais» que desenvolveram, nomeadamente, tudo o que se relacionava com a disciplina e as sanções eventuais e que enumeraram o conjunto dos deveres aos quais cada um dos cavaleiros Templários estava submetido.

A regra foi traduzida para o francês, em 1140, e recebeu, nessa altura, algumas modificações. Nomeadamente, o novo texto recomendava que se atraíssem os excomungados para a Ordem, para sua redenção. Com efeito, o artigo diz: “Lá onde souberdes que se reúnem cavaleiros EXCOMUNGADOS, é lá que vos ordenemos para que ides, e se houver entre eles quem queira ir juntar-se à cavalaria de Além-Mar, não devereis esperar o lucro temporal tanto quanto a salvação eterna da sua alma, quando o texto da regra latina afirmava: «Lá onde souberdes que se reúnem cavaleiros NÃO EXCOMUNGADOS…», isto é, precisamente o inverso…” Erro de copista? É o que pensa a maior parte dos comentadores, mas é impossível porque outras passagens da regra latina que proibiam o convívio com homens excomungados foram modificadas. Tratava-se, pois, de uma alteração voluntária – e importante – a que teremos ocasião de voltar.



Aliás, outras alterações tinham sido introduzidas sem sequer esperar pela redação da regra em francês. Quando Hugues de Payns regressou ao Ocidente, o patriarca de Jerusalém revira doze artigos e acrescentara vinte e quatro, entre os quais o fato de reservar o manto branco com a cruz vermelha da Ordem apenas aos cavaleiros. Na realidade, a versão latina e a versão francesa parecem corresponder a duas lógicas diferentes, em vários pontos. O concílio de Troyes dissera que deixava ao papa e ao patriarca de Jerusalém o cuidado de aperfeiçoarem a regra de acordo com as necessidades da Ordem no Oriente. Foi, aliás, essencialmente a partir de 1163, após a publicação da bula Omne Datum Optimum, que todos esses regulamentos foram fixados definitivamente. Esse texto reforçava ainda mais os poderes da Ordem e do seu Grão-Mestre.

Ele autorizava os Templários a conservarem para si mesmos o saque tomado dos Sarracenos, colocava a Ordem sob a tutela exclusiva do papa, permitindo-lhe assim escapar a qualquer outra forma de poder da Igreja, incluindo o do patriarca de Jerusalém. Quando sabemos, por exemplo, que a nomeação dos bispos dependia em grande medida do rei e do poder político em geral, compreendemos a importância de uma tal medida, dado que protegia os Templários de qualquer ingerência a esse nível e dava-lhes, até certo ponto, um estatuto internacional. A bula confirmava, ademais, que os bens da Ordem estavam isentos de dízimo; em contrapartida, com a anuência do bispo local, os Templários tinham o direito de lançar o dízimo em proveito próprio. Por outro lado, o texto proibia que os Templários fossem submetidos a juramento e estipulava que apenas os irmãos da Ordem podiam participar na eleição do Grão-Mestre.

A bula fixava e condensava os estatutos da Ordem e proibia a quem quer que fosse, eclesiástico ou não, de alterar alguma coisa neles. Permitia, por fim, que o Templo tivesse os seus próprios capelães, junto dos quais os irmãos podiam confessar-se sem terem de recorrer a uma pessoa exterior à Ordem, e construíssem capelas e oratórios privados. Ademais, eram os únicos que podiam utilizar as igrejas e capelas das paróquias excomungadas. Assim, a Ordem do Templo encontrava-se perfeitamente autônoma, sem que ninguém, a não ser o papa – mas teria ele esse poder? -, pudesse imiscuir-se nos seus assuntos.

Esta independência era uma realidade, tanto no campo econômico como no da organização militar ou no campo espiritual e ritual. Tudo se passou como se se tivesse deixado aos Templários o cuidado de manter e preservarem segredos, evitando-lhes terem necessidade do que quer que fosse exterior à Ordem, mesmo que fosse para se confessarem. Não deveremos ver aí, se não a prova, pelo menos um indício importante que confirma a existência de um «monumental segredo» da Ordem, sem dúvida relacionado com as descobertas com as escavações feitas em Jerusalém durante quase dez anos?

O monge e o guerreiro ou a teologia da guerra

O Templo não tinha nada que ver com uma ordem religiosa tradicional normal. Os seus privilégios eram exorbitantes, quer se tratasse do poder de decisão, de independência, organização, ou da criação de um potentado financeiro e econômico, em sentido amplo. Os cavaleiros cultivavam a pobreza pessoal, mas a Ordem via serem-lhe conferidas todas as possibilidades para se tornar extremamente rica e, de certa forma, rica a expensas do resto da Igreja, dado que estava isenta de dízimo. Isto era justificado pela necessidade, para a Ordem, de manter um verdadeiro exército na Terra Santa, mas, ao mesmo tempo, o fato de ser uma ordem militar, com o que isso representa em termos de poderio, poderia tornar esse um privilégio suplementar. Aliás, isso levantava um problema terrível: não deveria considerar-se que existia incompatibilidade entre as funções de monge e as de soldado?

Não deveria ver-se nas noções de procura da santidade e procura cavaleiresca duas éticas radicalmente opostas? Demurger escreve, a este propósito: “Para as conciliar, era necessária uma evolução espiritual considerável, a mesma, aliás, que permitiu a cruzada. A Igreja teve de modificar a sua concepção da teologia da guerra. Teve de aceitar a cavalaria e arranjar-lhe um lugar na sociedade cristã, na ordem do mundo desejada por Deus.” O cristianismo primitivo é representado amiúde como condenando toda a guerra e toda a violência. Preconizava, como única resposta, o amor e apenas o amor, mesmo em caso de agressão. Segundo Mateus, quando Pedro puxou da espada para cortar a orelha do criado do Grão-Sacerdote, não lhe disse Cristo: «Embainha a tua espada, porque aqueles que matam com a espada morrerão pela espada»? Numa abordagem destas, não há lugar para a batalha, mesmo de modo defensivo. Mas as coisas não são assim tão simples. Em primeiro lugar, a censura feita a Pedro é relatada de uma forma muito diferente pelos outros evangelistas.



Marcos não relata esta frase e Lucas contenta-se com pôr Jesus a dizer: «Basta» e com fazê-lo curar a orelha ferida. Quanto a São João, atribui a Jesus esta reflexão: «Embainha a tua espada. Não beberei eu o cálice que o meu Pai me deu?», o que é o sinal da aceitação do seu destino, por Cristo, da sua submissão ao necessário sacrifício, e não de uma censura a São Pedro. Por outro lado, noutra ocasião, o próprio Mateus refere uma outra palavra de Cristo: “Não julgueis que vim trazer a paz à Terra; não vim trazer a paz, mas sim a espada.” Do mesmo modo, encontramos no evangelho apócrifo de São Tomás: “Por certo que os homens pensam que vim para lançar a paz sobre o Universo. Mas eles não sabem que vim para lançar, sobre a Terra, as discórdias, o fogo, a espada, a guerra.” Paul du Breuil vê aí uma alusão de Cristo à extrema subversão de toda a verdade.

Os teólogos não estavam, portanto, desprovidos de recursos para justificar atos guerreiros. No entanto, era necessário escorar, mediante uma verdadeira teologia da guerra, escolhas que teriam podido lançar a perturbação nos espíritos. Evitou-se, portanto, considerar o fenômeno em si mesmo, para, atribuindo apenas interesse às suas razões, se chegar a uma noção de guerra justa. Bater-se para se apoderar das riquezas de outrem ou por simples bravata não podia ser admitido, mas bater-se para se defender ou salvar os seus, para manter o direito e a ordem, tornou-se legítimo, desde que todos os outros métodos estivessem esgotados.

Santo Agostinho foi, sem dúvida, o primeiro a elaborar uma teologia da guerra justa:
“São chamadas justas todas as guerras que vingam as injustiças, quando um povo e um Estado, a quem a guerra deve ser feita, descurou de punir os delitos dos seus ou de restituir o que foi roubado por meio dessas injustiças.” Escrevia também: “O soldado que mata o inimigo, tal como o juiz ou o carrasco que executam o criminoso, em meu entender, não pecam, porque, ao agirem assim, obedecem à lei.” Santo Agostinho dizia também: «Devemos querer a paz e fazer apenas a guerra por necessidade, porque não procuramos a paz para preparar a guerra, mas fazemos a guerra para obter a paz. Sede, pois, pacíficos, mesmo ao combaterdes, a fim de trazerdes, pela vitória, aqueles que combateis à felicidade da paz.»

Demurger assinala que, no século VIII, Santo Isidoro de Sevilha acrescentou, a esta definição, uma precisão capital: “É justa a guerra que é feita após advertência para recuperar bens ou para repelir inimigos.” Isto irá permitir justificar as cruzadas, enquanto recuperação dos lugares santos. Era preciso, a todo o preço, mesmo que fosse o de uma guerra, manter na terra a ordem desejada por Deus. Recusar a violência teria tido como consequência um recuo do cristianismo e teria feito o jogo do demônio, entregando-lhe populações cujas almas se teriam perdido. A partir de então, passou-se rapidamente da noção de guerra justa à de guerra santa. Tratava-se de defender o único Deus verdadeiro e a fé do seu povo. O guerreiro batia-se por Cristo, defendendo o cristão contra o infiel. Devia até permitir que os povos pudessem receber o ensinamento da «verdadeira fé» e converter-se, uma vez destruído o poder dos seus antigos amos.

A guerra santa

A noção de guerra santa era, aliás, bem conhecida no Oriente. No entanto, continuava, em teoria, muito ligada espiritualmente à purificação interior, e isso tanto nas doutrinas essênias ou zoroastrianas como na jihad islâmica. A espiritualidade do monge e o papel do guerreiro haviam sido conciliados, tanto quanto possível, no islamismo, antes de o serem no cristianismo. Assim, os muçulmanos rabitas da Espanha, que levavam uma vida muito austera e faziam voto de defender as fronteiras contra os cavaleiros cristãos, preferiam morrer a recuar. E não é a única aproximação que pode fazer-se entre as concepções guerreiras no Oriente e no Ocidente. Vemos bem quais os desvios que a noção de guerra santa podia trazer, dado que fazia desaparecer a de guerra justa, defensiva.

Doravante, podia-se, em nome de Deus, levar a cabo guerras de conquista sob a única condição de que os territórios envolvidos fossem povoados por heréticos, pagãos ou infiéis. Esta concepção serviu para justificar, um pouco mais tarde, a cruzada contra os Albigenses. Não passou de uma maneira de os barões do norte rapinarem o Languedoc, sob o pretexto de uma guerra santa contra os cátaros, declarados heréticos. Foram, aliás, os monges de Cister que pregaram esta pseudo-cruzada, com o apoio de São Bernardo. Nota: Na verdade, esta cruzada começou cerca de cinquenta anos depois da morte de São Bernardo. Bernardo foi para o Languedoc, esperando trazer os heréticos de volta ao caminho reto. Encontrou diferentes recepções, caracterizadas, na maior parte das vezes, pela indiferença, e até enervamento, da população.

Por vezes, foi mesmo recebido à pedrada, o que tinha o condão de o exasperar ao ponto de se dirigir a Deus a fim de que este fizesse secar a região. Acontece que, tendo perdido toda a esperança de converter esses hereges obstinados, Bernardo pensou que só restava reduzi-los por meio da espada e do fogo das fogueiras. E foi um cisterciense que, segundo se diz, exclamou em Béziers, quando foi levantada a questão de saber como se distinguiriam, na população, os cátaros dos bons católicos: «Matem-nos a todos, Deus reconhecerá os seus.»



Tudo isto ilustra os desvios possíveis de uma teologia da guerra. Todavia, será forçoso reconhecer que a Igreja não podia opor-se à luta contra a insegurança. Eram, pois, necessários homens armados para policiarem, para se oporem aos bandos inimigos, vindos para pilhar. Ora, dado que esses homens de armas, esses defensores, eram muitas vezes tentados a tornarem-se, por sua vez, saqueadores, violadores, era indispensável «moralizar» a função de soldado. Talvez tenha muito bem sido desta idéia que nasceu a Cavalaria, com o seu código de honra que se julgava impedir os exageros. Aquele que era armado cavaleiro jurava bater-se apenas por causas justas. Não se trata de uma ideia muito original, dado que já era aplicada no IRÃ, muito antes das cruzadas. Segundo Paul du Breuil, «os Persas tinham constituído uma instituição, a fotowwat – substantivo que significa, em sentido próprio, liberdade, generosidade, abnegação – que caracterizava bem uma espécie de confraria cujo grau de fato era conferido pelos sheiks, senhores ou mestres de sociedades iniciáticas».

Completou o seu arsenal de luta contra a violência impondo períodos de sossego. A introdução do sistema cavaleiresco permitiu à Igreja atalhar o mal.: as «tréguas de Deus». Multiplicou, por ocasião das festas religiosas, os períodos durante os quais qualquer combate era proibido. Devia fazer também que o cavaleiro não se desviasse do papel que lhe era atribuído. Para tal, possuía uma arma temível: a excomunhão e, para as faltas menos graves, a peregrinação penitencial. Eis o princípio geral de coexistência de uma sociedade religiosa e de uma sociedade guerreira. Mas estamos longe desse equilíbrio precário devido ao fato de se misturarem completamente as funções de monge e de guerreiro. Quando o braço que abençoa é o mesmo que mata, há razões para surgirem alguns problemas de consciência.

São Bernardo, sargento recrutador dos monges-guerreiros

Na época, alguns insurgiram-se contra a criação de uma ordem militar. Assim o testemunha a carta enviada a Hugues de Payns pelo prior da Grande Cartuxa, Guigues: “Não saberíamos, na verdade, exortar-vos às guerras materiais e aos combates visíveis; também não somos mais aptos para vos inflamar para as lutas do espírito, a nossa ocupação de cada dia, mas desejamos, pelo menos, alertar-vos para que penseis nisso. Com efeito, é vão atacar os inimigos externos, se não dominamos, antes de mais nada, os inimigos do nosso próprio interior…” Nota: É precisamente esse o sentido da Jihad islâmica:

“Façamos, antes de mais, a nossa primeira e própria conquista, amigos muito caros, e poderemos em seguida combater com segurança os nossos inimigos de fora. Purifiquemos as nossas almas dos seus vícios, e poderemos depois purgar a terra dos bárbaros. Porque não é contra adversários de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados, os poderes, contra os que governam este mundo de trevas, contra os espíritos do mal que habitam os espaços celestes, isto é, contra os vícios e os seus instigadores, os demônios”.

Estas críticas chegarão, por vezes, a fazer duvidar os próprios Templários, e Hugues de Payns teve de lembrar, numa carta dirigida aos primeiros dentre eles, que se tratava de uma necessidade. Tentando dissipar as suas dúvidas, escrevia:

“Vede, irmãos, como o inimigo, sob o pretexto da piedade, se esforça por vos conduzir à armadilha do erro. Oh trombeta inimiga, quando te calarás? Como é que o anjo de Satã se transforma em anjo de luz? Se o diabo aconselhasse a desejar as pompas do mundo, reconhecê-lo-íamos facilmente. Mas ele diz aos soldados de Cristo que deponham as armas, que deixem de fazer a guerra, que fujam do tumulto, que façam um qualquer recuo de modo que, apresentando uma falsa aparência de humildade, dissipa a verdadeira humildade. Com efeito, que é ser orgulhoso senão não obedecer ao que nos é ordenado por Deus? Tendo abanado deste modo os superiores, Satã volta-se para os inferiores, para os derrotar.”

“Por que razão”, diz ele, “trabalhais inutilmente? Por que razão despender em vão um tal esforço? Esses homens que servis obrigam-vos a participar no seu labor, mas não querem admitir-vos na participação da fraternidade (confraria). Quando vêm até aos soldados do Templo as saudações dos fiéis, quando são feitas orações no mundo inteiro pelos soldados do Templo, não se faz qualquer menção a vós, nenhuma lembrança. E quando quase todo o trabalho corporal vos incumbe, todo o fruto espiritual se repercute neles. Retirai-vos pois dessa sociedade e oferecei o sacrifício do vosso trabalho noutro local onde o zelo do vosso fervor seja manifesto e frutuoso.”

O Grão-Mestre da Ordem dos Cavaleiros Templários respondia assim também às tentativas de provocar a deserção dos homens que serviam o Templo sem serem cavaleiros. Hugues de Payns compreendera bem onde se encontravam os pontos fracos da Ordem. Era preciso não deixar desenvolver-se a crítica, convinha responder-lhe antes de se estender e tornava-se urgente que uma personalidade da Igreja, incontestável, viesse em socorro dos Templários. Por três vezes pediu ao seu amigo Bernardo que desempenhasse esse papel de autoridade espiritual e defendesse a missão particular dos Templários. O santo homem de Clairvaux respondeu-lhe: “Por três vezes, salvo erro da minha parte, me pediste, meu muito caro Hugues, que escrevesse um sermão de exortação para ti e para os teus companheiros […]. Disseste-me que seria para vós um verdadeiro conforto encorajar-vos por meio das minhas cartas, dado que vos não posso ajudar pelas armas. E garantistes-me que seria muito útil se animasse, com as minhas palavras, aqueles que não posso ajudar pelas armas.”



E então Bernardo de Clairvaux redigiu o De laude Novae Militiae, verdadeira ferramenta de propaganda, crítica aos guerreiros tradicionais e apologia desta nova milícia de Deus que constituía a Ordem do Templo. Começou por criticar vigorosamente os homens de armas do seu tempo:

“Qual é, cavaleiro, esse inconcebível erro, essa inadmissível loucura que faz que despendas para a guerra tanto esforço e dinheiro e apenas recolhas frutos de morte ou de crime? “Embiocais os vossos cavalos de sedas e tapais as vossas cotas de malha com não sei quantos panos. Pintais as vossas lanças, os vossos escudos e as vossas selas, incrustais os vossos freios e os vossos estribos com ouro, prata e pedras preciosas. Vestis-vos com pompa para a morte e correis para a vossa perdição com uma fúria sem vergonha e uma insolência impudente. Esses ouropéis serão os arneses de um cavaleiro ou os atavios de uma mulher?”

“Ou então julgais que as armas dos vossos inimigos se desviam do ouro, pouparão as gemas, não furarão a seda? Por outro lado, demonstraram-nos amiúde que são necessárias três coisas principais na batalha: que um cavaleiro esteja alerta para se defender, seja rápido na sela e esteja pronto para o ataque. Mas, pelo contrário, penteais-vos como mulheres, o que dificulta a vossa visão; embaraçais os pés em camisas longas e largas e escondeis as vossas mãos delicadas dentro de mangas largas e de amplas aberturas. E, assim ataviados, bateis-vos pelas coisas mais vãs, tais como a cólera irracional, a sede de glória ou a cobiça dos bens temporais. Matar ou morrer por tais objetos não põe a alma em segurança.”

Que requisitório! A esta guerra de rendas, fútil, Bernardo contrapunha a dos monges-soldados da Ordem do Templo. Punha a tônica na simplicidade dos seus costumes, no seu desinteresse e na sua caridade e explicava por que razão aqueles monges tinham o direito e, até, o dever de matar, o que constituía a santidade da sua missão:

“O cavaleiro de Cristo mata em consciência e morre tranquilo: ao morrer, obtém a sua salvação; ao matar, trabalha para Cristo. Sofrer ou dar a morte por Cristo não tem, por um lado, nada de criminoso e, por outro, merece uma imensidade de glória.” Sem dúvida que não seria necessário matar os pagãos, tal como os outros homens, se tivéssemos outro meio de deter as suas invasões e de os impedir de oprimir os fiéis. Mas, nas circunstâncias presentes, é melhor massacrá-los do que deixar a vara dos pecadores suspensa sobre a cabeça dos justos e deixar os justos expostos a cometerem também a iniquidade. Pois então? Se nunca fosse permitido a um cristão bater com a espada, o precursor de Cristo teria apenas recomendado aos soldados que se contentassem com o seu soldo? Não lhes teria antes proibido o ofício das armas? Mas não é assim, pelo contrário.”

“Empunhar as armas é permitido, àqueles, pelo menos, que receberam a sua missão do altíssimo e que não fizeram profissão de uma vida mais perfeita. Existe alguém mais qualificado, pergunto-vos, do que esses cristãos cuja poderosa mão sustém (o Monte) Sião, a nossa praça-forte, para a defesa de todos nós, e para que, depois de expulsos os transgressores da lei divina, a nação santa, guardiã da verdade, a ela tenha um acesso seguro? Sim, que eles dispersem, têm esse direito, esses gentios que querem a guerra; que suprimam aqueles que nos perturbam; que ponham fora da cidade do Senhor todos esses obreiros de iniquidades que sonham pilhar ao povo cristão as suas inestimáveis riquezas encerradas em Jerusalém, conspurcar os Lugares Santos e apoderar-se do santuário de Deus!”

Depois de ter justificado o papel dos Templários, Bernardo quis mostrar que eram um escol, os melhores entre os homens, e participar assim na excelência do seu recrutamento:

“Agora, para dar aos nossos cavaleiros, que militam não para Deus mas para o diabo, um modelo a imitar, ou antes, para os inspirar e fazer sair da confusão, contarei em breves palavras o tipo de vida dos Cavaleiros de Cristo, o seu modo de se comportarem tanto na guerra como em suas casas. Quero que se veja claramente a diferença que existe entre os soldados seculares e os soldados de Deus. E, antes de mais, a disciplina não falta entre estes. Não têm desprezo pela obediência. Sob a ordem do chefe, vão, vêm; veste-se o hábito que ele dá e não se espera de outrem nem a roupa nem a alimentação. Tanto na vida como nas vestimentas, evita-se o supérfluo; reserva-se a atenção para o necessário.”

“É a vida em comum, levada na alegria e na mesura, sem mulheres nem filhos. E para que a perfeição angélica seja realizada, todos habitam na mesma casa, sem nada possuírem em particular, prestando atenção para manterem entre eles um único espírito de que a paz é o laço. Dir-se-ia que essa multidão tem apenas um corpo e uma alma, dado que cada um, em vez de seguir a sua vontade pessoal, se apressa tanto a seguir a do chefe. Nunca estão ociosos; não vão nem vêm por simples curiosidade; mas quando não estão em campanha (o que acontece raramente), para não comerem o seu pão sem o terem ganho, cosem as suas roupas rasgadas, reparam as suas armas […]. Entre eles, não há preferências de pessoas; julga-se segundo o mérito e não de acordo com a nobreza […]. Nunca uma palavra insolente, uma tarefa inútil, uma gargalhada excessiva, um murmúrio, por mais fraco que seja, ficam impunes”.



“Detestam o xadrez, os jogos de azar, têm horror à caça com galgos e a cavalo e nem sequer se divertem com a caça de altanaria, com que tantos se deleitam. Os númos, os que leem a sina, os jograis, as canções jocosas, as peças de teatro, são, a seus olhos, tão cheias de vaidade e de loucura, que se afastam delas e as abominam. Têm os cabelos curtos, porque sabem que, segundo as palavras do apóstolo, é vergonhoso para um homem cuidar da cabeleira. Nunca se penteiam e raramente tomam banho. É assim que são vistos, descuidados, hirsutos, negros de poeira, com a pele queimada pelo sol e tão bronzeada como a sua armadura.”

Que retrato, que forma de justificar esses homens e de os mostrar tão diferentes dos outros guerreiros! Não podemos dizer que Bernardo tente atrair recrutas prometendo-lhes facilidades, mas os homens de que o Templo necessita devem ser capazes de dar provas da mais total abnegação e de suportar uma vida rude entremeada de sofrimento. Bernardo procurava levar cada um a empenhar-se mais e, ao pregar a
segunda cruzada, em Vézelay, exclamava:

“A terra treme, é abalada porque o Deus do céu está em vias de perder a sua terra, a que é dele desde que viveu entre os homens durante mais de trinta anos […]. Agora, por causa dos nossos pecados, os inimigos da cruz erguem de novo a sua cabeça sacrílega e a sua espada despovoa essa terra bendita, essa terra prometida. E se ninguém resiste, pobres de nós, eles vão lançar-se sobre a própria cidade do Deus Vivo, para destruírem os lugares onde se consumou a salvação, para macularem os Lugares Santos que o sangue do Cordeiro Imaculado purpurou. Dareis vós aos cães o que há de mais santo, aos porcos as pérolas preciosas? Mas, digo-vos, o Senhor oferece-vos uma oportunidade. Contempla os filhos dos homens para ver se, entre eles, haverá alguns que o compreendam, que o procurem e que sofram por ele.

“Deus tem piedade do seu povo; àqueles que sucumbiram aos erros mais graves, propõe uma forma de salvação. Pecadores, pensai nesse abismo de bondade, enchei-vos de confiança. Ele não quer a vossa morte, mas sim a vossa conversão, a vossa vida: arranja-vos uma possibilidade não contra vós mas por vós. Ousa chamar a servir, como se estivessem prenhes de justiça, homicidas e ladrões, perjuros e adúlteros, homens acusados de todos os tipos de crimes. Não será isso, da sua parte, uma invenção excêntrica e que só Ele podia encontrar?”

De qualquer modo, não foi mal pensado, da parte de São Bernardo. Que homem político! Com uma só cajadada matava dois coelhos, recrutando homens rudes para se baterem no Oriente e aliviando o Ocidente de uma parte das más reses que nele habitavam. Em certa medida, inventava a Legião Estrangeira e dava realmente uma oportunidade a esses homens para se regenerarem. No entanto, pelo menos nos primeiros tempos, a Ordem do Templo foi, quanto a ela, muito seletiva no recrutamento e não aceitou as pessoas sem eira nem beira que se lhe ofereceram e, de qualquer modo, não as transformou em cavaleiros. Doravante, os Templários já tinham meios para fazerem a guerra, já estavam fixados. Na sua esteira, também se havia transformado a Ordem dos Hospitalários de São João de Jerusalém em ordem militar? Por que razão não mandaram fundir os nove ou dez templários dos tempos iniciais com os Hospitalários?

No entanto, teria sido a solução mais lógica em vez de organizar duas estruturas diferentes com as suas logísticas próprias. Mas, não o esqueçamos, o Templo tinha uma missão especial a assumir, depois das descobertas feitas em Jerusalém. A partir de então, não era possível misturar as duas ordens, dado que não prosseguiam objetivos estritamente idênticos. E como escreve Louis Lallement em La Vocation de l’Occident, a propósito dos Templários: “A Ordem do Templo, cujo manto branco ornado com uma cruz vermelha era das cores vermelhas de Galahad, constituía, no século XII, como que a armadura da própria cristandade.” Uma armadura que muitos, a partir de então, apenas pensaram em destruir.

Mais informações sobre os Templários:
  1. http://thoth3126.com.br/category/templarios/


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16.11.15

Os Cavaleiros Templários 

 História – Parte 1

 Edição e imagens: Thoth3126@gmail.com

Capítulo I – O NASCIMENTO DA ORDEM DO TEMPLO – UMA BREVE HISTÓRIA DA ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIOS – Livro de Michel Lamy

Publicado anteriormente em 25/04/2015

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OS TEMPLÁRIOS, ESSES GRANDES GUERREIROS DE MANTOS BRANCOS COM CRUZES VERMELHAS


Os seus costumes, os seus ritos, os seus segredos:

Digam o que disserem determinados historiadores encastelados em sua erudição acadêmica, a criação da Ordem dos Cavaleiros Templários continua envolta em inúmeros mistérios; e o mesmo acontece com a realidade profunda da sua missão, não a que se tornou pública, mas a missão oculta. Inúmeros locais ocupados e ou de propriedade dos cavaleiros Templários apresentam particularidades estranhas.

Atribuíram-se aos monges-soldados crenças heréticas, cultos curiosos e às suas construções, principalmente a Catedral de Chartres, significados e até poderes fantásticos. A seu respeito, fala-se de gigantescos tesouros escondidos (sendo o maior deles o CONHECIMENTO), de segredos ciosamente preservados e de muitas outras coisas.

Edição e imagens: Thoth3126@gmail.com

Capítulo I – O NASCIMENTO DA ORDEM DO TEMPLO – UMA BREVE HISTÓRIA DA ORDEM DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIOS – Livro de Michel Lamy

Esta obra não tem a ambição de retomar toda a história da Ordem do Templo sob o ângulo dos acontecimentos fatuais, mas sim de esclarecer as suas zonas mais obscuras. No entanto, para compreender o que se passou, há que se ter presente no espírito que esta Ordem existiu por mais de dois séculos e evoluiu necessariamente. Quando chegou ao seu fim, não podia ser idêntica ao que era em seu nascimento. Mudou porque o seu ideal se viu confrontado com duras realidades.

Teve de se adaptar, uma e outra vez, tomar em mãos as questões temporais, perdendo sem dúvida, ao longo dos anos e das necessidades, uma parte da sua pureza original, tal como um adulto que por vezes tem dificuldade em encontrar em si a criança maravilhada, o minúsculo ser de olhos puros e inocentes que, no entanto, um dia foi.



A Ordem do Templo foi influenciada pelo seu tempo, mas este modificou-a, orientou-a, contribuindo para a História com as suas próprias correções. Para nos orientarmos nesta evolução, pareceu-nos útil apresentar, de forma muito breve, neste primeiro capítulo, uma história breve dos Templários e, sobretudo, da sua época.

Nos caminhos de peregrinação

Recuemos no tempo até ao final do século X. Hoje em nossa época, temos dificuldade em imaginar o que foram os terrores da chegada do ano 1000. A interpretação (carregada de ignorância e fanatismo) das escrituras convencera toda a cristandade de que o Apocalipse se produziria nesse ano fatídico. Revelação, no sentido etimológico do termo, mas também destruição, dor: regresso de Cristo à terra e julgamento dos homens, separação entre eles para mandar alguns para o paraíso, para junto dos santos, e os outros para o inferno, a fim de aí serem submetidos a tormentos eternos.

Os católicos viveram com angústia esse ano 1000 e a sua aproximação e passagem. E nada apocalíptico aconteceu, pelo menos nada pior do que nos anos precedentes. A Igreja enganara-se na sua interpretação das Escrituras? Deus teria esquecido os seus filhos na terra? Não, claro que não. Era algo diferente. A catástrofe fora evitada. Deus fora tocado pelas preces dos homens. Perdoara. Sim, mas por quanto tempo? E se apenas se tratasse de um adiamento? Era preciso rezar, cada vez mais, rezar sempre. No século anterior, os católicos tinham-se feito à estrada para irem em peregrinação a locais onde estavam enterrados os santos. Estes últimos haviam, sem
dúvida, intercedido em favor dos homens e Deus deveria ter-se deixado convencer.



Um dos santos mais eficazes deveria ter sido Santiago (irmão de Jesus) que, de Compostela, atraía milhares de homens e mulheres que deixavam a sua família, o seu trabalho, abandonando tudo para irem rezar àquele local da Galícia onde a terra terminava. Tinha-se passado perto da catástrofe final, as grandes fomes de 990 e 997 eram prova disso. Tinha-se evitado o pior, o método já era conhecido: era preciso cada vez mais que os homens se fizessem à estrada, que os monges rezassem, que todos fizessem penitência. Não seria conveniente ir mais longe, realizar a suprema peregrinação, a única que merecia verdadeiramente a viagem de uma vida: ir aos lugares onde o filho de Deus sofrera para resgatar os pecados dos homens, ir a Jerusalém?

Michelet escreveu: «Os próprios pés conheciam o caminho», e John Charpentier faz notar: Feliz aquele que regressava para a Europa! Mais feliz aquele que morria perto do túmulo de Cristo e que podia dizer-lhe, segundo a audaciosa expressão de um contemporâneo [Pierre d’Auvergne]: “Senhor, morrestes por mim e eu morri por vós”. Multidões cada vez mais numerosas puseram-se a caminho de Jerusalém. A cidade pertencia aos califas de Bagdá (Iraque) e do Cairo (Egito) que permitiam o livre acesso aos peregrinos. Mas tudo mudou quando os Turcos se apoderaram de Jerusalém, em 1090.



De início, contentaram-se com vexar os católicos e, por vezes, espoliá-los, infligindo-lhes humilhação atrás de humilhação, obrigando-os a executarem gestos contrários à sua religião. De escalada em escalada, a situação agravou-se: houve execuções, torturas. Falou-se de peregrinos mutilados, abandonados nus no deserto. De Constantinopla, o imperador Alexis Comnène lançara o sinal de alarme.

Libertar Jerusalém

O Ocidente emocionou-se. Não podia tolerar-se que os peregrinos fossem mortos. Não podiam deixar-se os lugares santos nas mãos dos infiéis muçulmanos. O ano 1000 passara, mas… Pedro, o Eremita, que assistira, em Jerusalém, a verdadeiros atos de barbárie, regressara muito decidido a erguer a Europa e pôr os cristãos no caminho de uma cruzada. Viram-no percorrer distâncias consideráveis, montado na sua mula, a que a multidão arrancava as crinas aos punhados, para com elas fazerem relíquias. Quando Pedro, o Eremita, passara por algum lugar, os espíritos encontravam-se inflamados; homens, mulheres, crianças, mostravam a impaciência de tudo deixarem para se dirigirem a um único destino: Jerusalém. E, uma vez lá, se veria o que se faria…

Do lado dos senhores feudais notava-se um pouco mais de prudência na atitude. Mais razão, sem dúvida, mas também muito mais a perder: as terras que já não seriam protegidas, os bens que poderiam atrair cobiças, etc. A 27 de Novembro de 1095, o papa Urbano II pregou num concílio provincial reunido em Clermont. E proclamou: «Cada um deve renunciar a si mesmo e carregar a cruz.» O sumo pontífice via aí também uma ocasião de meter na ordem esses leigos que se espojavam na luxúria e brindavam aos arruaceiros. Ir libertar Jerusalém seria o caminho da salvação.

Aos milhares, os peregrinos haviam costurado sobre as suas vestes cruzes de tecido vermelho, que viriam a valer-lhes o nome de cruzados. Inicialmente, foram os pobres e miseráveis, os mendigos, os famintos, que quiseram libertar Jerusalém, movendo-se ao caminho em bandos andrajosos que gritavam «Deus assim o quer!» E aqueles que não partiam faziam dádivas para que os outros tivessem com que sobreviver, durante a viagem. Alguns tomavam a decisão obedecendo a um impulso, a um sinal: uma mulher seguira um ganso que deveria levá-la à Cidade Santa.* Foram também referidos pássaros, borboletas e rãs que se pensava mostrarem o caminho. [* Há que ver aí uma similitude com o jogo da glória ou do ganso e o jogo da semana, que conduziam ambos ao Paraíso ou à Jerusalém celeste (cf Michel Lamy, Histoire secrète du Pays Basque, Albin Michel).]

Pedro, o Eremita, e o seu lugar-tenente, Gauthier-Sans-Avoir, arrastavam atrás de si uma multidão heterogênea de miseráveis de toda a Europa que começou a sua cruzada matando os judeus do vale do Rio do Reno e pilhando os bens dos camponeses húngaros. Chegaram a Constantinopla no sábado de Aleluia de 1096. Foi o início do fim. Na Ásia Menor, depois de Civitot, uma parte desses cruzados mal armados que não sabiam combater foi massacrada. Os sobreviventes pereceram quase todos de fome ou de peste, em frente a Antioquia.

Estes últimos viram chegar então – melhor seria dizermos, por fim – o exército dos cruzados, o dos homens de armas que tinham acabado por seguir o exemplo dos mendigos e miseráveis. Fortemente armados, determinados, esses guerreiros apoderaram-se de Antioquia. O objetivo final estava próximo: Jerusalém, terra prometida. Os cantos religiosos elevaram-se mal avistaram as muralhas da cidade. Deixou de haver mendigos e nobres, restando apenas católicos em êxtase, maravilhados com a sua façanha.



A 14 de Julho de 1099, a tropa pôs-se em movimento e atacou a cidade. Jerusalém foi conquistada, num fogoso ímpeto, logo na manhã do dia 15. No entanto, os cruzados não eram santos. De passagem, tinham pilhado e violado, a ponto de os cristãos orientais se terem visto forçados a refugiar-se junto dos Turcos: era inconcebível. Em Jerusalém, também não se comportaram com nenhuma caridade (cristã) digna de nota. Inúmeros muçulmanos (homens, mulheres, idosos e crianças) tinham-se refugiado na mesquita Al-Aqsa; os católicos desalojaram-nos e fizeram uma hecatombe ao passar a todos à fio de espada.

Um cronista anotava: «Lá dentro, o sangue chegava-nos aos tornozelos», e Guilherme de Tiro precisava: “A cidade apresentava um espetáculo tal de carnificina de inimigos muçulmanos, uma tal efusão de sangue, que os próprios vencedores se sentiram chocados pelo horror e a repugnância”. Durante uma semana, sucederam-se os massacres e combates de rua, até o odor do sangue provocar náuseas.

O reino latino de Jerusalém

No entanto, os cruzados tinham fincado pé na Terra Santa e tencionavam ficar por lá. Foi fundado o reino latino de Jerusalém. Godofredo de Bouillon foi nomeado rei, mas recusou-se a cingir a coroa naquele lugar onde Cristo apenas usara uma coroa de espinhos. Godofredo, o rei cavaleiro do cisne, morreria pouco depois, em 1100. Para além do reino de Jerusalém, que se estendia desde o Líbano até o Sinai, formaram-se progressivamente três outros Estados: o condado de Edessa, a norte, meio franco meio armênio, fundado por Balduíno de Bolonha, irmão de Godofredo de Bouillon; o principado de Antioquia, que ocupava, grosso modo, a Síria do Norte, e, finalmente, o condado de Antioquia.



Godofredo foi substituído por Balduíno I. A conquista fora realizada mas agora tratava-se de conservar e administrar os territórios obtidos. Era conveniente conservar as cidades e as praças fortes e velar pela segurança das estradas. O inimigo fora vencido, mas não eliminado. Fundaram-se ordens, a que foram atribuídas missões diversas. Houve, entre outras, a Ordem Hospitaleira de Jerusalém, em 1110, a Ordem dos Irmãos Hospitalários Teutônicos, em 1112, e a Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo (futuros Templários), em 1118, quando Balduíno II era rei de Jerusalém.

O nome de Ordem do Templo só aparece em 1128, por ocasião do Concílio de Troyes, que codificou a sua organização. Em 1130, São Bernardo escrevia o seu De laude Novae Militiae ad Milites Templi, para assegurar a divulgação da Ordem. Dentro em pouco, as doações tinham-se tornado importantes, o recrutamento progredia e, quando o primeiro Grão-Mestre, Hugues de Payns, morreu, em 1136, sucedendo-lhe Robert de Craon, a Ordem do Templo já era coesa. Três anos mais tarde, Inocêncio III reviu alguns aspectos da regra e concedeu ao Templo privilégios exorbitantes.

Em 1144, Edessa foi retomada pelos muçulmanos, o que levou à organização da segunda cruzada, pregada por São Bernardo em 1147, enquanto a Ordem dos Templários continuava a adaptar-se e desenvolver-se. A operação viria a tornar-se num malogro, mas, no terreno, os cruzados resistiam, ainda assim, bastante bem aos assaltos muçulmanos. Todavia, Saladino (Ṣalāḥ ad-Dīn Yūsuf ibn Ayyūb) conseguia, pouco a pouco, unificar o mundo do Islã no Oriente Médio. Em 1174, apoderava-se de Damasco (Síria) e, em 1183, de Alepo. Em seguida, após o desastre de Hattin, onde morreram inúmeros católicos, Saladino conseguiu retomar Jerusalém, em 1187 (conquista reproduzida no filme Cruzada-Kingdom of Heaven), reduzindo assim o reino latino à região de Tiro.


Acima: Saladino e Guy de Lusignan. Em julho de 1187, Saladino capturou a maior parte do reino de Jerusalém. No dia 4 de julho de 1187 ele deparou-se, na Batalha de Hattin, com as forças combinadas de Guy de Lusignan, Rei Consorte de Jerusalém, e Raimundo III de Trípoli. Somente na batalha, o exército Cruzado foi em grande parte aniquilado pelo exército motivado de Saladino, naquilo que foi um desastre completo para os cruzados e uma virada na história das Cruzadas.

Uma terceira cruzada foi organizada em 1190, quando Robert de Sablé era Grão-Mestre da Ordem do Templo. Viria a permitir reconquistar Chipre e Acre, em 1191. Reunia Filipe Augusto, Frederico Barba Ruiva e Ricardo Coração de Leão. Este último bateu Saladino em Jafa e, depois, tendo sido vencido, tentou regressar a Inglaterra disfarçado de templário. Reconhecido, foi feito prisioneiro, uma história que é bem conhecida de todos quantos, na infância, vibraram com as aventuras de Robin Hood dos Bosques de Sherwood em Nottingham. Infelizmente, ao contrário do que reza a lenda, Ricardo Coração de Leão não foi o rei nobre que é descrito com bonomia e esteve longe de se comportar sempre de forma cavaleiresca. Morreu em 1196, três anos depois de Saladino e de Robert de Sablé.

Em 1199, foi decidida a quarta cruzada que teve muitas dificuldades para se pôr a caminho. Quando os cruzados avistaram Constantinopla, em 1202, esqueceram o seu objetivo, conquistaram a cidade, pilharam aquele reino cristão ortodoxo e organizaram os Estados Latinos da Grécia. Esse evento levou à fundação do Império Latino e à consolidação do Grande Cisma do Oriente entre a Igreja Católica e a Igreja Ortodoxa. No final desse século XIII, Wolfram von Eschenbach escrevia o seu Parzifal, onde os Templários apareciam como os guardiões do Santo Graal,dando inicio a lenda que perdura até os dias atuais.

Depois de se ter desviado do seu objetivo, a Palestina, para pilhar o reino bizantino, a cavalaria ocidental – nomeadamente a francesa – deve ter dito a si própria que não era necessário ir tão longe para enriquecer. Em 1208, foi pregada nova cruzada, mas esta consistia em ir sangrar o Sul de França, onde os Cátaros opunham a sua heresia gnóstica a um clero local pouco convincente, porque demasiado corrompido. Os barões do Norte preferiram ir matar os Albigenses a esbarrarem nas cimitarras dos muçulmanos.

Mesmo assim, foi organizada uma quinta cruzada, entre 1217 e 1221. Terminou com a tomada de Damieta, no Egito, e sem mais êxitos. Foi esta a época escolhida pelos Mongóis para lançarem uma operação de invasão, criando uma nova frente, muito difícil de manter. Sem muita dificuldade, apoderaram-se do Irã. Todavia, Frederico II de Hohenstaufen, imperador germânico excomungado pelo papa, devolvera Jerusalém aos cristãos. O que as armas não haviam conseguido, obtivera Frederico II mediante negociações diplomáticas. Infelizmente, em 1244, a Cidade Santa viria a cair nas mãos dos Turcos.

O fim de um reino e de uma ordem

Durante todo este tempo, os Templários estiveram praticamente em todas as frentes de batalha, alimentando, graças à gestão genial de um patrimônio ocidental colossal, o esforço de guerra no Oriente. Mas o povo, os nobres, começavam indubitavelmente a cansar-se. As vitórias e as derrotas sucediam-se, tornavam-se banais. Já não existia o entusiasmo inicial. Em contrapartida, o Oriente influenciara o Ocidente. O contato com outra civilização deixara marcas, principalmente entre os altos iniciados dos cavaleiros templários. Tinham aparecido produtos novos nos mercados da Europa; haviam-se desenvolvido técnicas e ciências graças a frutuosas relações estabelecidas entre sábios e letrados das duas civilizações. E muito conhecimento oculto e secreto foi descoberto pelos Cavaleiros do Templo em seu contato com judeus e muçulmanos.



O Ocidente abria-se ao fascínio do Levante.

Um homem ainda pensava ter o dever de levar o ferro da espada, em “nome de Cristo”, ao seio dos infiéis muçulmanos: Luís de França (canonizado pela igreja mais tarde). Em 1248, iniciou a catastrófica sétima cruzada. Em nome de um ideal, desdenhava das realidades, recusando-se a ouvir aqueles que, como os Templários, conheciam bem os problemas locais. Acumulou erros e sofreu uma grave derrota em Mansurá (Al-Mansurah), enquanto os Mamelucos turcos consolidavam o seu poder no Egito. Em 1254, “São” Luís regressou a França. Quatro anos mais tarde, os Mongóis de Gengis Khan apoderaram-se de Bagdá, em 1258, pondo fim ao califado abássida. Em 1260, foram repelidos para a Síria pelos Turcos e, no ano seguinte, os Gregos retomavam Constantinopla.

Em 1270, “São” Luís, que nunca percebera nada e nem sempre retirara as lições da sua primeira campanha, participava na oitava cruzada. Encontrou a morte em frente a Túnis, nesse mesmo ano. Em 1282, foi concluída uma trégua de dez anos com o Egito, enquanto os Cavaleiros Teutônicos haviam decidido levar as suas espadas mais para norte e criar um reino na Prússia (semente do estado germânico). Em 1285, Filipe III, cognominado o Audaz, que sucedera a São Luís no trono de França, extinguia-se, deixando o lugar a Filipe IV, o Belo. Seis anos mais tarde, com a derrota de São João de Acre, no decurso da qual foi morto o Grão-Mestre da Ordem do Templo, Guillaume de Beaujeu, a Terra Santa foi perdida e evacuada definitivamente. Os Cavaleiros Templários se retiraram para a ilha de Chipre.

Em 1298, Jacques de Molay tornou-se o Grão-Mestre da Ordem: o último Grão-Mestre. Um ano mais tarde, organizou uma expedição ao Egito, mas o reino latino de Jerusalém acabara de vez. Filipe, o Belo, teve violentos confrontos com o papa Bonifácio VIII, que o excomungou, em 1303. O sumo pontífice morreu nesse mesmo ano. Em 1305, o seu sucessor, também ele em litígio com Filipe, o Belo, morreu envenenado e o rei de França tornou papa um homem com quem fizera acordos: Bertrand de Got, que reinou sob o nome de Clemente V.

Nesse mesmo ano, foram lançadas acusações (forjadas por Filipe o Belo) de extrema gravidade contra a Ordem do Templo, que assumiram a forma de denúncias feitas perante o rei de França. Acusações duvidosas mas que surgiam num bom momento: a Ordem inquietava a muitos e o rei francês, falido, queria por a mão em suas riquezas, agora que o seu poder já não tinha onde se exercer no Oriente. Em 1306, Filipe, o Belo, sempre sem dinheiro, baniu os judeus do reino de França, não sem antes os ter espoliado dos seus bens e de ter mandado torturar alguns deles. Em 1307, mandou prender todos os cavaleiros templários do reino da França e escolheu para tal fim a data de 13 de Outubro,uma sexta feira.


Acima: Em primeiro plano, Jacques de Molay, o último Grão mestre da Ordem dos Cavaleiros Templários

A 17 de Novembro, o papa acedeu a pedir a prisão dos cavaleiros da Ordem dos Templários por toda a Europa. Foram realizadas acusações estereotipadas e a instrução do processo fez-se com a ajuda da tortura. Mesmo assim, o papa tentou organizar a regularidade dos procedimentos mas não ousou atacar diretamente o rei de França. Pouco a pouco, os Templários tentaram formalizar a sua defesa mas, a partir de 1310, alguns deles foram condenados e conduzidos à fogueira. Em 1312, quando do segundo concílio de Viena, a Ordem do Templo foi extinta sem ser condenada. Os bens dos Templários foram, teoricamente, devolvidos aos Hospitalários de São João de Jerusalém.

No dia 18 de Março de 1314, o Grão-Mestre, Jacques de Molay, e vários outros dignitários cavaleiros da Ordem dos Templários foram queimados vivos. Um mês mais tarde, a 20 de Abril, morreu, por sua vez, o papa Clemente V. No dia 29 de Novembro ocorreu a morte de Filipe, o Belo. A Ordem do Templo extinguira-se mas a sua história não terminara. Deixou vestígios que, tal como as catedrais que ajudara a construir, transpuseram o tempo. Vivera mais de dois séculos, período durante o qual a evolução da civilização ocidental fora muito importante, muito mais do que deixa entender a concepção estática que geralmente se tem em relação à Idade Média.

Foram dois séculos de evolução econômica, de desenvolvimento do comércio e do artesanato, de progresso nas artes. Dois séculos que marcaram para sempre o mundo. A Ordem dos Cavaleiros Templários esteve intimamente ligada a essa evolução e esse não é o menor dos mistérios que agora teremos de abordar.

Continua…

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21.10.15


Revelação Templária CAPÍTULO X ADIVINHANDO A CORRENTE SECRETA.

 Lynn Picknett e Clive Prince.

Edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch



A ruiva Madalena e o Graal

CAPÍTULO X – ADIVINHANDO A CORRENTE SECRETA 

Neste ponto da nossa investigação, fomos notavelmente confrontados com a aparente importância de Maria Madalena para uma rede secreta e herética. Fora daqui que tínhamos partido, com o astucioso e subliminar simbolismo da «Senhora M» da Ultima Ceia de Leonardo.

Contudo, nos anos que tinham decorrido desde que nos tínhamos sentido atraídos pelo mundo misterioso da heresia europeia, tínhamos percorrido muito terreno, em todas as acepções da palavra. Era tempo de fazer uma avaliação: o que tínhamos descoberto?

Edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch

Capítulo 10 – ADIVINHANDO A CORRENTE SECRETA – Livro “The Templar Revelation – Secret Guardians of the True Identity of Christ”, de Lynn Picknett e Clive Prince.


CAPÍTULO X – ADIVINHANDO A CORRENTE SECRETA 

A «Senhora M», que interpretámos como sendo Maria Madalena, era claramente de grande importância para Leonardo Da Vinci, que, diz-se, foi grão-mestre do Priorado de Sião. Certamente, os nossos inesperados encontros com membros do atual Priorado tinham reforçado a nossa suspeita de que ela era muito importante para eles. E o mesmo se aplica a João Baptista – uma figura que dominou a obra de Leonardo e que o Priorado venera com especial devoção.


As nossas múltiplas viagens ao Sul de França revelaram que havia algum fundamento para tomar a sério as lendas que referiam Madalena como tendo ali vivido, mas as suas associações com o culto da Madona Negra apontam para uma ligação pagã ao sagrado feminino. Tudo na veneração de Madalena está carregado de sexualidade – uma coisa particularmente evidente na sua associação com o poema de amor erótico, o Cântico dos Cânticos.

Mas há um aparente paradoxo. Por um lado, há evidências de que Madalena fosse a esposa de Jesus – ou, no mínimo, sua amante – , mas, por outro, ela é persistentemente associada a deusas pagãs. Isto parece totalmente irracional – por que razão devia a esposa do Filho de Deus ser associada, deste modo, a figuras como Diana, a Caçadora, e à deusa egípcia do amor e da magia, ÍSIS? Foi uma pergunta que acompanhou as nossas pesquisas.

Ao longo desta investigação, encontramos indivíduos e grupos, como os Templários, S. Bernardo de Clairvaux e o abade Saunière, que giravam em torno do tema central do Divino Feminino. Embora, para alguns deles, este tema possa ter sido apenas um ideal filosófico, o próprio fato de lhe ter sido dado um rosto feminino reconhecível aponta para uma devoção mais específica. Ela era, se não Madalena, ÍSIS, a antiga rainha do Céu e consorte de Osíris, o deus que-morre-e-ressuscita. Certamente, esta cadeia de associações – Madalena/ Madona Negra/ÍSIS – foi sempre o objetivo do Priorado. Para eles, uma Madona Negra representava tanto Madalena como ÍSIS, simultaneamente. Contudo, isto é muito estranho, porque a primeira é uma santa cristã e a última uma deusa pagã: seguramente, não há nenhuma associação possível.

Como vimos, os cátaros pareciam defender idéias inaceitáveis e heterodoxas sobre Madalena: na verdade, toda a cidade de Béziers foi “passada à espada” pelos soldados a mando de Roma devido a esta heresia. Para eles, ela fora a concubina (e sacerdotisa) de Jesus – uma idé ia que, curiosamente, repercute a dos Evangelhos gnósticos, que a descrevem como a mulher que Jesus frequentemente beijava na boca, a quem amava acima de qualquer outra pessoa. Os cátaros acreditavam que isto era verdade, embora com a maior relutância, porque a sua própria versão do gnosticismo considerava todo o sexo e procriação como, no máximo, um mal necessário.

Esta ideia da relação de Madalena com Jesus não tivera origem nos seus precursores bogomilos, mas era, de fato, corrente no Sul de França – numa cultura que procurava elevar o Feminino em todos os aspectos, como revela o florescimento da tradição trovadoresca. E, como vimos, o panfleto da «irmã Catarina» revela que as idéias sobre Maria Madalena, reveladas nos Evangelhos gnósticos, tinham, de algum modo, sido transmitidas ao século XIV.

Curiosamente, descobrimos que aqueles que eram aparentemente os mais masculinos dos homens, os Cavaleiros Templários – ou, pelo menos, a sua ordem interna -, também estavam fortemente empenhados na elevação do Feminino. A intensidade da sua veneração pelas Madonas Negras não era ultrapassada por nenhuma outra, e a sua demanda cavaleiresca do amor transcendental foi a inspiradora das grandes lendas do santo Graal.

Os Templários eram ávidos pelo conhecimento e a sua demanda era a sua principal força impulsionadora. Aproveitavam conhecimento em qualquer parte que o encontrassem: com árabes aprenderam os princípios da geometria sagrada, e os seus aparentes contatos próximos com os cátaros acrescentaram uma aparência gnóstica extra às suas já heterodoxas idéias religiosas. Desde o princípio, os interesses desta ordem de cavaleiros foram, essencialmente, ocultistas e esotéricos. A história pouco convincente das suas origens, como protetores dos peregrinos cristãos da Terra Santa, apenas chama a atenção para as anomalias que rodeavam a ordem.

A maior concentração de propriedades templárias da Europa encontrava-se no Languedoc Roussillon, essa estranha região do Sudoeste de França que parece ter atuado como um ímã para muitos grupos heréticos. O catarismo, no seu auge, tornou-se virtualmente a religião de estado da área, e foi ali que nasceu e floresceu o movimento trovadoresco. E a investigação recente revelou que os Templários praticavam a alquimia. Os edifícios de várias cidades do Languedoc, como Alet-les-Bains, ainda ostentam complexos símbolos alquímicos e têm também fortes associações templárias.


Depois dos sinistros acontecimentos que rodearam a extinção oficial dos Templários, a ordem tornou-se secreta e continuou a exercer a sua influência sobre muitas outras organizações. Como conseguiram os Templários fazer isso, e quem herdou o seu conhecimento, nunca se soube com certeza até aos últimos dez anos. Gradualmente, foi-se sabendo que os Templários continuaram a existir secretamente como rosacruzes, e o conhecimento que eles tinham adquirido foi transmitido a estas sociedade.

Descobrimos que o exame cuidadoso destes grupos revelava as preocupações subjacentes e consistentes dos Templários. Uma delas é uma grande, talvez mesmo excessiva, veneração por um ou ambos os santos de nome João – João Evangelista (ou o Amado!) e João Batista. Isto é intrigante porque os próprios grupos que parecem considerá-los tão sagrados dificilmente são cristãos ortodoxos, e parecem mesmo olhar Jesus com alguma frieza. Um destes grupos é o Priorado de Sião, mas o mais espantoso, neste contexto, é o fato de que, embora o Priorado denomine «João» os seus sucessivos grão-mestres, Pierre Plantard de Saint-Clair afirma que o título do primeiro desta dinastia – «João I» – está «simbolicamente reservado para Cristo”. Não sabemos por que se prestaria uma honra a Jesus ao chamar-lhe João.

Talvez a resposta resida na idéia, partilhada por estas sociedades, de que Jesus transmitiu os seus ensinamentos secretos ao jovem S. João, e é esta tradição que é defendida tão zelosamente pelos Templários, rosacruzes e maçônicos. E parece que João Evangelista se confundiu, aparentemente, de forma deliberada, com o Batista.

O próprio conceito de ter existido um secreto Evangelho de João era comum entre os «heréticos», desde os cátaros do século XII ao Leivitikon. É curioso que este fio joanino atravesse todos estes grupos, de forma penetrante e consistente, porque ele é também o menos conhecido. Talvez isto se deva apenas ao manto de secretismo que teve tanto êxito ao escondê-lo dos olhos do mundo durante tanto tempo.

O outro tema importante, que é continuado pelos vários tributários da «corrente secreta» da heresia, é o da elevação do Princípio Feminino e, especificamente, o reconhecimento do sexo como sacramento. A Grande Obra dos alquimistas, por exemplo, tem evidentes paralelos com os ritos sexuais tântricos – embora fosse apenas recentemente que essas conotações fossem compreendidas. Ironicamente, foi apenas quando a nossa cultura tomou conhecimento do tantrismo que as práticas de muitas tradições ocidentais antigas foram, finalmente, compreendidas.

A sabedoria feminina foi sempre muito desejada, tanto no sentido filosófico como no que se julgava ser conferido magicamente através do ato sexual. Esta demanda da sabedoria feminina – Sophia – é o fio que une todos os grupos que investigamos: por exemplo, os primeiros grupos gnósticos e herméticos, os Templários e os seus sucessores da Maçonaria do Rito Escocês Retificado. O texto gnóstico, o Pistis Sophia, associa Sofia a Maria Madalena, e Sofia também estava intimamente associada a ÍSIS – talvez isto ajude a explicar a aparente confusão da santa com a deusa por parte do Priorado de Sião. Contudo, isto é apenas uma indicação; não é a resposta.

A continuada importância de Madalena não está em dúvida. Contudo, os seus restos mortais foram procurados – e, possivelmente, ainda continuam a ser procurados – com inexplicável fervor. No século XIII, Charles d’Anjou empreendeu a sua busca com zelo fanático, embora ficasse claramente desiludido porque o seu descendente, o mais famoso Réne d’Anjou, dois séculos mais tarde, ainda continuava a procurá-los. Mesmo no fim do século XIX, o mesmo desejo ardente – encontrar os restos mortais da sua dileta Madalena – parece ter consumido o abade Saunière de Rennes-le-Château.

De qualquer modo, Madalena detém a chave de um grande mistério, um mistério que foi guardado ciosa e implacavelmente durante séculos. E parte desse segredo envolve intimamente João Batista (e/ou talvez João Evangelista). Logo que compreendemos que esse segredo existia, desejamos sacudir as teias de aranha da história e lançar alguma luz sobre ele. Mas isso não foi tarefa fácil: os grupos e as organizações que guardaram este segredo, ao longo dos anos, criaram meios de manter os estranhos bem afastados da verdade.

Embora alguns deles nos tivessem dado indicações ou pistas, ninguém ia revelar-nos o segredo central. Tudo o que sabíamos era que toda a evidência apontava para que o mistério fosse elaborado sobre uma base que, essencialmente, incluía Sofia (SABEDORIA) e João. Estes temas eram centrais – mas não sabíamos porquê, embora se encontrasse uma indicação no fato de que, qualquer que fosse o segredo, certamente ele não iria reforçar a autoridade da Igreja. Na verdade, esta grande heresia desconhecida constituiria a maior ameaça, não só ao catolicismo mas ao cristianismo, tal como o conhecemos. Os grupos que guardavam o segredo consideravam-se como tendo sido os detentores de uma informação sobre as verdadeiras origens do cristianismo e mesmo sobre o próprio homem Jesus.


Seja qual for a natureza deste segredo, é evidente que era alguma coisa importante – e significativa – para os séculos XIX e XX. Em Rennes-le-Château, Sanière recebia não apenas representantes da alta sociedade parisiense, como Emma Calvé, mas políticos e membros de famílias imperiais. Atualmente, Pierre Plantard de Saint-Clair e o Priorado de Sião têm sido associados a figuras como Charles de Gaulle e Alain Poher, um destacado estadista francês que, por duas vezes, foi presidente provisório.

Recentemente, correram rumores que associavam o falecido presidente François Mitterrand a Pierre Plantard de Saint-Clair. Certamente, Mitterrand visitou Rennes-le-Château em 1981, quando foi fotografado na Torre de Magdala e junto da estátua de Asmodeus, no interior da igreja. Pode ser significativo que ele tivesse nascido em Jarnac, onde foi sepultado em cerimônia privada enquanto os líderes mundiais assistiam a um serviço religioso em Notre-Dame de Paris. Segundo os estatutos do Priorado de Sião de 1950, há muito que Jarnac era um dos seus centros.

Atribui-se ao Priorado verdadeira influência na política européia e mesmo mundial. Mas por que deveriam as questões que estávamos a investigar, embora interessantes sob uma perspectiva histórica e filosófica, ter importância? Estas questões estão ligadas ao «voltar da Cristandade de cima para baixo» prometido pela união do Priorado de Sião e da «Igreja de João», que já discutimos?

A única coisa que Maria Madalena e João Baptista tinham em comum era o fato de serem santos e, aparentemente, figuras históricas do Novo Testamento. O único caminho lógico para continuar a investigação era o exame minucioso das suas vidas e dos seus papéis, na esperança de que eles revelassem a razão do seu contínuo fascínio para as tradições heréticas secretas. Se tínhamos alguma esperança de conseguir compreender a sua suprema importância para os iniciados dos grupos esotéricos mais importantes e mais bem informados, tínhamos de começar a ler a Bíblia a sério.

FIM DA PRIMEIRA PARTE DO LIVRO

Links partes anteriores:


  1. http://thoth3126.com.br/o-codigo-secreto-de-leonardo-da-vinci/
  2. http://thoth3126.com.br/a-revelacao-templaria-02a-no-mundo-secreto/
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  9. http://thoth3126.com.br/a-revelacao-templaria-5a-os-guardioes-do-graal/
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Posted by Thoth3126 on 21/10/2015
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09.09.15

Brasil, Portugal e os Cavaleiros Templários

Posted by Thoth3126 on 06/04/2015

Originalmente publicado em 6 de abril de 2015

A História de Portugal, 

os Cavaleiros Templários 

e o Brasil.


Desde o seu surgimento como estado, Portugal lutou muito para existir, enquanto um país soberano, contra vários adversários.

Primeiro foram os invasores muçulmanos vindos do norte da África desde o início do século VIII, que em 711 invadem a Península Ibérica, derrotam os Visigodos na batalha de Guadalete e em poucos anos ocupam todo o território, à exceção de uma zona a norte, as Astúrias e o país Basco.


Por Thoth3126@gmail.com


… Foi aí que se refugiaram os nobres visigodos, e foi daí que partiu a Reconquista Cristã das terras perdidas aos muçulmanos na Península Ibérica. Os Cristãos foram se organizando em vários reinos, o primeiro foi o das Astúrias, que mais tarde deu origem ao reino de Leão e Castela e depois se formou o reino de Navarra e Aragão.


Houve recuos e avanços na luta pela Reconquista e só quando os muçulmanos se dividiram é que os Cristãos ganharam terreno na península Ibérica, mas os muçulmanos pediram a ajuda aos Almorávidas e foi então que D. Afonso VI, rei de Leão e Castela foi obrigado a pedir ajuda aos franceses.





Um mapa com a evolução das fronteiras dos territórios na Península Ibérica ao longo da luta pela reconquista das terras aos muçulmanos, 790-1300. Em VERDE os territórios dominados pelos muçulmanos.


Então a Borgonha na França envia o Conde Dom Henrique para combater os mouros em 1094. Com os seus méritos de cavaleiro em batalha, D. Henrique ganha de D. Afonso VI o Condado Portucalense após casar-se com sua filha. Durante a Reconquista cristã foi formado o Condado Portucalense, constituído em 1095 em feudo do rei Afonso VI de Leão e Castela e oferecido a Henrique Conde de Borgonha, bisneto do rei francês que veio auxiliá-lo na luta pela reconquista de terras aos mouros, tendo também recebido a mão de sua filha, a infanta D. Teresa de Leão.


Este último condado era muito maior em extensão, já que abarcava também os territórios do antigo condado de Coimbra, suprimido em 1091, partes de Trás-os-Montes e ainda do sul da Galiza. Com o estabelecimento do Reino de Portugal em 1139, cuja independência foi reconhecida em 1143, e a estabilização das fronteiras em 1249, Portugal tornou-se assim o mais antigo Estado-nação da Europa.




Com o passar dos anos o Condado Portucalense deixa de ser um mero apêndice da Espanha para se tornar um estado soberano com dinastia real própria, com fronteiras bem definidas, claras divisões administrativas, um exército leal ao rei e com o reconhecimento e apoio do Santo Papa (algo fundamental naqueles tempos), sua própria moeda, e um idioma próprio com características bem distintas do resto da Europa, e que viria a criar um vasto tesouro literário para o qual contribuiriam gênios como Antero de Quental, Luís de Camões, Eça de Queiroz, Camilo Castelo Branco e muitos outros.

A primeira crônica escrita pelos portugueses sobre o Brasil (a conhecida carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal) é um exemplo das possibilidades que o idioma português é capaz de produzir em mãos hábeis comandada por mentes observadoras.

Existe um capítulo fundamental na extensa e aguerrida formação da história de Portugal que é pouco conhecida de nós brasileiros e pouco reconhecida pelos acadêmicos. A relevância da Ordem dos Cavaleiros Templários (os monges guerreiros) na história de Portugal. Os Templários foi uma Ordem de Cavalaria de guerreiros da elite da nobreza europeia, tendo seus altos escalões sido formados e preenchidos pelas principais casas da aristocracia da Europa.





O lema dos Templário: “Non nobis Domine, non nobis, sed nomini tuo da gloriam“ (Salmo. 115:1 – Vulgata Latina) que significa “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá glória” (tradução Almeida).

A Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão (em latim “Ordo Pauperum Commilitonum Christi Templique Salominici“), mais conhecida como Ordem dos Templários, Ordem do Templo ou Cavaleiros Templários, foi uma das mais famosas Ordens Militares de Cavalaria.

A organização existiu por cerca de dois séculos na Idade Média, fundada no rescaldo da Primeira Cruzada de 1096, com o propósito original de proteger os cristãos que voltaram a fazer a peregrinação a Jerusalém após a conquista da Terra Santa. Os seus membros faziam votos de pobreza e castidade e da fé em Cristo para se tornarem monges, usavam mantos brancos com a característica cruz vermelha, e o seu símbolo passou a ser um cavalo montado por dois cavaleiros.

O nome da ordem é em decorrência do local onde originalmente se estabeleceram (no Monte do Templo em Jerusalém, onde existira o Templo de Salomão, destruído em 70 d.C pelas legiões romanas de Tito Vespasiano, e onde se ergue a atual Mesquita de Al-Aqsa). Os Templários entraram em Portugal ainda no tempo de D. Teresa, que lhes doou a povoação de Fonte Arcada, Penafiel, em 1126.





Igreja do Castelo dos Templários de Tomar. A sua planta circular evoca a Igreja dos Templários em Jerusalém.

Um ano depois, a viúva do conde D. Henrique entregou-lhes o Castelo de Soure sob compromisso de colaborarem na conquista de terras aos mouros. Em 1145 receberam o Castelo de Longroiva e dois anos decorridos ajudaram D. Afonso Henriques na conquista de Santarém e ficaram responsáveis pelo território entre o Mondego e o Tejo, a montante de Santarém.

Os Templários Portugueses a partir de 1160 ficaram sediados na cidade de Tomar.

Através da bula papal Regnans in coelis em 12 de agosto de 1308, o Papa Clemente V dá conhecimento aos monarcas cristãos do processo movido contra os Templários, e pela bula Callidi serpentis vigil (dezembro de 1310) decretou a prisão e a extinção dos mesmos.

Em Portugal, a partir de 1310 e da bula papal o rei D. Dinis buscou evitar a transferência dos bens da ordem extinta pela igreja para os Hospitalários e sutilmente apoiou todos os Cavaleiros Templários que buscaram refúgio em seu reino. Posteriormente, a 15 de março de 1319, pela bula papal Ad ae exquibus o Papa João XXII instituiu a Ordo Militiae Jesu Christi (Ordem da Milícia de Jesus Cristo) à qual foram atribuídos os bens da extinta ordem dos Templários no país.





A primeira sede dos Cavaleiros Templários, a Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém, o Monte do Templo. Os Cruzados chamaram-lhe de o Templo de Salomão, como ele foi construído em cima das ruínas do Templo original, e foi a partir desse local que os cavaleiros tomaram seu nome de Templários.

Além de possuir riquezas (até hoje ainda procuradas) e uma enorme quantidade de terras na Europa, a Ordem dos Templários possuía uma grande esquadra de navios. Os cavaleiros, além de temidos guerreiros em terra, eram também exímios navegadores e utilizavam sua frota para deslocamentos e negócios com várias nações.

Devido ao grande número de membros da Ordem, apenas uma parte dos cavaleiros foram aprisionados (a maioria franceses). Os cavaleiros de outras nacionalidades não foram aprisionados e isso possibilitou-lhes refugiarem-se em outros países. Segundo alguns historiadores, alguns cavaleiros foram para a Escócia, Suíça, Portugal e até mais distante, usando seus navios. Muitos deles mudaram seus nomes e se instalaram em países diferentes, para evitar uma perseguição do rei francês e da Igreja.




O desaparecimento da esquadra da ordem é outro grande mistério. No dia seguinte ao aprisionamento dos cavaleiros franceses, toda a esquadra zarpou dos portos franceses durante a noite, desaparecendo sem deixar registros, para nunca mais ser vista. Por “coincidência” nessa mesma data (1307), o Rei Português D. Dinis nomeava o primeiro almirante Português de que existe memória, apesar de Portugal não ter armada.

Por outro lado, D. Dinis evitava entregar os cavaleiros Templários e os bens dos mesmos à Igreja e conseguiu criar uma nova ordem de cavalaria, a nova Ordem dos Cavaleiros de Cristo em 1318 com base na Ordem Templária, adotando para símbolo uma adaptação da cruz orbicular Templária, levantando a dúvida de que ele estava protegendo os Cavaleiros Templários e podemos supor que foi com a honra intacta que todos eles ingressaram na nova ordem criada por dom Dinis, rei de Portugal.

Na verdade, não há consenso entre os historiadores sobre a composição da nova ordem de cavaleiros e monges guerreiros, para alguns, os templários portugueses (presentes no país desde os tempos do fundador dos Templários, Hugo de Payns) teriam apenas trocado de nome. De qualquer maneira, a Ordem dos Cavaleiros de Cristo herdou todas as propriedades e fortalezas de sua antecessora, assim como os votos de pobreza, castidade e obediência (agora ao rei de Portugal).





Caravela Templária, da Ordem dos Cavaleiros de Cristo, que se fizeram ao Mar quando o tempo chegou: em 08 de Março de 1500, para (re)descobrirem o Brasil.

Novas mudanças liberaram os cavaleiros de seu voto de castidade e pobreza, permitindo que navegadores como Cristovão Colombo, Pedro Álvares Cabral e Vasco da Gama se tornassem membros da Ordem de Cristo. Os navios que aportaram no Brasil pela primeira vez traziam em suas velas o emblema da Cruz da Ordem de Cristo, aparentemente uma versão modificada da antiga cruz templária.

Ao longo do século seguinte, os consideráveis recursos militares, econômicos, e principalmente o conhecimento de rotas e correntes marítimas, da construção de navios oceânicos, a posse de mapas, e o CONHECIMENTO DE TERRAS EXISTENTES À OESTE DE PORTUGAL que os líderes da ordem dos Cavaleiros Templários detinham quando passaram a ser comandados pelo rei Dom Dinis, foram direcionados para a expansão marítima portuguesa, que estava ganhando impulso. A Ordem de Cristo ganharia soberania sobre os territórios que conquistasse na África, bem como direito a 5% do valor das mercadorias vindas da região.

Os ex-templários, agora Cavaleiros da Ordem de Cristo, estabeleceram escolas náuticas e construíram estaleiros, sigilosamente construíam navios e confeccionavam mapas geográficos costeiros e náuticos, com correntes marinhas, ilhas, ilhotas e abrolhos, estudavam a navegação pelos astros, os ventos, a atmosfera, e a dirigibilidade das velas; determinavam como deviam ser construídos os cais e ancoradouros; compilaram o que hoje se chamaria uma minuciosa oceanografia. Sempre almejando derrotar os mouros e lançar-se ao grande mar em busca de “novas” terras que eles já sabiam que existiam.



Portugal vive assim quatro séculos, de 1200 a 1600 mergulhado em febril projeto de expansão marinha. Desbrava e conquista muitos locais, a Ilha da Madeira e os Açores e mais locais no litoral na África, ali fincando fortes e postos avançados para comércio e evangelização dos povos nativos.

Assim igrejinhas brancas são erguidas nos cimos dos morros para serem vistas de longe, de quem chega pelo mar. Novas colônias são implantadas. No início do século XVII Portugal já é o quinto país mais poderoso do mundo.

Pedro Álvares Cabral era um membro nobilíssimo da Ordem dos Cavaleiros de Cristo. Em segredo ele era um Cavaleiro Templário que quando chegou à Terras de Vera Cruz, mais tarde Santa Cruz e por fim Brasil, nas praias da Bahia ele trazia em suas mãos, em um gesto reverente e respeitoso, a bandeira da Ordem dos Cavaleiros de Cristo, sucessora dos Cavaleiros Templários, que foi hasteada na praia. Não era a bandeira do Reino de Portugal, mas a da Ordem dos Cavaleiros de Cristo. O mesmo gesto o navegante sob a bandeira espanhola, Cristovão Colombo teve ao descer nas novas terras das ilhas que descobrira quando chegou à America do Norte, também desfraldando a bandeira dos Cavaleiros Templários …


“E CRISTO, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele também os seus discípulos; e, abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo:

Bem-aventurados os humildes, porque deles é o reino dos céus;

Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;

Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;

Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;

Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;

Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;

Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus” – Mateus 5:1-10

Originalmente publicado em Abril 2013.


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04.09.15

Os Cavaleiros Templários 

e a Arca da Aliança, 

capítulo  7 

 A Montanha de Deus

Posted by Thoth3126 on 09/11/2014

 





Antes de começar a tentar identificar o Monte Sinai, precisava determinar se o relato do livro de Macabeus a respeito do esconderijo da Arca era historicamente plausível. Ele dizia que Jeremias tinha escondido a Arca na montanha onde Moisés tivera sua visão da Terra Prometida, e o relato de Levítico identificava o local como o Monte Sinai.

Como já estava convencido, Jeremias era, dentre todas, a mais provável escolha para ser o responsável pela retirada da Arca do Templo de Jerusalém, portanto não havia nada de improvável com relação a esse aspecto do livro de Macabeus…

Thoth3126@gmail.com

Livro Os Cavaleiros Templários e a Arca da Aliança, de Graham Phillips, Editora Madras – Capítulo VII – A Montanha de Deus

http://grahamphillips.net

Capítulo VII – A Montanha de Deus

… Mas e o Monte Sinai (na península de mesmo nome) como localização de seu (da Arca da Aliança) esconderijo secreto?

Quanto mais aprofundava minhas pesquisas, mais o Monte Sinai parecia,
de fato, o lugar mais lógico para Jeremias, ou qualquer outro judeu da época, levar a Arca. De acordo com a Bíblia, o Monte Sinai era o local mais sagrado dos antigos israelitas antes do Templo de Jerusalém ser construído. Foi ali que Deus falou com Moisés pela primeira vez de cima de um arbusto em chamas; foi para lá que Moisés conduziu os israelitas depois de fugirem do Egito; e foi ali que Deus revelou aos israelitas suas leis religiosas, estabeleceu os Dez Mandamentos, e ordenou a construção da Arca.

Tudo isso pode muito bem ter sido razão suficiente para que Jeremias considerasse ali um lugar apropriado para esconder a Arca. No entanto, o Templo de Jerusalém e a montanha sagrada tinham algo em comum que parecia fazer do Monte Sinai o único lugar para onde a Arca poderia ser levada. Acreditavase que os dois lugares — e somente eles — eram habitados por Deus. No Antigo Testamento, o Monte Sinai é várias vezes chamado de a
Montanha de Deus porque acreditava-se que Deus, literalmente, morava ali.


O Monte Sinai, na península de mesmo nome

Repetidas vezes, a montanha é descrita como a “santa habitação” de Deus (por exemplo, no Êxodo 15:13 e Deuteronômio 26:15) ao passo que outras referências especificam que Deus morava na montanha sagrada. Por exemplo, Êxodo 24:16 diz que “O Senhor repousou sobre o Monte Sinai.” O historiador judeu do século I, Josephus, confirma que isso não era uma metáfora e que os antigos israelitas de fato acreditavam que Deus habitava a montanha. Com relação ao lugar onde Moisés encontrou o arbusto em chamas, ele escreveu:

“Agora esta é a montanha mais alta de toda a região, e a melhor terra para pastagem, sendo ali o melhor lugar para a ervagem; e não fora assim antes de ser pastada, porque os homens de opinião acreditavam que Deus ali habitava.”
(Antiguidades 1981) No entanto, após ser construído, os israelitas acreditavam que o Templo de Jerusalém era a nova “santa habitação” de Deus. No segundo livro das Crônicas, Salomão explica por que construiu o Templo: “Eu te tenho edificado uma casa para morada para ti (Deus), e um lugar para a tua eterna habitação.” (2 Cr 6:2). De acordo com 2 Crônicas portanto, o Templo de Jerusalém passava a ser, para todo o sempre, a única casa de Deus.

Diferente das noções católicas e judaicas de todas as igrejas ou sinagogas serem a casa do Senhor, para os antigos israelitas havia somente uma morada. Havia outros templos e santuários onde Deus podia ser adorado, mas só podia existir uma única “casa de Deus.” Até o momento da invasão babilônica, o Templo continuou a ser chamado de a Casa de Deus. No reinado do rei judaico Acaz, no século VIII a.C: “E ajuntou Acaz os utensílios da casa de Deus” (2 Cr 28:24).

No reino de Ezequias, no século VII a.C: “E toda a obra que começou no serviço da casa de Deus” (2 Cr 31:21). E no tempo em que os babilônios saquearam o Templo, no século VI a.C: “E queimaram a casa de Deus” (2 Cr 36:19).
Com o Templo ameaçado, o Monte Sinai teria sido o lugar mais adequado
para que Jeremias levasse a Arca: aquele era a outra única “santa habitação” de
Deus. Entretanto, ao continuar examinando os textos do Antigo Testamento,
comecei a perceber que havia uma outra, e mais convincente, razão para que
Jeremias tivesse levado a Arca para o Monte Sinai.



Não era exatamente a Arca que precisava ser retirada do Templo, mas a presença de Deus (que ela continha) para a qual ela fora construída para abrigar. De acordo com o livro do Êxodo, Deus apareceu, de forma física, para os israelitas pela primeira vez no Monte Sinai:

“E disse o Senhor a Moisés: eis que eu virei a ti numa nuvem espessa, para que o povo ouça, falando eu contigo… E estejam prontos para o terceiro dia; porquanto no terceiro dia o Senhor descerá diante dos olhos de todo o povo sobre o Monte Sinai”. (Ex 19:9-11)

Não fica claro, exatamente, de que forma Deus apareceu, mas Ele de alguma forma, se manifestou dentro de uma nuvem densa de fumaça:

“E todo o monte Sinai fumegava, porque o Senhor descera sobre ele em fogo: e a sua fumaça subiu como fumaça de uma fornalha, e todo o monte tremia grandemente… E, descendo o Senhor sobre o monte Sinai, sobre o cume do monte”. (Ex 19:18-20)


Uma Cloud Ship suspensa sobre o Monte Shasta, perto de Sacramento, Califórnia, EUA. “A glória do senhor” também frequenta outras montanhas, também sagradas e em outras terras nos dias de hoje

Antes de os israelitas deixarem o Monte Sinai para continuar sua jornada
pelo deserto, Deus ordenou que construíssem a Arca. Por mais estranho que possa parecer ao pensamento moderno, a Arca foi, na verdade, feita para abrigar o próprio Deus. No relato do Êxodo, Deus disse a Moisés o que fazer:

E me farão um santuário; e habitarei no meio deles. Conforme tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo, e para modelo de todos os seus pertences, assim mesmo o fareis. Também farão uma arca de madeira de acácia; o seu comprimento será de dois côvados e meio, e a sua largura de um côvado e meio, e de um côvado e meio a sua altura. (Ex 25:8-10)

A parte mais essencial parece ser a que fala do misterioso propiciatório,
sobre o qual Deus podia se manifestar:

Também farás um propiciatório de ouro puro… E porás o propiciatório em cima da arca… E ali virei a ti, e falarei contigo de cima do propiciatório. (Ex 25:17-22)

A presença de Deus estava agora no interior da Arca, porque quando os
israelitas deixaram o Monte Sinai, a miraculosa nuvem de fumaça pairou sobre ela:

Assim partiram do monte do Senhor caminho de três dias: e a arca da aliança do Senhor caminhou diante deles caminho de três dias, para lhes buscar lugar de descanso. E a nuvem do Senhor ia sobre eles de dia, quando partiam do arraial.(Nm 10:33-34)

Toda vez que os israelitas montavam acampamento, a Arca era colocada no tabernáculo ou “tenda da congregação” atrás de um véu ou cortina especiais. Falou mais o Senhor a Moisés, dizendo:

No primeiro dia do primeiro mês, levantarás o tabernáculo da tenda da congregação. E porás nele a arca do testemunho, e cobrirás a arca com o véu. (Ex 40:1-3)

Parece que esse véu separava o lugar sagrado da Arca do restante do
tabernáculo:

Pendurarás o véu debaixo dos colchetes, e porás a arca do testemunho ali dentro do véu; e este véu vos fará separação entre o santuário e o lugar santíssimo. (Ex 26:33)



Sobre o Monte Sinai, quando Deus conversara com Moisés, apareceu
sobre o pico da montanha. Agora, porém, ele apareceu onde a Arca estava, de trás do véu no tabernáculo. Sua presença, no entanto, podia ser fatal para qualquer pessoa que chegasse perto demais, conforme o irmão de Moisés, Aarão, foi avisado:

Disse, pois, o Senhor a Moisés: Dizei a Aarão, teu irmão, que não entre no santuário em todo o tempo, para dentro do véu, diante do propiciatório que está sobre a arca; para que não morra: porque eu aparecerei na nuvem sobre o propiciatório. (Lv 16:2)

Assim como no Monte Sinai, a presença de Deus sobre a Arca era chamada de a glória do Senhor — já descrita como o fogo devorador: “Então a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do Senhor encheu o tabernáculo”. (Ex 40:34).

Passagens bíblicas como essas mostram claramente que a presença de Deus, que antes acreditavam ter habitado exclusivamente sobre o Monte Sinai, era
agora vista como (deus) residindo com a Arca. Assim como a barca egípcia que carregava a estátua do deus Amun quando deixava o Templo de Karnak, a Arca da Aliança parece ter sido considerada um meio de transporte de Deus — ou algo por meio do qual Deus podia se manifestar — de sua santa habitação no Monte Sinai.


Estudiosos do acampamento dos israelitas durante o Êxodo indicam que há cerca de duzentas referências à Arca da Aliança no Antigo Testamento, quase todas envolvendo o período entre o Êxodo e a construção do Templo.

Quando o Monte Sião foi, mais tarde, consagrado como uma nova montanha sagrada e o Templo de Jerusalém foi, por fim, construído para ser a “casa de Deus”, parece que a presença de Deus deixou a Arca para habitar no interior do santuário do Templo. O primeiro livro dos Reis descreve como a Arca foi carregada para dentro do Templo quando este ficou pronto: “Assim trouxeram os sacerdotes a arca da aliança do Senhor ao seu lugar, ao oráculo da casa, ao lugar santíssimo” (1 Reis 8:6). Nessa época, a Arca foi aberta pela primeira vez após muitos anos:

Na arca nada havia, senão só as duas tábuas de pedra, que Moisés ali pusera junto ao monte Horebe-Sinai, quando o Senhor fez uma aliança com os filhos de Israel, saindo eles da terra do Egito. (1 Reis 8:9) Contudo, assim que a Arca foi aberta, algo miraculoso aconteceu: E sucedeu que, saindo os sacerdotes do santuário, uma nuvem encheu a casa do Senhor. E os sacerdotes não podiam permanecer em pé para ministrar, por causa da nuvem: porque a glória do Senhor enchera a casa do Senhor. (1 Reis 8:10-11)

O Rei Salomão então explicou o que aconteceu: “O Senhor disse que ele habitaria nas trevas. Certamente te edifiquei uma casa para morada, assento para a tua eterna habitação” (1 Reis 8:12-13). Salomão está interpretando a nuvem e a “glória do Senhor” que enche o local enquanto a presença de Deus deixa a Arca para habitar, de forma permanente, no Templo.

Minha perspectiva era a de que não importava se esses episódios miraculosos ocorreram historicamente ou não. O mais importante era que os judeus no tempo da invasão dos babilônios acreditavam que sim. As escrituras sagradas
garantiam que a presença de Deus havia sido levada do Monte Sinai para dentro do Templo de Jerusalém, na Arca da Aliança. Jeremias sabia que os babilônios iriam invadir Jerusalém, e que, provavelmente, destruiriam o Templo como um ato de represália. Se o Templo de Jerusalém não era mais um lugar seguro para a presença de Deus habitar, certamente teria de ser devolvida para o local de onde viera originalmente: o Monte Sinai.


O interior do Tabernáculo, contendo o Menorah sagrado, a Arca da Aliança e as oferendas e a nuvem que enchia a casa do Senhor…

Tudo que sabemos no relato do Êxodo é que o Monte fica em algum lugar no Deserto de Sinai: Ao terceiro mês da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, no mesmo dia chegaram ao deserto de Sinai. Porque partiram de Refidim, e entraram no deserto de Sinai, onde se acamparam; Israel, pois, ali se acampou em frente ao monte. (Ex 19:1-2)A única maneira de transportar essa presença divina era por meio da Arca da Aliança. Em suma, parecia que a Arca tinha de ser levada de volta para o Monte Sinai e nenhum outro lugar. Eu estava convencido de que o Monte Sinai era o lugar mais provável para Jeremias esconder a Arca. A grande pergunta então era: onde exatamente ficava o Monte Sinai? Curiosamente, considerando-se o significado religioso da Montanha de Deus, a Bíblia não era nada transparente com relação à sua localização verdadeira.

Infelizmente, a inclusão do nome Refidim, onde os israelitas estiveram,
não é de grande serventia. Esse não é o nome de um lugar; apenas quer dizer “lugar de descanso.” Foi onde os israelitas acamparam por algum tempo para se
recuperarem e permitir que seus animais pastassem. Tudo que aprendemos nessa passagem é que a Montanha de Deus fica em algum lugar no Deserto de Sinai. Dentre as localizações conhecidas citadas no Antigo Testamento, podemos deduzir que a região conhecida como o Deserto de Sinai se estendia por um largo território, incluindo a atual Península de Sinai no sul do Egito, partes do sul de Israel e da Jordânia, e até mesmo, uma parte da Arábia Saudita.

Não era um deserto como o Saara, com grandes extensões de terra, mas um campo pedregoso, empoeirado e árido com vegetação esparsa, entremeado por ocasionais oásis de solo fértil. Media aproximadamente quatrocentos quilômetros de norte a sul e 350 quilômetros de leste a oeste. Isso corresponde a cerca de 55.000 milhas quadradas. Havia muitas montanhas nesse considerável espaço, e a Montanha de Deus poderia ter sido qualquer uma delas. De fato, sua verdadeira localização do período da Era cristã parece ter sido totalmente esquecida.

No século IV d.C, o primeiro imperador cristão romano, Constantino, o Grande, acreditava ter descoberto onde era o Monte Sinai. Em segredo, ele
proclamou que se tratava de uma montanha específica na ala sul da Península de Sinai, no Egito. Segundo a opinião geral, ele descobriu a localização a partir de uma visão ou de um sonho de sua mãe, Helena (a mesma Helena responsável pela construção da original Igreja da Natividade). Constantino mudou o nome do lugar para Monte Sinai, e logo depois, o mosteiro de Santa Catarina foi fundado ali e rapidamente tornou-se um dos principais centros de peregrinação.


Mosteiro de Santa Catarina e ao fundo o Monte Sinai.

Mesmo hoje em dia, o mosteiro ainda é ocupado por monges que afirmam ser o prédio continuamente habitado mais antigo no mundo. Não se sabe, nos dias de hoje, o antigo nome da montanha. A maioria dos mapas ocidentais ainda se referem ao local como o Monte Sinai, ao passo que os mapas árabes o chamam de Jebel Musa — a “Montanha de Moisés”. Entretanto, apesar de o lugar ainda atrair milhares de turistas todo ano, estudiosos contemporâneos não foram capazes de descobrir nenhuma evidência bíblica ou histórica para apoiar a crença de Constantino ou de sua mãe.

Céticos com relação a Jebel Musa, uma série de arqueólogo modernos
chegaram a propor outras localizações para o Monte Sinai. Uma das teorias mais recentes vem do respeitado paleontólogo italiano Emmanuel Anati, que indicou o Monte Karkom, próximo a El Kuntilla em Israel, a cerca de quarenta quilômetros ao norte de Elat. Anati, que baseou sua conclusão na descoberta ao pé da montanha dos restos de habitações circulares e de um altar cercado por doze pedras erguidas.

De acordo com Êxodo 24:4, Moisés construiu um altar e doze pilares abaixo da
Montanha de Deus para representar cada uma das doze tribos hebraicas. Apesar da comoção inicial, porém, uma escavação recente datou os restos de cerca de 2000 a.C, cinco séculos antes mesmo do período do Êxodo.
Uma outra teoria recente identificou a Montanha de Deus como Jebel al-
Lawz, na Arábia Saudita. Em 1986 dois exploradores americanos, Ron Wyatt e
David Fasold, viajaram até a montanha, na esperança de encontrar as jóias egípcias que a Bíblia diz que os israelitas levavam consigo durante o Êxodo. No entanto, foram quase que imediatamente presos por escavações ilegais, ameaçados de aprisionamento pelas autoridades sauditas, e deportados.

Sua identificação de Jebel al-Lawz como a montanha de Deus baseava-se em suas hipóteses de que o monte está localizado onde antes era a terra de Midiã. De acordo com Êxodo, foi para lá que Moisés fugiu após seu exílio do Egito. Como Jebel al-Lawz é a montanha mais alta nessa região, pareceu lógico a Wyatt e Fasold que esse seria o local de onde Deus teria se comunicado com Moisés.

Mais recentemente, uma outra dupla de exploradores americanos decidiu
seguir os passos de Wyatt e Fasold. O milionário de Wall Street, Larry Williams, e o ex-policial Bob Cornuke, cruzaram de maneira ilegal o território saudita para pesquisar a montanha em busca de evidências de que aquele era, na verdade, o Monte Sinai. Ao entrar ilegalmente na área, hoje toda cercada, Williams e Cornuke procuraram correspondências com o registro bíblico.

Próximo ao pé da montanha, avistaram uma pilha de rochas que tinham desenhos de touros. Esse, Williams e Cornuke decidiram, deve ser o altar onde dizem que os israelitas adoravam o bezerro de ouro. Mais acima da ladeira, Williams e Cornuke encontraram uma enorme estrutura de pedras, perto da qual havia os restantes do que pareciam ser doze torres de pedra, cada uma com cerca de cinco metros e meio de diâmetro.

Identificaram a estrutura de pedra como o altar construído por Moisés e as torres como os doze pilares que ele ergueu ao seu redor. Diferente de seus predecessores, Williams e Cornuke conseguiram escapar das autoridades sauditas, mas suas descobertas não foram capazes de convencer seus críticos, e diversos arqueólogos questionaram sua teoria. O estudioso bíblico Allen Kerkeslager, por exemplo, ressaltou que a pilha de pedras que Williams e Cornuke identificaram como o altar do bezerro dourado — por causa das fotografias de touros — era na verdade, uma construção comum na região, que
tinha como intenção, nos tempos antigos, comunicar-se por meio de mensagens que abordavam a caça e outras atividades pastoris.


O bezerro de ouro hoje esta em Wall Street

Aquilo que os exploradores identificaram como as torres de pedra, Kerkeslager sugeriu, eram aterros comuns ao longo de todo o noroeste da Arábia. Acirrados debates acadêmicos ainda cercam muitos locais propostos para o Monte Sinai, e sua verdadeira localização permanece como um dos mistérios mais contestados da Bíblia. Entretanto, quando analisei as diversas referências do Antigo Testamento a respeito da Montanha de Deus com mais cuidado, cheguei à conclusão de que ofereciam algumas pistas muito importantes que pareciam ter sido completamente ignoradas.

A Montanha de Deus é chamada por dois nomes diferentes no Antigo Testamento: Monte Sinai e Monte Horebe, ou apenas Horebe. A Bíblia não deixa dúvidas de que essas eram a mesma montanha. As leis sagradas que dizem ter sido reveladas por Deus aos israelitas na Montanha de Deus são citadas na Bíblia como “a Aliança”, e diversas vezes quando o livro de Deuteronômio fala da Aliança, refere-se a Horebe. Por exemplo: “Deus fez uma aliança conosco em Horebe” (Dt 5:2). De fato, 1 Reis 19:8 diz muito especificamente que Horebe é a Montanha de Deus. Com relação ao profeta Elias, esse versículo nos diz: “Levantou-se, pois, e comeu e bebeu; e com a força daquela comida caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus.”

Por que a montanha tem dois nomes diferentes é um mistério, mas pode
ter sido porque, como o próprio Deus, a montanha era considerada sagrada demais para ser chamada por seu nome. Como o termo indica, Monte Sinai apenas se refere a uma montanha no Deserto de Sinai, enquanto a palavra hebraica horeb apenas quer dizer algo como “montanha no deserto.” (Lingüistas bíblicos sugeriram que se trata de uma combinação de duas palavras hebraicas: hor, que significa “monte”, e choreb, “um lugar seco ou deserto”.

O Deuteronômio apenas uma vez se refere à montanha santa como Monte Sinai; em outras ocasiões ela é chamada apenas de “o monte” ou “monte de Deus”. Em outras palavras, nenhum desses nomes identifica um local específico; a Montanha de Deus pode ser qualquer montanha no Deserto de Sinai. O que eu precisava descobrir, era seu nome verdadeiro, o que significava ter de averiguar, com mais exatidão, onde, de fato, acreditavam ficar o monte. Havia alguma pista na Bíblia? Como acabei descobrindo, havia, na verdade, dois incidentes que diziam ter ocorrido na Montanha de Deus que indicavam uma região específica do Deserto de Sinai — não Midiã, no sul do deserto, como Wyatt e Fasold propuseram, mas Edom no norte.

O primeiro indicador que descobri foi no livro do Êxodo, na passagem que
mencionava Moisés e o arbusto em chamas. De acordo com Êxodo 2:15-21, após ser forçado para o exílio do Egito, Moisés estabeleceu-se na terra de Midiã, onde se casou com a filha de um sacerdote local chamado Jetro. Alguns anos mais tarde, Moisés estava cuidando do rebanho de seu sogro quando se deparou com um arbusto que ardia em chamas sem ser consumido. Foi dentro deste fogo milagroso que Moisés ouviu, pela primeira vez, a voz de Deus.

De acordo com Êxodo 3:1, esse evento aconteceu em Horebe, a Montanha de Deus: E apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote em Midiã; e levou o rebanho atrás do deserto, e chegou ao monte de Deus, a Horebe. Midiã era o nome antigo para a região leste do Golfo de Aqaba, onde hoje é o extremo noroeste da Arábia Saudita. Exatamente como os beduínos de hoje, os povos de Midiã eram de pastores nômades. Grupos de famílias inteiras conduziam seus rebanhos de ovelhas e cabras por centenas de quilômetros no prazo de um ano por todo o Deserto de Sinai até o norte de Midiã, sempre em busca de terrenos bons para a pastagem dos animais.

Parece que era isso o que Moisés estava fazendo quando se deparou com o arbusto em chamas. Se o deserto citado no versículo acima era o Deserto de Sinai, as palavras “atrás do deserto” — onde a Montanha de Deus ficava sob a perspectiva de Midiã — deveria ficar no extremo norte da região. Isso seria em algum lugar da região hoje chamada de Deserto de Negev, ao sul da Jordânia — uma terra que nos tempos bíblicos era chamada de Edom. A segunda pista da localização da Montanha de Deus, eu encontrei depois no relato do Êxodo. Após Moisés voltar para o Egito e comandar os israelitas à liberdade, voltou com eles para Horebe para mais uma vez se comunicar com Deus na montanha santa.



Quando lá chegaram, os israelitas estavam sem água e mortos de sede. Moisés, porém, salvou-os com um milagre: Então disse o Senhor a Moisés, Passa diante do povo, e toma contigo alguns dos anciãos de Israel; e toma na tua mão a tua
vara, com que feriste o rio, e vai. Eis que eu estarei ali diante de ti sobre a rocha, em Horebe; e tu ferirás a rocha, e dela sairão águas e o povo beberá. (Ex 17:5-6)

Embora essa passagem específica não nos dê pista alguma com relação
à localização exata de Horebe, o mesmo incidente é citado no livro dos Números: Então Moisés tomou a vara de diante do Senhor, como lhe tinha
ordenado… Então Moisés levantou a sua mão, e feriu a rocha duas vezes com a sua vara; e saiu muita água; e bebeu a congregação e os seus animais. (Nm 20:9-11)

Essa passagem não diz que o incidente ocorreu na Montanha de Deus —
e é por isso que dá a impressão de não ter sido percebido — mas fica claro que se trata do mesmo evento. No entanto, alguns versículos depois, ficamos sabendo onde ele aconteceu. Assim que os israelitas conseguiram se refrescar, Moisés envia um mensageiro para pedir permissão ao rei local para poder passar por suas terras: Depois Moisés, de Cades, mandou mensageiros ao rei de Edom, dizendo: Assim diz teu irmão Israel… Deixa-nos, pois, passar pela tua terra. (Nm 20:14-17)

A passagem do Êxodo diz que o episódio da água milagrosa da rocha
aconteceu em Horebe, a Montanha de Deus, ao passo que a passagem dos
Números nos diz que esse mesmo evento aconteceu em Kadesh (Cades). Em
hebraico, a palavra kadesh significa “santidade”, ou nesse contexto “um lugar
sagrado”, Parece, então, que esse não é o nome do lugar, mas apenas uma
descrição. A tradução do inglês deveria ter sido “Moisés, do lugar sagrado, mandou mensageiros ao rei de Edom”. Entenderíamos, então, que este versículo simplesmente se refere à Horebe, a Montanha de Deus. Embora a exata localização de Kadesh (Cades) seja um mistério, o local deve ficar em algum lugar na fronteira da terra de Edom, porque Moisés tenta conseguir permissão do rei de Edom para continuar sua viagem.

Fica bastante-claro, portanto, se o atual Antigo Testamento estiver certo, que a Montanha de Deus fica na terra de Edom, ou pelo menos, próximo a ela — uma terra onde hoje fica o sul da Jordânia. Enquanto estudava atentamente os antigos mapas na Biblioteca Nacional, examinei os detalhes da região em busca de idéias quanto à localização da montanha que os autores do Antigo Testamento podem ter chamado de Monte Sinai ou Monte Horebe — e para onde Jeremias teria levado a Arca. Uma cadeia de montanhas no sudoeste da Jordânia passa bem no meio do lugar que outrora fora a terra de Edom — as Montanhas de Shara. Será que uma dessas montanhas teria sido citada pelos autores do Antigo Testamento como o Monte Sinai ou Horebe?

Edom era um pequeno reino no noroeste do Deserto de Sinai. A arqueologia mostrou que o lugar foi habitado por um povo semita conhecido como os edomeus de cerca de 1700 a.C. até a área ser ocupada pelos nabateus da Arábia no século IV a.C. Das inúmeras descobertas, ficou determinado que os edomeus migraram para o sul de Canaã, por volta do mesmo período em que os outros semitas (incluindo, ao que parece, os israelitas) se estabeleceram no Egito. Os edomeus tinham, na época, uma relação de parentesco com os israelitas, e isso, somado à sua migração para o Deserto de Sinai, parece estar refletido na história do Antigo Testamento de Jacó e Esaú.

De acordo com o livro do Gênesis, Jacó e Esaú eram irmãos que viviam
em Canaã, porém, separados porque Jacó enganou Esaú, fazendo com que ele
perdesse seus direitos à herança. Jacó e sua família se mudaram para o leste do
Egito, onde seus descendentes passaram a ser os israelitas, enquanto Esaú se
mudou para o sul em Edom, onde seus descendentes se transformaram nos
edomeus. Embora isso, sem dúvida, seja uma simplificação, uma parábola de
eventos, testes de DNA nos restos esqueléticos dos israelitas e dos edomeus
mostraram que eles, de fato, possuíam uma ancestralidade comum.

Ao ler o relato do Gênesis de Esaú se estabelecendo na terra de Edom, imediatamente, fui surpreendido por algo muito interessante — a passagem fazia referência a uma montanha em específico ao redor da qual os edomeus viveram: “Portanto Esaú habitou na montanha de Seir… E estas, pois, são as gerações de Esaú, pai dos edomeus, na montanha de Seir” (Gn 36:8-9).
O Monte Seir é citado uma série de vezes no Antigo Testamento, e quando li as diversas referências, percebi que estava prestes a descobrir algo importante.

Parecia que, como o Monte Sinai, o Monte Seir era considerado uma montanha santa associada a Deus. No livro de Isaías, o profeta Isaías (por volta de
700 a.C.) diz que, quando Deus fala com ele, “Gritam-me de Seir” (Is 21:11). Deus, ao que tudo indica, chamava o profeta do lugar onde morava, no Monte Seir. Uma outra passagem do Antigo Testamento, mais adiante, sugere que acreditava-se que Deus residia no Monte Seir, porque quando Deus foi invocado pelos israelitas, Ele mais uma vez respondeu ao chamado daquela montanha. No entanto, essa passagem, na verdade, parece relacionar o Monte Seir ao Monte Sinai. Juízes 5:4-5 traz a súplica: O Senhor, saindo tu de Seir, caminhando tu desde o campo de Edom, a terra estremeceu, e os céus gotejaram, as nuvens também gotejaram águas.

Os montes se derreteram diante do Senhor, e até Sinai diante do Senhor Deus de Israel. O que a ligação entre as duas montanhas possa significar é difícil de entendermos somente com essa passagem. Entretanto, Deuteronômio inclui um versículo que parece indicar que as duas montanhas são, na realidade, uma só. Quando Moisés estava morrendo, ele pediu a Deus que viesse e abençoasse os israelitas, e “o Senhor veio do (Monte) Sinai e lhes subiu do (Monte) Seir” (Dt 33:2). Como mencionei, o Antigo Testamento, com freqüência, apresenta dois nomes quando se refere ao Monte Sinai.

Quando Moisés visitou o Monte Sinai pela primeira vez no episódio do arbusto em chamas, por exemplo, ele é descrito na Bíblia de grande circulação do Rei James como tendo ido para “o monte de Deus, a Horebe” (Ex 3:1). Como vemos, o autor usa ambos os termos, “Monte de Deus” e “Horebe” para se referir ao lugar. Da mesma forma, o autor da passagem de Deuteronômio parece estar usando ambos os nomes, Sinai e Seir, para falar da montanha santa. O Monte de Deus certamente parecia estar localizada na terra de Edom, em algum lugar entre as Montanhas de Shara. Pelo menos, é nisso que os escribas do Antigo Testamento que compilaram os relatos importantes entre 650 e 500 a.C. parecem ter acreditado.

Tudo indica, também, que ao menos alguns desses escribas acreditavam que o Monte Seir e o Monte Sinai eram o mesmo lugar. Posso muito bem ter reduzido a amplitude da área citada como sendo o Deserto de Sinai onde ficava a montanha sagrada. Entretanto, ainda havia um problema. A exata localização do Monte Seir era um mistério para os estudiosos bíblicos, da mesma forma que o Monte Sinai. Qual das Montanhas de Shara era o Monte Seir?

Capítulos anteriores em: http://thoth3126.com.br/os-cavaleiros-templarios-e-a-arca-da-alianca-parte-1/http://thoth3126.com.br/os-cavaleiros-templarios-e-a-arca-da-alianca-parte-2/http://thoth3126.com.br/os-cavaleiros-templarios-e-a-arca-da-alianca-parte-3/http://thoth3126.com.br/os-cavaleiros-templarios-e-a-arca-da-alianca-parte-4/http://thoth3126.com.br/os-cavaleiros-templarios-e-a-arca-da-alianca-parte-5/http://thoth3126.com.br/os-cavaleiros-templarios-e-a-arca-da-alianca-parte-6/

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21.08.15

Os Cavaleiros Templários e a Arca da Aliança, parte  5. No Deserto

Posted by Thoth3126 on 28/10/2014

 



Parece que os acontecimentos bíblicos durante o período quando a Arca foi supostamente construída, até que ela foi instalada de forma permanente no Templo de Jerusalém, foram fatos históricos o suficiente — pelo menos em termos gerais. Embora muitos estudiosos tenham considerado por bastante tempo o relato da Bíblia dessa era da história dos israelitas como mitológica, estava agora diante de muitas evidências que mostravam que os fatos eram muito mais precisos do que se imaginava.

Thoth3126@gmail.com

Livro Os Cavaleiros Templários e a Arca da Aliança, de Graham Phillips, Editora Madras – Capítulo V – O Deserto

http://grahamphillips.net

Comprovações da erupção do vulcão da ilha de Thera (Santorini) corroboravam para com o relato da Bíblia das pragas que afligiram o Egito e o subseqüente Êxodo, e a arqueologia revelara que cerca de quarenta anos depois, os israelitas de fato conquistaram Jericó, e duas décadas mais tarde, saquearam Hazor. A unificação de Israel de Davi em um só reino com Jerusalém por sua capital, também parecia ser um fato igualmente histórico, conforme sugerido pela existência do tanque de Gibeom e a fossa dentro da fonte de Gihon.



Quanto a Arca em si, muitos historiadores duvidavam de sua existência por duas razões principais. Primeiro, parecia não existirem evidências históricas para a existência da religião dos hebreus na época que dizem em que a Arca fora construída, e segundo, parecia não haver contexto ou precedente históricos dessa relíquia. Entretanto, ambas as hipóteses podiam ser seriamente questionadas. De acordo com a Bíblia, a Arca foi construída pouco depois que os israelitas fugiram de sua prisão no Egito, um acontecimento para o qual uma data bastante precisa pôde ser determinada a partir de uma série de diferentes perspectivas.

A data indicada pelos testes de radiocarbono dos grãos de cereais encontrados nas ruínas de Jericó indicava a queda da cidade como tendo se passado por volta de 1320 a.C, e com mais quarenta anos — o período que os israelitas passaram no deserto — uma data de cerca de 1360 a.C. nos leva até o Êxodo. A erupção de Thera também pôde ser datada próximo a esse ano a partir de três peças evidenciais completamente separadas: as amostras dos núcleos de gelo, o jarro de alabastro encontrado em Amnisos, e as estátuas de Sekhmet erguidas por Amonhotep III. Havia provas de que, no mesmo período — pela primeira vez no mundo —, uma religião monoteísta passou a existir no Egito, a qual era extraordinariamente semelhante à religião dos israelitas conforme descrita no Antigo Testamento.

Além disso, nesse mesmo período no Egito, um recipiente religioso era usado como um altar portátil para transportar a imagem de um deus, assim como a Arca era usada pelos israelitas como um oráculo portátil de Deus. Até mesmo os nomes dos dois recipientes eram semelhantes demais. Embora a história da Arca da Aliança possa inicialmente ter parecido não pertencer à história, ela agora parecia se encaixar perfeitamente em um contexto histórico.

Embora não tivesse provas absolutas de que a Arca existiu, me parecia uma aposta segura acreditar que era algo real — ao menos como uma relíquia histórica, se não uma arma sobrenatural ou um “rádio para falar com Deus”. Encontrei evidências suficientes para dedicar meu tempo tentando descobrir o que pode ter acontecido com ela. Novas investigações no Santuário da Bíblia revelaram que há cinco principais episódios na antiga História dos hebreus durante a qual vários estudiosos acreditam que a Arca pode ter sido perdida: dois deles do período do Reino Unido de Israel e outros três de posteriores tempos dos judeus.

As primeiras teorias abrangem o período imediatamente após o Templo de Jerusalém ser construído, quando dizem que o filho de Salomão a roubou e levou para a Etiópia por volta de 950 a.C, ou quando os egípcios invadiram Jerusalém, cerca de trinta e cinco anos depois. As últimas teorias se referem às ocasiões quando o Templo foi saqueado: pelos babilônios em 597 a.C, pelos gregos em 169 a.C, e pelos romanos em 70 d.C. Na época dessas últimas invasões, que se iniciou cerca de três séculos após a morte de Salomão, as tribos do norte de Israel tinham sido dizimadas pelos assírios do norte do Iraque. Dos primeiros israelitas, somente os habitantes da Judéia — os judeus — e seu reino de Judá, sobreviveram. Da mesma forma, aqueles que sustentam as primeiras teorias do período relativo ao desaparecimento da Arca se referem a ele como o “acampamento dos israelitas“, e aqueles que concordam com as últimas teorias chamam-no de o “acampamento dos judeus“.


Atual Ilha de Santorini, onde o vulcão Thera explodiu, deixando um vazio no centro da ilha.

Estudiosos do acampamento dos israelitas indicam que há cerca de duzentas referências à Arca da Aliança no Antigo Testamento, quase todas envolvendo o período entre o Êxodo e a construção do Templo. Nenhuma das poucas referências posteriores, eles afirmam, cita a Arca sendo usada de forma alguma. Se os israelitas ainda estavam de posse da Arca, eles sustentam, então por que não a usaram? Estudiosos do acampamento dos judeus, por outro lado, chamam nossa atenção para o fato de que a Arca parece ainda estar no Templo de Jerusalém, em um festival da Páscoa dos judeus durante o reinado do rei da Judéia, Josias, mais de três séculos após o tempo de Salomão. De acordo com o livro 2 das Crônicas:

Então Josias celebrou a páscoa ao Senhor em Jerusalém; e mataram o cordeiro da páscoa no décimo quarto dia do primeiro mês. E estabeleceu os sacerdotes nos seus cargos, e os animou ao ministério da casa do Senhor. E disse aos levitas que ensinavam a todo o Israel e estavam consagrados ao Senhor: “Ponde a arca sagrada na casa que edificou Salomão, filho de Davi, rei de Israel”. (2 Cr 35:1-3)

Fica claro que o escritor dessa passagem em particular, não tinha dúvidas de que os judeus ainda tinham a Arca em seu tempo. Mais adiante, no mesmo capítulo, lemos ainda, com precisão, quando isso se passou:

No décimo oitavo ano do reinado de Josias se celebrou esta páscoa. Depois de tudo isso, havendo Josias já preparado o templo, subiu Neco, rei do Egito, para guerrear contra Carquemis, junto ao Eufrates; e Josias lhe saiu ao encontro. (2 Cr 35:19-20)

Registros egípcios das campanhas de Neco datam este evento de cerca de 622 a.C. Em bases lingüísticas, estudiosos bíblicos consideram essa parte do livro 2 das Crônicas como tendo sido escrita entre 600 e 550 a.C, e portanto, o fato pode ter sido, na verdade, um relato contemporâneo bastante próximo. Mesmo que tenha sido escrito no final de 550 a.C, ele pode ainda ter sido composto por um escriba que consultou testemunhas oculares dos acontecimentos. Assim, como o último período parecia uma opção mais provável para o desaparecimento da Arca na história, decidi me juntar aos defensores do acampamento dos judeus. No entanto, isso ainda me deixava diante de três possibilidades.

A última menção da Arca no Antigo Testamento está no livro de Jeremias e se refere ao período logo antes em que os babilônios saquearam o Templo, em 597 a.C. Imaginando que essas sejam as palavras de Jeremias, o principal profeta judeu da época, essa passagem diz:

E sucederá que, quando vos multiplicardes e frutificardes na Terra, naqueles dias, diz o Senhor, nunca mais se dirá: A arca da aliança do Senhor, nem lhes virá ao coração; nem dela se lembrarão, nem a visitarão; nem se fará outra. (Jer 3:16)

Jeremias está se referindo às palavras de Deus, mas não se sabe ao certo se a passagem fala do passado ou do presente de Deus. Será que a Arca já tinha sido perdida, ou Jeremias estava predizendo que ela seria perdida em algum momento no futuro? Com base apenas nesse versículo, fica impossível dizer se os judeus ainda tinham posse da Arca no período em que os babilônios saquearam o Templo. Contudo, a maioria dos comentaristas judeus, cuja obra sobrevive dos tempos romanos, aceitavam que a Arca ainda estava no Templo logo antes da invasão dos babilônios.


Estudiosos do acampamento dos israelitas durante o Êxodo indicam que há cerca de duzentas referências à Arca da Aliança no Antigo Testamento, quase todas envolvendo o período entre o Êxodo e a construção do Templo.

Das três possíveis épocas em que a Arca pode ter sido perdida durante o período judeu, o ataque dos romanos no Templo parecia ser o menos provável, como o historiador judeu Josephus, que viveu quando o evento se passou, afirma, categoricamente, que o Sagrado dos Sagrados fora deixado vazio no novo Templo de Herodes. Isso me deixava com duas possibilidades, que pareciam ser igualmente possíveis. A primeira opção, quando os babilônios saquearam o Templo, está incluído em relatos do Antigo Testamento que se referem aos babilônios como tendo levado todos os artigos sagrados que estavam no Templo (2 Reis 25:13-15 e Jer 52:17-22).

Se o Antigo Testamento estiver certo, então todos os itens roubados foram posteriormente devolvidos ao Templo cerca de setenta anos depois, após a queda da Babilônia para o Império Persa. Os objetos estão listados em Esdras 1:7-11, mas não há menção da Arca. No entanto, isso não quer dizer, necessariamente, que a relíquia tenha sido perdida para sempre para os judeus na época da invasão dos babilônios. Ela pode ter sido escondida dos babilônios, e mais tarde recuperada.

Depois que os persas derrotaram os babilônios, o Templo de Jerusalém foi reconstruído, mas se a Arca foi posteriormente colocada de volta nele, não nos mostra o Antigo Testamento, visto que a narrativa termina neste período. Com base em fontes de registros gregos e romanos e no trabalho de Josephus, porém, sabemos que os gregos saquearam o Templo de Jerusalém em 169 a.C.

Nenhum inventário sobreviveu listando tudo o que foi levado: tampouco algum registro de quais itens restaram depois que uma revolta de grandes proporções dos judeus fez com que os tesouros roubados do Templo fossem devolvidos. Decidi que o melhor curso de ação a ser seguido seria traçar um estudo do ataque dos gregos no Templo, visto que havia mais fontes históricas acerca dessa época do que do período anterior dos babilônios. Talvez, em algum lugar, houvesse evidências que pudessem determinar se a Arca ainda estava ou não no Templo de Jerusalém quando ele foi saqueado pelos gregos.


O interior do Tabernáculo, contendo o Menorah sagrado, a Arca da Aliança e as oferendas.

Quando falei novamente com David Deissmann, ele me colocou em contato com um homem que era um dos expoentes mais importantes da teoria de que a Arca fora retirada de Jerusalém na mesma época em que os gregos saquearam o Templo. Seu nome era Dr. Otto Griver, um filólogo israelense aposentado da Universidade Hebraica que passara anos procurando pela Arca no Deserto da Judéia. Esse território hostil, escabroso e cheio de montanhas — com aproximadamente vinte quilômetros de largura por setenta quilômetros de comprimento — fica a dezesseis quilômetros ao leste de Jerusalém, na lateral ocidental do Mar Morto.

Como um queijo suíço, a área é cheia de poços com centenas de cavernas, nichos e vãos, alguns dos quais foram usados como esconderijos para os famosos Pergaminhos do Mar Morto. Se esses antigos pergaminhos puderam ficar ali sem serem descobertos por quase dois mil anos, Dr. Griver indagou, por que o mesmo não teria acontecido com a Arca? Desde que os primeiros pergaminhos foram descobertos, por volta de 1940, uma série de expedições também vasculharam o Deserto da Judéia em busca da Arca da Aliança, e a mais sofisticada de todas fora chefiada pelo Dr. Griver. David me garantiu que ele era uma das principais autoridades mundiais empenhado no estudo do misticismo hebraico antigo e que, provavelmente, sabia tanto sobre a Arca quanto qualquer outro ser humano vivo. Naquele mesmo dia, ele me recebeu com grande entusiasmo.

“Eu duvido que ele vá lhe dizer onde acha que ela está escondida,” David me disse. “Mas tenho certeza que ele irá compartilhar das idéias que tem a respeito de suas teorias gerais acerca da Arca.”

O Dr. Griver foi um dos especialistas que ajudaram na tradução dos Pergaminhos do Mar Morto na década de 80, e seu trabalho o fez desenvolver algumas teorias únicas e controversas a respeito da Arca. Ele acreditava que a relíquia tinha estado sob custódia de uma seita judia chamada de os Essênios. O historiador do século I, Josephus, descreve como os Essênios fizeram parte do sacerdócio do Templo de Jerusalém que se separaram para formar uma comunidade monástica ascética no Deserto da Judéia no tempo em que os gregos saquearam o Templo, na metade do século II a.C.

Baseados em Qumran, na extremidade noroeste do Mar Morto, os Essênios sobreviveram em um verdadeiro isolamento por dois séculos, até que foram chacinados pelos romanos durante a Revolta dos Judeus, em 68 a.C. Pouco se sabia sobre suas crenças até a descoberta dos Pergaminhos do Mar Morto, que vieram a ser uma completa coleção de textos sagrados dos Essênios que foi escondida antes do massacre romano.

O primeiro dos Pergaminhos do Mar Morto foi encontrado em 1947, descoberto por acaso em uma caverna, a cerca de oitocentos metros ao norte de Qumran, por meninos pastores beduínos. Ao que parece, eles se aventuraram nas cavernas à procura de uma ovelha perdida, quando encontraram uma série de jarros de armazenamento de cerâmica meio enterrados, que guardavam sete dos pergaminhos. Escritos em hebraico e aramaico (um dialeto local), descobriu-se que se tratavam de comentários a respeito dos livros do Antigo Testamento e de outras escrituras dos judeus, junto com um ensinamento religioso específico da seita dos Essênios. Todos foram traduzidos e encontram-se expostos ao público no Templo do Livro no Museu Israel de Jerusalém.

Entretanto, esses foram apenas os primeiros das dezenas de pergaminhos encontrados em outras cavernas na região durante a década seguinte. Apenas um desses outros pergaminhos foi colocado em exposição; os outros permanecem guardados no prédio do Museu Rockefeller em Jerusalém, as dependências da Jurisdição das Antiguidades de Israel. A tradução desses pergaminhos vem sendo feita há anos, e somente algumas delas chegaram a ser divulgadas ao público. Na realidade, muitos dos pergaminhos ainda estão sendo traduzidos, visto que somente agora a ciência moderna tem conseguido recuperar a tinta apagada, tornando-os legíveis.


Os Manuscritos do Mar Morto são uma coleção de centenas de textos e fragmentos de texto encontrados em cavernas de Qumran, no Mar Morto, no fim da década de 1940 e durante a década de 1950. Foram compilados por uma seita de judeus conhecida como Essênios, que viveram em Qumran do século II a.C. até aproximadamente 70 d.C.. Porções de toda a Bíblia Hebraica foram encontradas, exceto do Livro de Ester e do Livro de Neemias.

Na mesma época em que os pergaminhos estavam sendo encontrados, as ruínas do mosteiro dos Essênios em Qumran também foram descobertas. Em um terraço de pedras entre os penhascos irregulares ao lado do Mar Morto, um labirinto de pedras fundamentais, com cerca de 100 metros quadrados, foi tudo o que restou da antiga comunidade. Visitei o local em uma outra viagem que tinha feito a Israel e, ao caminhar pelas ruínas, achei difícil acreditar que qualquer ser humano pudesse ter vivido ali. O sol brilhava de maneira impiedosa, e o chão era tão quente que as solas de minhas botas começavam a exalar um cheiro de borracha queimada toda vez que eu subia sobre uma rocha e ficava parado por apenas alguns segundos.

Contudo, apesar das condições áridas, apesar do fato de que menos de cinco centímetros de chuva cai durante qualquer ano, a comunidade que viveu ali há dois mil anos, tinha toda a água de que necessitava. Quando o lugar foi escavado pelo arqueólogo francês Roland de Vaux, na metade da década de 1950, sua equipe descobriu que uma série elaborada de aquedutos, alinhados com uma camada de cerâmica engenhosa que evitava vazamentos, fornecia água abundante à comunidade das fontes das colinas adjacentes.

A água não apenas atendia às necessidades vitais, mas era também essencial para as práticas religiosas do mosteiro. Enormes depressões retangulares foram encontradas na escavação, que são remanescentes de grandiosas banheiras comunitárias, nas quais os habitantes regularmente mergulhavam para purificações rituais. A principal característica do lugar fora uma torre de três andares que proporcionava uma vista panorâmica de um pátio central, cercado de todos os lados por construções de tamanho considerável: oficinas onde utensílios do dia-a-dia eram feitos, um grande salão onde a comunidade se reunia para encontros e refeições comunitárias, e um escritório onde os manuscritos sagrados dos Essênios — os Pergaminhos do Mar Morto — eram escritos. Isso pôde ser determinado porque peças de cerâmica encontradas ali eram idênticas aos recipientes que guardavam os pergaminhos.

Foi o estudo do Dr. Griver de um dos pergaminhos que o fez chegar à conclusão de que os Essênios foram os guardiões da Arca e a levaram do Templo quando ele foi saqueado pelos gregos. Ele também acreditava que a Arca jamais fora devolvida ao Templo quando após o fim dos problemas com os gregos porque aquele não era mais considerado um lugar seguro para guardar a relíquia sagrada. O Dr. Griver se ofereceu para me buscar em meu hotel em Jerusalém e me levou até a caverna onde o pergaminho foi encontrado. No caminho me explicou algumas das antigas crenças dos hebreus com relação à Arca. Ele ficou muito satisfeito por poder falar abertamente a respeito de suas teorias, e não ficou nem um pouco incomodado por eu ter gravado nossa conversa.

O Dr. Griver explicou que, ao que parece, os israelitas precisavam de doze pedras sagradas para usar a Arca. De acordo com o Antigo Testamento, Deus disse a Moisés como construir a Arca e lhe deu instruções para seu uso.

Primeiro, ela só poderia ser transportada por membros do sacerdócio — os levitas. Segundo, a única pessoa além de Moisés que poderia, na verdade, usar a Arca era o sacerdote superior Aarão (e após sua morte, seus sucessores). Terceiro, o poder da Arca só poderia ser invocado quando o sacerdote superior estivesse usando um peitoral sagrado (também feito com pedras preciosas específicas), geralmente chamado de Peitoral do Julgamento.


As ruínas do mosteiro dos Essênios em Qumran.

Ele está descrito com detalhes no livro do Êxodo como um projeto quadrado feito de linho dourado torcido e ornado com doze pedras preciosas dispostas em quatro linhas:

Conforme a obra do éfode o farás; a primeira ordem será um sárdio, de um topázio, e de um carbúnculo… e a segunda ordem será de uma esmeralda, de uma safira, e de um diamante… e a terceira ordem será de um jacinto, de uma ágata, e de uma ametista… e a quarta ordem será de um berilo, e de um ônix, e de um jaspe. (Ex 28:15-30)

Às vezes chamado de “as jóias de ouro“, porque foram originalmente feitas de ouro, acreditava-se que essas pedras preciosas sagradas tinham um poder divino, porque foram ditadas pelo próprio Deus no sagrado Monte Sinai. O livro de Ezequiel do Antigo Testamento, que se refere a elas como as Pedras de Fogo, descreve-as como tendo pertencido a Lúcifer, mas que foram, por Deus, tiradas dele, após sua desgraça (Ez 28:13-16). Elas foram, mais tarde, entregues a Moisés porque, aparentemente, era fatal olhar dentro da Arca sem sua proteção. Como 1 Samuel 6:19 diz, uma comunidade inteira de curiosos morreu ao tentar fazer isso:

E o Senhor feriu os homens de Bete-Semes, porquanto olharam para dentro da arca do Senhor; feriu do povo cinqüenta mil e setenta homens; então o povo se entristeceu, porquanto o Senhor fizera tão grande estrago entre o povo.

Durante gerações, a Arca foi mantida fechada, até que foi finalmente aberta no Templo de Jerusalém por ordens do Rei Salomão, cerca de três séculos e meio após o tempo de Moisés. Evidentemente, não havia nada dentro com exceção de duas tábuas de pedra que apresentavam os Dez Mandamentos (1 Reis 8:9). No entanto, no momento em que foi aberta,“forças divinas” foram liberadas:

E sucedeu que, saindo os sacerdotes do santuário, uma nuvem encheu a casa do Senhor. E os sacerdotes não podiam permanecer em pé para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do Senhor enchera a casa do Senhor. (1 Reis 8:10-11)

Por volta dessa época, parece que o próprio éfode, ou peitoral, já tinha desaparecido e as pedras foram guardadas em um cofre ou uma caixa, que parece ter sido guardada pelo sacerdote superior quando a Arca foi usada. De acordo com 1 Samuel,

“os levitas desceram a arca do Senhor, como também o cofre que estava junto a ela, em que estavam os objetos de ouro” (1 Sm 6:15).

A Bíblia não diz o que aconteceu com essas pedras sagradas, mas podemos imaginar que ficaram junto da Arca até seu misterioso desaparecimento da história. “Você acredita que a Arca de fato possuía o poder que a Bíblia diz?” Eu perguntei. “Os antigos israelitas acreditavam que ela era capaz de invocar os anjos,” respondeu o Dr. Griver, sem se comprometer. “Diferente da idéia cristã de anjos como delicados e pequenos querubins ou belos seres com asas de penas, para os antigos hebreus, os anjos eram instrumentos poderosos e destrutivos da ira de Deus. Foi um anjo quem matou o primogênito egípcio quando o faraó se recusou a soltar os escravos israelitas, e foi um outro anjo quem desatou as torrentes do dilúvio do tempo de Noé. Dizem que quando um dos anjos de Deus foi enviado para destruir as cidades corruptas de Sodoma e Gomorra, a devastação foi tão terrível que tudo o que restou foi um imenso buraco no chão e um solo árido no qual nada podia frutificar ou viver.”

O Dr. Griver apontou sua mão pela janela do carro em direção ao Mar Morto, ao lado do qual estávamos agora passando: “É aqui que dizem ter existido Sodoma e Gomorra.” Montanhas vermelhas queimadas se erguiam com severidade das plataformas de pedras rachadas que cercavam as águas esverdeadas, e a atmosfera era densa por causa do cheiro forte de sal. Aquele não era o perfume conhecido e saudável do beira-mar, mas um odor químico pungente, como o dos gases produzidos por uma fornalha de resíduos industriais. O chamado Mar Morto possui uma quantidade de sal sete vezes acima dos demais oceanos da Terra — um nível tão elevado que impede a vida marinha de sobreviver.

O enorme lago, com quase oitenta quilômetros de comprimento por 16 de largura, fica a uma marca incrível de quatrocentos metros abaixo do nível do mar — o lugar mais baixo na terra em qualquer parte do mundo (situado em uma enorme FALHA GEOLÓGICA). Com isso, as águas do Rio Jordão, que alimentam o Mar Morto vindo do norte, literalmente, não têm para onde ir. Elas simplesmente evaporam em uma proporção de cinqüenta e cinco polegadas por ano em temperaturas abrasadoras que chegam a centenas de graus vários meses. O sal recebido pelas rochas no norte simplesmente erguem-se sobre as águas, ano após ano, deixando não somente o Mar Morto, mas também a terra adjacente, quase totalmente despojada de vida. Eu nunca estive em um lugar tão absolutamente estéril. Era como um vasto oceano tóxico em um mundo sem vida e pósapocalíptico.

Era fácil de ver por que a história de Sodoma e Gomorra existiu. “Você diz que Lúcifer tinha essas Pedras de Fogo. Não é verdade que ele era um anjo antes de se transformar no Demônio?” Eu disse, sem ter certeza se o Dr. Griver acreditava em anjos ou não. Percebi que ele era um judeu devoto, mas não sabia se sua fé pessoal fazia com que aceitasse a existência de anjos de forma literal.


Localização de Sodoma e QUMRAN no Mar Morto.

O Dr. Griver explicou que dizem que Lúcifer era o chefe dos anjos antes de desagradar a Deus e ser expulso do paraíso. A história da desgraça de Lúcifer não é contada no Antigo Testamento, mas foi incluída no antigo Tanak hebraico, de onde o Antigo Testamento foi compilado. Por diversas razões, incluindo os anjos, a Igreja não se sentia à vontade com alguns dos livros do Tanak. Considerados mitológicos, e não históricos, referiam-se a eles como Apócrifos, que significa de autenticidade duvidosa (da mesma forma, a maioria deles não é aceita pelos principais cristãos, embora a Bíblica católica romana aceite sete livros a mais do que os protestantes como canônicos). Os Essênios, porém, confiavam nos Apócrifos e viam-se como seguidores dos sucessores de Lúcifer no paraíso.

“De acordo com os Apócrifos, quando Lúcifer foi expulso do paraíso, ele foi substituído por dois anjos chefes, Miguel e Gabriel, que ficaram conhecidos como os ‘reis do paraíso’. Eram os dois querubins representados sobre a Arca“, disse o Dr. Griver. “A palavra anjo, usada na Bíblia cristã, vem da palavra grega angelus, que quer dizer mensageiro — aquele que traz mensagens de Deus. A palavra hebraica é malakh, que significa o ‘lado sombrio’ de Deus. Os anjos fazem o trabalho sujo de Deus. No entanto, assim como na palavra grega, eles também eram mensageiros e são muitas vezes indicados pela palavra hebraica or, que quer dizer “luz“.

O Dr. Griver explicou que os anjos eram chamados de luzes porque acreditava-se que estrelas cadentes eram anjos que estavam a caminho da Terra para executar serviços de Deus. “Miguel e Gabriel também eram representados no céu por duas luzes permanentes: as duas estrelas com cauda da constelação da Ursa Maior — a Grande Ursa — as estrelas que hoje chamamos de Benetnasch e Mizar. Os antigos nomes hebraicos dessas estrelas eram Reysh, que quer dizer cabeça, visto que Miguel era o líder, ou o supremo dentre todos os anjos, e a outra era chamada de Kos, que quer dizer a taça, porque diziam que Gabriel segurava a taça da salvação do homem.”

O Dr. Griver saiu com seu jipe da Auto-Estrada 90, que percorre toda a lateral do Mar Morto, e entrou em uma pista de areia estreita. “E é por isso que acredito que os Essênios eram os guardiões da Arca“, ele disse. “A Bíblia mostra Lúcifer como o primeiro possuidor das Pedras de Fogo, portanto, como devotos de Miguel e Gabriel, os substitutos de Lúcifer, os Essênios estavam insinuando que eram agora os donos das pedras. Se eles estavam com as pedras, que eram inseparáveis da Arca, eles, então, devem ter ficado com a Arca em si.” “O que faziam essas pedras?” perguntei. O Dr. Griver explicou que os antigos israelitas acreditavam que no início do mundo, quando ainda era o chefe dos anjos de Deus, Lúcifer morava no Monte Sinai, de onde comandava os outros anjos. “As pedras sagradas foram colocadas nas vestes de Lúcifer para protegê-lo do poder de seus anjos amigos“, ele disse. “Por que eram chamadas de Pedras de Fogo, e por que eram doze?” perguntei.



“O Tora (ou Pentateuco) — os primeiros cinco livros do Antigo Testamento — nos conta que elas representavam as doze tribos de Israel, mas por que eram chamadas de Pedras de Fogo é algo misterioso. No entanto, deve ter sido pelo fato de poderem controlar o fogo divino que emanava da Arca. Também acreditava-se que elas garantiam proteção contra o terrível poder dos anjos, e é por isso que o sacerdote superior as colocava em seu peitoral“. Enquanto o Dr. Griver falava, eu não pude deixar de visualizar a cena do filme Caçadores da Arca Perdida, quando a Arca é aberta: lindos anjos saem voando e transformam-se em criaturas demoníacas que devoram os bandidos. “Então, acredita-se que Lúcifer era o dono da Arca?” eu perguntei.

“Não, isso não aconteceu até muito tempo depois. Quando os israelitas estavam andando pelo Deserto após o Êxodo do Egito, Deus conduziu Moisés até o Monte Sinai onde lhe mandou construir a Arca e lhe entregou as pedras sagradas para protegê-lo de seu poder.” “O pergaminho que você encontrou diz, especificamente, que os Essênios estavam de posse da Arca?” Eu perguntei.

O Dr. Griver fez uma pausa antes de responder: “não com todas essas palavras” Tínhamos chegado ao pé do penhasco, na metade do caminho de onde ficava a caverna onde o pergaminho fora encontrado. Ao sair do jipe, segui o Dr. Griver por um caminho estreito, entremeado por degraus feitos sobre as pedras. Eu achava que já tinha me acostumado com as elevadas temperaturas de Israel, mas estava enganado. No instante em que deixei o conforto do carro com ar condicionado, o calor ardente me deixou sem respiração. A temperatura estava acima de 40 graus. “O Deserto da Judéia é um dos lugares mais quentes na Terra“, disse o Dr. Griver, notando meu desconforto enquanto subíamos com dificuldade.

Finalmente, depois de cerca de quinze minutos, chegamos à caverna, que não era propriamente uma caverna, mas sim um recesso profundo na lateral do penhasco, aberto por tempestades de areia durante vários milênios. O Dr. Griver explicou que antes dos degraus de pedra serem entalhados por arqueólogos, o único caminho para chegar até a montanha era descendo do topo do penhasco. Ele me mostrou o lugar onde o jarro com o pergaminho fora encontrado, no fundo da caverna, enterrado. “Se os Essênios estavam com essas relíquias, e elas de fato funcionavam, por que não usaram-nas contra os romanos?” eu perguntei.

O Dr. Griver sorriu. “Boa pergunta“, ele disse. “Talvez tenham esquecido como usá-las.” “Então você acredita que os Essênios estavam com a Arca e as Pedras de Fogo. O que você acha que aconteceu com elas?” perguntei. David me disse para não esperar que o Dr. Griver revelasse qualquer coisa a respeito de suas idéias sobre o paradeiro da Arca, mas achei que deveria perguntar mesmo assim. “Quando os romanos destruíram Qumran, chacinaram todos os membros da comunidade,” ele disse. “Os Essênios deviam estar esperando que isso acontecesse, porque esconderam sua coleção de textos. Se tiveram tempo suficiente para esconder os pergaminhos, também tiveram tempo suficiente para esconder outros artefatos, inclusive a Arca. O eventual massacre do povo deve ter sido total, porque os Pergaminhos do Mar Morto jamais foram recuperados. As pedras e a Arca da Aliança devem ainda estar em algum lugar por aqui“. O Dr. Griver balançou uma de suas mãos na direção do interior do Deserto da Judéia, com suas montanhas áridas e sem vida que víamos ao longe sob o calor e a neblina, até onde nossos olhos podiam alcançar.

Parecia que o Dr. Griver tinha perdido as esperanças de algum dia encontrar a Arca. Ele explicou que sua expedição, que contava com alguns dos mais importantes arqueólogos de Israel, passou duas temporadas vasculhando centenas de cavernas como aquelas onde os pergaminhos foram encontrados. Nem todos os membros da expedição esperavam achar a Arca; a maioria deles esperava encontrar outros pergaminhos. Embora tenham procurado por dois longos anos, nada foi encontrado.

“Se a Arca está escondida em algum lugar no Deserto da Judéia, como acredito que esteja, eu duvido que seu esconderijo esteja acessível“, ele disse, balançando sua cabeça. “Não consigo imaginar que haja uma só caverna aqui que não tenha sido vasculhada por alguém. Um único fragmento de um manuscrito dos Essênios valeria uma fortuna. Não somente arqueólogos, mas também os árabes locais, passaram mais de meio século varrendo essa área. O problema é que muitos esconderijos disponíveis para os Essênios há dois mil anos, são agora lugares impossíveis de ser alcançados. O enorme contraste entre o calor do dia e das condições de frio extremo da noite faz com que as montanhas se desgastem, formando enormes aterros de cascalho“. Ele apontou para a base do penhasco onde um monte gigantesco de rochas e cacos de pedras alcançava metade da lateral da rocha. “Há milhões de toneladas dessas pedras por aqui no Deserto da Judéia que devem cobrir milhares de cavernas e outros esconderijos. Na década de 1980, uma equipe de arqueólogos ingleses demorou três anos para remover apenas um desses montes. Se a Arca está aqui, receio que jamais será encontrada.”

Ainda não sabia ao certo se o Dr. Griver de fato acreditava em anjos ou no poder da Arca, mas ele fora, certamente, uma mina de informações a respeito dos antigos pensamentos judeus com relação à relíquia. Para mim, porém, a pergunta mais importante ainda permanecia sem resposta. Quando a Arca tinha sido perdida para os Judeus? Se a Bíblia estivesse certa a respeito de ela ainda estar no Templo de Jerusalém durante o reinado de Josias, por volta de 662 a.C., e o historiador do século I, Josephus, estivesse certo quanto a ela não estar no Templo quando este foi reconstruído por Herodes restavam, então, apenas dois momentos óbvios de quando ela fora perdida: no tempo em que os babilônios saquearam o Templo em 597 a.C., ou quatro séculos depois, quando os gregos o atacaram.

O Dr. Griver estava pessoalmente convencido de que a Arca fora retirada de Jerusalém durante o período em que os gregos saquearam o Templo, mas eu ainda precisava ser persuadido. Ele se mostrou um tanto vago com relação a referências específicas dos Pergaminhos do Mar Morto com o fato de os Essênios estarem, na realidade, de posse da sagrada relíquia israelita. Até o que pude perceber, o Dr. Griver baseava sua teoria em evidências puramente circunstanciais. Os Essênios podem ter se sentido obcecados pela Arca da Aliança, mas será que eles, em algum momento, chegaram a afirmar que estavam com ela? Decidi que a melhor coisa a fazer era visitar o Santuário da Bíblia em Jerusalém, onde alguns dos Pergaminhos do Mar Morto estão expostos, e buscar uma segunda opinião quanto ao fato de os Essênios realmente estarem de posse da Arca sagrada.

Fim do capítulo.

Capítulos anteriores em: http://thoth3126.com.br/os-cavaleiros-templarios-e-a-arca-da-alianca-parte-1/http://thoth3126.com.br/os-cavaleiros-templarios-e-a-arca-da-alianca-parte-2/http://thoth3126.com.br/os-cavaleiros-templarios-e-a-arca-da-alianca-parte-3/http://thoth3126.com.br/os-cavaleiros-templarios-e-a-arca-da-alianca-parte-4/

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ES: LLAMA VIOLETA

19.07.15

Jacques de Molay, último Grão Mestre da Ordem dos Cavaleiros Templários, morto em Paris, no dia 18 de Março de 1.314, há 701 anos.




Em 1298, Jacques de Molay foi nomeado grão-mestre dos Cavaleiros Templários, uma posição de poder e prestígio. Assumiu o cargo após a morte de seu antecessor Thibaud Gaudin, no mesmo ano de 1298.

De Molay veio a falecer morto na fogueira aos seus 70 anos de idade no dia 18 de março de 1314 condenado pelo rei da França, Felipe o Belo e pela igreja de Roma, o papa Clemente V.

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Sua HISTÓRIA:

Nascido em Vitrey-sur-Mance, comuna francesa atualmente localizada no departamentode Haute-Saône, França, embora à época o vilarejo pertencesse ao Condado da Borgonha. Jacques de Molay nasceu no ano de 1244, em uma família da pequena nobreza francesa. Muito pouco se sabe sobre sua infância e adolescência.



Brasão de armas de Jacques de Molay.

Aos seus 21 anos de idade, como muitos filhos da nobreza européia, de Molay entrou para a Ordem dos Cavaleiros Templários, organização sancionada pela Igreja Católica Apostólica Romana para proteger e guardar as estradas entre Jerusalém e Acre, sendo a última, à época, um importante porto no mar Mediterrâneo. A Ordem dos Cavaleiros Templários participou das Cruzadas, e conquistou um nome de valor e heroísmo.

Nobres de toda a Europa enviavam seus filhos para serem cavaleiros templários, e isso fez com que a Ordem passasse a ser muito rica e popular em todo o continente europeu e Oriente Médio. Em 1298, Jacques de Molay foi nomeado grão-mestre dos Cavaleiros Templários, uma posição de poder e prestígio. Assumiu o cargo após a morte de seu antecessor Thibaud Gaudin, no mesmo ano – 1298.

Como Grão-Mestre, Jacques passou por uma difícil posição pois as cruzadas não estavam atingindo seus objetivos. O anticatolicismo islâmico derrotou as Cruzadas em batalhas, capturando algumas cidades e portos vitais dos cavaleiros templários e dos hospitalários (outra ordem de cavalaria). Restaram apenas um único grupo do confronto contra os sarracenos. Os templários resolveram, então, se reorganizar e readquirir sua força. Viajaram para a ilha de Chipre, esperando que o público geral se levantasse em apoio à outra Cruzada.


Filipe IV, o Belo, rei da França.

Em vez de apoio público, como sempre, os cavaleiros atraíram a atenção dos poderosos senhores feudais, muito deles seus parentes, pois para se entrar na ordem teria de se pertencer à nobreza. Em 1305, Filipe IV, “o belo”, rei de França, resolveu obter o controle dos templários para impedir a ascensão da ordem no poder da Igreja católica.

O rei era amigo de Jacques de Molay, um de seus filhos era afilhado do mesmo, o delfim Carlos, que mais tarde seria rei de França como Carlos IV. Mesmo sendo seu amigo, o rei de França tentou juntar a ordem dos Templários e a dos Hospitalários, pois sentiu que as duas ordens formavam uma grande potência econômica e militar. Filipe IV sabia que a Ordem dos Templários possuía inúmeras propriedades, bens e outros tipos de riqueza.

Sem obter o sucesso desejado, que era a de juntar as duas ordens e se transformar em um líder absoluto da mesma, o então rei de França armou um plano para acabar com a Ordem dos Templários, tendo chamado um nobre francês de nome Esquin de Floyran. O tal nobre teria como missão denegrir a imagem dos templários e de seu Grão-Mestre Jacques de Molay, e como recompensa receberia terras pertencentes aos templários logo após derrubá-los.

O ano de 1307 viu o começo da perseguição aos cavaleiros. Apesar de possuir um exército com cerca de 15 mil homens, Jacques de Molay havia ido a França para o funeral de um membro feminino da Casa Real Francesa e havia levado consigo poucos cavaleiros. Na madrugada de 13 de outubro (uma sexta-feira), ele e seus homens foram capturados e lançados nas masmorras por um homem de confiança do rei Filipe IV, Guilherme de Nogaret.



Clemente V, nascido Bertrand de Goth, um marionete para Filipe, o belo.

Durante sete anos, Jacques de Molay e os cavaleiros aprisionados sofreram torturas e viveram em condições subumanas. Enquanto isso, Filipe IV gerenciava as forças do papa Clemente V para condenar os templários. Suas riquezas e propriedades foram confiscadas e dadas a proteção de Filipe.

Após três julgamentos, Jacques de Molay continuou sendo leal para com seus amigos e cavaleiros. Ele se recusou a revelar o local das riquezas da Ordem, e recusou-se a denunciar seus companheiros. Em 18 de março de 1314, foi levado à Corte Especial. Como evidências, a Corte dependia de confissões forjadas, supostamente assinadas por de Molay. Desmentiu, então, as mesmas confissões. Sob as leis da época, a pena por desmentir uma confissão era a morte.

Foi julgado pelo Papa Clemente V, e assim como Jacques de Molay, outro cavaleiro, Guy d’Auvergne, desmentiu sua confissão e ambos foram condenados. O rei Filipe IV, o belo, ordenou que ambos fossem queimados naquele mesmo dia, e deste modo a história de Jacques de Molay se tornou um testemunho de lealdade e companheirismo. De Molay veio a falecer morto na fogueira aos seus 70 anos de idade no dia 18 de março de 1314 condenado pelo rei da França e pela igreja de Roma.



Durante sua morte na fogueira intimou aos seus três algozes, a comparecer diante do tribunal de Deus, amaldiçoando os descendentes do então rei de França, Filipe IV, o belo, o Papa Clemente V (Bertrand de GotT) e Guilherme Nogaret, conselheiro do Rei. O primeiro a morrer foi o Papa Clemente V, logo em seguida o Chefe da guarda e o conselheiro real Guilherme de Nogaret e no dia 27 de novembro de 1314 morreu o rei Filipe IV com apenas 46 anos de idade.

Grão-Mestre Templário

Jacques de Molay assume o grão-mestrado da ordem em 1298, não se sabendo no entanto a data exata da sua eleição. Será eleito em detrimento de outra figura de peso dentro da ordem, Hugues de Pairaud, sobrinho do visitador do templo em França.

No inicio do seu grão-mestrado é conhecido pela sua ação a favor de uma nova cruzada, desenvolvendo uma campanha diplomática na França, Catalunha, Inglaterra, nos estados da península itálica e nos estados pontifícios. Esta campanha visou não só resolver problemas internos que a ordem tinha, como também problemas locais, sendo resolvidas diversas disputas entre a ordem e bispos e também no sentido de pressionar as coroas e a Igreja a uma nova cruzada.


Non nobis domine, non nobis, sed nomini tuo da gloriam

Organiza a partir da ilha de Chipre ataques contra as costas egípcias e síria para enfraquecer os mamelucos, providencia apoio logístico e armado ao Reino Arménio da Cilícia, e chega a intentar uma aliança com o Canato da Pérsia, sem resultados visíveis.

Outro assunto que será discutido durante o seu mestrado na ordem será o da fusão entre as duas maiores ordens militares, a doTemplo e a do Hospital numa só. A Ordem do Templo com a perda de Acre começava a ser questionada quanto à razão da sua existência. As suas funções de proteger os peregrinos e de defender a Terra Santa tinham cessado quando se retiraram para a ilha de Chipre. Jacques de Molay, em maio de 1307, em Poitiers, junto do papa Clemente V conseguira apresentar uma defesa contra esta fusão e ela não se realiza.

A prisão e o processo

Na sexta-feira de 13 de outubro de 1307, os templários no reino da França são presos em massa por ordem de Filipe IV, o belo, entãorei de França. O grão-mestre Jacques de Molay é capturado em Paris. Imediatamente após a prisão, Guillaume de Nogaret proclama publicamente nos jardins do palácio real em Paris as acusações contra a ordem.



Os Templários reverenciavam o feminino sagrado e veneravam ÍSIS, a Mãe Cósmica…

Esta manobra régia impedira o inquérito pontifício pedido pelo próprio grão-mestre, o qual interno à Igreja, discreto e desenvolvido com base no direito canônico, emendaria a ordem das suas faltas promovendo a sua reforma interna. Jacques de Molay foi sentenciado à morte, em 1314, sendo queimado na Île de la Cité, em Paris.

A prisão, as torturas, as confissões do grão-mestre (DeMolay nunca confessou as acusações como menciona anteriormente), criam um conflito diplomático com a Santa Sé, sendo o papa o único com autoridade para efetuar esta ação.

Depois de uma guerra diplomática face ao processo instaurado contra a ordem entre Filipe o Belo e Clemente V, chegam a um impasse, pois estando o grão-mestre e o preceptor da Normandia, Geoffroy de Charnay sob custódia dos agentes do rei, estão no entanto protegidos pela imunidade sancionada pelo papa e absolvidos não podendo ser considerados heréticos.

Em 1314 o rei pressiona para uma decisão relativa à sorte dos prisioneiros. Já num estado terminal da sua doença, com violentas hemorragias internas que o impedem de sair do leito, Clemente V ordena que uma comissão de bispos trate da questão. As suas ordens seriam a salvação dos prisioneiros ficando estes num regime de prisão perpétua sob custódia apostólica e assegurando ao rei que a temida recuperação da ordem não será efetuada. Perante a comissão Jacques de Molay e Geoffroy de Charnay proclamam a inocência de toda a ordem face às acusações dirigidas a ela, a comissão pára o processo e decide consultar a vontade do papa neste assunto.





Marco no lugar da execução na fogueira de Jacques de Molay, na Île de la Cité (em português: Ilha da Cidade), em Paris. Traduzindo para o português o que está escrito: Nesse local, Jacques de Molay, último Grão-Mestre da Ordem dos Templários, foi queimado, em 18 de março de 1314. Tal local está localizado na Pont-Neuf (em português: Ponte Nova).

Ao ver que o processo estava ficando fora do seu controle e estando a absolvição da ordem ainda pendente, Filipe IV, o belo, decide um golpe de mão para que a questão templária fosse terminada. Ordena o rapto de Jacques de Molay e de Geoffroy de Charnay, então sob a custódia da comissão de bispos, e ordena que sejam queimados numa fogueira na Île de la Cité, pouco depois das vésperas, em 18 de março de 1314.

Aquela data de segunda-feira, dia 18 de Março de 1314, jamais poderia ser esquecida, pois Jacques de Molay estava acima dos reis e devia obedecer ao papa enquanto Grão-Mestre da Ordem dos Cavaleiros Templários. Mas enquanto prisioneiro, enquanto o líder que protegeu os seus companheiros e que não traiu os seus princípios, ele esteve acima de qualquer homem. Um reinado se ganha com a descendência em uma dinastia, um papado se ganha com uma eleição e um herói e mártir independe de posição, prestígio e poder. Ele é definido por suas escolhas, atitudes e pelo exemplo dado. Jacques de Molay serve como um caminho a ser seguido até hoje para milhões de jovens e homens de todo o mundo.


Com isso Jacques de Molay passou a ser conhecido como um símbolo de lealdade e do companheirismo, pois preferiu morrer a entregar seus companheiros ou faltar com seu juramento. E por esse motivo o maçom estadunidense Frank Sherman Land veio a fundar a Ordem DeMolay, usando seu nome como mártir e exemplo a ser seguido.

Fonte: Wikipédia

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Posted by Thoth3126 on 19/07/2015

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25.06.15

O IMPÉRIO MARÍTIMO, A GRANDE FROTA NAVAL DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIOS

Posted by Thoth3126 on 29/12/2014





templarios-frota-naval-01A frota templária perdida é discutida no livro The Temple and the Lodge, de Michael Baigent e Richard Leigh. Eles apontam que os Templários tinham uma enorme frota naval à sua disposição, uma frota que estava estacionada fora de portos franceses e italianos no Mediterrâneo, mas em portos no Atlântico da França, Flandres e Portugal.

No conjunto, a frota templária estava orientada para a operação no Mediterrâneo – mantendo a Terra Santa abastecida com homens, armas e equipamentos, e da importação de mercadorias provenientes do Oriente Médio para a Europa. …

Tradução, edição e imagens: Thoth3126@gmail.com

A FROTA NAVAL DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIOS E SEU IMPÉRIO MARÍTIMO, PARTE 2 E FINAL

Primeira parte em: http://thoth3126.com.br/a-frota-naval-dos-cavaleiros-templarios-1/

Por David Hatcher Childress

http://greyfalcon.us/The%20Knights%20Templar.htm

O Confronto Final da Ordem dos Cavaleiros Templários

… Ao mesmo tempo, a frota operava no Oceano Atlântico, nesse caso muito mais discretamente e sua base era o porto Templário em La Rochelle, na costa atlântica da França. Comércio intenso foi realizado com as Ilhas Britânicas e, muito provavelmente, com a Liga Hanseática no Mar Báltico. Assim comunidades subordinadas aos Templários (chamadas de Preceptorias na Europa), na Inglaterra e na Irlanda, ficavam geralmente localizadas nas costas marítimas ou em rios navegáveis.


A principal porta para o Oceano Atlântico para os Templários foi o porto de La Rochelle, na França, construído pela própria Ordem.

A porta Atlântica primária para os Templários foi La Rochelle, que tinha uma boa comunicação com os portos do Mediterrâneo. Tecidos, por exemplo, poderiam ser trazidos da Grã-Bretanha em navios templários para La Rochelle, transportados por terra para um porto francês do Mediterrâneo, como Collioure, carregada a bordo de navios templários novamente e levada para a Terra Santa. Por este meio, foi possível evitar a passagem sempre arriscada através do Estreito de Gibraltar, geralmente controlado pelos sarracenos muçulmanos no lado africano.

Quando a Ordem dos Cavaleiros Templários foi perseguida por Filipe IV da França, a partir de 1307 e que culminou com a queima na fogueira de seu último Grão Mestre (reconhecido assim pelos historiadores) Jacques de Molay, em 1314, os Cavaleiros Templários se tornou uma organização proscrita. Filipe IV de França perseguiu a Ordem por causa de seu poder financeiro e político, mas, para muitos historiadores, a perseguição foi parte do início de uma campanha contínua contra os cristãos hereges, como os cátaros. Na verdade, existe uma grande quantidade de evidências que mostram que os Cavaleiros Templários e os cátaros estavam fortemente aliados.

Os Cavaleiros Templários foram, aparentemente, parte de um movimento secreto para restaurar os reis merovíngios, que descendiam do Sangue Sagrado de Jesus e Madalena em suas veias. A questão é: o que aconteceu com a frota templária depois que eles foram proscritos na Europa? A história “tradicional” nunca teve uma resposta para esta pergunta.


Para compra do livro acesse o LINK

Baigent e Leigh no seu livro The Temple and the Lodge (O Templo e a Loja) alegam de que a frota templária escapou em massa a partir de vários portos do Mediterrâneo e do norte da Europa e partiu para um destino misterioso, onde eles pudessem encontrar asilo político e segurança. Este destino, em parte, foi a Escócia.

A frota no Mediterrâneo tinha de navegar através do perigoso Estreito de Gibraltar, uma rota perigosa, então provavelmente parou em vários portos portugueses que eram simpáticos aos Templários, como o Castelo de Almourol, perto da cidade de Abrantes. A fortaleza de Almourol foi construída por um Templário, Gualdim Pais, Mestre da Ordem dos Cavaleiros Templários, em 1171.

Baigent e Leigh vão dizer que a frota templária navegou até a costa oeste da Irlanda para os portos seguros em Donegal e Ulster, onde propriedades dos Templários estavam localizadas e o contrabando de armas para Argyll era comum. A frota templária em seguida desembarcou em Argyll, navegando pelo sul das ilhas de Islay e Jura, onde os navios da frota Templária descarregou sua carga e homens que fugiram da perseguição na Europa, nas fortalezas dos templários escoceses de Kilmory, Castelo Sweet e Kilmartin.

Robert Bruce controlava partes da Escócia, mas não tudo. Porções significativas dos planaltos do norte e do sul escoceses (highlands) ainda eram controladas por clãs que eram aliados com a Inglaterra. Robert Bruce tinha sido excomungado pelo Papa, em 1306, um ano antes da perseguição dos templários começar. Essencialmente, o decreto papal que proibiu os cavaleiros templários não era aplicável, na Escócia, ou pelo menos aos territórios da Escócia que Robert Bruce controlava.

A virada da maré para Robert the Bruce, a Escócia e os Cavaleiros Templários foi a famosa Batalha de Bannockburn, que teve lugar em 24 de junho de 1324. Ao visitar a Escócia, eu saí de Edimburgo para procurar o local da Batalha de Bannockburn. Ele é conhecido por ter ocorrido dentro de quatro quilômetros de distância do Castelo de Stirling.


Mercadorias poderiam ser trazidos da Grã-Bretanha em navios templários para La Rochelle, transportados por terra para o porto francês dos Templários no Mediterrâneo, como em Collioure, carregado a bordo de navios templários novamente e levada para a Terra Santa e norte da África

Em 24 de junho de 1324, Robert Bruce da Escócia, com aproximadamente 6.000 escoceses milagrosamente derrotou um exército com cerca de 20 mil soldados ingleses. Exatamente o que aconteceu nunca foi realmente registrado. Acredita-se por alguns historiadores que Bruce fez isso com a ajuda de uma força especial (de cavalaria) dos Cavaleiros Templários. Afinal, 24 de junho também é um dia especial para os Cavaleiros Templários, era dia de São João.

Baigent e Leigh dizem em seu livro: “A maioria dos historiadores concorda que o exército escocês era constituído quase que inteiramente de soldados armados com longas lanças, lanças curtas e machados (infantaria). Eles também concordam que somente homens montados nas fileiras escocesas carregavam espadas, e que Bruce tinha poucos homens assim. … ” De repente, no meio da batalha, com as forças inglesas envolvidas em um combate de três a um contra os soldados escoceses, foi atacada por uma carga de cavalaria oriunda detrás das fileiras do campo escocês.

A nova força escocesa de batalha com bandeiras flanando ao vento cavalgou em linha reta para a batalha contra o exército Inglês. As fileiras inglesas quando viram a nova carga escocesa e deram uma olhada para essa nova força foi tomada de puro terror dos novos combatentes, eles literalmente fugiram do campo de batalha, dizem Baigent e Leigh em O Templo e a Loja:

“Depois de um dia de combate que tinha deixado esgotado tanto o exército Inglês assim como o exército escocês … O pânico varreu as fileiras inglesas. O rei Edward, juntamente com 500 de seus cavaleiros, abruptamente também fugiram do campo de batalha.



Desmoralizados, os soldados de infantaria Inglês prontamente seguiu a fuga, e a retirada se deteriorou rapidamente em uma derrota inglesa em larga escala, todo o exército Inglês abandonando suas posições, as suas bagagens, seu dinheiro, ouro e prata, armas, armaduras e equipamentos. Mas enquanto as crônicas falam de um abate terrível que se sucedeu, as perdas registradas pelos inglêses de fato não parece ter sido muito grande.

Apenas um conde é dado como morto, apenas 38 barões e cavaleiros nobres Inglêses. O colapso parece ter sido causado não pela ferocidade do ataque escocês, que estava conseguindo resistir, mas simplesmente por puro medo”.

Na verdade, o que provavelmente aconteceu foi que um contingente das forças remanescentes dos Cavaleiros Templários entrou na batalha contra o exército Inglês. Estes veteranos das ferozes batalhas das cruzadas no oriente médio, naquela época e momento, eram como os Boinas Verdes ou as melhores Forças Especiais militar da Idade Média. Todos os combatentes de repente pararam para testemunhar a carga do exército de cavalaria dos muito bem treinados e armados Cavaleiros Templários, em trajes de gala com bandeiras brancas e insígnias da cruz vermelha voando alto acima dos montados Cavaleiros do Graal (Templários).

A provável estratégia por trás desta carga de cavalaria dos Templários para a batalha teria sido o ataque frontal contra o grosso do exército inglês para tentar chegar ao lugar onde estava o Rei Edward da Inglaterra e seus guardas pessoais. Uma vez em batalha com os comandantes do inimigo Inglês, esses experientes veteranos de guerra facilmente derrotariam os cavaleiros do Rei Edward e possivelmente matariam ou capturariam o próprio rei inglês. Como se observa, o rei Edward e seus cavaleiros “especiais” imediatamente fugiram ao testemunhar a carga dos Templários contra às suas posições.

O filme multipremiado com o Oscar, Braveheart (Coração Valente) com Mel Gibson, é concluído, descrevendo esse ataque final dos Cavaleiros Templários e Robert, o Bruce em sua carga contra o rei inglês em Bannockburn.



Meu amigo Lionel Fanthorpe na sua volta do País de Gales tinha me dito que eu deveria visitar a Templária Rosslyn Chapel, enquanto eu estava perto de Edimburgo, assim que eu fosse em direção ao sul da área da batalha de Bannockburn. Eram apenas cerca de meio-dia quando cheguei na Capela Rosslyn na Hills Lothian, no sul de Edimburgo.

Estacionei o carro e caminhei ao redor da pequena capela muito ornamentada. Era um domingo e havia um culto na igreja acontecendo no seu interior, então eu olhei para algumas das sepulturas no cemitério no lado oeste do edifício. Quando o serviço terminar, um homem alto, magro, com um casaco de tweed esporte saiu da capela e ficou no pátio por um momento.

“Desculpe-me”, eu disse dirigindo-me diretamente a ele, “mas a Capela Rosslyn esta associada com os Cavaleiros Templários?” “Oh, sim, realmente”, disse o homem. “Esta capela foi construída por William St. Clair, um Grão-Mestre da Ordem dos Cavaleiros Templários.”

Ficamos ali por um momento falando sobre a capela e os Cavaleiros Templários, e foi durante esta conversa quando ele me disse que tinha escrito vários livros sobre Rosslyn Chapel, os Cavaleiros Templários, o Santo Graal e a Lança do Destino. “Eu co-escrevi o livro The Mark of the Beast (A Marca da Besta) com Trevor Ravenscroft, “ele disse,”todos esses livros estão para venda na loja de presentes da capela. “

“Eu li A Marca da Besta”, eu disse. “Você é então Tim Wallace-Murphy?”

“Na verdade eu sou”, admitiu ele, um pouco surpreso que eu sabia quem ele era e que eu tinha lido um de seus livros.


A Capela de Rosslyn ou Catedral de Rosslyn foi construída em 1446, em Roslin, na Escócia. Foi fundada, por William Sinclair, conde (Earl) de Caithness, com o nome de Collegiate Chapel of St.Matthew. É atravessada pelo meridiano de Paris. Diz a lenda que ela foi construida pelos Cavaleiros Templários para proteger o Santo Graal, que, como se diz, está em baixo da rosa. Rosslyn é a linha rosa original, por isso a tal lenda. Foi popularizada no romance e filme O Código da Vinci pelo autor americano Dan Brown Naturalmente o Santo Graal só pode ser Maria Santíssima, mas santa Maria de Magdala que,com santo Lázaro e santa Marta teriam atingido o sul da França, bem teria chegado lá com as suas relíquias.

“É um prazer conhecê-lo,” eu disse, e nós conversamos um pouco sobre a Batalha de Bannockburn, desde que eu tinha acabado de vir da área do campo de batalha. “A acusação dos Cavaleiros Templários em Bannockburn deve ter sido um grande espetáculo”, disse eu. “Algum dos cavaleiros Templários foi morto nesta batalha?”

“Não, nenhum só”, disse ele. “O exército Inglês fugiu com medo total dos guerreiros experientes. Nem mesmo um dos cavaleiros Templários foi morto.”

“Bem, esse é o tipo de estatística, que eu gosto”, eu disse. Particularmente, eu me perguntava se esta batalha foi a batalha recíproco para a última posição dos cátaros em Montségur. Em Montségur todos haviam sido mortos; em Bannockburn os Cavaleiros do Graal haviam triunfado completamente e nenhum só homem se perdeu.

Dr. Tim Wallace-Murphy me levou na loja onde ele me mostrou seus outros livros sobre Rosslyn Chapel e sua história. Ele também me contou a história de Rosslyn, que está conectada às Orkney Islands (Ilhas Órcades) e a tomada do Santo Graal levado a América do Norte.

O construtor da Capela de Rosslyn, William St. Clair (Sinclair), era “Jarl” (depois Earl=Conde) o último Sinclair de Orkney, que viveu em meados do século XV. Mestre Earl William, o “Jarldom de Orkney ‘ passou desde a família até a coroa escocesa como parte do dote de Margarida da Dinamarca para seu casamento com o rei Jaime III da Escócia. William não foi apenas o neto do Infante D. Henrique e o último Jarl das Órcades, ele também tinha o título um tanto peculiar de Cavaleiro do Berbigão e do Tosão de Ouro (Knight of the Cockle and the Golden Fleece).

Como o Dr. Wallace-Murphy aponta em seu livro, O Legado dos Templários e da Herança Maçônica dentro de Rosslyn Chapel, Sir William St. Clair era um membro de um grupo secreto que preservou importantes conhecimentos sobre o Santo Graal, o Santo Sangue da dinastia dos reis Merovingios, e o destino do novo (As três Américas) continente através do Atlântico. Wallace-Murphy especula que os Cavaleiros da berbigão e o Velo de Ouro era a Ordem do Graal da qual Sinclair foi possivelmente o último Grão Mestre.



Claramente, os Cavaleiros Templários se viam como os herdeiros do conhecimento antigo, que remontava aos tempos pré-diluvio de Atlântida. Eles lutaram por centenas de anos contra o Vaticano e contra o reinado de terror conhecido como a Inquisição da ‘santa” igreja romana. Para os Templários, a verdadeira igreja, que ensinava o misticismo, a gnosis, o feminino sagrado, a reencarnação e as boas obras, estava sendo suprimida por um poder obscuro que se chamava a “única fé verdadeira”. A opressão dessas outras religiões foi feita com os dispositivos familiares do terror, tortura e extermínio em massa.

Será que os Templários procuraram redescobrir e recriar a Atlantida na América? Henry Sinclair de Orkney tinha arriscado tudo para fazer suas viagens através do Atlântico Norte. Se ele tivesse levado o Santo Graal e, possivelmente, até mesmo a Arca da Aliança para a América? Se estas relíquias sagradas ajudaram a impulsionar a criação dos Estados Unidos, uma terra que rosa-cruzes, maçônicos, esotéricos e ocultistas, os pais fundadores, como George Washington, Thomas Jefferson e Benjamin Franklin ajudram a criar, em parte, com os ideais de conhecimento, tolerância e liberdade religiosa dos Cavaleiros Templários?

Segundo historiadores dos Templários como Michael Baigent, Richard Leigh, Henry Lincoln, Andrew Sinclair, Tim Wallace-Murphy, e muitos outros, os Cavaleiros Templários ajudaram a criar uma Escócia independente, então uma “Nova Escócia” no Canadá,para, finalmente, um independente (dos ingleses e do Vaticano) Estados Unidos da América. (n.t. E principalmente, para nós brasileiros, os Cavaleiros Templários criaram o estado de Portugal, pois já detinhm o conhecimento das novas terras à oeste, como a América do Sul e sabiam ser seu destino, através da ordem dos Cavaleiros de Cristo, em Portugal, (re)descobrir o que viria a ser o Brasil…)

Os Cavaleiros Templários nos dias de hoje?

Qual dos Cavaleiros Templários hoje? Embora, aparentemente, a Maçonaria surgiu (capenga) a partir dos Cavaleiros Templários, existem outros grupos sobreviventes?

O “Cavaleiros Templários de Aquário” já existia nos anos 1940 e 50, na Inglaterra, com sede em Canfield Gardens, em Londres, e na ilha de Jersey. O chefe da ordem era um inglês chamado Randall HC-Stevens. Randall-Stevens escreveu vários livros curiosos, incluindo um intitulado As Crônicas de Osíris, e outro intitulado Atlantis os últimos dias, que foi publicado em 1954. Neste livro raro Randall-Stevens discute vários temas, incluindo Atlantis, a Grande Pirâmide, o Templo do Rei Salomão e os Cavaleiros Templários.



A literatura atual sobre conspiração recente pintou um retrato negro dos maçons modernos, muitas vezes colocando a culpa de um pesadelo orwelliano da criação de uma Nova Ordem Mundial-New World Order sobre os ombros de uma conspiração maçônica (mas a maçonaria e os maçons, não importa de que “rito” também são meros fantoches…). Grupos renegados Maçônicos homicidas como a “famosa” Loja P-2 organização da Itália fizeram as manchetes mundiais com as suas “operações” envolvendo lavagem de dinheiro pelo Banco do Vaticano e a Máfia. O fato de que muitos “empresários e políticos influentes” também serem maçons é visto como parte do exclusivo clube dos fantoches dos mestres verdadeiros …

A minha opinião é que, enquanto os maçons foram um poderoso grupo político há cerca de 200 anos, a sua importância hoje em lutas de poder na moderna política é provavelmente exagerada. Além disso, suas doutrinas são muito mal compreendida, especialmente pelos católicos fundamentalistas.

Os Cavaleiros Templários nos seus dias, e posteriormente os maçons revolucionários, eram livres-pensadores que se rebelaram contra os controles artificiais de pensamento ou controles políticos e econômicos impostos pelos controladores do sistema. Os cavaleiros templários perderam sua batalha final e fugiram em massa para a Escócia e Portugal, e possivelmente, rumaram para o Novo Mundo, do qual tinham conhecimento prévio. Os maçons descendentes da Guerra Revolucionária da Escócia contra a Inglaterra e os rosacruzes de ascendência alemã e holandesa conseguiram derrotar a Coroa Britânica e rechaçar a invasão do Vaticano (em forma da Espanha monárquica) ao mesmo tempo.

Lutas de poder entre as facções religiosas, raciais e políticas ocorreram desde o início da história. A história registra que os Cavaleiros Templários, e mais tarde os maçons, representavam a liberdade filosófica e política. É difícil acreditar que os pais fundadores da América, praticamente todos membros de sociedades secretas ligadas aos Cavaleiros Templários, foram tentar criar uma nação que era para ser levada mais tarde (hoje) para um estado policial estilo Nova Ordem Mundial.

Em vez disso, eles estavam tentando criar uma nação com salvaguardas especiais contra uma tal possibilidade. Os freios e contrapesos, garantias de liberdades e direitos inalienáveis são parte do plano para uma “nação sob Deus” verdadeiro – uma sociedade utópica onde todos os cidadãos possam viver em paz e liberdade.

No entanto, não vamos ser enganados. Existe o Cristo e também existe o Anti-Cristo. Há o Buda e há o anti-Buda, e há a Novus Ordo Seclorum, e o Anti-Novus Ordo Seclorum. Todas as profecias nos lembram que uma idade de ouro, uma vez existiu no passado, e uma nova era de ouro está prestes a se materializar logo ali, ao dobrarmos a esquina. Como devemos chamar esta nova era de luz?



De acordo com a doutrina arcana e hermética, de muitos profetas, bem como os Cavaleiros Templários, as mudanças na Terra vão destruir muitas terras, incluindo a Europa, enquanto novas terras vão se erguer dos oceanos, nos oceanos Atlântico e Pacífico. Novos países, criados por novos pioneiros, vão ocupar estas novas terras. Essas mesmas pessoas vão escapar da devastação acontecendo em seus próprios países. Talvez a nova idade de ouro ainda esteja por vir, e possa ocorrer em uma terra que ainda não está presente no planeta (n.t. Essa nova ”terra”, desde cedo vislumbrada pelos Templários é o Planalto Central do Brasil, mas esta é uma nova história…).
Holy Blood, Holy Grail, de Michael Baigent, Richard Leigh e Henry Lincoln, 1982, Johnathan Cabo, Londres (publicado no Reino Unido como O Sangue Santo eo Santo Graal).
A Herança Messiânica, Michael Baigent, Richard Leigh e Henry Lincoln, 1985, Johnathan Cabo, Londres.
O Templo e a Loja, Michael Baigent e Richard Leigh, 1989, Johnathan Cabo, Londres.
Emerald Cup – Arca de Ouro, o coronel Howard Buechner, 1991, Thunderbird Press, Metairie, LA.
Os segredos de Rennes-le-Chateau, Lionel & Fanthorpe Patricia, 1991, Livros Bellevue, Londres.
A História dos Cavaleiros Templários, Charles G. Addison, 1842, em Londres.
A História das Sociedades Secretas, Arkon Daraul, 1962, Citadel Press, NY.
Os Mistérios da Catedral de Chartres, Louis Charpentier, 1975, Avon Books, Nova York, 1966, Robert Lafont, Paris.
Santo Graal outro lado do Atlântico, Michael Bradley, 1988, Hounslow Press, Willowdale, Ontário.
O Despertar dos Mágicos, Jacques Bergier e Louis Pauwels, 1960, Stein & Publishers Dia, Nova York.
Príncipe Henry Sinclair, Frederick Pohl, 1974, Clarkson Potter Publishers, New York.
A Espada e o Graal, Andrew Sinclair, 1992, Crown, Nova York.
O Legado dos Templários e da Herança Maçônica Dentro de Rosslyn Chapel, Tim Wallace-Murphy, 1993, Amigos de Rosslyn, Rosslyn, na Escócia.
O Legends Glastonbury, RF Treharne, 1967, Livros Esfera, em Londres.
São José de Arimatéia em Glastonbury, Lionel Smithett Lewis, 1922, James Clark & Co., Cambridge.
GENISIS, David Wood, 1986, Tunbridge Wells, no Reino Unido
Os Templários, os Cavaleiros de Deus, de Edward Burman, 1986, Destiny Books, Rochester, Vermont.
Os Druidas, Stuart Piggott, 1967, Thames and Hudson, London.
Atlantis para os últimos dias, HC Randall-Stevens, 1957, Os Cavaleiros Templários de Aquário, em Londres.
A busca pela Pedra do Destino, Pat Gerber, 1992, Canongate Press, Edimburgo.

Este artigo foi extraído da Introdução ao livro recentemente reeditado de 1842, A História dos Cavaleiros Templários, por Charles G. Addison.

Saiba mais sobre os Templários em:
http://thoth3126.com.br/category/templarios/

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23.06.15

O IMPÉRIO MARÍTIMO, A GRANDE FROTA NAVAL DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIOS

Posted by Thoth3126 on 21/12/2014


templarios-frota-navalDurante os 180 anos de Cruzadas, a riqueza dos Templários cresceu para atingir uma enorme, talvez incalculável, fortuna (talvez fosse a maior da Europa em seu tempo). 
Eles possuíam mais de nove mil casas senhoriais e castelos por toda a Europa, todos os quais eram livres de impostos. Cada propriedade era explorada com agricultura e criação de animais e as riquezas que produziam eram usadas para apoiar o vasto sistema bancário criado pelos Templários na Europa. 


Tradução, edição e imagens:   
Thoth3126@gmail.com
A FROTA NAVAL DOS CAVALEIROS TEMPLÁRIOS E SEU IMPÉRIO MARÍTIMO

Por David Hatcher Childress

Fonte:  http://greyfalcon.us/The%20Knights%20Templar.htm

O Império Marítimo dos Cavaleiros Templários 

A riqueza e poder dos Templários causou desconfiança e muitos ciúmes entre alguns membros da nobreza européia. Rumores caluniosos foram espalhados de rituais secretos e de adoração ao diabo. 

O Rei da França  Filipe IV, o Belo,  foi responsável pela disseminação de muitos destes rumores. Filipe IV se refugiu na sede dos Templários em Paris da revolta de uma multidão enfurecida. Os Templários mudaram a sua sede principal de Jerusalém para Paris depois que os Cruzados e o reino de Jerusalém foi derrotado no Mediterrâneo Oriental. A Marinha Turca Otomana tinha tomado a maior parte do Mediterrâneo e estavam ocupados com o cerco aos Cavaleiros do Hospital de Malta. 

tesouro

Os Templários deram refúgio a Filipe IV da multidão furiosa, mas diz-se que o rei viu a magnificência do tesouro dos Templários e passou a querê-lo para si mesmo. Sua nação foi à falência, ele era um rei fraco, que era impopular com as pessoas, e ele sabia que os Templários eram mais ricos e poderosos da Europa do que ele jamais fora algum dia.

Filipe IV foi para Roma em 1305 e convenceu o Papa Clemente V (um francês Raymond Bertrand de Goth), de que os Templários não eram os defensores sagrados da fé católica, mas que , pelo contrário, estavam tentando destruí-la. O papa ordenou ao rei Felipe prender todos os Cavaleiros Templários na França e começar uma inquisição. Numa sexta-feira, 13 de outubro de 1307 (n.t. aqui começa a crença de que sexta, dia 13 é dia de azar), centenas de cavaleiros templários foram presos na França, uma ação aparentemente motivada financeiramente e realizada pela eficiente burocracia real para aumentar o prestígio da coroa.

Filipe IV foi a força por trás deste movimento, mas também embelezou a reputação histórica do papa Clemente V. Desde o dia da coroação de Clemente V, o rei acusou os Templários com a usura, a inflação de crédito, fraude, heresia, sodomia, imoralidade e abusos e os escrúpulos do Papa foram aumentados por um sentimento crescente de que o Estado francês florescente  não poderia esperar pela Igreja, mas iria proceder de forma independente.

Quando os senescais do Rei foram para os castelos templários para cumprir a ordem de prisão encontraram muitos deles abandonados e a grande força naval que estava ancorada na base dos Templários no porto de La Rochelle havia simplesmente sumido assim como todo o tesouro templário. Aqueles cavaleiros que foram presos foram julgados e considerados culpados de pecados contra Deus. Jacques de Molay, o último Grão-Mestre dos Cavaleiros Templários foi queimado vivo com seus confrades na fogueira em Paris em 18 de Março de 1314. 

JacquesDeMolayRestingPlace
Placa assinalando o lugar da execução de Jacques de Molay, na Île de la Cité, em Paris: Neste local, Jacques de Molay, último Grão-Mestre da Ordem dos Templários, foi queimado, em 18 de março de 1314“.

Um poema contemporâneo inglês fez a pergunta que muitos se fazem ainda hoje: Para onde foram, afinal, o tesouro e os navios dos Cavaleiros Templários? Os irmãos, os Mestres do Templo, que eram bem abastecidos materialmente, com ouro e prata e riquezas, onde eles estavams? Como eles escaparam? Eles tinham um tal poder, e conhecimento, que ninguém ousava tirar-lhes nenhum centavo, nenhuma organização na Europa foi tão ousada, eles sempre compravam posses e bens e nunca os vendiam … 

Esta questão tem atormentado os historiadores e caçadores de tesouros durante os últimos séculos. Por centenas de anos, houve rumores de que os Templários não eram apenas os defensores da fé, mas também foram os guardiões do Santo Graal e de vários mistérios. O Santo Graal é dito que seria o mais santo dos artefatos religiosos. 

Diferentes versões da lenda existe, com as duas mais proeminentes afirmando que o Santo Graal é a taça ou o cálice usado por Cristo na Última Ceia ou um pedaço da cruz que Jesus foi crucificadoe assim por diante. A versão do cálice do Santo Graal tem São José de Arimatéia trazendo para a Inglaterra (n.t. para a região de Glastonbury  em Somerset) o cálice usado na Última Ceia que tinha sido utilizado para coletar o sangue que escorria das feridas de Cristo. 

Uma versão galesa da história do Graal diz que São José de Arimatéia trouxe o Graal para a Inglaterra com a palavra (o Evangelho) de Cristo, e deixou a relíquia sagrada em Glastonbury; lá um dia chegou o rei Arthur (século VI) e os cavaleiros da Távola Redonda. O Graal é dito ter tomado muitas formas e o Rei Arthur viu em sua quinta e última forma ao receber a Comunhão com eremitas, uma lança sangrando, que também era conhecida como a Lança de Longinus, que teria sido descoberta também pelos Cruzados em Antioquia. Esta última versão iria colocar os Templários e a lança no Oriente Médio, ao mesmo tempo. Antes de deixar a lenda do Santo Graal de lado devemos pensar no significado religioso que uma relíquia desse tipo teria na história humana afinal. 

Os misteriosos Cavaleiros Templários tinham uma extensa rede de portos nos mares e podem ter descoberto, no Oriente Médio (n.t. ou mesmo durante as escavações no local do Templo de Salomão em Jerusalém) alguns dos mapas e outros conhecimentos náuticos dos fenícios, como a construção de navios e velame para viagens oceânicas de longo curso, que eles mantiveram em segredo.

graal-templarios

Quando os Templários foram interditados pela igreja de Roma e presos em 1307 pelo rei Filipe IV de França, a enorme frota naval templária ancorada em La Rochelle (um porto administrado pelos Templários), na França, desapareceu assim como muitos Cavaleiros Templários procuraram refúgio em terras fora da França. 

Portugal foi um dos poucos lugares onde eles encontraram asilo incondicional, e é provável que a frota templária com Cavaleiros Templários a bordo estiveram no Castelo de Almourol, antes de continuar para o seu destino final, provavelmente a Escócia, onde teriam ajudado este pais a conquistar sua liberdade em 1314, participando da Batalha de Bannockburn (23 – 24 de junho de 1314), quando os ingleses foram derrotados e expulsos da Escócia (n.t. esta batalha é apresentada no final do filme Braveheart-1995 (Coração Valente), com direção e atuação de Mel Gibson)

Note-se que muitos dos exploradores portugueses e nobres da realeza foram Cavaleiros Templários. Muitos estudiosos e historiadores acreditam que os Cavaleiros Templários foram instrumentos em Portugal, na (re)descoberta da sua futura, rica em recursos naturais, prata e ouro, e vasta colônia transatlântica, o Brasil. 

castelo-Almourol-templarios
O Castelo de Almourol, no Ribatejo, localiza-se na Freguesia de Praia do Ribatejo, Conselho de Vila Nova da Barquinha, Distrito de Santarém, em Portugal, embora a sua localização seja frequentemente atribuída a Tancos, visto ser a vila de onde se vislumbra melhor. Erguido num afloramento de granito a 18 m acima do nível das águas, numa pequena ilha de 310 m de comprimento por 75 m de largura, no médio curso do rio Tejo, um pouco abaixo da sua confluência com o rio Zêzere, à época da Reconquista integrava a chamada Linha do Tejo, atual Região de Turismo dos Templários. Constitui um dos exemplos mais representativos da arquitetura militar da época, evocando simultaneamente os primórdios do reino de Portugal e a Ordem dos Cavaleiros Templários, associação que lhe reforça a aura de mistério e romantismo. Com a extinção da Ordem do Templo o castelo de Almourol passa a integrar o patrimônio da Ordem dos Cavaleiros de Cristo (que foi a sucessora em Portugal da Ordem dos Cavaleiros Templários) Wikipédia.

Enquanto Portugal foi um refúgio importante para os Cavaleiros Templários que se evadiram da França, a sua principal base de operações, até antes que eles fossem perseguidos, foi o sul da França e a Catalunha, a área dos cátaros e dos reis merovíngios. Barcelona, capital da Catalunha, foi original e antigamente um porto fenício e esta área ao longo da fronteira entre Espanha e França há muito tempo se comporta como a Catalunha, um Estado, povo e cultura separados do resto da Espanha. A população fala sua própria língua, o catalão, uma linguagem que pode ter se originado com o fenício antigo. 

Fora de Barcelona esta o mosteiro de Montserrat, um antigo local de peregrinação religiosa durante um longo tempo, provavelmente mesmo antes da era cristã o local já era venerado pelos “pagãos”. É uma montanha que se eleva a 4.054 pés acima da planície costeira, que afinal se tornou o local de um célebre mosteiro beneditino. Foi em Montserrat que Santo Inácio de Loyola, prometeu dedicar-se à vida religiosa. 

O mosteiro pode ser encontrado encravado a meio caminho até o cume da montanha íngreme e estéril. Apenas ruínas podem ser encontrados do mosteiro beneditino do século 11 e um novo mosteiro  foi construído no local no século 19. 

De acordo com a Columbia Viking Desk Encyclopedia (edição 1968), a antiga fortaleza de Montserrat na Idade Média teria sido o local que guardava o Santo Graal, diz a enciclopédia que: “A igreja renascentista contém uma imagem preta de madeira da Virgem (Negra), esculpida, segundo a tradição, por São Lucas. Na Idade Média, a montanha, também chamada de Montsalvat, teria sido o castelo que abrigava o Santo Graal. ” 

Mosteiro de Montserrat
Acima: O Mosteiro do Montserrat(em catalão, Abadia de Montserrat ), localizado no Monte Serreado, no município de Monistrol de Montserrat, na província de Barcelona, na Catalunha, na Espanha, é um mosteiro beneditino que abriga a famosa imagem de Nossa Senhora do Monte Serrat, a padroeira da Catalunha. O mosteiro foi construído na Idade Média ao redor da gruta onde teria sido encontrada a imagem de Nossa Senhora de Monte Serreado, em 880. Foi destruído por tropas francesas em 1811, por ocasião da Guerra Peninsular. Foi reconstruído em 1844. Durante a ditadura de Francisco Franco, que reprimiu o nacionalismo catalão, em meados do século XX, o mosteiro foi um reduto da cultura catalã.(Wikipédia)

Curiosamente, Barcelona é a cidade onde Colombo aportou em seu retorno para a Espanha a partir da sua descoberta e viagem ao Novo Mundo (América do Norte). Por que Colombo veio direto em seu caminho para Barcelona quando ele passou por Cádiz, um porto pelo qual que ele teve que passar para se dirigir para Barcelona? Talvez o porto de Barcelona fosse mais seguro para se aportar do que o porto de Cádiz? É bem possível que Colombo fosse um cavaleiro templário, membro da ordem dos Cavaleiros de Cristo. Ele sempre assinou seu nome com um triângulo curioso e letras codificadas, algo que os cavaleiros templários eram conhecidos por fazerem. 

Todos os judeus foram banidos da Espanha no mesmo dia em que Colombo navegou para descobrir e desbravar o Novo Mundo nas Américas. Alguns historiadores afirmam que Colombo fosse um judeu espanhol e não um italiano de Gênova como historiadores posteriores quiseram reivindicar. Se Colombo era judeu, talvez Barcelona e a área da Cataluna fosse um refúgio seguro para ele e sua tripulação. Além disso, Barcelona teria sido uma cidade altamente provável para o secreto Grão-Mestre  da Ordem dos Cavaleiros Templários residir. 

Uma das personagens mais interessantes e misteriosos entre os escoceses foi o príncipe Henry Sinclair, o último rei das Ilhas Orkney. Henry Sinclair, como muitos outros nobres da Idade Média, possuía muitos títulos e ele fez muitas coisas. Ele era o rei das Ilhas Orkney, apesar das ilhas ser oficialmente um condado concedido ao príncipe Henry Sinclair pelo rei da Noruega. Ao mesmo tempo, Henry Sinclair governava outros territórios como um vassalo do rei escocês. O Príncipe Sinclair também foi um Grão-Mestre da Ordem dos Cavaleiros Templários, um veterano das cruzadas e, de acordo com algumas fontes, o possuidor do Santo Graal. 

No ano de 1391 d.C. o Príncipe Henry Sinclair se reuniu com os famosos exploradores e cartógrafos Nicolos e Antonio Zeno em Fer Island, que está localizado entre as ilhas Orkney e as ilhas Shetland. Os irmãos Zeno eram bem conhecidos pelos seus mapas da Islândia e do Ártico. O Príncipe Henry iria contratá-los para enviar uma frota exploratória para o então “desconhecido” Novo Mundo, cerca de 100 anos antes que Cristóvão Colombo assim o fizesse.

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Acima: em Westford em Massachusetts, nos EUA, existe uma rocha com um design estranho nela. Com iluminação correta, ela pode parecer com o desenho de um cavaleiro Templário  vestido com armadura completa, com um escudo com o brasão escocês do Clann Gunn. Este local é reivindicada como sendo o memorial de Sir James Gunn, presumivelmente morto na expedição durante um esforço para explorar o interior do Novo Mundo. A pedra com inscrições se pode ler: “Príncipe Henry Sinclair Primeiro de Orkney Nascido na Escócia fez uma viagem de descoberta para a América do Norte, em 1398. Depois de uma invernada em Nova Scotia, ele partiu para Massachusetts em uma expedição terrestre em 1399 para Prospect Hill para ver o paisagem circundante, um amigo muito próximo morreu. os desenhos esculpidos na rocha mostram uma efígie armorial, que é um memorial para este cavaleiro que morreu”.

Com a ajuda e financiamento do tesouro dos Cavaleiros Templários, que já tinham sido banidos pelo Papa e expulsos e perseguidos na França e Europa, o príncipe Henry Sinclair reuniu uma frota de 12 navios para uma viagem para estabelecer um refúgio seguro para a ordem dos Cavaleiros Templários e seu vasto tesouro. A frota dos doze navios foi liderada por Henry Sinclair, sob a orientação de Antonio Zeno, como seu navegador, o famoso cartógrafo de Veneza. 

A frota deixou as Ilhas Orkney (Ilhas Órcadas) em 1398 e desembarcou em terras da hoje Nova Escócia, em pleno inverno e depois, descendo para o sul, explorou a costa leste dos Estados Unidos. Diz-se que a efígie de um dos companheiros próximo de Henry Sinclair, Sir James Gunn, que morreu na expedição, pode ser encontrada esculpida sobre a face de uma rocha em Westford, Massachusetts,nos EUA. 

Os desbravadores templários alegam ter construído um castelo e deixado uma parte de sua marinha nas terras da agora Nova Escócia. Como veremos, a famosa Ilha Oak, que dista apenas fora do continente da Nova Escócia iria tornar-se parte do mistério que envolve o príncipe Henry Sinclair. 

Sinclair e agora a metade de sua frota original voltou para as ilhas Orkney mas pouco depois o príncipe Henry Sinclair foi assassinado em terras da Escócia. O ano já era o de 1400 da graça do Senhor e ainda levaria mais 92 anos antes de Cristobal Colon, outro provável membro da Ordem dos Cavaleiros de Cristo, conhecido por nós como Cristóvão Colombo, para usar o seu conhecimento da Islândia e os mapas dos irmãos Zeno para fazer sua famosa viagem através do Atlântico e (re)descobrir as Américas. 

Em seu livro Holy Grail Across the Atlantic, Michael Bradley tenta mostrar que o antigo tesouro do Templo de Salomão foi mantido na fortaleza dos Pirineus franceses, em Montsegur, a região dos cátaros e sua heresia (para Roma) gnóstica da França. Esta fortaleza situada no topo da montanha foi cercada pelas forças de Simon de Montfort e da Inquisição da igreja romana em 16 de março de 1244, mas acredita-se que o tesouro secreto escapou durante o cerco. 

Montsegur-Cathar-Castle
O Castelo de Montségur localiza-se na comuna de Montségur, no Departamento do Ariège, na região do Midi-Pyrénées.na França. Situa-se no topo da montanha, a 1.207 metros acima do nível do mar, em posição dominante sobre a vila. Atualmente é considerado como um dos Castelos cátaros. Com efeito, este castelo foi implantado no local arrasado da antiga aldeia fortificada que constituía, até ao cerco de 1244, o local de resistência dos cátaros. 

O tesouro provavelmente incluía tanto o tesouro antigo encontrado sob às ruínas escavadas pelos templários do templo de Salomão em Jerusalém, mas também de prata, ouro e jóias de fabricação mais moderna. Os Cavaleiros Templários foram bem financiados em segredo pela realeza europeia, durante muitos anos, afinal, os reis merovíngios eram do Sangue Sagrado de Jesus e Madalena – ou assim foi alegado. 

Bradley afirma que o príncipe Henry levou em sua viagem cerca de 300 colonos para o Novo Mundo e um literal “Castelo do Graal” foi construído em terras de New Scotia – a Escócia Nova, em terras da América do Norte, hoje o Canadá. Tão forte é a evidência para essa viagem do príncipe Henry Sinclair ter existido, ao outro lado do Atlântico com os Cavaleiros Templários, que seu parente distante Andrew Sinclair escreveu um livro intitulado The Sword and the Grail na qual ele afirma o mesmo que Bradley no seu livro Holy Grail Across the Atlantic

Os templários também podem ter descoberto e entrado na sua posse de alguns mapas muito antigos altamente precisos feitos pelos fenícios, mouros e turcos, e, assim fazendo, herdaram o conhecimento secreto do mar, uma vez guardado tão ciosa e cuidadosamente pelos antigos cartagineses,fenícios e os seus aliados. 

Caravela-Templária-01

Bradley e Andrew Sinclair alegam de que um Castelo especial para o Graal foi construído em uma área do centro de Nova Escócia chamada “The Cross”. Este ponto poderia ser alcançado através do rio a partir de ambos os lados da península da Nova Escócia e na foz dos dois rios existe um arquipélago chamado por Oak Islands (“Ilhas do carvalho”). 

Curiosamente, uma dessas ilhas Carvalho tem o famoso “Money Pit” (Poço do Dinheiro) que é um poço artificial feito pelo homem com centenas de metros de profundidade e com túneis laterais. De acordo com antiga lenda, acredita-se que há um imenso tesouro escondido neste poço e milhões de dólares foram gastos em tentativas de se chegar ao fundo do poço submerso.

Tem sido tradicionalmente acreditado que o poço (Money Pit) da Ilha Oak  ilha foi construída por piratas para esconder um tesouro, mas Bradley e Sinclair alegam de que ele foi construído por Henry Sinclair e os Cavaleiros Templários. Além disso, eles afirmam, o Canadá foi criado como um resultado direto daquela viagem e de que o Santo Graal foi levado para suas terras. A viagem de Sinclair e os Cavaleiros Templários foi uma tentativa de criar a profetizada “Nova Jerusalém”, no Novo Mundo. 

oak-island-treasure-money-pit

Holy Blood, Holy Grail, de Michael Baigent, Richard Leigh e Henry Lincoln, 1982, Johnathan Cabo, Londres (publicado no Reino Unido como O Sangue Santo eo Santo Graal).
A Herança Messiânica, Michael Baigent, Richard Leigh e Henry Lincoln, 1985, Johnathan Cabo, Londres.
O Templo e a Loja, Michael Baigent e Richard Leigh, 1989, Johnathan Cabo, Londres.
Emerald Cup – Arca de Ouro, o coronel Howard Buechner, 1991, Thunderbird Press, Metairie, LA.
Os segredos de Rennes-le-Chateau, Lionel & Fanthorpe Patricia, 1991, Livros Bellevue, Londres.
A História dos Cavaleiros Templários, Charles G. Addison, 1842, em Londres.
A História das Sociedades Secretas, Arkon Daraul, 1962, Citadel Press, NY.
Os Mistérios da Catedral de Chartres, Louis Charpentier, 1975, Avon Books, Nova York, 1966, Robert Lafont, Paris.
Santo Graal outro lado do Atlântico, Michael Bradley, 1988, Hounslow Press, Willowdale, Ontário.
O Despertar dos Mágicos, Jacques Bergier e Louis Pauwels, 1960, Stein & Publishers Dia, Nova York.
Príncipe Henry Sinclair, Frederick Pohl, 1974, Clarkson Potter Publishers, New York.
A Espada e o Graal, Andrew Sinclair, 1992, Crown, Nova York.
O Legado dos Templários e da Herança Maçônica Dentro de Rosslyn Chapel, Tim Wallace-Murphy, 1993, Amigos de Rosslyn, Rosslyn, na Escócia.
O Legends Glastonbury, RF Treharne, 1967, Livros Esfera, em Londres.
São José de Arimatéia em Glastonbury, Lionel Smithett Lewis, 1922, James Clark & Co., Cambridge.
GENISIS, David Wood, 1986, Tunbridge Wells, no Reino Unido
Os Templários, os Cavaleiros de Deus, de Edward Burman, 1986, Destiny Books, Rochester, Vermont.
Os Druidas, Stuart Piggott, 1967, Thames and Hudson, London.
Atlantis para os últimos dias, HC Randall-Stevens, 1957, Os Cavaleiros Templários de Aquário, em Londres.
A busca pela Pedra do Destino, Pat Gerber, 1992, Canongate Press, Edimburgo. 

Este artigo foi extraído da Introdução ao livro recentemente reeditado de 1842, A História dos Cavaleiros Templários, por Charles G. Addison.

Saiba mais sobre os Templários em:

http://thoth3126.com.br/category/templarios/

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