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A Chama Violeta (The Violet Flame)

Sítio dedicado à filosofia humana, ao estudo e conhecimento da verdade, assim como à investigação. ~A Luz está a revelar a Verdade, e a verdade libertar-nos-á! ~A Chama Violeta da Transmutação

29.12.20

Ano novo: 

quando essa celebração surgiu? 

Por que comemoramos?

Eu Sem Fronteiras

28 de dezembro de 2020

 

 
 
 
 
A tradicional festa de Réveillon é onipresente em nossa cultura, tomamos consciência disso desde que nascemos e passamos de ano a ano acompanhando os rituais com a família. Esse costume faz tudo parecer muito natural, talvez seja por isso que esquecemos de conhecer a verdadeira origem da tradicional festa de virada de ano novo.
 
 
Sob perspectiva brasileira, na qual a festa de ano novo é celebrada em um país onde há a predominância da religião cristã em diferentes fragmentos, principalmente nas matrizes africanas, faz sentido afirmar que a essência dessa festa vai muito além do objetivo festivo.
 
Interpretamos a virada do ano como a passagem para uma nova era. Damos uma direção espiritual para o evento. Não importa se você é religioso ou não, com certeza, cresceu entendendo o reveillon como uma renovação, onde todas as esperanças são jogadas para os próximos meses do novo ano que virá.
 
Tairon Fernandez/Pexels
 
 
Mas, sabia que, no mundo, nem sempre o Réveillon levou consigo a consciência religiosa? Diz a história que essa comemoração começou a ser realizada muito antes da época do cristianismo entre os povos mesopotâmicos.
 
A diferença é que a virada festejada não era de um ano para o outro, e sim de uma estação para outra. Como esses povos dependiam da agricultura para trabalhar e viver, a passagem do inverno para a primavera era um grande motivo para se comemorar, pois uma nova safra estava se aproximando com promessas de fartura.
 
Por mais que os primeiros indícios históricos apontem a Mesopotâmia como berço da comemoração de ano novo, na época, vários outros povos utilizavam a data como um grande evento festivo, como fenícios, gregos, persas e assírios, todos em calendários próprios.
 
Como nós herdamos o calendário dos romanos, no qual a data de virada (dia primeiro de janeiro) foi instituída pelo imperador Julio Cesar no ano 46 a.C., o dia do Ano Novo é historicamente comemorado nesse dia, principalmente no Ocidente.
 
A origem da palavra “Réveillon” vem do verbo réveiller, em francês, que significa “acordar”, “renovar”, “reanimar”. No século XVII, a palavra era usada como referência para celebração de eventos festivos entre a população nobre francesa, entre eles, os jantares de fartura que era servido após à meia-noite.
 
Reconheceu o ritual do jantar após à meia-noite de algum lugar? Na maioria dos países, inclusive no Brasil, jantar após a virada do dia 31 para o dia 1º de janeiro é uma característica marcante dessa festa tradicional.
 
cottonbro/Pexels
 
 
Inspirado na festa já comemorada em outros países, o Brasil incorporou a comemoração e a adequou ao seu leque de culturas que se implantaram no país desde a colonização. Foi Dom Pedro II, junto a sua corte, que ajudou a popularizar a festa de Réveillon no Rio de Janeiro, alastrando-a cada vez mais para outras regiões, na medida em que as elites paulistanas foram aderindo a festa.
 
Como citado anteriormente, a diversidade cultural e religiosa do país colaborou para complementar as tradições e rituais de ano novo. Um grande exemplo disso é a superstição das sete ondas, popularizada por meio dos ritos dos devotos de Iemanjá. Essas pessoas acreditam que pular sete ondas caracteriza uma espécie de oferenda à rainha dos mares e, a cada pulo, um pedido se concretizará.
 
Quando os membros do candomblé passaram a ir às praias durante a virada do ano para fornecer oferendas religiosas à Iemanjá através dos mares, portando suas vestimentas brancas, o Brasil também adotou o hábito de usar roupas brancas para atrair coisas boas no ano que se aproxima.
 
Não é à toa que o destino mais popular entre os(as) brasileiros(as) das mais diversas regiões do país são os litorais. A praia de Copacabana, por exemplo, na capital do Rio de Janeiro, conta com um número elevado de turistas todos os anos, com sua tradicional queima de fogos que atrai até turistas estrangeiros.
 
Em excesso de cores brancas decorando as festas brasileiras, a China nos contraria mostrando que a cor simbólica é o vermelho. Lá, o ano novo é conhecido como Festival da Primavera, no mês de fevereiro. Além de muita decoração vermelha, os(as) chineses(as) adoram soltar muitos fogos, pois acreditam que festejar com muito barulho ajuda a afastar espíritos e energias malignas.
 
VisionPic.net/Pexels
 
 
No Japão, variações no calendário não fariam tanta diferença assim, já que a festa ocorre durante um mês, iniciando no dia 25 de dezembro. Galhos de bambu e ameixas compõem as decorações das casas japonesas, o que simboliza o amor, prosperidade e abundância.
 
Na Índia, não há tempo ruim: renovações são dignas de comemorações durante o ano inteiro. Os diferentes estados do país comemoram de acordo com o calendário de seus povos, mas o mês de março é o principal acolhedor de uma festa incrível chamada “Goody Padva” e do famoso festival das cores “Holi”, com muita tinta colorida envolvida nas celebrações.
 
Em Israel, o ano novo judaico começa com a chegada do outono, na qual as pessoas utilizam o período para se cumprimentarem nas ruas e comerem bastante maçã com mel, para que o próximo ano traga apenas coisas doces.
 
Na Itália, é claro que o sabor romântico europeu estaria mais do que presente nas comemorações do ano que chega: os casais vão às ruas para se beijar. Muito amor, não é mesmo? E, além disso, os(as) italianos(as) costumam atirar artigos antigos de suas janelas para praticar a filosofia do desapego e entrar no novo ano renovados(as) por inteiro.
 
É fascinante como o planeta varia de diferentes povos, costumes, tradições e, principalmente, calendários. Para nós, fica o principal significado da virada de ano: a renovação. É o momento de refletir sobre as conquistas e frustrações de um ano que passou, planejar e traçar metas para o que virá.
 
Vamos chacoalhar a poeira dos ombros e encarar uma nova era?
 
 
 
Eu Sem Fronteiras
 




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20.09.20

Viva — A vida é uma festa: uma reflexão sobre morte e laços familiares.

Eu Sem Fronteiras.

20 de setembro de 2020. 

 

 
 
 
 
 
Viva – A vida é uma festa é um longa-metragem de animação de 2018, dirigido por Lee Unkrich e Adrian Molina. O filme conta a história do mexicano Miguel, um menino de 12 anos de idade, que tem o sonho de ser um músico famoso. Ainda que ele tenha talento para tal, a família desaprova esse desejo, porque o trisavô do jovem abandonou a esposa para se dedicar à música, criando uma aversão da família pela ideia.
 
Porém, no Dia dos Mortos, uma importante comemoração da cultura mexicana, o futuro de Miguel e até o passado de sua família estão prestes a mudar. Quando o menino decide participar escondido de um festival de música, rouba um objeto que lhe confere uma viagem só de ida para o mundo dos mortos. A partir daí, todo o enredo se desenvolve, e o público é convidado a refletir sobre esquecimento, morte e afeto familiar.
 
 
Se você quer mergulhar no universo de Viva – A vida é uma festa e compreender o que o México pensa sobre a morte, investigue o Dia dos Mortos e as lições que o filme transmite, nos tópicos a seguir. Encante-se com uma nova perspectiva sobre o fim da vida e reflita sobre seus entes queridos que já partiram.
 
 
A morte para a cultura mexicana
 
Para as antigas civilizações que viviam no México desde antes de o país ser invadido por colonizadores, como os astecas, a morte não é um sinônimo de fim da existência. Em um dia específico do ano, o Dia dos Mortos, celebrado em 2 de novembro, as pessoas que já partiram têm a oportunidade de retornar à Terra para visitar os parentes e os amigos que continuam vivos.
 
Diferentemente de outras culturas, que temem o retorno dos mortos, o México celebra esse evento com as comidas preferidas dos entes falecidos, com caveiras de açúcar, com fantasias e pinturas de esqueletos, com flores e com velas por toda a casa.
 
Miguel Bruna / Unsplash
 
 
A única regra para que aqueles que já se foram retornem no Dia dos Mortos é que a família se lembre deles. É por isso que retratos e fotos de família são guardados com muito cuidado, e as histórias sobre essas pessoas são contadas para os integrantes mais jovens das famílias, que têm a responsabilidade de manter viva a memória de seus familiares.
 
O festival que celebra a existência eterna de uma pessoa a partir da lembrança de quem a conheceu foi incorporado a outras culturas do mundo. Interpretações da festa acontecem também nos Estados Unidos da América, na Nova Zelândia e na Bolívia, por exemplo.
 
O impacto dessa tradição é tão marcante, que em 2003 a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) declarou que o Dia dos Mortos é uma Obra Mestra do Patrimônio Oral e Intangível da Humanidade.
 
A partir disso, é possível compreender que, para a cultura mexicana, o segredo da imortalidade, por assim dizer, é ter alguém na Terra que sempre se lembrará da sua história e de quem você foi. Em geral, essa responsabilidade é dos familiares, mas também é comum que os amigos próximos da pessoa que partiu celebrem o Dia dos Mortos por ela.
 
 
Ensinamentos de Viva – A vida é uma festa
 
Agora que você já sabe por que o Dia dos Mortos é uma festa tão diferente e tão importante para a cultura mexicana, está na hora de aprender sobre as lições do filme Viva – A vida é uma festa. A animação ambientada totalmente no México, respeitando a tradição do país e representando uma inovação nas produções estadunidenses, vai te surpreender.
 
1) A união de diferentes gerações
 
Uma das lições mais importantes de Viva – A vida é uma festa é o poder da união de diferentes gerações. Muitas vezes, perdemos o contato com as pessoas mais velhas e com as pessoas mais novas, deixamos de contar histórias e abandonamos as lembranças sobre as nossas famílias.
 
Divulgação / Disney Pixar
 
 
No filme, Miguel se une aos parentes já falecidos, no mundo dos mortos, para conseguir reencontrar seu trisavô. A união entre as gerações é o que permite que o menino retorne ao mundo dos vivos e aprenda mais sobre a história de sua família, sendo um ótimo exemplo da importância de manter esses laços afetivos.
 
2) Uma nova perspectiva sobre a morte
 
A morte é um assunto que causa medo e incerteza em muitas pessoas. Não sabemos o que irá acontecer quando partirmos, e temos medo de perder aqueles que amamos. Porém, com a animação, aprendemos uma nova perspectiva sobre a morte.
 
Em vez de ser um evento sombrio e mórbido, a morte é vista como uma passagem para outro mundo, que também é muito colorido, alegre e feliz. É claro que o falecimento de um ente querido sempre será triste, mas é possível olhar para esse evento com a certeza de que essa pessoa continuará existindo nas suas lembranças.
 
3) A importância da lembrança
 
Outro ponto essencial de Viva – A vida é uma festa é a lembrança. É o ato de lembrar de alguém que faz com que essa pessoa continue existindo no mundo dos mortos, podendo aproveitar esse outro momento de sua existência.
 
Em um sentido que vai além do filme, é possível analisar como a lembrança permite que as pessoas se unam ao que acreditam, ao que são e ao que importa para elas. Nós somos as nossas lembranças, e mantê-las é o que nos faz continuar vivos. A vida é uma festa, e a morte também pode ser, se quem mais amamos estiver em nossas memórias.
 
4) O ato de dialogar
 
Uma lição um pouco mais sutil do longa-metragem é a importância do diálogo para uma família. Proibições não explicadas e histórias mal resolvidas podem dividir parentes e provocar desentendimentos que seriam resolvidos com uma boa conversa.
 
Divulgação / Disney Pixar
 
 
No filme, a família de Miguel tem a oportunidade de descobrir a verdade sobre o passado por meio do diálogo, possibilitando que ela tenha um futuro completamente diferente do que seria, se os assuntos incompreendidos permanecessem dessa forma. Conversar sobre nossos medos, receios e sonhos com nossos familiares é essencial.
5) O desejo de seguir os próprios sonhos
 
Em Viva – A vida é uma festa, há um conflito entre Miguel e sua família. Ao mesmo tempo em que seus parentes querem que ele siga o trabalho que eles já realizam há anos, como sapateiros, o menino tem o sonho de ser músico, como seu trisavô.
 
Mesmo contrariado por seus familiares, Miguel persiste em seu sonho e se aventura para realizá-lo. O resultado surpreende a ele mesmo e aos parentes, que tinham sentimentos ruins sobre a música, provando que a persistência é o melhor caminho na hora de atingir seus objetivos.
 
Viva – A vida é uma festa é uma ótima oportunidade para aprender sobre a cultura mexicana e para analisar uma perspectiva diferente sobre a morte. A animação diverte o público infantil e emociona o público adulto, transcendendo gerações e permanecendo na memória de quem assiste a ela. Confira!

 

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