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A Chama Violeta (The Violet Flame)

Sítio dedicado à filosofia humana, ao estudo e conhecimento da verdade, assim como à investigação. ~A Luz está a revelar a Verdade, e a verdade libertar-nos-á! ~A Chama Violeta da Transmutação

03.02.21

A Crônica de Akakor.

5 - O livro da Formiga

Do Livro (Die Chronik von Akakor – 1978), 

por Karl Brugger, 

prefácio de Erich Von Daniken, 

tradução de Bertha Mendes.

Edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch

Publicações anteriores

 
 
 
 
 
 

A DESINTEGRAÇÃO DO IMPÉRIO

Os Ugha Mongulala tornaram-se uma pequena nação. Mas somos um povo antigo, o mais velho do mundo. Durante milhares de anos vivemos no Grande Rio e nas montanhas dos Andes. Nunca fomos mais além, nem na guerra nem na paz, e nunca nos aventuramos a ir ao país dos Bárbaros Brancos. Mas os Bárbaros Brancos entraram no nosso país, tomando posse dele. Perseguiram-nos, cometeram atos hediondos e ensinaram-nos muitas coisas horríveis. Antes de atravessarem o oceano, a paz e a unidade reinava entre as Tribos Escolhidas. Mas agora há guerra constante. Os colonos brancos avançaram até à nascente do Grande Rio e roubaram a nossa terra. É o melhor e o último pedaço de terra que temos. Aqui nascemos e aqui crescemos. Os meus antepassados aqui viveram e morreram; nós também desejamos ficar e morrer aqui. O país é nosso.

Se os Bárbaros Brancos tentarem rouba-lo lutaremos, tal como fizeram os nossos antepassados e está escrito na crônica: Os Bárbaros Brancos reuniram-se. Tomaram as suas armas e os animais em que podiam montar. Os seus guerreiros eram numerosos quando subiram o Grande Rio. Mas os Servos Escolhidos sabiam da sua vinda. Não tinham dormido. Haviam observado o inimigo enquanto se estavam preparando para a batalha. Então os Bárbaros Brancos partiram. Planejaram um ataque à noite, quando os Servos Escolhidos estivessem adorando os seus deuses. Mas não atingiram a sua finalidade. O cansaço e o sono venceu-os no caminho e os guerreiros das Tribos Escolhidas vieram cortar-lhes as barbas e as sobrancelhas. Tiraram-lhes os enfeites de prata dos braços e atiraram-nos para o Grande Rio. Fizeram isto como retribuição e para os humilhar. Deste modo mostraram a sua força.

No início do décimo terceiro milênio (século XVIII), os conquistadores brancos continuaram a sua progressão. Depois dos soldados vieram os garimpeiros, que procuravam nos rios as pedras que brilham e o metal dourado. Caçadores com armas e com armadilhas juntavam peles de jaguares e de antas. Os padres dos Bárbaros Brancos erguiam templos sob o sinal-da-cruz. Cento e cinqüenta anos após a chegada dos primeiros navios à costa leste, o império dos Ugha Mongulala era só constituído pelos territórios da parte superior do Grande Rio, as regiões do rio Vermelho, a parte norte da Bolívia e as encostas orientais dos Andes. As comunicações com Akahim tinham desaparecido. A fronteira fortificada de oeste estava em ruínas. Os únicos sobreviventes das primitivamente poderosas Tribos Aliadas eram os componentes da Tribo dos Matadores das Antas, da Tribo dos Corações Negros, da Tribo dos Maus Espíritos e da Tribo dos Comedores de Refugo. A Tribo dos Demônios do Terror tinha fugido para a profunda vastidão das lianas.

 
 
Os Vagabundos sobreviventes viviam na região de Akahim. Os Bárbaros Brancos avançaram inexoravelmente, destruindo o que quer que fosse que se lhes opusesse ou que lhes desagradasse. Tal como a formiga dilacera a carne dos ossos do jaguar ferido, assim destruíram o império das Tribos Escolhidas. Impotentes, os Ugha Mongulala esperavam o ataque dos inimigos. Num desespero sem forças, experimentaram o declínio do seu outrora tão poderoso império. As mulheres ainda usavam as roupas dos seus maridos; caçadores ainda seguiam o rastro do javali e guardavam-no para a estação das chuvas; os guerreiros mantinham-se vigilantes nas poderosas muralhas de Akakor sob a proteção das altas montanhas e dos profundos vales. Mas todas as vidas e ações do Povo Escolhido foram sombreadas por uma profunda tristeza. Os seus rostos eram pálidos, brancos e fatigados como as flores que se abrem nas profundidades da vastidão da liana.
 
Onde estavam os Deuses, que haviam prometido voltar quando irmãos do mesmo sangue e do mesmo pai estivessem em perigo? Que foi feito da justiça das eternas leis, que, de acordo com o legado dos Deuses, também deviam governar os Bárbaros Brancos? O povo não viu saída. Nem sequer os sacerdotes tiveram resposta. Este foi o começo do declínio. Este foi o inglório fim do império. Assim começou a vitória dos Bárbaros Brancos. Eram como os maus espíritos, e também fortes e poderosos. Cometiam crimes mesmo à luz do dia. E os Servos Escolhidos uniram-se. Pegaram em armas. Queriam enfrentar os Bárbaros Brancos e combater. Queriam acabar com eles nos quatro cantos do Império. Sem receio das poderosas armas, quiseram tirar vingança dos seus crimes. Porque os Servos Escolhidos nunca tinham estado tão cegos pelo poder ou pela riqueza como os Bárbaros Brancos.
 
A GUERRA NO GRANDE RIO 
 
As tribos selvagens da parte baixa do Grande Rio são indolentes e tranqüilas como a água antes de chegar ao mar. Quando Lhasa expandiu o Império até à embocadura do rio, vieram ao seu encontro trazendo-lhe presentes. Saudaram os seus guerreiros com penhores de amizade. Da melhor vontade se aliaram à então mais poderosa nação do mundo. Só desejavam a sua terra, onde pudessem viver em paz e tranqüilidade. Só depois da chegada dos Bárbaros Brancos começaram as tribos selvagens a alterar a sua maneira de viver. Muito embora tivessem antes suportado os Ugha Mongulala, agora serviam aos Bárbaros Brancos, que lhes tinham prometido riqueza e poder.
 
Mas os Bárbaros Brancos não sabem nada quanto ao valor das promessas. O seu coração é frio, e a sua maneira de pensar muito estranha e complicada. Não lutam uns contra os outros pela honra de um homem ou para provar a sua força; fazem guerra só por causa das coisas que possam roubar. As tribos selvagens da parte baixa do Grande Rio também começaram a experimentar isto. As atrocidades que os Bárbaros Brancos cometeram eram tão horríveis que até este povo tranqüilo pegou em armas. Uniram-se e declararam guerra aos seus opressores. Os batedores trouxeram notícias ao Alto Conselho de Akakor no que dizia respeito a esta revolta, que dentro em pouco degenerou numa luta civil entre os Bárbaros Brancos.
 
Os relatos dos combates eram horríveis. Os Bárbaros Brancos perseguiram os rebeldes sem a mínima piedade. A coberto da escuridão, atacavam cidades e aldeias. Matavam o povo comum com armas que cuspiam fogo. Os chefes foram pendurados pelos calcanhares nas árvores e os seus corações foram cortados. Dentro em pouco a Grande Floresta ressoava com os gritos dos moribundos, Os sobreviventes arrastavam-se pelo país como se fossem sombras e pediam justiça aos Deuses, tal como está escrito na crônica: Que espécie de povo é este que nem sequer respeita os seus próprios deuses, que mata porque se regozija com o sangue de estrangeiros? São miseráveis. São quebradores de ossos. Bateram nos seus próprios irmãos até ficarem em sangue, sugaram-nos até ficarem secos e espalharam os seus ossos pelos campos. É o que eles são: quebradores de ossos, esmigalhadores de crânios, um povo miserável.
 
A guerra sem trégua e perdão dos Bárbaros Brancos durou três anos. Três vezes o Sol passou de leste para oeste antes que a guerra acabasse. Então a terra no Grande Rio parecia como se tivesse sido toda limpa. Parecia uma vasta extensão de oceano, onde até os grandes navios dos Bárbaros Brancos estão perdidos. As tribos selvagens foram exterminadas. Apenas um terço da população havia sobrevivido. Mas a força dos Bárbaros Brancos também estava exausta. Durante as décadas seguintes, os Ugha Mongulala tiveram muita necessidade de espaço para respirar. Podiam retirar-se e tornar a arranjar a defesa das restantes regiões. O meu povo tomou outra vez coragem. Sacrificou incenso e mel das abelhas e venerou a memória dos mortos e os antigos deuses.
 
As Tribos Escolhidas reuniram-se. Juntaram-se em frente do espelho dourado para dar graças pela luz, e chorar os mortos. Acenderam resina, queimaram ervas mágicas e incenso. E pela primeira vez na História, os Servos Escolhidos cantaram a canção do Sol Negro, com dó e tristeza: Maldição sobre nós, O brilho do sol é negro. A sua luz cobre a Terra de tristeza. Os seus raios predizem a morte. Maldição sobre nós. Os guerreiros não regressaram. Caíram na batalha do Grande Rio, Os arqueiros e os batedores, os fundeiros e os lanceiros. Maldição sobre nós, O brilho do Sol é Negro. A escuridão cobre a Terra.
 
O AVANÇO DOS SERINGUEIROS
 
A paz nas fronteiras orientais do Império prevaleceu um curto período. Mal se tinham passado cinqüenta anos depois das batalhas travadas na parte baixa do Grande Rio, os Bárbaros Brancos recuperaram-se das suas perdas. Prepararam-se para um novo ataque na Grande Floresta. De Manaus como chamam à sua maior cidade, avançaram numa grande frente para zona superior do Grande Rio, o rio Vermelho e o rio Negro. E de novo eram movidos pela sua insaciável ambição. Os Bárbaros Brancos haviam descoberto o segredo da borracha. O meu povo conheceu o segredo da árvore da borracha há milhares de anos. Os nossos sacerdotes usavam a sua seiva para fazer remédios e venenos. Também a usaram para as cores da pintura de guerra e para a construção e vedação de casas. Mas o meu povo respeita as leis da natureza. Junta só pequenas quantidades de borracha, tal como os Bárbaros Brancos chamam à seiva das árvores.
 

 
Evitam tudo que possa prejudicar a vida das florestas. Os Bárbaros Brancos, impiedosamente, devastaram a natureza. Enviaram para a floresta de cipós centenas de milhares de homens, levados pela promessa de uma riqueza rápida estimulada pelas armas dos chefes. Dentro de pouco tempo, o primitivamente fértil país transformou-se num desolado deserto. Este renovado avanço dos Bárbaros Brancos tornou-se mesmo mais perigoso para Akakor do que as suas campanhas cem anos antes. Nesta época contentavam-se com um rápido saque. Agora mantinham-se nas florestas. Instalavam-se e cultivavam o solo. As tribos selvagens tinham de fugir. Os que ficaram eram mortos pelos seringueiros ou ficavam presos como animais em grandes acampamentos. Generalizou-se um grande desânimo.
 
Porque os Bárbaros Brancos não conheceram a luz de Deus, a face da Terra escureceu. O segundo avanço dos Bárbaros Brancos surpreendeu os Ugha Mongulala, que viviam no planalto do Mato Grosso e na fronteira da Bolívia. Estes eram os mais antigos territórios tribais do meu provo. Aqui tinham vivido os nossos antepassados desde a chegada dos Deuses, há quinze mil anos. Os guerreiros foram obrigados a recuar perante o avanço dos seringueiros e dos colonos. Mesmo a maior força dos Ugha Mongulala não teria sido capaz de deter os Bárbaros Brancos. Vinham em enorme número. Os seus chefes tinham armas fortes e superiores. De modo que o Alto Conselho resolveu estabelecer uma nova fronteira do Império na Grande Catarata, no sopé dos Andes. Aqui, os Ugha Mongulala aceitaram a batalha.
 
Dali defenderam Akakor, tendo a vantagem da dificuldade do terreno, e resolveram morrer em nome do legado dos Primitivos Mestres. No decorrer das batalhas, os chefes desenvolveram novas táticas. Às primeiras horas da manhã, quando os Bárbaros Brancos ainda estavam a dormir, os nossos guerreiros entravam furtivamente nos seus acampamentos. Dominavam os guardas e levaram as choupanas, que eram construídas sobre postes, até o rio.
 
Os brancos bárbaros que dormiam afogavam-se ou eram devorados por peixes. Quando os guardiões voltaram para si mesmos, encontraram apenas um grande espaço vazio. Se eles contassem o misterioso evento na aldeia mais próxima, ninguém acreditaria neles. Os colhedores de borracha pensavam que haviam enlouquecido. Os bárbaros brancos pareciam homens, falavam como homens, mas eram piores que animais selvagens. 
 
Quanto mais freqüentemente esses eventos ocorreram, maior a suspeita e a confusão. Eles começaram a lutar uns contra os outros. Com medo de novos ataques, eles se retiraram das florestas. O esgotamento de nossos recursos também acelerou a retirada dos brancos bárbaros. Nem mesmo as florestas imensuráveis ​​eram grandes o suficiente para abastecer a sua ganância, e desconsiderando as leis da Natureza, causou a diminuição do número de árvores. A busca por seiva valiosa tornou-se cada vez mais difícil. A maioria dos coletores de borracha retornou às costas orientais. Apenas algumas aldeias no curso superior do rio Vermelho foram habitadas.
 
Os Bárbaros Brancos ocuparam a terra. Proliferado nas margens do Grande Rio. Eles tiveram filhos e filhas. Eles cultivaram os campos. Eles construíram aldeias de calcário e argamassa. Eles realizaram grandes feitos. Mas não tem nem alma nem razão. Eles não conheciam o legado dos Deuses.
 
O ATAQUE À CAPITAL DOS BÁRBAROS BRANCOS
 
Desde que fui enviado para observar os Bárbaros Brancos em seu próprio território e conhecê-los, compreendi que eles também têm conhecimento e sabedoria. Muitas das coisas que eles criaram poderiam ser igualmente dignas dos Ugha Mongulala. Mas o meu povo julga os homens pelo seu coração; e nos corações dos Bárbaros Brancos, só havia traição e escuridão. Eles são falsos para seus inimigos e também para com os seus irmãos. Suas armas mais importantes são a traição e a astúcia. Mas aprendemos com as ações deles. Com a nossa coragem e sabedoria, podemos derrotá-los. Isso foi mostrado por Sinkaia, um digno descendente de Lhasa, o Filho Escolhido dos Deuses.
 
Trezentas e oitenta e quatro gerações se passaram desde a sua misteriosa marcha. A crônica registrou o ano 12.401 (1920) quando Sinkaia foi aclamado príncipe dos Ugha Mongulala. Muito em breve, Sinkaia provaria ser um homem capaz. Ele guiou a retirada dos Servos Escolhidos para a nova fronteira fortificada localizada na Grande Catarata. Foi também ele quem reorganizou a defesa do império e quem liderou uma campanha dentro do território dos Bárbaros Brancos. Até agora, esta campanha permaneceu um símbolo do valor dos Ugha Mongulala. Esta é a história do assalto à capital dos brancos bárbaros. Aqui vamos descrever como isso aconteceu. Pensando em todos os crimes, e toda a tristeza, e toda a dor que eles causaram às Tribos Escolhidas, Sinkaia decidiu declarar guerra. E foi assim que ele falou com os guerreiros mais corajosos:
 
“Esta é a ordem que eu vos dou. Vão em frente; avancem pelo território de nossos inimigos. Vocês vão vingar os nossos irmãos mortos. Vocês vão vingar todo o sangue que jorrou desde a chegada dos Bárbaros Brancos. Peguem as melhores armas, os arcos mais leves, as flechas mais afiadas e abram seus peitos. Incendeiem suas casas, matem os seus homens; mas perdoem as suas mulheres e crianças. Porque mesmo nesta guerra honraremos o legado dos Padres Antigos. Vá primeiro ao Grande Templo do Sol e diga adeus aos Deuses, porque dificilmente vocês poderão voltar vivos. Mas se apressem. O mensageiro com a flecha dourada já está a caminho. Ele ultrapassa você em um dia e uma noite. Leva a guerra ao seio dos bárbaros brancos”.
 
Eu não sei como a Crônica dos Bárbaros Brancos descreve a campanha de Sinkaia. Eu também não sei o nome dado aos guerreiros que entraram na capital à luz do dia. Eu só sei o que está escrito na Crônica de Akakor. Segundo a crónica do meu povo, o Conselho Supremo dos Bárbaros Brancos havia feito prisioneiros quinze dos homens mais respeitados dos Incas. Sinkaia se sentia responsável por seu destino. Ele enviou um mensageiro para a cidade chamada Lima e exigiu sua libertação imediata. Quando os líderes dos Bárbaros Brancos rejeitaram seu pedido, ele enviou o mensageiro com a Flecha Dourada como um sinal da guerra. Em seguida, oitenta guerreiros escolhidos partiram para o território do inimigo.
 
 
De acordo com nossa crônica, os guerreiros passaram por uma passagem subterrânea que remonta aos tempos de Lhasa, o Filho Escolhido dos Deuses. Começa no Grande Templo do Sol em Akakor e termina no coração da capital dos Bárbaros Brancos. Suas paredes são iluminadas. Pedras negras, que chamamos de “pedras da hora”, são afundadas nas paredes em intervalos regulares para marcar as distâncias. A entrada e a saída são protegidas por símbolos de nossos Deuses, por armadilhas e por flechas envenenadas.
 
Nem os incas sabem o curso total do túnel. Após a chegada dos Bárbaros Brancos, eles construíram sua própria passagem subterrânea, que ia de Cuzco, via Catamarca, até o pátio interno da catedral de Lima. Uma laje de pedra esconde a passagem do mundo exterior. É tão inteligentemente escondido entre as fundações que não pode ser distinguido das outras lajes. Somente quem conhece o segredo pode abri-lo.
 
Os oitenta guerreiros escolhidos atravessaram a passagem de Lhasa. Por três luas eles deslizaram como sombras através da terra de seus inimigos. Eles chegaram à capital dos brancos bárbaros. Quando o sol saiu, eles quebraram a passagem subterrânea e tentaram libertar os incas cativos. Na batalha que se seguiu, morreram 120 bárbaros brancos. Mas a vantagem do inimigo era grande demais. Nenhum dos guerreiros de Sinkaia retornou a Akakor. Eles deram suas vidas como servos fiéis dos deuses para o povo escolhido. 
 
A SABEDORIA DOS UGHA MONGULALA – 1921 – 1932
 
A Primeira Guerra Mundial foi uma consequência da política das potências imperialistas e da intensificação das tensões nacionalistas DOS BÁRBAROS BRANCOS EUROPEUS. Terminou com a derrota absoluta da Alemanha Imperial. O período pós-guerra, no entanto, renovou as diferenças políticas e preparou a Europa para a Segunda Guerra Mundial. Enquanto isso, os Estados Unidos subiram ao posto de potência mundial. Os últimos núcleos da população nativa dos bravos povos peles vermelhas foram relegados às reservas indígenas. Nos países da América Latina, grandes diferenças políticas e sociais se desenvolveram. 
 
O Peru, berço dos Incas, era agora governado por 300 famílias. Oitenta por cento da população brasileira dependia de maneira absoluta dos proprietários de grandes fazendas de café e das plantações de cana de açúcar. Na Amazônia, o avanço da civilização branca foi temporariamente suspenso no final do ciclo da borracha. Os índios das florestas virgens retiraram-se cada vez mais para o interior das regiões florestais, salvando-se assim da extinção total. Em 1926, o marechal Rondon criou o Serviço de Proteção aos Índios do estado brasileiro, mas a corrupção endêmica e o crime como conduta normal do bárbaro branco europeu fizeram dele um instrumento para a classe da elite branca.
 
A NOVA ORDEM DO IMPÉRIO
 
Houve um tempo em que uma vez, a voz do meu povo era uma voz poderosa. Agora é fraca e não pode mais mudar os corações negros dos Bárbaros Brancos. Porque estes são frios e cruéis mesmo com os seus próprios irmãos. Eles têm casas grandes o bastante para abrigar todas as famílias de uma aldeia, e ainda assim afastam os caminhantes deles. Eles seguram grandes cachos de bananas nas mãos, mas não dão um único fruto para os famintos que os rodeiam. É assim que os Bárbaros Brancos se comportam de forma egoísta e permanentemente. Esta é a razão pela qual fugimos para as regiões inacessíveis das montanhas, embora nossos guerreiros quisessem a guerra, como está escrito na crônica:
 
“Nós não temos mais um exército poderoso.” Assim falavam os senhores da guerra antes do conselho supremo. “Nós também não temos aliados ou forças para proteger o império. Nossos guerreiros recuam diante das forças superiores do inimigo. Eles são empurrados pelas montanhas e pelos vales. Mas ainda podemos nos unir; De todas as maneiras podemos atacá-los com nossos arcos e com nossas flechas. Podemos atacar suas aldeias, onde eles construíram suas casas e ancoraram seus navios. “Assim falavam os senhores da guerra perante o conselho supremo, e aqueles que ouviam ficavam comovidos com a coragem deles.
 
O ataque planejado às aldeias Bárbaras Brancas no Grande Rio nunca aconteceu. O conselho supremo decidiu contra uma nova guerra, que teria sido uma luta fútil. Os guerreiros dos Ugha Mongulala estavam indefesos contra as armas do inimigo. Assim, o conselho supremo concentrou-se na reorganização do território que permaneceu em suas mãos. Para protegê-lo contra ataques de surpresa, o conselho ordenou o estabelecimento de postos de observação nos quatro cantos do que restava do império, na Grande Catarata, localizada na fronteira entre o Brasil e a Bolívia, na região do nascimento do Grande Rio, nas montanhas que cercam Machu Picchu. e nas encostas norte do Monte Akai {monte Roraima?}.
 
Qualquer estranho que ousasse avançar além desses pontos seria inexoravelmente morto pelos guerreiros dos Ugha Mongulala. Ao mesmo tempo, o Conselho Supremo renovou a amizade com o que restou das Tribos Aliadas, que permaneceram leais. Os únicos que permaneceram e aqueles que poderiam ser confiáveis ​​naquela época eram a Tribo dos Corações Negros, a Tribo da Grande Voz na Grande Catarata, a Tribo do Terror Demoníaco na parte superior do Rio Vermelho, e algumas tribos menores nas florestas do leste. Apenas essas tribos retiveram o legado dos antigos mestres. Seus líderes foram iniciados. Eles sabiam tudo sobre o povo escolhido. Mas eles não quebraram o voto de silêncio. Seus corações estavam cheios de veneração. Eles inclinaram a cabeça quando se lembraram dos deuses.
 
 
O Pico Huayna Picchu – A montanha maior, atrás da cidade de Machu PIcchu.
 
O conselho supremo também restaurou a segurança interna do império. Com a sua retirada voluntária, os Ugha Mongulala perderam mais de três quartos do seu território e foram forçados a adaptar a vida da comunidade às novas condições. As mulheres começaram a trabalhar nos campos e receberam responsabilidades de administrar e supervisionar as provisões. As funções dos homens consistiam na construção de fortificações e na defesa das fronteiras. Eles continuavam caçando animais, pescando e mantinham comunicações com as últimas tribos aliadas.
 
Anos se passaram sem nenhum evento decisivo. Os Bárbaros Brancos continuaram a estender seus novos domínios. Os Ugha Mongulala viviam em retiro de acordo com o legado dos Deuses. A única coisa que restou do antigo estilo de vida foram os guerreiros que ainda permaneciam estacionados nos rios, como está escrito na crônica:
 
Armados com arcos e flechas, os guerreiros das Tribos Escolhidas partem. Subiram as altas montanhas e desceram até o Grande Rio. Eles passaram por bandos de animais e pássaros, facas prontas e lanças afiadas de bambu. E eles também foram para a Grande Cachoeira, onde eles chegaram para vigiar. Os guerreiros estavam posicionados nas quatro direções, na Direção Azul, na Direção Negra, na Direção Vermelha e na Direção Amarela.
 
Lá eles se postavam para matar os Bárbaros Brancos que ousaram avançar em direção a Akakor .
 
O ALTO CONHECIMENTO DOS SACERDOTES
 
Os Deuses esperam. Embora os sacerdotes tenham calculado que seu retorno está próximo, seus barcos voadores dourados ainda não apareceram em nossos céus. Meu povo esteve sozinho na luta contra os Bárbaros Brancos, que lenta e inexoravelmente integraram a Grande Floresta em seu império. Mas os Ugha Mongulala ainda não foram derrotados completamente. Os seus homens e mulheres ainda continuam a viver de acordo com as leis de Lhasa, protegidos pelo conhecimento e sabedoria de nossos antigos mestres. Então, o que se segue é compreensível, devo falar mais uma vez sobre a antiga Era de Ouro, quando os deuses governaram um vasto império na Terra. Por milhares de anos, os sacerdotes mantiveram e preservaram o legado dos Deuses. Nada foi perdido, nem o conhecimento dos antigos Pais, nem os documentos secretos que estão armazenados no Grande Templo do Sol. Estes são compostos de gravuras, mapas e desenhos misteriosos feitos pelos Deuses e que falam sobre a pré-história enigmática e obscura da Terra.
 
Um dos mapas mostra que a nossa Lua não é a primeira e que não é a única na história da Terra. A Lua que conhecemos começou a se aproximar da Terra e a girar milhões de anos atrás. Naquela época, o mundo tinha outro aspecto. No {hoje} oeste, onde os mapas dos brancos bárbaros registram apenas água, havia uma grande ilha {Lemúria?}. Além disso, na parte norte do oceano havia uma massa terrestre gigantesca {Atlântida?}. De acordo com nossos pais, ambos continentes foram submersos sob uma imensa onda de uma grande inundação durante a primeira Grande Catástrofe, a da guerra entre as duas raças divinas pelo controle da Terra. E acrescentam que essa guerra trouxe desolação à Terra e também aos mundos de Marte e Vênus, que é como os Bárbaros Brancos os chamam.
 
Com base nos documentos deixados pelos deuses, nossos sacerdotes conheceram muitas das coisas que permanecem desconhecidas dos Bárbaros Brancos. Eles conhecem as menores e maiores coisas, e o equilíbrio entre a matéria e a energia da qual tudo é composto. Eles estudaram o curso das estrelas e das relações na natureza. Eles exploraram as forças espirituais do homem, como governá-las e como aplicá-las.
 
Nossos sacerdotes aprenderam a fazer objetos voar pelo espaço e a abrir o corpo do doente sem tocá-lo . Eles sabem como transmitir pensamentos sem usar palavras. Isso permite que eles se comuniquem com outras pessoas através das maiores distâncias, não em detalhes, mas podem ser transmitidas se seus corações estiverem felizes ou tristes. Mas, para essa comunicação, o conhecimento do legado dos deuses e um poder absoluto sobre as forças mentais são precisos.
 
Meu povo não teria nada a temer de um confronto mental com os Bárbaros Brancos. É verdade que nossos inimigos constroem ferramentas poderosas e fazem armas poderosas; que perfuram a terra, sob as montanhas e através das rochas; que sobem no céu na barriga de um pássaro gigante e isso, como águias, elas voam da nuvem para nuvem; que seus navios são grandes e poderosos e que eles cruzam o oceano de forma invencível. Mas suas armas não podem nos assustar. Eles ainda não construíram nada para salvá-los da inevitável morte ou prolongar suas vidas. Eles ainda não fizeram nada que seja superior às ações dos Deuses em seu tempo. E nem todas as suas artes, nem toda a sua magia, os tornaram mais felizes. Mas a vida dos Ugha Mongulala é simples e é dirigida pelo legado dos deuses. Quando os Bárbaros Brancos brincam de ser deuses, olhamos para eles com muita pena.
 
A vida das Tribos Escolhidas foi consequentemente feliz. Suas leis foram derivadas de uma fonte única e simples. Havia apenas uma ordem e os Servos Escolhidos agiram de acordo com ele. Em todos os seus atos eles seguiram o legado dos deuses. Porque eles nos ensinaram como arrancar a fruta da árvore e como tirar as raízes da terra. Eles nos deram arcos e flechas para proteger nosso corpo do inimigo. Eles nos deram alegria para dançar e brincar. Eles nos ensinaram o segredo de homens, animais e plantas.
 
 
Fiéis aos desejos de nossos antigos mestres, os sacerdotes reuniram todo o conhecimento e todas as experiências e os mantiveram nas residências subterrâneas. Os objetos e documentos que testemunham os 12.000 anos da história do meu povo são mantidos em uma sala esculpida na rocha. Aqui estão também os misteriosos desenhos de nossos antigos Pais. Eles estão gravados em verde e azul em um material desconhecido para nós. Nem a água nem o fogo podem destruí-lo.
 
Desde a época de Lhasa, ainda mantemos seu traje de ouro, suas armas poderosas e o cetro do governante, feito de uma pedra avermelhada. Desde o tempo dos godos, nós preservamos as cabeças de dragão de seus navios, seus escudos alados, suas armaduras e suas espadas de ferro. A primeira crônica escrita dos Bárbaros Brancos, a chamada Bíblia, também é mantida aqui. Mais da metade das residências subterrâneas são ocupadas por ornamentos e jóias dos templos de nossas cidades abandonadas. As ferramentas e escritos dos soldados alemães que chegaram até nós no ano 12.422 (1941) ocupam um lugar especial.
 
Eles nos deram suas roupas, suas armas e o sinal de sua nação: uma cruz preta sobre um tecido branco. Se parece que nossas rodas de fogo, que as crianças rolam na montanha no momento do solstício. Nosso próprio símbolo remonta aos tempos dos Padres Antigos: um sol vermelho brilhante que se eleva acima de um mar azul profundo. O testemunho mais importante da aliança entre os soldados alemães e os Ugha Mongulala é o acordo assinado entre as duas nações. Está escrito na linguagem dos antigos pais e dos bárbaros brancos e foi assinado pelo príncipe e pelos líderes dos soldados alemães.
 
Além dos documentos do passado, objetos da vida cotidiana, como vasos de barro, jóias e instrumentos musicais, também ficam alojados nas residências subterrâneas. Existem diferentes tipos de flautas, feitas de ossos de onça ou argila cozida. As maracas de madeira e os tambores são feitos de troncos vazios de árvores e cobertos com peles de anta. As bengalas dos tambores têm cabeças cobertas de borracha. Durante as cerimônias de luto no Grande Templo do Sol, usamos grandes chifres ocos que produzem um som profundo e triste. Essa música acompanha o eu essencial do morto em sua transição para a segunda vida.
 
O maior tesouro do meu povo, a Crônica de Akakor, localiza-se em uma passagem coberta de ouro e que une o Grande Templo do Sol com as residencias subterrâneas. A primeira parte, que se estende desde o tempo da partida dos Deuses até o fim da era do sangue, está escrita em peles de animais. Desde a época de Lhasa, os sacerdotes usam pergaminho. A entrada para o quarto em que a crônica é mantido é defendida por guerreiros escolhidos, que são responsáveis ​​para o testemunho da história de meu povo, e manter a crônica, pode dar conta aos deuses quando eles retornam.
 
UM LÍDER DOS BRANCOS BÁRBAROS EM AKAKOR
 
Meu povo sabe como preservar o segredo de Akakor. Durante os 12.000 anos de história das Tribos Escolhidas, muito poucos estrangeiros entraram em nossa capital. Durante o reinado de Lhasa, o Filho Escolhido dos Deuses, os embaixadores de Samon {o hebreu Salomão?} visitaram nosso império. Três milênios depois, os Incas discutiram guerra e paz conosco. No décimo segundo milênio, os godos alcançaram as costas orientais do nosso império, estabeleceu contato com nossos guerreiros e se juntou ao nosso povo. Então vieram os Bárbaros Brancos. Para impedir a descoberta de Akakor, os Ugha Mongulala abandonaram a maior parte do território de seu outrora poderoso império.
 
Os poucos inimigos que atingiram a cidade de Akakor foram enviados para sempre como escravos para as minas de ouro e prata. Um grupo de brancos, que buscavam borracha, era o único cujo povo foi executado por ordem do conselho supremo. Eles entraram em Akakor no ano 12.408 (1927). Seu líder se chamava Jacó, um homem que havia prestado homenagem ao sinal da cruz. Já que nossos sacerdotes queriam saber que tipo de deus estava escondido atrás deste sinal, eles convocaram uma assembléia de toda a cidade. Na frente dos olhos dos Servos Escolhidos, uma discussão tensa foi mantida, como está escrito na crônica, com boas palavras, com linguagem clara:
 
E Jacó parou diante do conselho supremo. Ele levantou a voz para começar sua defesa. Mas uma sensação estranha veio sobre ele. Ele olhou para aqueles que estavam diante dele e aqueles que ele mandou matar: homens como ele, com pele branca e rostos honestos. E Jacó começou a suar. O sangue corria para sua cabeça. Sua boca estava seca. A poderosa arma caiu de suas mãos. Em seu desespero louco, ele orou ao seu deus. Jacó começou a falar sobre as leis de seu povo. “É melhor matar os selvagens do que deixá-los viver, porque eles são como os animais da floresta. Essas são minhas ordens. É assim que devo agir”.
 
Então falou Magus, o sumo sacerdote das Tribos Escolhidas:
 
“Você falou sobre o meu povo como um homem que pensa que é um deus que pode decidir sobre a vida e a morte. Mas você também não sabe que a vida real se estende além da morte? Eu, você, todos nós, tivemos uma existência antes desta vida. E nós também viveremos depois da nossa morte. Sentimentos transitórios são estranhos para nós. Felicidade e tristeza, calor e frio, não significam nada para nós. Somos livres desses sentimentos transitórios e realmente livres. E somente aquele que reconheceu essa verdade, o verdadeiro significado da vida e da morte, pode entrar na segunda vida. Porque o eu essencial que habita o nosso corpo não está sujeito ao tempo ou ao espaço. Ninguém pode destruí-lo já que é indestrutível e não conhece nascimento nem morte. Nenhuma arma pode ferir você, nenhum fogo para te queimar, nenhuma água para te afogar, nenhum calor para secar você. Mas para ti tudo acaba com a morte”.
 
“Diga-me padre”, disse Jacó, “qual é o caminho do seu povo? Como você cumpre as leis dos seus Deuses?”
 
E Magus respondeu:
 
“Dois caminhos levam a esse objetivo: atos e conhecimentos. O conhecimento pode ser alcançado através de apenas atos. Sem sabedoria, o objetivo não pode ser alcançado. O maior dever do meu povo é o serviço à SUA PRÓPRIA comunidade. Seus piores inimigos são A ganância e A raiva”.
 
Agora Jacob estava com raiva. Suas palavras estavam cheias de raiva e ódio. Ele ameaçou com o coração congelado:
 
“Mesmo se você me matar, você não vai viver. Porque meu povo é como a formiga. Infatigável em sua criatividade, não conhece nenhuma resistência”.
 
E um murmúrio se espalhou entre os presentes. A amargura encheu o coração das pessoas. E o sumo sacerdote se levantou. Ele disse a última verdade completa:
 
“Uma pessoa que não está apegada a nada, que não acredita ser o instrumento dos Deuses, não é humana; É infame. Está perdido, como o animal ferido na floresta. Você, Bárbaro Branco, você não tem fé. Você nega a vontade dos deuses. Você nem mesmo respeita o seu próprio deus. Você nem mesmo segue suas próprias leis. Você deve, portanto, morrer e todos os seus amigos com você”.
 
Esta anotação conclui a discussão entre Jacó e o Sumo Sacerdote Magus. Os escavadores de borracha foram executados. Akakor dobrou os postos de guarda sobre os rios. Os Ugha Mongulala aguardavam o retorno dos deuses. Este período, quando os soldados alemães chegaram, o que é explicado na quarta parte da crônica, sujeitou meu povo aos testes mais difíceis. As últimas tribos aliadas renunciaram a sua aliança. Os Servos Escolhidos tiveram que fugir para o interior das residências subterrâneas.
 
Tudo o que restou foi o legado dos deuses. Isso não pode ser tirado de nós pelos Bárbaros Brancos, porque se reflete em todas as árvores, em todas as flores, em todos os tipos de grama, nos animais, nos peixes, nos rios, no mar, no céu e nas nuvens. Os deuses estendem suas mãos para todos os homens, e não acreditam que alguns sejam diferentes dos outros {ou que exista algo como “um povo ELEITO”}, ou que um deles possa dizer:
 
 
“Eu vivo no sol, você pertence à sombra”.
 
Por seu legado, tudo deve estar exposto à Luz do sol, embora agora tenhamos sido forçados a nos esconder na sombra das montanhas. Tudo é repetição. Nada acontece que não possa começar de novo. Tudo aconteceu antes: vitória e derrota, poder e fraqueza. Desde tempos imemoriais, a natureza se repetiu. Apenas o legado dos Deuses permanece para sempre, eternamente.
 

Continua ….

 



 
A verdade dentro de nós libertar-nos-á. 
Nós somos UM.
Não há necessidade de religiões dogmáticas, partidos políticos e ciência dogmática, vinculados a uma cabala negra que nos divide para reinar.
Qualquer investigação à VERDADE genuína irá confirmá-la.
A VERDADE não precisa de proteção.
 
Pergunta: Por que será que os sionistas têm tanto medo de qualquer investigação ao Holocausto?
 
 
 
 
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A religião organizada é desnecessária à espiritualidade.
Excelentes ensinamentos dos mestres têm sido contaminados pelo controle dogmático dessas religiões.
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Com discernimento é possível alcançar o espírito da letra de qualquer escritura e é também bem mais fácil escutar a voz da alma que vem do coração.
 

 
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Individualmete pode-se ser ajudado a encontrar a própria Verdade que é diferente a cada um de nós.

 

 
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03.02.21

A Crônica de Akakor.

4 - O livro da Formiga

Do Livro (Die Chronik von Akakor – 1978), 

por Karl Brugger, 

prefácio de Erich Von Daniken, 

tradução de Bertha Mendes.

Edição e imagens: Thoth3126@protonmail.ch

Publicações anteriores

 
 
 
 
 
 

O LIVRO DA FORMIGA

Esta é a formiga. Infatigável no seu trabalho, Não conhece desfalecimento. Constrói grandes colinas. Estabelece poderosas comunidades. O seu número é incontável. Destrói tudo. Arranca carne dos ossos do jaguar abatido.

I – OS BÁRBAROS BRANCOS NO IMPÉRIO DOS INCAS 1.492 – 1.534

A transição da Idade Média para a Era Moderna foi caracterizada pelas descobertas das Américas pelos Portugueses e Espanhóis. Levaram as nações do Ocidente da Europa através do oceano. Ousados navegadores já haviam descoberto as ilhas do Atlântico na primeira metade do século quinze, e em 1.492 Cristóvão Colombo descobriu a América. Fez quatro viagens ao Novo Mundo e fundou a primeira colônia espanhola no Haiti.

Em 1.500, o navegador português Cabral descobriu o Brasil. Em 1.519, Cortez partiu para a conquista do México. O rei asteca Montezuma II capitulou ao fim de três anos de luta e foi assassinado pelos espanhóis. Zelosos missionários cristãos destruíram a velha civilização mexicana. Em 1.531. Pizarro começou a conquista do Peru. O poderoso império dos Incas, que enfraquecera devido a uma guerra civil, foi derrotado depois de três anos de luta contra as tropas espanholas, muito mais bem armadas.

O seu rei do Sol, Ataualpa, que fora traído e capturado, é estrangulado em 1.533. Apenas alguns restos desta civilização altamente desenvolvida, tal como arquitetura, escrita de nós em cordas e objetos de ouro, sobreviveram a esta destruição. A população inca, que os escritores contemporâneos calculam ter atingido dez milhões, foi reduzida para três milhões dentro de poucos anos. O valor dos lingotes de ouro do Peru transportados pelos espanhóis totalizou cerca de cinco bilhões de dólares em moeda atual.

A CHEGADA DOS BÁRBAROS BRANCOS

Tudo está incluído na Crônica de Akakor, narrado com boas palavras e numa escrita clara. Mas eu estou a contá-lo quando o tempo já está no fim. Estou a expor o Livro da Sabedoria e a vida do meu povo de acordo com o legado dos Deuses, para fazer um relato sobre o passado e o futuro. Porque os Ugha Mongulala estão condenados à perdição. Cada vez morrem mais árvores com a raiz apodrecida. Os guerreiros mortos pelas setas invisíveis dos Bárbaros Brancos são cada vez mais numerosos. Um interminável rio de sangue passa através das florestas para o Grande Rio e até as próprias ruínas de Akakor. Desde que os Bárbaros Brancos avançaram no país a depressão dominou o meu povo, tal como está escrito na crônica:

Estranhas notícias chegaram ao Alto Comando acerca de estrangeiros de barbas e de poderosos navios que deslizam silencioso sobre as águas, com mastros que chegam ao céu. Chegaram novas sobre estrangeiros brancos, fortes e poderosos como deuses. Eram como os nossos Antigos Pais. E o Alto conselho ordenou que se acendessem fogueiras de alegria, pensando nos Primitivos Mestres. E ofereceram sacrifícios aos “deuses”, que por fim, haviam voltado. E as alegres notícias eram propagadas de homem para homem. As novidades espalharam-se de tribo em tribo; os tambores soavam dia e noite. e toda a nação chorava de alegria. Porque se cumprira a profecia. Os “deuses” estavam voltando.

No inicio do ano 12.013 (1.532 d. C.) tais pensamentos ainda eram considerados sacrílegos. Parecia que a profecia dos Antigos Pais se podia cumprir. Seis mil anos depois da sua última visita à terra, voltavam tal como haviam prometido. Por isso, a alegria do Povo Escolhido era grande. Surgia uma nova era, o regresso aos dias em que os Ugha Mongulala governavam o mundo, a norte, sul, oeste e leste. Quem não partilhavam do júbilo geral eram os sacerdotes. Duvidavam da notícia do regresso dos deuses, embora a data correspondesse ao que haviam predito. Há doze mil anos os Antigos Pais haviam abandonado a Terra. Seis mil anos tinham passado desde a morte de Lhasa.

Mas os sacerdotes, que tudo sabem, que vêem o futuro e para quem nada é oculto, observavam no céu sinais ominosos. Dentro em pouco verificou-se que era um erro cruel a notícia do regresso dos nossos Primitivos Mestres. Os estrangeiros não vinham com boas intenções, para assumir o poder com generosidade e sabedoria. Em vez de felicidade e paz interior, trouxeram lágrimas, carnificina e violência. Numa fúria de ódio e ambição, os estrangeiros destruíram o império da nação nossa irmã, os Incas. Queimaram cidades e aldeias e mataram homens, mulheres e crianças. Os Bárbaros Brancos, como ainda hoje lhes chamamos, desprezaram o legado dos Antigos Pais. Erigiram templos com a cruz e sacrificaram milhões de homens em sua honra. 

Uma grande estrela aproximou-se da Terra e espalhou uma triste luz sobre as planícies e montanhas. O Sol também mudara, tal como está escrito na Crônica: “Desgraça sobre nós. Os sinais indicam desastre. O Sol não é brilhante e amarelo, mas vermelho como sangue espesso”. Assim falaram os sacerdotes. “Os estrangeiros não trazem paz. Não confiam no legado dos Antigos Pais. Os seus pensamentos são feitos de sangue. Espalharam sangue sobre todo o império”. O desastre que os nossos sacerdotes haviam predito incidiu primeiro sobre os Incas. Rompeu uma guerra civil no seu império. Os dois filhos de Huayana Capac lutaram pelo cargo de comando supremo. Na sangrenta batalha nos campos em redor de Cuzco, o primogênito Huascar foi derrotado pelo seu irmão mais novo, Ataualpa.

O vencedor e o seu exército avançaram para a capital e começaram um reino sangrento de terror. Ataualpa teria destruído os partidários do seu infeliz irmão se os estrangeiros não tivessem desembarcado nas costas do oceano ocidental. Esta chegada evitou a sua última vitória. Poderosos navios alcançaram a costa. Vinham silenciosamente, cortando a água. E homens com barbas desembarcaram com armas eficazes e estranhos animais, tão rápidos e fortes como o caçador jaguar. E, num dia, poderosos inimigos ergueram-se contra Ataualpa. Ganhou cruéis inimigos, que eram falsos e cheios de ardis.

A DESTRUIÇÃO DO IMPÉRIO INCA

Pouco depois da sua chegada ao Peru, os Bárbaros Brancos deixaram conhecer as suas intenções. Impressionados com a riqueza de Cuzco, iniciaram uma cruel guerra de conquista. Primeiro atacaram cidades junto à costa. Ocuparam os terrenos adjacentes e subjugaram as Tribos Aliadas dos Incas. Depois, os Bárbaros Brancos juntaram-se para uma campanha nas montanhas dos Andes. No local chamado Catamarca, a dez horas a pé de Cuzco, encontraram o exército de Ataualpa, o príncipe dos filhos do Sol. Os guerreiros contam histórias terríveis. Medonhas eram as suas revelações. Ataualpa teve de pagar caro a sua arrogância. Caiu vítima de uma cilada dos estrangeiros. Foi traído e capturado. E o segundo filho de Huayana Capac foi preso. Os seus guerreiros foram mortos pelos Bárbaros Brancos. A planície tingiu-se de vermelho com o sangue, que chegava aos tornozelos quando os Incas perderam a batalha.

E os guerreiros Barbados avançaram ainda mais. Assassinando e roubando, alcançaram Cuzco. Violaram mulheres. Roubaram o ouro. Até os túmulos foram partidos para serem abertos. A tristeza e o desespero dominaram as montanhas onde outrora Ataualpa, o príncipe dos filhos do Sol, havia sido poderoso. O meu povo soube da verdadeira crueldade dos Bárbaros Brancos por muitos refugiados incas. Os estrangeiros Barbados cometeram piores atrocidades do que as tribos selvagens. Umas simples doze luas tinham passado depois da sua chegada, quando uma profunda escuridão envolveu o império dos filhos do Sol, iluminado só pelas cidades e aldeias em chamas. Pouco depois, os Ugha Mongulala tiveram de reconhecer a terrível verdade: a nação irmã estava condenada a perecer.

Os estrangeiros tinham armas especiais que mandavam trovões em chamas. Tinham estranhos animais com pés de prata, que, guiados pelos homens, espalhavam a morte e a perdição nas fileiras dos filhos do Sol. Os guerreiros de Ataualpa fugiram em pânico. Mas os Incas eram uma nação forte. Apesar da superioridade das armas dos estrangeiros, combateram duramente em defesa do seu país. Depois da terrível derrota de Catamarca, os que restavam do exército juntaram-se nas montanhas que cercam Cuzco e nos limites do país chamado Bolívia. A força principal cortou os caminhos da montanha que levavam à costa. Desta maneira evitaram o avanço dos Bárbaros Brancos durante muito tempo. Só quando os estrangeiros queimaram Ataualpa vivo, em honra do seu deus, e se cumpriu o que os nossos sacerdotes haviam predito, eles cessaram de resistir.

Incas

O império inca desmoronava-se numa terrível tempestade de fogo. Desgraça dos filhos do Sol. Que medonha sorte se abateu sobre eles! Traíram o legado dos Deuses, e agora eles próprios tinham sido traídos. Foram castigados, batidos até sangrarem, pelos Bárbaros Brancos. Porque estes estrangeiros não conheciam piedade. Não poupavam as mulheres, nem sequer as crianças. Comportavam-se como animais selvagens, como formigas, destruindo tudo no seu caminho. A era do sangue começara para os filhos do Sol. Toda uma nação está a expiar os pecados de Viracocha. E os dias maus começaram quando o Sol e a Lua se escureceram com o sangue.

A RETIRADA DOS UGHA MONGULALA

Cinco anos depois da chegada dos Bárbaros Brancos, o império inca assemelhava-se a Akakor depois da sua primeira Grande Catástrofe. A sua capital estava em ruínas. Vilas e aldeias haviam sido queimadas. Os sobreviventes tinham-se retirado para as altas montanhas ou serviam os Bárbaros Brancos como escravos. O sinal-da-cruz que se identifica com o sinal da morte, podia ver-se em toda parte. Até então os Ugha Mongulala tinham testemunhado a tragédia só à distância. Os Bárbaros Brancos estavam inteiramente ocupados com a pilhagem da riqueza dos Incas. Os guerreiros receavam a densidade da selva de cipós na encosta leste dos Andes e só os incas em fuga atravessaram a fronteira fortificada que Lhasa havia construído. No ano 12.034, a guerra também alcançou Akakor.

Os espanhóis, como os Bárbaros Brancos se chamavam, souberam da existência da nossa capital por traição. Como sua ânsia de ouro era infinita, equiparam um exército. Após grandes lutas com a Tribo dos Demônios do Terror, avançaram pela parte oriental dos Andes, na região de Machu Picchu. O Alto Conselho tinha de tomar uma decisão da mais alta importância: ou combater os Bárbaros Brancos ou retirar-se para o interior da região de Akakor. O príncipe Umo e os mais velhos do povo decidiram pela retirada, embora os chefes guerreiros aconselhassem o contrário. Ordenaram que as cidades fronteiriças fossem abandonadas e que todos os sinais da capital fossem destruídos. Só pequenas tropas de defesa eram deixadas atrás, nas regiões abandonadas, para observar os movimentos dos guerreiros inimigos a avisar Akakor de qualquer ataque. Esta foi a decisão de Umo. E assim se fez.

Posteriores acontecimentos provaram a perspicácia do príncipe Umo. A sua decisão salvou os Ugha Mongulala de uma guerra que nunca poderiam ter ganho. Mas também condenou os Incas à extinção. O Alto Conselho recusou o apelo de auxílio feito pelos generais incas e preparou-se para um conflito defensivo. Se na verdade tivesse de haver uma guerra, que se travasse onde as altas barreiras pudessem pôr em perigo os Bárbaros Brancos – nos altos vales dos Andes e entre a selva de cipós do Grande Rio. Os guerreiros obedeceram às instruções do Alto Conselho. Retiraram-se das regiões que ofereciam mais perigo. Com o coração angustiado, de má vontade, abandonaram Machu Picchu, a cidade sagrada de Lhasa.

Longas filas de carregadores transportaram todos os objetos, como jóias, dádivas para sacrifícios e provisões, para Akakor. Depois os guerreiros arrasaram as casas e os muros e destruíram as estradas que lhes ficavam para trás. Os sacerdotes destruíram templos. Os artesãos bloquearam todas as entradas com pesadas pedras. Tão cuidadosamente cumpriram as ordens dos seus maiores que hoje mesmo os Ugha Mongulala só conseguem encontrar Machu Picchu com auxílio de mapas e de desenhos. Só os subterrâneos da Montanha da Lua ficaram incólumes. Porque ninguém que não entenda os sinais do passado é capaz de revelar o segredo do Exaltado Filho dos Deuses, Lhasa. E, assim. O grande-sacerdote vedou a entrada da cidade santa. Ocultava o segredo do Exaltado Filho dos Deuses, o criador e formador, o governador dos quatro ventos, nos quatro cantos do mundo e sobre a face do céu. E com estas palavras vedou o segredo:

“Devem ficar na sombra da vossa sombra quando os olhos dos Deuses se erguem e a Terra ainda está escurecida pela noite. Então a sombra da sua sombra apontará o caminho. Mostrar-lhes-á a direção do coração do Céu ao coração da Terra”.

Durante muito tempo parecia que os Deuses queriam poupar os Ugha Mongulala à mesma sorte da nação Inca, sua irmã, e Akakor foi interdita aos Bárbaros Brancos. Se bem que na sua campanha avançassem na região dos afluentes do rio Vermelho, nunca passaram as florestas nas encostas orientais das montanhas. Os seus guerreiros morriam devido a doenças desconhecidas das Grandes Florestas, caíram feridos pelas setas envenenadas das Tribos Aliadas. Só um simples grupo alcançou os arredores da capital do meu povo. No monte Akai, a três horas de distância a pé de Akakor, foi travada uma memorável batalha, que foi descrita na crônica para conhecimento da posteridade. Foi no monte Akai que os guerreiros encontraram os Bárbaros Brancos, com as suas terríveis armas e os guerreiros de ferros dos Servos Escolhidos. Durante muito tempo a batalha manteve-se indecisa. Os exércitos batiam-se valentemente. Então os Servos Escolhidos atreveram-se a atacar. Avançaram para o centro dos seus inimigos.

Cegaram-nos com tochas. Dificultaram-lhes os movimentos das pernas estendendo cordas. Bateram-lhes com pedras na cabeça até o sangue lhes saltar pelo nariz e pela boca. E os Bárbaros Brancos fugiram em pânico, deixando atrás de si as suas armas, os seus animais e os seus escravos. Só queriam salvar suas vidas, e nem isso conseguiram inteiramente. Dificilmente alguns conseguiram fugir e muitos foram trazidos como cativos para Akakor. Os cativos foram os primeiros Bárbaros Brancos de Akakor. Os Ugha Mongulala olharam-nos com horror e com medo. Só os sacerdotes os consideravam com desprezo. Atiraram a porcaria da terra sobre os falsos crentes como penhor da sua humilhação. Então o Alto Conselho enviou os Bárbaros Brancos como escravos para as minas de ouro e prata. Até ao fim dos seus dias expiaram os seus crimes, tal como está escrito na crônica:

Estas são as notícias. Assim falou o alto-sacerdote aos Bárbaros Brancos:“Quem vos fez nascer para poderdes governar sobre a vida e a morte? Quem sois vós que desprezais o legado dos Deuses? Donde viestes para trazerdes a guerra ao nosso país? Verdadeiramente o que fazeis é mau. Derramastes sangue. Fizestes a caça ao homem. Destruístes as tribos dos filhos do Sol e espalhastes o seu sangue sobre as montanhas”.

Estas foram as palavras do grande-sacerdote. Foram terríveis. Mas o coração dos Bárbaros Brancos manteve-se duro e levou-lhes tempo a encarar a sua sorte. Enfrentavam o cativeiro eterno.

II – A GUERRA NO LESTE 1.534 – 1.691

Seguindo as descobertas dos navegadores espanhóis e portugueses, a civilização começou a expandir-se no Novo Mundo. O poder marítimo da Espanha e de Portugal (a que mais tarde se juntaram a Inglaterra e os Países Baixos) tornou-se rico com a exploração das suas colônias. Enquanto a Espanha saqueava o Peru e o México. Portugal iniciava a conquista da costa leste do Brasil. Em 1.541 – 1.542, Orellana, um companheiro de luta de Pizarro, iniciou a sua histórica viagem através do continente sul-americano. Foi o primeiro a navegar no rio Amazonas, a que deu este nome devido ao encontro que teve com uma tribo de mulheres guerreiras. Depois do seu regresso ao Novo Mundo, em 1.546, morreu de malária na embocadura do Amazonas. Nesta época, os Ingleses e os Holandeses começaram a explorar os afluentes do Amazonas.

A cidade de Belém foi fundada em 1.616 pelo português Caldeira Castelo Branco, em nome de Portugal e Espanha, e a exploração da Amazônia pelos portugueses iniciou-se aqui. A figura principal foi Pedro Teixeira, que repetiu a proeza de Orellana em 1.637, mas em direção oposta. Determinou, em nome de Portugal, a futura fronteira oeste do Brasil, na confluência do rio Aguarico com o rio Napo. Pedro Teixeira, que se gabara de ter morto trinta mil selvagens com as suas próprias mãos, morreu em 1.641. De acordo com o que calcula o padre jesuíta Antonio Vieira, os conquistadores portugueses assassinaram cerca de dois milhões de índios no período de trinta anos.
 

Viagem de Francisco Orellana pelo rio Amazonas. (CLIQUE PARA AMPLIAR)

A CHEGADA AO LESTE DOS BÁRBAROS BRANCOS

Onde está a Tribo da Glória Crescente? Que foi feito dos Incas, os filhos do Sol? Onde estão a Tribo das Grandes Vozes, a Tribo dos Comedores de Refugo e muitos dos povos primitivos poderosos das Tribos Degeneradas? Digamos que a cobiça e a violência dos Bárbaros Brancos fizeram-nos desaparecer, derreter, como acontece à neve sob o calor do sol. Muito poucos conseguiram fugir para o interior das florestas. Outros esconderam-se no topo das árvores, tal como a Tribo que Vive nas Árvores. Aí não têm quaisquer roupas de proteção nem nada para comer. Ninguém sabe onde estão, e talvez agora já estejam mortos. Outras tribos se renderam aos Bárbaros Brancos, que lhes dirigiram palavras amigas. Mas as boas palavras não são compensação para a miséria de todo um povo. As boas palavras não dão saúde e não evitam que o povo morra. As boas palavras não dão ás tribos um novo país onde possam viver em paz, caçar livremente e tratar dos seus campos.

Tudo isto viu o meu povo com os próprios olhos. Os nossos batedores trouxeram essas notícias depois de se terem aventurado no território dos Bárbaros Brancos. O meu coração sofre quando penso em todas as falsas promessas que fizeram. Mas, na realidade, não podemos esperar que os rios corram da foz para a nascente, como também não esperamos que os Bárbaros Brancos cumpram a sua palavra. Porque são maus e traidores, como está escrito na crônica: “Seiva vermelha escorre das árvores, seiva que é como sangue”. Assim falaram os mensageiros das Tribos Aliadas quando vieram para junto dos Servos Escolhidos. “Porque os Bárbaros Brancos também tinham desembarcado no Leste com os seus navios, cujos mastros tocavam o céu. Vieram com as suas armas, cujo ribombar enviava a morte a distância e cujas setas não se conseguiam ver. Assim ocuparam a terra”.

Isto foi o que os mensageiros contaram. Esperaram com muita impaciência e pediram a decisão do Alto Conselho. Imploraram a proteção dos Deuses:”Não nos abandoneis”, suplicavam eles. “Daí armas aos nossos homens, para que possam expulsar o inimigo do nosso país, de modo que a luz possa voltar ao império dos Servos Escolhidos”. Assim falaram os mensageiros, os guerreiros que sofriam, os desesperados homens das Tribos Aliadas. E esperavam pelo Sol que ilumina a abóbada do Céu e a face da Terra. Assim eles esperaram e trouxeram para Akakor a notícia da chegada ao Leste dos Bárbaros Brancos. 

No início do décimo terceiro milênio, a guerra na fronteira oeste alcançou um temporário período de calmaria. Os espanhóis estavam cansados das batalhas devastadoras. Renunciaram à conquista das encostas orientais dos Andes e desistiram de atacar Akakor. Uma vasta terra-de-ninguém, só guardada pelos nossos batedores, foi colocada entre o império recentemente estabelecido e o reino dos Ugha Mongulala. Já não havia perigo de que a nossa capital pudesse ser descoberta. Contudo, mal os Bárbaros Brancos haviam parado com o seu avanço no oeste da região do país, eles começaram a desembarcar no Leste também e ocuparam a região costeira. Subiram o Grande Rio até alcançarem os acampamentos das Tribos Aliadas. A luta começou outra vez: uma nova guerra entre os Bárbaros Brancos e o Povo Escolhido. Mas os Ugha Mongulala tinham aprendido com a extinção dos Incas. Evitavam encontrar o inimigo em campo aberto. Os seus guerreiros atacavam os Bárbaros Brancos só em emboscadas.

Ao mesmo tempo abandonavam todas as cidades e aldeias nesta região. Os nossos inimigos só encontravam nas suas investidas acampamentos desertos. Sofriam de fome e de sede. Nas florestas impenetráveis mantinham-se em círculo. Muitos deles caíram vítimas da arma mais terrível, o veneno, segredo mantido desde os Primitivos Mestres. Com estas novas táticas o meu povo conseguiu por muito tempo manter os Bárbaros Brancos afastados do centro do Império. Aí então aconteceu um fato inesperado. Muitas tribos aliadas renunciaram à sua vassalagem a Akakor. Traíram o legado dos Deuses e começaram a adorar o sinal-da-cruz trazido pelos bárbaros brancos.

A DESTRUIÇÃO DAS TRIBOS ALIADAS

A Tribo das Caras Torcidas, na região baixa do rio Negro, iniciou a rebelião das Tribos Aliadas nas províncias do Leste do Império. Esta nação fora aliada dos Ugha Mongulala desde os tempos de Lhasa. Depois da chegada dos Bárbaros Brancos, a tribo, que contava oitenta mil cabeças, traiu o legado dos Deuses e declarou guerra a Akakor. Dentro de alguns meses a guerra generalizava-se por todo o Império. Na região afluente do Grande Rio, a Tribo da Glória Crescente revoltou-se. Os seus guerreiros atacaram as cidades do complexo- templo de Salazere, e penetraram profundamente no interior do Império. A Tribo dos Matadores de Antas, que tinha originariamente considerado os Bárbaros Brancos com suspeita, devastou as fortalezas de Mano, Samoa e Kin. Só alguns guerreiros Ugha Mongulala conseguiram fugir à carnificina.

Fugiram para as regiões de florestas inacessíveis, na parte baixa do Grande Rio. Com o decorrer dos séculos os seus descendentes juntaram-se às tribos selvagens. Só conservam a pele branca dos Servos Escolhidos como testemunho da sua origem. Perderam o legado dos Deuses. As mais pesadas perdas deram-se durante os combates nas regiões do Sul do Império. A Tribo dos Vagabundos, que fora aliada de Akakor, abandonou as suas velhas instalações. E assim assassinando, destruindo e roubando tudo, seguiram ao longo da parte baixa do Grande Rio até à costa leste do oceano, tal como está escrito na crônica: Esta é a história da deserção da Tribo dos Vagabundos. Quando ouviram as notícias acerca dos homens com barba, ficaram muito surpreendidos. Porque não ir lá? Porque não ir ver os estrangeiros? E exclamaram: “Com certeza trazem muitas prendas, melhores que a dos Servos Escolhidos”. E partiram. Alcançaram na orla do oceano os navios dos Bárbaros Brancos.

Orellana foi derrotado pela tribo de mulheres guerreiras denominadas como as Amazonas

Os estrangeiros Barbados receberam-nos com simpatia; eram espertos. Deram-lhes bonitas roupas e pérolas brilhantes. Ofereceram-nos como penhor de amizade. E os Vagabundos ansiaram tanto por estas dádivas que esqueceram o legado dos Deuses. Submeteram-se aos Bárbaros Brancos. Assim chegou ao fim a sua aliança com os Servos Escolhidos. Lhasa estabelecera-o: era sagrado. Agora perdera o seu valor e só os restos ficavam. Mas o legado dos Deuses é maior. É mais forte que a traição das Tribos Aliadas. A sua essência não se perdeu, não se pode desperdiçar. A imagem dos Primitivos Mestres não se pode extinguir – nem por milhares de anos, nem nunca. A traição das Tribos Aliadas pôs em perigo a vida dos Ugha Mongulala. Com o fim de perturbar as forças superiores do inimigo, Akakor serviu-se de ardis. Guerreiros escolhidos pintados com as cores das tribos rebeldes atacaram os postos avançados dos Bárbaros Brancos. Mataram os inimigos e deixaram atrás de si sinais dessas tribos. Os Bárbaros Brancos vingaram-se cruelmente do que julgavam ser o ataque dos seus aliados.

Dentro em pouco uma grande e confusa guerra eclodia entre os Bárbaros Brancos e as tribos que haviam desertado de Akakor, os povos selvagens e os Ugha Mongulala. A Tribo dos Vagabundos sofreu pesadas perdas. Quase todo o povo foi massacrado. A Tribo dos Matadores de Antas fugiu para as montanhas ao norte do Grande Rio. A Tribo da Glória Crescente só teve a possibilidade de se submeter a Akakor. Foi terrível a sorte dos rebeldes. O seu rosto, o seu corpo e a sua própria alma ficaram vermelhos de sangue. As suas sombras vagueavam pela terra sem descanso. Sofreram toda espécie de dores. Foram mortos. Nem uma só vida foi poupada. O castigo da sua falsidade foi a morte. Tinham corações falsos, ao mesmo tempo pretos e brancos. E pagaram com a morte a sua traição.

O declínio final do meu povo começou com a deserção das Tribos Aliadas. Como uma horda de formigas, os Bárbaros Brancos avançavam cada vez mais. Se centenas deles eram mortos, surgiam milhares. Construíram cidades e acampamentos e estabeleceram o seu próprio império na parte baixa do Grande Rio. Surgiu uma nova ordem, que excluía os Servos Escolhidos e era contra o legado dos Deuses. Seguiu-se uma época de obscurantismo, na qual só o terrível som das asas dos abutres e o piar dos mochos se podiam ouvir. Mas antes de o obscurantismo alastrar até os limites de Akakor desceram os Akahim na nação irmã dos Ugha Mongulala.

Desde a época do Exaltado Filho dos Deuses, Lhasa, Akakor e Akahim, a cidade irmã nas montanhas de Parima {região ao norte do Brasil, hoje Roraima, com o Monte Roraima em destaque}, tinham sido aliadas. Durante milhares de anos, os Ugha Mongulala e o povo de Akahim haviam trocado presentes. Regularmente havia embaixadas que visitavam os respectivos países. Os seus guerreiros combatiam juntos as tribos inimigas. Só a chegada dos Bárbaros Brancos, no décimo segundo milênio, trouxe certa tensão a estes laços fraternais. Os Akahim receavam as terríveis armas de ferro e pensaram que os Ugha Mongulala os queriam submeter. Praticamente Akahim quebrou todas as relações. Batedores dos dois impérios encontravam-se raramente, para trocar ofertas, fazer sacrifícios e reafirmar amizade e paz. O desembarque dos Bárbaros Brancos na foz do Grande Rio deu uma forma decisiva à sorte de Akahim.

As Tribos Aliadas traíram o seu império a favor dos guerreiros estrangeiros. Equiparam os seus navios e partiram em busca da misteriosa cidade. Os Akahim enfrentavam o mesmo dilema que os Ugha Mongulala oitenta anos antes, quando o império dos Incas fora vencido: a escolha era a guerra contra os Bárbaros Brancos ou recuar para o interior das montanhas de Parima. A fim de evitar uma guerra sangrenta, o Alto Conselho decidiu pela retirada. Porém, quando cento e trinta dos mais velhos deram ordem de paz, aconteceu uma coisa jamais ouvida: as mulheres resistiram a esta decisão. Derrubaram o Alto Conselho e tomaram elas próprias o Poder. Sob a chefia da corajosa Mena, obrigaram os homens a pegar nos arcos e nas setas e a enfrentar os Bárbaros Brancos. “Vamos para a guerra”! Assim falaram as mulheres. “Não somos bastante numerosos para expulsar os estrangeiros de barbas? Não somos bastante fortes para os derrotar?”

E as mulheres de Akahim ergueram-se. Quebraram as suas tigelas e quebraram as suas panelas. Apagaram o fogo das lareiras e foram para a guerra. Queriam mostrar a sua força aos Bárbaros Brancos. Iam esmigalhar-lhes os ossos e transformar em pó a sua carne. A guerra dos Akahim contra os Bárbaros Brancos é um dos mais orgulhosos capítulos da história da humanidade. Aliados aos sobreviventes da Tribo dos Vagabundos, travaram grandes batalhas contra o inimigo. As mulheres guerreiras atacaram com grandes canoas os navios inimigos que estavam ancorados. Atiraram setas de fogo contra as suas velas e incendiaram-nos. Para parar o avanço dos inimigos, obstruíram os rios com pedras gigantescas. Tal como os Ugha Mongulala, destruíram o seu próprio país. Deste modo, os Akahim resistiram ao ataque dos Bárbaros Brancos durante sete anos. Durante todo este tempo mataram milhares de guerreiros Barbados e também foram mortos aos milhares. E então a força de Akahim cedeu.

 

As suas mulheres tinham provado a sua coragem e trazido o seu povo quase para a perdição. Os lamentos da nação irmã eram tão grandes que choros, tristezas e lamentos também se ouviam em Akakor. A terra estava vermelha, vermelha de verdadeiro sangue. Mas era uma boa morte que a valorosa Akahim encontrara – a melhor. Quebrou a força dos inimigos. Esmagou os seus ossos como faz a mó ao milho para transformar em farinha. Atirou com os seus ossos para a corrente do rio. E a água levou-os por entre montanhas, tanto as menores como as maiores.
As mulheres de Akahim foram chamadas “as Amazonas” na linguagem dos Bárbaros Brancos e mantêm-se valentes guerreiras. Apesar das pesadas perdas, conseguiram ordenar de novo a vida da comunidade no decorrer dos séculos e evitar o avanço dos Bárbaros Brancos no território tribal. Separaram-se das Tribos Aliadas e estabeleceram uma nova ordem na vida da comunidade.

 

Presentemente só dez mil pessoas restam da primitivamente tão poderosa tribo que vivia nos inacessíveis vales das montanhas de Parima. Passam a maior parte da sua vida nas moradias subterrâneas dos Deuses. Só vêm à superfície para tratar dos seus campos e caçar. A vida dos Akahim diverge completamente da do meu povo. São governados por uma princesa que é descendente da belicosa Mena. É soberana absoluta do seu povo. Escolhe os membros do Alto Conselho, os chefes guerreiros e os oficiais. Todos os altos cargos são reservados às mulheres. Os homens servem como simples soldados ou trabalham nos campos. Mesmo o mais alto sacerdote é uma mulher. Como no meu país, ela preserva o legado dos Deuses. Desde a rebelião das mulheres, Akahim não conhece o casamento. Só durante a gravidez homens e mulheres entram numa união livre.

Depois do nascimento da criança, o homem é mais uma vez rejeitado pela mulher. Desde os doze anos as raparigas têm o privilégio da educação nas escolas das sacerdotisas e são treinadas na arte da guerra e na administração do seu domínio. Desta idade em diante os rapazes são obrigados a trabalhar. Não têm quaisquer direitos e vivem como escravos. São expulsos da união tribal à menor falta e são obrigados a abandonar as moradias subterrâneas. Muitos destes infelizes têm fugido para Akakor. Aqui têm casado com mulheres Ugha Mongulala e fundado uma nova família. Porque as mulheres do meu povo estão contentes com a parte que Deus lhes distribui: serem leais servas dos homens. Tona não estava contente com o marido. Era infeliz.

O seu coração estava angustiado. E ela foi procurar o sacerdote e pedir-lhe conselho. Necessitava de ajuda. Queria separar-se do marido. Mas o grande-sacerdote ordenou que Tona fosse paciente, Tinha de ficar com o marido até ter escrito as suas dez maiores faltas: só então poderia abandonar. E Tona voltou para casa. Queria registrar as dez maiores faltas do marido. Queria tomar nota do que não gostava nele. Mas quando encontrou o seu primeiro erro achou que este, na verdade, não merecia ser registrado. Quando descobriu a segunda falta pareceu-lhe demasiado insignificante. E assim passaram os dias. Uma lua seguiu-se a outra. E os anos passaram. Tona envelheceu. Não escrevera nem uma só nota das faltas do marido. Era feliz e um exemplo para os filhos e para os filhos dos seus filhos.

III – OS IMPÉRIOS DOS BÁRBAROS BRANCOS 1.691 – 1.920

A história da Europa até a Revolução Francesa foi caracterizada pela rivalidade entre a França e a Casa de Habsburgo {povos germânicos} e, além-mar, pela luta do predomínio colonial. 1.776 foi uma data decisiva na história do continente norte-americano, e em 1.783 a Inglaterra reorganizou a independência dos Estados Unidos da América. O extermínio dos índios norte-americanos começou ao mesmo tempo. A história das colônias espanholas na América do Sul acabou em 1.824 com a batalha de Ayacucho, quando Antonio José de Sucre, comandante do Patriota de Simon Bolívar, derrotou decisivamente os mercenários espanhóis. Numerosas repúblicas independentes se desenvolveram então, estando entre elas o Peru, o Equador, a Bolívia e o Chile.
 
Em 1.822, o Brasil declarou-se independente de Portugal. O mesmo ano viu o início da Cabanagem, o maior movimento revolucionário social na história do Brasil. Os mestiços e os índios chefiados por Angelim foram derrotados pelas forças do Governo central, numa guerra que durou três anos. Dois terços da população amazônica foram destruídos. A valorização da borracha começou por volta de 1.870. Em quarenta anos, cento e cinqüenta colonos do Norte colheram oitocentos milhões de quilos de borracha. Depois de sangrentas lutas de fronteira, a Bolívia em 1.903, cedeu ao Brasil a província fronteiriça do Acre, contra o pagamento de dois milhões de libras esterlinas. Em 1.915 a competição das plantações britânicas na Malásia fez com que os preços da borracha caíssem para metade do seu valor prévio. A exploração econômica da Amazônia foi suspensa temporariamente.
 

Continua ….

 



 
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29.01.21

A CRÔNICA DE AKAKOR

1 - O livro do Jaguar

Do Livro (Die Chronik von Akakor – 1978), 

por Karl Brugger, 

prefácio de Erich Von Daniken, 

tradução de Bertha Mendes.

Edição e imagens:  Thoth3126@protonmail.ch

Publicações anteriores

 

 
 
 

O mistério de uma antiga civilização subterrânea perdida da Amazônia que não existe “oficialmente” … que muitos exploradores MORRERAM tentando encontrar. Se a história da busca pela cidade perdida de Akakor e sua tribo Ugha Mongulala soa como o roteiro de ficção de um filme de Indiana Jones, é justamente porque ela foi usada como base para o quarto e último filme da série, “Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull” (O Reino da Caveira de Cristal). É uma história  envolta em muitos mistérios. Ela é contada em um polêmico livro, “A Crônica de Akakor”, que passamos a publicar em capítulos …

 

 

O LIVRO DO JAGUAR

 

Este é o jaguar;
Poderoso é seu salto;
E forte as suas patas.
É o senhor das florestas.
Todos os animais são seus súditos.
Não tolera resistência.
Destrói o desobediente
E devora-lhe a carne!
 

 


 

I- O REINO DOS DEUSES – 600.000 a. C. – 10.481 a. C.

O início da história da humanidade é uma questão de há muito contestada. De acordo com a Bíblia, Deus “criou o mundo em seis dias” para o seu próprio deleite e para o bem da humanidade. Então ele moldou o homem do pó {corpo} e deu-lhe o sopro {a Alma} da vida. Mas de acordo com o Popol Vuh, o Livro dos Maias, o homem {físico} só surgiu na quarta criação divina, depois de três mundos anteriores {corresponde com os três primeiros Yugas – eras – da cronologia indu} terem sido destruídos por medonhas catástrofes.

A historiografia tradicional coloca o início da história da humanidade em cerca de 600.000 a. C., e os primeiros seres humanos não conheciam ferramentas nem o uso do fogo. Segue-se, cerca de 80.000 a. C., o homem de Neandertal, que avançara extraordinariamente e conhecia o uso do fogo, tendo desenvolvido ritos funerários. A Pré-História, a primitiva história do homem, começa em cerca de 50.000 a. C.; de acordo com achados arqueológicos, tem sido dividida em Idade da Pedra, do Bronze e do Ferro. Durante a Idade da Pedra, o homem era caçador e pastor; caçava o mamute, cavalos selvagens e rangíferos {família dos Cervídeos}.

Com a lenta regressão da camada de gelo, o ancestral do homem gradualmente foi seguindo os animais que se dirigiam para o sul: o assentamento às margens dos grandes rios, a agricultura e os animais domésticos eram-lhe ainda desconhecidos. No entanto, as suas pinturas rupestres nas paredes dos abrigos em cavernas são evidência de uma arte surpreendentemente sofisticada, baseada nos ritos de caça mágico-religiosa. Está assente que em torno de 25.000 a. C. as primeiras tribos da Ásia Central atravessaram o estreito de Bering em direção às Américas.

 
 
OS MESTRES ESTRANGEIROS DE SCHWERTA

 

A Crônica de Akakor, a história escrita do meu povo, começa na hora zero, quando os deuses nos deixaram. Nessa época, Ina, o primeiro príncipe dos Ugha Mongulala, resolveu que tudo quanto acontecesse fosse narrado com boas palavras e numa escrita clara. E assim, A Crônica de Akakor é testemunha perante a história de um dos povos mais antigos do mundo, desde o seu início, a hora zero, quando os Primeiros Mestres nos deixaram, até ao momento atual, quando os Bárbaros {europeus} Brancos {esde 1500 d.C.} estão destruindo o nosso povo.

Explica o testamento dos Antigos Pais – o seu saber e a sua prudência. E descreve a origem do tempo, quando o meu povo era o único do continente e o Grande Rio ainda corria de um e de outro lado, quando o país era ainda plano e suave como o lombo de um cordeiro. Tudo isto está escrito na crônica, a história do meu povo, desde a partida dos deuses, a hora zero, que corresponde ao ano de 10.481 a. C. de acordo com o calendário dos Bárbaros (europeus) Brancos.

Esta é a história de meu povo. Esta é a história dos Servidores Escolhidos. No início era o caos. Os homens viviam como animais, sem razão, sem conhecimento, sem leis, e sem trabalhar o solo, sem se vestirem, nem sequer cobrindo a sua nudez. Não conheciam nada dos segredos da natureza. Viviam em grupos de dois a três, como o acaso os ajuntava em cavernas ou nas fendas das rochas. Caminhavam semi curvados apoiados com os pés e as mãos até a chegada dos deuses. Eles trouxeram a Luz.

Não sabemos quando tudo isto aconteceu. Donde vieram esses seres estranhos é um tênue conhecimento. Um denso mistério envolve a origem dos Primitivos Mestres, que nem sequer o conhecimento dos antigos sacerdotes consegue esclarecer. De acordo com a tradição, a época de sua chegada deve ter sido cerca de 3.000 anos antes da hora zero {13.481 a. C., segundo o calendário dos Bárbaros (europeus) Brancos}. De repente, navios brilhantes, dourados, apareceram no céu. Enormes línguas de fogo iluminaram a planície. A terra tremeu e o trovão ecoou sobre as colinas. O homem baixou a cabeça em sinal de veneração, perante as poderosas e estranhas criaturas que vinham tomar posse da Terra.

Estes estranhos indivíduos disseram que a sua pátria se chamava Schwerta, um mundo muito distante, situado nas profundezas do universo, onde viviam os seus antepassados e donde eles tinham vindo com a intenção de espalhar conhecimento pelos outros mundos. Os nossos sacerdotes dizem que era um poderoso império constituído por muitos planetas como inúmeros grãos de pó numa estrada. Também dizem que ambos os mundos, o dos Primitivos Mestres e a própria Terra, se encontravam de seis mil em seis mil anos. Quando então os deuses voltam à Terra.

Com a chegada dos estranhos visitantes ao nosso mundo começou a Idade do Ouro. Cento e Trinta famílias dos Antigos Pais vieram para a Terra para libertar o homem da escuridão da ignorância e da barbárie. E os deuses vindos das estrelas reconheceram-nos como seus irmãos. Instalaram as tribos errantes; deram-lhes bons quinhões de todos os comestíveis. Trabalharam diligentemente para ensinar ao incivilizado homem as suas leis, mesmo quando o seu ensino encontrava oposição. Por todo este labor, e por causa de tudo quanto sofreram pela humanidade e por quanto nos trouxeram e nos esclareceram, nós os veneramos como os iniciadores da nossa Luz. E os nossos artistas mais hábeis reproduziram imagens dos deuses que testemunham através de toda a eternidade a sua verdadeira grandeza e maravilhoso poder. E assim a imagem dos Primitivos Mestres ficou descrita e gravada até aos nossos dias.

Aparentemente, esses deuses oriundos de Schwerta não eram diferentes do homem. Tinham uns corpos graciosos e pele branca. O seu rosto nobre era emoldurado por uma cabeleira de um preto azulado. Uma barba espessa cobria-lhes o lábio superior e o queixo. Tal como os homens, os Antigos Pais eram seres vulneráveis, com carne e sangue. Mas o sinal que os distinguia decisivamente dos homens da Terra era terem seis dedos nas mãos e nos pés, uma característica da sua origem divina.

 

Corpo de extraterrestre resgatado do acidente em ROSWELL POSSUÍA SEIS DEDOS NOS PÉS E NAS MÃOS…
FONTE

 

Quem pode aprender a penetrar os pensamentos e os atos dos deuses? Quem pode aprender a compreender os seus feitos e desígnios? Seguramente, eles eram poderosos e incompreensíveis para os então vulgares e rústicos mortais humanos. Os deuses conheciam o curso das estrelas e as leis universais da natureza. Na realidade, eram-lhes familiares as mais altas leis do universo. Cento e trinta famílias dos Antigos Pais vieram para a Terra e trouxeram a Luz da civilização consigo para a região das Américas que viria a ser conhecida como a amazônia do Brasil.

AS TRIBOS ESCOLHIDAS

A memória dos nossos mais antigos antepassados torna-me assombrado e triste. O meu coração pesa-me porque agora estamos sós, abandonados que fomos pelos nossos Primitivos Mestres. Devemos-lhe a nossa força e tudo quanto sabemos e criamos. Antes de estes estranhos virem das estrelas, desde Schwerta, os homens vagueavam como crianças que perderam o lar, cujos corações não albergavam amor. Eram quase como animais, juntavam raízes, bulbos e frutos selvagens; viviam em cavernas e buracos cavados no solo; e tinham disputas com os vizinhos por causa das peças caçadas. Depois vieram os deuses e estabeleceram uma nova ordem no mundo. Ensinaram aos homens a cultivar a terra e a criar animais. Ensinaram-lhes a tecer e fixaram lares permanentes às famílias e aos clãs. E foi assim que as tribos se desenvolveram. Este foi o início da era da Luz, da vida e das tribos. Os deuses juntaram os homens. Deliberaram, consideraram e fizeram reuniões. Depois tomaram decisões. E entre o povo escolheram os criados que deviam viver com eles, servos para servi-los e a quem legaram parte do seu saber.

Com as famílias escolhidas pelos deuses, eles  fundaram uma nova tribo, a que deram o nome de Ugha Mongulala, que na língua dos Bárbaros {europeus} Brancos significa “Tribos Escolhidas Aliadas”. Como penhor dos seus eternos acordos, ligaram-se aos seus servos. Portanto, os Ugha Mongulala parecem-se com os seus divinos antepassados mesmo ainda hoje. São altos; o rosto é caracterizado por maçãs salientes, um nariz bem delineado e olhos em forma de amêndoa. Tanto os homens como as mulheres têm um espesso cabelo preto azulado. A única diferença eram os cinco dedos dos mortais, tanto nas mãos como nos pés, diferentemente de seus mestres que possuem seis dedos. Os Ugha Mongulala são o único povo de pele branca do continente das três Américas.

Se bem que os Primitivos Mestres guardassem muitos segredos, a história do meu povo também explica a história dos próprios deuses. Os estranhos seres vindos de Schwerta fundaram um poderoso império. Com o seu vasto conhecimento, a sua superior sabedoria e os seus misteriosos utensílios, foi-lhes fácil modificar a Terra de acordo com as suas próprias idéias e necessidades. Dividiram o país e construíram estradas e canais. Semearam plantas até então  desconhecidas pelo homem. Ensinaram aos nossos antepassados que um animal não é só presa de caça, mas que também pode constituir uma posse valiosa e indispensável contra a fome e fornecer alimento e força de tração. Pacientemente, partilharam o conhecimento necessário, de modo que o homem pudesse entrar na posse dos segredos da natureza.

Baseados nesta sabedoria, os Ugha Mongulala sobreviveram durante milênios, apesar das horríveis catástrofes que se sucederam ao longo dos milênios e das terríveis guerras. Como os Servos Escolhidos dos Primitivos Mestres, determinaram a história da humanidade durante 12.453 anos, tal como foi escrito na Crônica de Akakor:

“A linhagem dos Servos Escolhidos pelos deuses não desapareceu. Os chamados povos Ugha Mongulala  sobreviveram. Muitos dos seus filhos podem ter morrido em medonhas catástrofes e guerras devastadoras; que se sucederam nos seus domínios. Mas a força dos Servos Escolhidos permaneceu intacta. Eram os senhores. Eram os descendentes dos deuses”.

O IMPÉRIO DE PEDRA

A Crônica de Akakor, a história escrita do povo dos Ugha Mongulala, só começa depois da partida dos Primitivos Mestres, no ano zero. Nesta altura, Ina, o primeiro príncipe dos Ugha Mongulala, ordenou que todos os acontecimentos fossem registrados com boas palavras e numa escrita clara, e com a devida veneração pelos Primitivos Mestres. Mas a história dos Servos Escolhidos remonta a mais tarde, à Idade de Ouro, quando os Antigos Pais ainda governavam o Império. Desta época muito poucos testemunhos se têm conservado. Os deuses devem ter estabelecido um poderoso império, quando então foram distribuídas tarefas para todas as tribos. Os Ugha Mongulala atingiram o seu mais elevado grau de desenvolvimento. Era povo de grande sabedoria, o que o tornava superior a todos os outros. No ano zero, os deuses legaram as suas cidades e templos às Tribos Escolhidas. Duraram doze mil anos.

 

 
 
Poucos Bárbaros {europeus} Brancos têm visto estes monumentos ou a cidade de Akakor, capital do meu povo. Alguns conquistadores espanhóis capturados pelos Ugha Mongulala conseguiram fugir servindo-se de passagens subterrâneas. Os poucos aventureiros e colonos dos povos Bárbaros {europeus} Brancos que descobriram a nossa capital têm sido presos pelo meu povo. Akakor, capital do domínio, foi construída há cerca de catorze mil anos pelos nossos antepassados, guiados pelos Primitivos Mestres. O nome também foi dado por eles: Aka significa “fortaleza” e Kor significa “dois”. Akakor é a segunda fortaleza. Os nossos sacerdotes também falam na primeira fortaleza, Akanis. Erguia-se num estreito istmo na região que é hoje o México, no local em que os dois oceanos se encontram. Akahim, a terceira fortaleza, só é mencionada na crônica anterior ao ano 7.315. A sua historia está intimamente ligada à de Akakor.

 

A nossa capital erguia-se num vale, em meio as montanhas, entre dois países: os atuais Peru e Brasil. Está protegida em três lados por rochas escarpadas. Para leste, uma planície que desce gradualmente alcança a selva de cipós da grande região da floresta amazônica. Toda a cidade é rodeada por uma alta muralha de pedra com treze entradas. Estas são tão estreitas que só dão entrada a uma pessoa de cada vez. A planície a leste é guardada por vigias de pedra onde guerreiros escolhidos estavam sempre vigilantes, por causa dos inimigos. Akakor é traçada em retângulos. Duas ruas principais cruzadas dividem a cidade em quatro partes, correspondendo aos quatro pontos universais {cardeais?} dos nossos deuses. O Grande Templo do Sol e um portal de pedra cortado de um só bloco erguem-se numa vasta praça, ao centro. O templo está voltado a leste, para o sol-nascente, e é decorado com imagens dos nossos Primitivos Mestres. As criaturas divinas usam um bastão encimado pela cabeça de um jaguar. A figura está coroada por um toucado de ornamentos animais.

Os trajes são enfeitados com desenhos semelhantes. Uma escrita estranha, que só pode ser interpretada pelos nossos sacerdotes, fala da fundação da cidade. Todas as cidades de pedra que foram construídas pelos nossos Primitivos Mestres têm um portal semelhante. O mais impressionante edifício de Akakor é o Grande Templo do Sol. As suas paredes exteriores não têm enfeites e são feitas com pedras engenhosamente cortadas. O telhado do Templo é aberto de modo que os raios do sol-nascente podem alcançar um espelho dourado que data da época dos Primitivos Mestres e está montado na frente. Figuras de pedra de tamanho natural erguem-se de ambos os lados da entrada do templo. As paredes interiores estão cobertas de relevos. Numa grande arca de pedra embutida na parede fronteira do templo estão escritas as leis dos nossos Primitivos Mestres.

Contíguas ao Grande Templo do Sol, erguem-se às instalações para os sacerdotes e para os seus criados, o palácio do príncipe e os aposentos dos guerreiros. Estes antigos edifícios de pedra têm forma retangular e são feitos de blocos de pedra esculpidos. Os telhados são de uma espessa camada de relva assente em estacas de bambu. Na época do reino dos nossos Primitivos Mestres, outras vinte e seis cidades de pedra rodeavam Akakor, e são todas mencionadas na crônica de meu povo. As maiores eram Humbaya e Patite, na região onde hoje se estende a Bolívia, Emim, na parte baixa do Grande Rio, e Cadira, nas montanhas da atual Venezuela. Mas todas elas foram completamente destruídas na primeira Grande Catástrofe, treze anos após a partidas dos deuses.

Além destas poderosas cidades, os Antigos Pais também ergueram três complexos sagrados: Salazere, na parte superior do Grande Rio, Tiahuanaco, no Grande Lago Titicaca e Manoa, no elevado planalto do norte. Estas eram as residências terrenas dos Primitivos Mestres e terreno proibido para os Ugha Mongulala. No centro, elevava-se uma gigantesca pirâmide, e uma vasta escadaria erguia-se até a plataforma, onde os deuses celebravam cerimônias que hoje nos são desconhecidas. O edifício principal era rodeado por pirâmides menores interligadas por colunas, e mais adiante, em colinas criadas artificialmente, erguiam-se outros edifícios, decorados com placas brilhantes. À luz do sol nascente, contam os sacerdotes, as cidades dos deuses pareciam estar em chamas. Irradiavam uma luz misteriosa que brilhava nos picos das montanhas cobertas de neve.

Vídeo com imagens de um UFO sobrevoando o Monte Roraima e liberando uma sonda (esfera) luminosa:

Dos recintos do templo sagrado, só vi Salazere com os meus próprios olhos. Fica a uma distância de oito dias de viagem da cidade que os Bárbaros Brancos chamam Manaus, num afluente do Grande Rio. Os seus palácios e templos ficaram completamente cobertos pela selva de cipós. Só o topo da grande pirâmide ainda se ergue acima da floresta, coberto por uma densa mata de arbustos e árvores. Mesmo os iniciados têm dificuldade em chegar ao local onde moravam os deuses. O território da Tribo que Vive nas Árvores está rodeado por profundos pântanos. Depois do primeiro contato desta tribo com os Bárbaros Brancos, ela retirou-se para as florestas inacessíveis que rodeiam Salazere.

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{Continua…}

 




 
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28.01.21

A Crônica de Akakor

Introdução

Livro: “A CRÔNICA de AKAKOR” 

(Die Chronik von Akakor – 1978), 

por Karl Brugger, 

prefácio de Erich Von Daniken, 

tradução de Bertha Mendes.

Edição e imagens:  Thoth3126@protonmail.ch

 
 
 
 

O mistério de uma antiga civilização subterrânea perdida da Amazônia que não existe “oficialmente” … que muitos exploradores MORRERAM tentando encontrar. Se a história da busca pela cidade perdida de Akakor e sua tribo Ugha Mongulala soa como o roteiro de ficção de um filme de Indiana Jones, é justamente porque ela foi usada como base para o quarto e último filme da série, “Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull” (O Reino da Caveira de Cristal). É uma história  envolta em muitos mistérios. Ela é contada em um polêmico livro, “A Crônica de Akakor”, que passamos a publicar em capítulos …

 

 

A Crônica de Akakor

Prefácio de Erich Von Daniken

Os cientistas não são os únicos que enriquecem ao explorar o desconhecido. Karl Brugger, nascido em 1942, depois de completar os seus estudos de história e sociologia contemporânea, foi para a América do Sul como jornalista e obteve informações acerca de Akakor. Desde 1974 que Brugger é correspondente das estações de assuntos que dizem respeito aos Índios. Em 1972, Brugger encontrou Tatunca Nara, filho de um chefe índio, em Manaus, na confluência do rio Solimões com o rio Negro, isto é, no início do Amazonas. Tatunca Nara é chefe dos índios Ugha Mongulala, Dacca e Haisha. Brugger, investigador escrupuloso, ouviu a história inacreditável mas verdadeira que o mestiço lhe contou. Depois de ter verificado tudo conscienciosamente, decidiu publicar a crônica que tinha registrado no gravador. 

Como estou habituado ao fantástico e sempre preparado para o extraordinário, não me emociono facilmente, mas devo confessar que me senti invulgarmente impressionado com “A Crônica de Akakor” tal como me relatou Brugger, o seu autor. Sua obra abre uma dimensão que obriga os céticos a verificar que o inconcebível é muitas vezes possível. Incidentalmente, “A Crônica de Akakor”  foca precisamente o quadro que é familiar aos mitologistas de todo o mundo:

“Os deuses vieram “do céu”, instruíram os primeiros humanos, deixaram atrás de si alguns misteriosos instrumentos e desapareceram novamente nos “céus”.

 

Sobre a referência ao perdido reino de OPHIR, com o qual o rei de Israel, Salomão, em conjunto com Hiram, rei de Tiro, teriam enviado três expedições, há cerca de 3 mil anos atrás, para coleta de material para a construção do primeiro Templo de Jerusalém, saiba mais nos links à seguir:


 

Nota de Thoth: Referências bíblicas sobre o reino de Ophir e suas riquezas em MADEIRA, PEDRAS PRECIOSAS E OURO:

“Também as navios de Hirão, que de Ofir levavam ouro, traziam de Ofir muita madeira de almugue, e pedras preciosas”. 1 Reis 10:11

“E também os servos de Hirão e os servos de Salomão, que de Ofir tinham trazido ouro, trouxeram madeira de algumins, e pedras preciosas”. 2 Crônicas 9:10

“E fez Jeosafá navios de Társis, para irem a Ofir por causa do ouro; porém não foram, porque os navios se quebraram em Eziom-Geber”. 1 Reis 22:49

“E enviou-lhe Hirão, por meio de seus servos, navios, e servos práticos do mar, e foram com os servos de Salomão a Ofir, e tomaram de lá quatrocentos e cinqüenta talentos* de ouro; e os trouxeram ao rei Salomão”. 2 Crônicas 8:18

“E mandou Hirão com aquelas naus a seus servos, marinheiros, que sabiam (os caminhos) do mar, com os servos de Salomão”. 1 Reis 9:27

  • Um Talento pesava 34,2 kg nos tempos do rei Salomão. Assim sendo, foi extraído cerca de 15.390 quilos de OURO do reino de Ophir, equivalentes em reais, pela cotação atual do ouro de R$ 196,77 a GRAMA (cotação do dia 30/09/2019) o valor de R$ 3.028.290.300,00 !!!. Parece que nosso país vem sendo explorado e roubado há muito mais tempo do que imaginávamos…!!!

“Conhece-te a ti mesmo e conheceras todo o universo e os deuses, porque se o que tu procuras não encontrares primeiro dentro de ti mesmo, tu não encontrarás em lugar nenhum”.  –  Frase escrita no pórtico do Templo do Oráculo de Delphos, na antiga Grécia.

 


 

Os desastres devastadores descritos por Tatunca Nara podem ser relacionados até ao mínimo pormenor com o livro “Os Mundos em Colisão“, de Immanuel Velikovsky, as suas extraordinárias descrições de uma grande catástrofe mundial e mesmo as referências às datas são simplesmente espantosas. Igualmente, a afirmação de que certas partes da América do Sul são cortadas por passagens subterrâneas bem como de cidades subterrâneas não pode chocar  nenhum conhecedor do assunto. Num outro livro referi-me ter visto as tais estruturas subterrâneas com os meus próprios olhos, “A Crônica de Akakor”  dá resposta a muito do que é apenas aflorado noutros trabalhos sobre assuntos semelhantes.

 


INTRODUÇÃO

 

 

A Amazônia começa em Santa Maria de Belém, a cento e vinte quilômetros da costa do Atlântico. Em 1616, quando duzentos portugueses, sob a chefia de Francisco Castelo Branco, tomaram posse deste território em nome de Sua Majestade o Rei de Portugal e Espanha, o seu cronista descreveu-o como uma doce e convidativa zona de terreno com árvores gigantescas. Presentemente, Belém é uma grande cidade, com arranha céus, de tráfego intenso e uma população de seiscentos e trinta e três mil habitantes {década de 1980}. É o ponto de partida da “civilização branca” na sua conquista {destruição} das florestas virgens da Amazônia.

Contudo, através de quatrocentos anos, a cidade tem conseguido preservar traços do seu passado heroico e místico. Palácios de estilo colonial dilapidados e edifícios de azulejos com enormes portões de ferro são testemunhas de uma era famosa, quando a descoberta do processo de vulcanização da borracha da seringueira elevou Belém ao nível de uma metrópole européia. O mercado de dois andares na área do porto também data desta época. Aqui quase tudo pode ser comprado: peixe do Amazonas ou do oceano, perfumados frutos tropicais; ervas medicinais, madeiras nobres, raízes, bulbos e flores; dentes de crocodilo, que dizem ter propriedades afrodisíacas, e rosários feitos de terracota. Santa Maria de Belém é uma cidade de contrastes.

No centro, ruas ruidosas de tráfego, mas o mundo selvagem da ilha de Marajó, outrora povoada por uma das populações altamente civilizadas que tentaram conquistar a amazônia, fica apenas a duas horas de viagem, rio acima, na margem oposta. De acordo com a história “tradicional”, os Marajoaras chegaram à ilha mais ou menos em 1100, quando a sua civilização estava no apogeu, mas na altura em que os exploradores europeus chegaram, este povo já tinha desaparecido. Tudo o que ele resta são belas cerâmicas, figuras estilizadas traduzindo dor, alegria e sonhos. Parecem contar uma história de um povo, Mas qual?

Até à ilha de Marajó, o rio Amazonas* é uma confusa rede de canais, afluentes e lagoas. O rio estende-se por uma distância de cerca de cseis mil quilômetros: nasce no Peru e atinge os “rápidos” colombianos, mudando de nome em cada país que atravessa – de Apurimac a Ucayali e Marañon, e de Marañon a Solimões. Para além da ilha de Marajó, o Amazonas tem um caudal maior que qualquer outro rio do mundo. um grande barco a motor, único meio de transporte na Amazônia, leva três dias para fazer a travessia de Belém à Santarém, a localidade mais próxima. É impossível compreender o grande rio sem ter experimentado estes barcos a motor, que incorporam a noção de tempo, vida e distância na Amazônia. Podem fazer-se cento e cinqüenta quilômetros por dia (não por hora) rio abaixo; nestes barcos o tempo passa-se a comer, a beber, a sonhar e a amar.

{*O rio Amazonas, localizado no Brasil, é um dos rios mais extensos do mundo (o mais extenso segundo alguns estudos) com 6 992,06 km de comprimento e mais de mil afluentes, sendo que alguns deles, como o Madeira, o Negro e o Japurá, estão entre os 10 maiores rios do planeta. É, de longe, o rio com maior fluxo de água por vazão, com uma média superior que a soma dos próximos sete maiores rios combinados (excluindo  Madeira e rio Negro, que são afluentes do próprio Amazonas). A Amazônia, que tem a maior bacia hidrográfica do mundo, com mais de 7 milhões de quilômetros quadrados, é responsável por cerca de um quinto do fluxo fluvial total do mundo, sendo que a água que flui pelos rios amazônicos equivale a 20% da água doce líquida da Terra}

 

Santarém fica situada na margem direita do Amazonas, na embocadura do rio Tapajós. Uma população de trezentos e cinqüenta mil habitantes atravessa uma época próspera, pois a cidade é terminal da Transamazônica e atrai garimpeiros, contrabandistas e aventureiros. Uma das mais antigas civilizações da Amazônia floresceu aqui, o povo do Tapajós, provavelmente a maior tribo da selva índia. O historiador Heriarte afirmou que, se fosse necessário, tinham possibilidade de alinhar cinqüenta mil arqueiros para uma batalha. Mesmo considerando este número um exagero, sabe-se que os Tapajós foram suficientemente numerosos para fornecer ao mercado de escravos portugueses durante oitenta anos. Esta orgulhosa tribo não nos legou senão espécimes arqueológicos… e o rio
que tem o seu nome.

 

Rios, cidades e lendas da Amazônia sucedem-se de Santarém a Manaus. Presume-se que o aventureiro espanhol Francisco Orellana combateu os habitantes da Amazônia na foz do rio Nhamundá. O lago Iacy, “Espelho da Lua”, situa-se na margem direita do rio, junto à povoação de Faro. De acordo com a lenda, as Amazonas desciam até o lago, vinda das montanhas que o rodeavam, quando havia lua cheia, para encontrarem os apaixonados que as esperavam. Mergulhavam em busca de pedras estranhas, que, debaixo de água, podiam ser amassadas como pão, mas que em terra adquiriam dureza. As Amazonas chamavam a estas pedras muiraquitã e davam-nas aos seus apaixonados. Os cientistas consideram-nas “milagres arqueológicos”: duras como o diamante, têm formas artificiais, se bem que a evidência tenha provado que os Tapajós não tinham ferramentas para trabalhar esta espécie de material.

 

O verdadeiro rio Amazonas nasce na confluência do rio Solimões com o rio Negro. De barco, leva-se vinte minutos para chegar a Manaus, que não tem qualquer estrada de comunicação com a costa. Foi aqui que encontrei Tatunca Nara, a 3 de Março de 1972. M., que comandava o contingente da selva brasileira em Manaus, tinha sido o
encarregado de me proporcionar este encontro. Foi no Bar Graças a Deus que encontrei pela primeira vez o chefe índio. Era alto, tinha um longo cabelo escuro e um rosto delicadamente modelado. Os seus olhos, castanhos, pequenos e cheios de suspeita, eram característicos dos mestiços. Tatunca Nara vestia um desbotado uniforme tropical, que, tal como mais tarde me explicou, lhe fora dado pelos oficiais. O seu largo cinto de couro com fivela de prata era impressionante. Os primeiros minutos da nossa conversa foram difíceis.

 

 

Com certa relutância, Tatunca Nara contou, em mau alemão, as suas impressões da cidade branca, com a sua imensa população, o trânsito das ruas, os elevados edifícios e o insuportável barulho. Só quando venceu a sua reserva e as suas suspeitas iniciais me contou a história mais extraordinária que jamais ouvi. Tatunca Nara falou-me da tribo dos Ugha Mongulala, um povo que há quinze mil anos foi “o eleito dos deuses”. Descreveu duas grandes catástrofes que haviam devastado a Terra e referiu-se ao príncipe LHASA, um filho dos deuses, que governou no Sul do continente americano, às suas relações com o Egito, à origem dos Incas, à chegada dos Bárbaros (brancos europeus) e à aliança dos índios com dois mil soldados alemães. Falou de gigantescas cidades de pedra e instalações subterrâneas dos divinos antepassados. E contou-me que todos estes fatos tinham sido registrados num documento
chamado “A Crônica de Akakor”.

 

A mais longa parte da sua história referia-se às lutas dos índios contra os brancos, contra os espanhóis e portugueses plantadores de borracha, colonos, aventureiros e soldados do Peru. Empurraram os Ugha Mongulala, de quem pretendia ser o príncipe, cada vez mais para os Andes, até mesmo nas instalações subterrâneas. Apelava agora para os seus maiores inimigos, os brancos, pedindo auxílio perante a iminente extinção do seu povo. Antes de falar comigo, Tatunca Nara conversara com altas personalidades brasileiras do Serviço de Proteção aos Índios, mas sem qualquer êxito. Esta, no entanto, era a sua história. Ia dar crédito ou não? No úmido calor do Bar Graças a Deus foi-me revelado um estranho mundo que, se existisse, tornavam reais as lendas dos povos Maia e Inca.

O segundo e o terceiro encontro com Tatunca Nara foram no meu quarto de hotel com ar condicionado. Num monólogo que durou horas, só interrompido para mudar a fita no gravador, ele contou a história dos Ugha Mongulala, as Tribos Escolhidas Aliadas, do ano zero até 12.453 (de 10.481 a. C. até 1972, de acordo com o calendário da civilização branca). Mas o meu entusiasmo inicial tinha desaparecido. A história parecia-me excessivamente extraordinária: uma outra lenda da floresta, fruto do calor tropical e do místico efeito da selva impenetrável. Quando Tatunca Nara acabou a sua narrativa eu tinha doze gravações de um fantástico conto de fadas.

A história de Tatunca Nara só começou a parecer plausível quando, numa outra vez, encontrei um amigo, o oficial brasileiro M. Era membro do serviço secreto e fazia parte do “segundo departamento”. M. conhecia Tatunca Nara já havia quatro anos e confirmou, pelo menos, o fim das suas aventuras. O chefe indio salvara a vida de doze oficiais brasileiros cujo avião caíra na província do Acre e devolveu-os à civilização. As tribos índias de Yaminauá e Kaxinauá reverenciavam Tatunca Nara como chefe, muito embora não lhes pertencesse. Estes fatos foram documentados nos arquivos do serviço secreto brasileiro. Decidi investigar ainda mais a história de Tatunca Nara.

 

As minhas buscas no Rio de Janeiro, Brasília, Manaus e Rio Branco tiveram resultados extraordinários. A história de Tatunca Nara está documentada em jornais e começa em 1968, quando um chefe índio branco é mencionado por ter salvo a vida de doze oficiais brasileiros obtendo a sua libertação dos índios Haisha e levando-os para Manaus.
Devido ao auxílio que prestou aos oficiais, Tatunca Nara foi recompensado com uma carteira de trabalho e um documento de identidade. De acordo com o que dizem as testemunhas, o misterioso chefe índio fala uma mau alemão, compreende só algumas palavras em português, mas é fluente em algumas línguas índias faladas no alto Amazonas.

 

Poucas semanas depois da sua chegada a Manaus, Tatunca Nara desapareceu subitamente, sem deixar rastro. Em 1969, surgiram grandes lutas entre as tribos de índios selvagens e os colonos brancos da fronteira do Peru na província de Madre de Dios, uma região miserável e esquecida na encosta oriental dos Andes. A velha história da Amazônia revivia: a revolta dos oprimidos contra os opressores, seguidos da vitória dos brancos, sempre vitoriosos. O chefe dos índios, que, de acordo com os relatos da imprensa do Peru, era conhecido por Tatunca (“grande serpente-d’água”), fugiu para território brasileiro após derrota. Com o propósito de evitar a continuação dos ataques, o Governo do Peru pediu ao Brasil a sua extradição, mas as autoridades brasileiras recusaram-se a cooperar.

 

A luta de fronteira da província de Madre de Dios acalmou aos poucos durante os anos de 1970 e 1971. As tribos índias selvagens fugiram para as quase inacessíveis florestas perto da nascente do rio Yaku. Aparentemente, Tatunca Nara desaparecera. O Peru fechou a fronteira com o Brasil e iniciou a invasão sistemática da floresta virgem. De
acordo com testemunhas oculares, os índios do Peru partilharam da sorte dos seus irmãos brasileiros: foram assassinados ou morreram de doenças características da civilização branca.

 

A seguir um vídeo de uma matéria do Fantástico exibida no ano de 1990, onde o programa fala das lendas sobre a cidade perdida de Akakor e entrevista Tatunca Nara.

Em 1972, Tatunca Nara voltou à civilização branca, e na cidade brasileira de Rio Branco no Acre relacionou-se com o bispo católico Grotti. Juntos pediram alimentos para os índios do rio Yaku nas igrejas da capital do Acre. Desde que a província do Acre tinha sido considerada “livre de índios” nem ao bispo foi concedido qualquer auxílio do Estado. Três meses mais tarde, monsenhor Grotti morria na queda misteriosa de um avião. Mas Tatunca Nara não desistiu. Com o auxílio dos doze oficiais cuja vida salvara, entrou em contato com serviço secreto brasileiro.

Apelou também para o Serviço de Proteção aos Índios do Brasil (a atual FUNAI) e contou a N., secretário da Embaixada da Alemanha Ocidental em Brasília, a história dos dois mil soldados alemães que desembarcaram no Brasil durante a Segunda Guerra Mundial e que ainda estavam vivos em Akakor, a capital do seu povo. N. não acreditou na história e recusou o acesso de Tatunca Nara à embaixada. A FUNAI só concordou em cooperar depois de muitos pormenores da história de Tatunca Nara acerca das tribos índias da Amazônia serem confirmados, durante o Verão de 1972.

O Serviço organizou então uma expedição para estabelecer contato com os misteriosos Ugha Mongulala e deu instruções a Tatunca Nara para fazer os preparativos necessários. No entanto, estes planos foram interrompidos devido à resistência das autoridades da província do Acre. Devido a instruções pessoais do governador Wanderlei Dantas, Tatunca Nara foi preso. Pouco antes da sua extradição para o Peru, os oficiais seus amigos libertaram-no da prisão de Rio Branco e tornaram a leva-lo para Manaus. E aqui me tornei a encontrar com Tatunca Nara.

O encontro seguinte teve uma seqüência diferente. Eu tinha verificado a sua história e comparado a fita gravada com o material dos arquivos e relatórios de historiadores contemporâneos. Alguns pontos podiam ser explicados, mas eu ainda pensava que muita coisa era inteiramente inacreditável, como por exemplo, as instalações das cidades subterrâneas e o desembarque dos dois mil soldados alemães Nazistas. Mas era improvável que tudo isto fosse inventado: as datas do oficial M. e as da história de Tatunca Nara coincidiam.

No decorrer deste encontro, Tatunca Nara repetiu a história mais uma vez. Indicou num mapa a localização  aproximada de Akakor, descreveu a rota dos soldados alemães de Marselha até o rio Purus e referiu-se a vários dos seus chefes. Desenhou vários símbolos dos deuses que presumivelmente apareciam na Crônica de Akakor. Voltava constantemente a estes misteriosos antepassados cuja memória ficara para sempre intacta no seu povo. Comecei a acreditar numa história cuja incredibilidade se tornava um desafio.

Quando Tatunca Nara sugeriu que o acompanhasse a Akakor, aceitei. Tatunca Nara, o fotógrafo brasileiro J. e eu partimos de Manaus no dia 25 de Setembro de 1972. Pretendíamos alcançar a parte superior do rio Purus num barco que alugáramos. Levávamos também uma canoa com motor de popa e utiliza-la-íamos para alcançar a região afluente do rio Yaku, na fronteira entre o Brasil e o Peru, e depois continuaríamos a pé pelas colinas dos Andes até Akakor. O tempo destinado à expedição era para ser de seis semanas, contando nós, regressar nos princípios de Novembro.

O nosso carregamento era constituído por redes, mosquiteiros, utensílio de cozinha, alimentos, as habituais roupas para a selva e alguns remédios. Como armas levávamos uma Winchester 44, dois revólveres, uma espingarda de caça e grandes machados. Levávamos também equipamento para filmar, dois gravadores, rolos de filmes e máquinas fotográficas. Os primeiros dias foram inteiramente diferentes daquilo que esperávamos: não apareceram nem mosquitos, nem cobras-d’água, nem piranhas. O rio Purus era como um lago que não tivesse margens de tão largo. Avistávamos a selva no horizonte, com os seus mistérios oculto atrás de uma muralha verde impenetrável.

Imagem relacionada

 

Um cemitério de ex-nazistas empenhados em criar uma “ponte nazista” nas florestas tropicais da Amazônia a partir da expedição nazista “Guyana Project” (Rios Amazonas/Jary), quando por 17 meses, de 1935 a 1937, exploradores nazistas guiados por Schulz-Kampfhenkel, zoólogo de Berlim, documentarista e membro das S.S. de Hitler, percorreram as florestas próximas da fronteira do Brasil com a Guiana Francesa, no rio Jari. A cruz de madeira decorada com a suástica traz a inscrição: ”Joseph Greiner morreu aqui, de febre em 02 de janeiro de 1936, a serviço da pesquisa alemã”...  – Fonte:
New York Times

 

A primeira cidade que alcançamos foi Sena Madureira,última povoação antes de se entrar nas então inexploradas regiões fronteiriças entre o Brasil e Peru. A situação era a típica encontrada por toda a Amazônia: estradas de argila suja, cabanas desmanteladas e um cheiro desagradável de água estagnada. Oito entre cada dez habitantes sofriam de febre amarela, eram leprosos ou tinham malária. Uma má nutrição crônica deixara o povo num estado de triste resignação. Rodeadas pela brutalidade da selva e isoladas da civilização, as pessoas dependiam sobretudo da aguardente de cana, seu único meio de escapar a uma infeliz e sofrida realidade. Num bar, dizemos adeus à civilização e encontramos um homem que presumivelmente conhecia a parte superior do rio Purus. À procura de ouro, este garimpeiro esteve cativo dos índios Haisha, uma tribo semi-civilizada da vizinha região do rio Yaku. O que ele nos conta é desencorajante: falou-nos sobre rituais canibalescos e setas envenenadas.

A cinco de Outubro, na cachoeira Inglesa, trocamos o barco pela nossa canoa, e de agora em diante dependemos de Tatunca Nara. Os mapas mostram muito deficientemente o curso do rio Yaku. As tribos indígenas que vivem nesta região não têm qualquer contato com a civilização branca. J. e eu tínhamos ambos uma sensação desagradável: haverá na realidade um local chamado Akakor? Podíamos confiar em Tatunca Nara? Mas a aventura provava ser mais forte que a nossa ansiedade. Doze dias depois de deixarmos Manaus, a paisagem começa a modificar-se. O rio até esse ponto parecia um mar acastanhado, sem praias. Agora navegávamos entre cipós, e sob árvores inclinadas. Depois de uma extensa curva do rio encontramos um grupo de prospectores que construíram uma fábrica primitiva na margem do rio e peneiravam uma areia grossa. Aceitamos o seu convite para ali passar a noite e escutamos as suas estranhas histórias de índios de cabelos pintados de azul encarnado que usavam setas envenenadas…

 

A viagem transforma-se em expedição contra as nossas próprias dúvidas. Estamos a uns escassos dez dias da nossa suposta meta. A dieta monótona, o esforço físico e o receio do desconhecido influíram poderosamente sobre nós. O que em Manaus parecia uma fantástica aventura tornou-se agora num pesadelo, Basicamente, pensávamos que
gostaríamos de desistir e voltar e de esquecer tudo acerca de Akakor, antes de ser demasiado tarde. Ainda não encontramos os índios. As primeiras cristas das montanhas dos Andes cobertas de neve surgem no horizonte: atrás de nós estende-se o verde-mar das terras baixas da Amazônia. Tatunca Nara prepara-se para voltar para seu povo. Numa estranha cerimônia, pinta o corpo: na cara traços vermelhos, e no peito e nas pernas riscas amarelo-escuras.  Prende o cabelo atrás com uma tira de couro, que é decorada com os estranhos símbolos dos Ugha Mongulala.

 

 

A 13 de Outubro não temos mais possibilidade de regresso. Depois de uma perigosa passagem sobre as corredeiras, a canoa é apanhada por um redemoinho e vira-se. O nosso equipamento fotográfico, que vinha em caixas, perde-se na densa floresta das margens; metade dos nossos alimentos e remédios perderam-se também. Nesta situação muito
desesperadora decidimos desistir da expedição e voltar para Manaus. Tatunca Nara reage com irritação: está impaciente e desapontado. Na manhã seguinte, J. e eu deixamos o nosso último acampamento. Tatunca Nara, com as pinturas de guerra do seu povo, usando só um pano a cobrir-lhe os rins, toma a estrada que o levará à sua tribo.
Este foi o meu último contato com o chefe dos Ugha Mongulala.

 

Depois do meu regresso ao Rio de Janeiro, em Outubro de 1972, tentei esquecer Tatunca Nara, Akakor e os seus deuses. Só no Verão de 1973 a recordação voltou: o Brasil principiara a sistemática invasão da Amazônia. Doze mil trabalhadores construíam duas estradas através da ainda não explorada selva, numa distância de cerca de sete mil quilômetros. Trinta mil índios tomaram os bulldozers por antas gigantes e fugiram para o interior da selva. Começara o último ataque a Amazônia.

E com isto recordava as velhas lendas, tão fascinantes e míticas como antes. Em Abril de 1973, a FUNAI descobriu uma tribo de índios brancos na parte superior do rio Xingu, que Tatunca Nara me mencionara um ano antes. Em Maio, durante trabalhos de reconhecimento no Pico da Neblina, no norte do pais, os guardas de fronteira brasileiros estabeleceram contato com índios que eram chefiados por mulheres. Estes também tinham sido descritos por Tatunca Nara. E finalmente, em Junho de 1973, várias tribos índias foram avistadas na região do Acre, que antes havia sido considerada “livre de índios”.

Vídeo com imagens de um UFO sobrevoando o Monte Roraima e liberando uma sonda (esfera) luminosa:

Akakor existe realmente? Talvez não seja exatamente da maneira como Tatunca Nara a descreveu, mas a cidade é, sem dúvida alguma, real. Depois de tornar a ouvir as gravações de Tatunca Nara decidi escrever a sua história “com boas palavras e numa escrita clara”, como dizem os Índios. Este livro, A Crônica de Akakor, tem cinco partes. “O Livro do Jaguar” relaciona-se com a colonização da Terra pelos Deuses e vai até o período da segunda catástrofe mundial. “O Livro da Águia” compreende o tempo entre 6.000 e 11.000 (do seu calendário) e descreve a chegada dos Bárbaros. O terceiro livro, “O Livro da Formiga”, fala-nos da luta contra os colonizadores portugueses e espanhóis {os bárbaros brancos} depois de desembarcarem no Peru e no Brasil. O quarto e último livro, “O Livro da Serpente d’Água”, descreve a chegada de dois mil soldados alemães a Akakor e a sua integração no povo dos Ugha Mongulala; também prediz uma terceira e futura grande catástrofe. Na quinta parte, o “Apêndice”, fiz o sumário dos resultados das minhas pesquisas nos arquivos brasileiros e alemães.

A maior parte deste livro, a atual Crônica de Akakor, segue justamente a narrativa de Tatunca Nara. Tentei torná-la tão literária quanto possível, mesmo quando os fatos parecem contradizer a historiografia tradicional {o que acontece na maioria dos casos}. Fiz o mesmo com os mapas e desenhos baseados nas datas fornecidas por Tatunca Nara. Os escritos foram feitos por Tatunca Nara em Manaus. Todas as subseções estão precedidas por um curto sumário da história tradicional, para dar ao leitor uma base de comparação, mas restringem-se aos acontecimentos mais importantes da história da América do Sul. A tábua cronológica, no fim do livro, fornece a justaposição do calendário de Akakor com o da história tradicional.

 

O complexo de cavernas Cueva de los Tayos está localizada na floresta tropical alta, a 2 km ao sul do rio Santiago e a 800 m a oeste do rio Coangos, no Equador. Localizado a uma altitude de cerca de 800 m dentro de calcário e xisto de cama fina, a principal entrada está dentro de uma floresta tropical no fundo de um vale seco. A maior das três entradas é um poço de 65 metros de profundidade que leva a 4,6 quilômetros de passagens espaçosas e uma câmara descomunal de 90 por 240 metros. A caverna tem um alcance vertical de incríveis 201 metros de altura (equivalente a um prédio de 65 andares) com seu ponto mais baixo terminando em um poço . Fonte: 
https://en.wikipedia.org/wiki/Cueva_de_los_Tayos

 

Noutro quadro refiro-me aos nomes prováveis dados pela civilização branca às várias tribos referidas no texto. As citações da Crônica de Akakor impressas como suplemento foram ditas por Tatunca Nara, que as sabia de cor. Segundo ele, a crônica atual foi escrita em madeira, em pele e mais tarde também em pergaminho, e está guardada por sacerdotes no Templo do Sol, a maior herança dos Ugha Mongulala. O bispo Grotti foi o único homem branco a vêla e trouxe com ele vários excertos. Depois da sua misteriosa morte, os documentos desapareceram. Tatunca Nara pensa que o bispo os escondeu ou que estão guardados nos arquivos do Vaticano.

Verifiquei o mais cuidadosamente possível todas as informações da “Introdução” e do “Apêndice” no que diz respeito à sua veracidade. As citações dos historiadores contemporâneos vêm de fontes materiais espanholas e traduzi-as eu próprio. Só acrescentei as minhas próprias considerações no “Apêndice”, para auxiliar o leitor a compreende-las melhor. Por esta razão não me baseei nas teorias que dizem respeito a astronautas ou a seres divinos como possíveis antecessores da civilização humana. A ênfase deste livro diz respeito à história e à civilização dos Ugha Mongulala, em contraste com a dos Bárbaros Brancos.

 

Akakor existiu realmente? Há uma história escrita dos Ugha Mongulala? As minhas próprias dúvidas obrigaram-me a dividir este livro em duas partes. Na Crônica de Akakor só incluí os relatos de Tatunca Nara. O “Apêndice” contem o material que fui buscar nas respectivas origens. A minha contribuição não é muita, comparada com a história de um povo misterioso, com os Primitivos Mestres, leis divinas, instalações subterrâneas e muitas outras coisas. Esta é uma história que pode ter tido origem numa lenda, mas que, no entanto, pode ser confirmada. E o leitor deve ele próprio decidir se isto é um relato inteligentemente inventado, baseado em passos de escritos inadequadamente históricos, ou um pedaço de história verdadeira relatada “com boas palavras e numa escrita clara”. 
 
(Continua)

 

 




 
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