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A Chama Violeta (The Violet Flame)

Sítio dedicado à filosofia humana, ao estudo e conhecimento da verdade, assim como à investigação. ~A Luz está a revelar a Verdade, e a verdade libertar-nos-á! ~A Chama Violeta da Transmutação

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Fevereiro 17, 2019

chamavioleta



11 ARMADILHAS SABOTANDO SEU CRESCIMENTO ESPIRITUAL



Por Mateo Sol,

Escritor convidado pelo Wake up World



12 de fevereiro de 2019

Tradução – Vilma Capuano

 
https://wakeup-world.com/wp-content/uploads/2018/12/spiritual-growth-traps-1.jpg
 

 

 

 
 
Não importa a prática ou ensinamento, ego ama ficar de tocaia para a sua própria sobrevivência e ganho. – Chögyam Trungpa
O crescimento espiritual é uma experiência pela qual todos passamos quando experimentamos o processo de despertar espiritual. Quando começamos a despertar para a verdade de quem somos, desenvolvemos uma conexão com nossa essência autêntica, ou Alma.
 
Conforme avançamos progressivamente em nossos caminhos, nossa essência espiritual começa a florescer como uma flor luminosa no fundo do nosso coração. E quanto mais eliminamos as crenças mortas, nodosas e crescidas demais, as perspectivas e a bagagem emocional dentro de nós, mais claramente sentimos nossa essência divina.
Quando mantemos nosso jardim interior, sentimos mais e mais amor, sabedoria, paz e totalidade, à medida que nossa Verdadeira Natureza é revelada lentamente para nós.
No entanto, como qualquer jardim, nossas paisagens internas metafóricas podem ser consumidas por ervas daninhas … Às vezes, até sabotamos o crescimento que ocorre dentro de nós, sem saber.
O que é crescimento espiritual?
O crescimento espiritual é o processo de despertar para sua verdadeira natureza, propósito e potencial.
Quando você passa por um crescimento espiritual, experimenta uma expansão na consciência e no discernimento, também conhecida como consciência superior.
Todo crescimento espiritual tem um objetivo: ajudar você a incorporar sua Alma, Eu Superior ou Atman. Uma vez que você seja capaz de se unir à sua Alma, você experimentará o que é entendido como iluminação, “céu”, Unidade ou moksha.
Esta não é uma jornada sobre tornar-se algo. Isso está acontecendo para tornar impróprio quem não somos. – Adyashanti, o fim do seu mundo.
O problema com a jornada espiritual é que ela é freqüentemente carregada de armadilhas de vários tipos. Essas armadilhas não são físicas, são mentais e são freqüentemente chamadas de forças anti-despertares.
Conforme processamos a vida principalmente através da mente, também tendemos a nos aproximar da espiritualidade com a mente. A questão com isto é que a espiritualidade não pode ser contida pelas limitações do pensamento.
Uma vez que a espiritualidade é capturada dentro de um pensamento, ela deixa de manter sua verdadeira essência e, torna-se uma crença constritiva ou um dogma.
Em outras palavras, a espiritualidade perde sua essência viva e sempre fluida, uma vez que é compartimentalizada dentro da mente.
Pense desta maneira: você já sentiu imenso respeito e maravilha na presença de algo belo e encantador como o nascer do Sol?
No momento em que você deixa de estar imerso no sentimento do nascer do sol, e começa a tirar uma foto ou descreve em uma mensagem de texto, é o momento em que você não está mais presente com o nascer do sol. Em vez disso, você está filtrando através de seus pensamentos ou através de uma lente de algum tipo. O mesmo pode ser dito com espiritualidade.
Quanto mais usamos a mente para nos aproximar de nossa Alma, mais nossa alma se aparta. Mas no momento em que soltamos nossos pensamentos e nos permitimos sentir a alma puramente, de repente nos sentimos em casa novamente.
Pense assim: quando você persegue o Sol no horizonte pensando que vai alcançá-lo, você nunca o fará, porque é uma ilusão. Mas quando você parar e sentir a presença do Sol brilhando em sua pele, você não vai mais perseguir nada.
É difícil para nós, como seres orientados pela mente, nos tornar conscientes de nossos pensamentos, já que fomos condicionados a nos identificar com eles. Mas uma vez que possamos observar nossos pensamentos e como eles tendem a sabotar nossa felicidade, vamos experimentar um verdadeiro crescimento espiritual.
Veja quantas dessas armadilhas você pode identificar:
1. A ARMADILHA DO DESVIO ESPIRITUAL
O desvio espiritual é a prática de usar a espiritualidade para evitar, suprimir ou escapar de certas emoções ou situações da vida.
Tipos comuns de desvio espiritual incluem:
– Entorpecer as emoções através da repressão “espiritualizada”;
– Obsessão doentia e apego ao positivo (o pensamento positivo) e adoção de uma máscara “agradável” passiva-agressiva;
– Julgamento atrofiado sobre a negatividade da pessoa;
– Raiva-fobia;
– Limites pessoais fracos;
– Compaixão cega ou excessivamente tolerante (em detrimento de si mesmo e do outro);
– Tentando com força “matar” o ego e condenando-o como “mau”;
– Desprendimento exagerado;
– Ficar preso na espiritualidade teórica e crenças dogmáticas sobre “verdade”;
– Negação da autorresponsabilidade colocando-a em outro ser superior (por exemplo, guia espiritual, anjo)
– Delírios de ter chegado a um nível superior de ser
– Usar práticas espirituais para escapar de emoções desagradáveis; por exemplo, usando a meditação para se dissociar das emoções, ao invés de transmutá-las.
2. A ARMADILHA DA SUPERIORIDADE
Isso se manifesta como a tendência de “olhar para baixo” sobre outros que não são tão “conscientementes avançados” ou “despertos”.
A armadilha da superioridade pode ser vista como um sentimento sutil de “ser melhor” do que outros que não são “espirituais”. Em casos mais extremos, essa armadilha pode aparecer como a tendência a atacar pessoas que ainda estão “dormindo”, “cegas” ou “ovelhas” da sociedade.
Esse tipo de comportamento reativo muitas vezes pode ser visto em pessoas que acabaram de “acordar” para o estado do mundo, mas que passaram por um crescimento espiritual mínimo.
Precisamos lembrar que todos estão fazendo o melhor que podem em seu nível de consciência. Quando chegar a hora, eles também despertarão.
3. A ARMADILHA DE TENTAR COM FORÇA ACORDAR OS OUTROS
Uma vez que tenhamos acordado da “matrix”, é comum querermos desesperadamente que nossos entes queridos e colegas despertem. Podemos ver quanta dor e ilusão existem em outras pessoas, e isso aciona em nós o desejo intenso de “mostrar a verdade”.
No entanto, muitas vezes, nossa tentativa de despertar com força as pessoas falha rapidamente. Mesmo que tenhamos boas intenções, nosso desejo de “salvar” os outros faz com que eles se rebelem de maneiras que enfurecem tanto a eles quanto a nós.
Quanto menos responsivos são às nossas tentativas insistentes de “acordá-los”, mais frustrados e alienados nos tornamos. Eventualmente, tentar forçar os outros a acordar acaba prejudicando a nós mesmos e aos outros.
Não apenas isso, mas essa armadilha gera muita raiva e mal-entendidos, o que resulta em mais trapaça do ego, sabotando nosso crescimento espiritual. Deixe as pessoas acordarem quando estiverem prontas.
4. A ARMADILHA DE QUERER AJUDAR OS OUTROS
Esta armadilha está intimamente ligada à armadilha anterior, exceto que ela é mais voltada para dar conselhos aos outros.
Não há nada de errado em querer ajudar os outros, desde que você respeite os limites deles. Mas, às vezes, o desenvolvimento de uma perspectiva espiritual expandida dá ao ego uma oportunidade de se sentir mais “instruído” do que outros ainda presos na ilusão.
Quando um conselho não solicitado é dado aos outros, os resultados podem ser desastrosos (como raiva, ofensa, …)
Querer ajudar os outros também pode ser pretexto de escapar da nossa necessidade de nos ajudarmos.
5. A ARMADILHA DE QUERER REVOLUCIONAR O MUNDO
Uma vez que acordamos para as mentiras e corrupção presentes em nossa estrutura social atual, muitos de nós queremos mudar desesperadamente a sociedade.
Nós caímos na armadilha de pensar que liberdade, honestidade e justiça podem ser criadas pela mudança do sistema externo. Como resultado, compramos a mentalidade “NÓS CONTRA ELES” e “DIVIDIR E CONQUISTAR” que é um produto da visão afunilada do ego.
Não percebemos que, na verdade, estamos ALIMENTANDO O SISTEMA CORRUPTO QUE DEPENDE DA RAIVA E DO CAOS PARA PROSPERAR E SOBREVIVER. Em vez de entender que toda mudança verdadeira vem de uma revolução interna, somos apanhados na busca de uma revolução externa que é frágil e transitória.
6. A ARMADILHA DA FALTA DE SIGNIFICADO
Uma vez que experimentamos estados de ser divinos e transcendentes nos quais nos tornamos Um com todos, podemos cair na armadilha do niilismo espiritual depois que a experiência passar (pessimismo e ceticismo extremos).
Em outras palavras, uma vez que percebemos, do ponto de vista do Universo, que nada do que fazemos importa, porque tudo passa, podemos cair em uma mentalidade depressiva.
Usando verdades como “Tudo é uma ilusão”, a pessoa que cai nessa armadilha tende a filtrar a vida através da mente. Ao se apegar mentalmente a essas verdades, elas se tornam crenças que o ego usa como desculpa para se sentir paradoxalmente separado da existência.
7. A ARMADILHA DE EVITAR RESPONSABILIDADES COTIDIANAS
Algumas pessoas ficam tão enfeitiçadas com o caminho espiritual que evitam lidar com assuntos comuns e cotidianos.
Essa forma de escapismo pode levar a roubar outros, não pagar contas, , ficar obcecada com “viver fora da grade” etc. Quando evitar as responsabilidades cotidianas é usado como um distintivo de ser conscientemente elevado ou “mais espiritual” isso também é uma forma de egoísmo disfarçado.
Evitar responsabilidades ordinárias que não são percebidas como “suficientemente espirituais”… e quanto mais preocupado e obcecado você está em viver uma vida exterior aparentemente “espiritual”, mais distanciado de seu trabalho interior você se torna.
Às vezes precisamos alimentar os tubarões para manter a calma e viver uma vida equilibrada.
Lembre-se do velho ditado zen: “Antes da iluminação: pique madeira, carregue água; depois da Iluminação: pique madeira, carregue água ”.
Precisamos ser humildes e reconhecer que a vida diária comum é o lugar perfeito para crescer e amadurecer espiritualmente.
8. A ARMADILHA DA AUTO-VITIMIZAÇÃO
Logo depois que experimentamos um despertar espiritual e acordamos para a insanidade do mundo, é comum ficarmos presos à auto-vitimização.
Podemos começar a perceber o mundo como uma “prisão” e outras pessoas como os “cativos” ou até mesmo “capturadores”. O choque do despertar pode nos levar a uma espiral de ansiedade e paranoia. Inevitavelmente, podemos começar a nos sentir vítimas, culpando-nos de culpar outras pessoas e os poderes superiores de como nos sentimos.
A armadilha espiritual da auto-vitimização pode ser vista muito nas mídias sociais, que muitas vezes tendem a se tornar uma festa de lástimas para os calouros espirituais. No final do dia, precisamos ver que são nossos pensamentos que nos causam sofrimento, não outras pessoas ou situações.
Uma vez que podemos nos autorresponsabilizar por nossas perspectivas e crenças, podemos nos tornar mais capacitados.
9. A ARMADILHA DO COMPLEXO SALVADOR
Essa armadilha está relacionada à armadilha anterior de querer ajudar os outros.
O Complexo de Salvador é adotado por pessoas que sentem um senso de superioridade ao resto da humanidade. Seu senso de ser “diferente” e mais “espiritualmente elevado” pode fazê-las sentir como se estivessem destinadas a consertar o mundo.
O Complexo de Salvador pode ser visto com mais frequência dentro dos círculos “Trabalhadores da Luz / Sementes / Curadores” que tendem a se colocar em pedestais, acreditando ser seu dever cósmico “salvar o planeta”.
Essa percepção se alinha com a crença de que há algo “Errado” com a realidade e que outras pessoas precisam ser consertadas (o que é uma perspectiva do ego). Essa percepção também reforça o senso de “excelência” e auto-importância do ego.
O Complexo de Salvador pode ir um passo além e evoluir para um Complexo de Mártir. Os mártires acreditam que devem “suportar os fardos” dos outros. Obviamente, este é um modo de vida extremamente doentio que se baseia no condicionamento cristão (pense na história de Jesus).
Ao “carregar” a dor de outras pessoas, os Mártires evitam assumir a responsabilidade por sua própria felicidade e possibilitam o comportamento imaturo de outras pessoas.
10. A ARMADILHA DO APEGO
Depois de experimentar experiências místicas profundas e expansivas, que muitas vezes vêm depois de um significativo crescimento espiritual, é comum nos unirmos à experiência.
Pode ser doloroso descer dessas experiências e retornar à realidade normal e não iluminada. Também podemos nos apegar às nossas “histórias” e crenças sobre espiritualidade.
Como a mente tenta dar sentido a essa experiência transcendente, muitas vezes ela se apega a várias idéias como uma forma de controle. Mas quanto mais nos apegamos às nossas crenças, histórias, desejos e interpretações mentais, mais sofremos. Esquecemos que tudo passa, até experiências transcendentes.
A iluminação não é um destino, é uma rendição completa; uma mudança fundamental na maneira como abordamos a vida.
O apego é talvez a armadilha mais comum que sabota nosso crescimento espiritual. Por um lado, o apego às ideias ajuda-nos a crescer, mas, em última análise, as ideias que não estamos dispostos a abandonar acabam por estagnar o nosso crescimento.
Quando as ideias se tornam cobertores de proteção, em vez de catalisadores do nosso crescimento, há um grande problema.
 
Precisamos perceber que a liberdade não pode ser experimentada pela mente.
A liberdade é sentida quando podemos nos libertar do apego aos nossos pensamentos.

11. A ARMADILHA DE CONFIAR EM RESPOSTAS EXTERNAS
Conforme progredimos através de nossos caminhos espirituais, é normal e benéfico que procuremos apoio externo.
Lendo livros, participando de workshops e seminários, indo a retiros, praticando técnicas holísticas e seguindo um guru pessoal, todos nos ajudam a experimentar o crescimento espiritual.
No entanto, depois de um tempo, é comum nos tornarmos muito dependentes de respostas externas para nossa liberdade e felicidade. Essa armadilha pode ser vista na obsessão de muitos buscadores espirituais e na glorificação de seus gurus (em outras palavras, negar e projetar a própria divindade em outro).
Por fim, à medida que nos acostumamos a buscar constantemente respostas externas, esquecemos a presença de nossas próprias almas. Esquecemos que nossa fonte última de orientação e sabedoria vem de dentro de nós e, em vez disso, continuamos perseguindo as coisas fora de nós mesmos, que acreditamos que nos “iluminará”.
Precisamos parar, e refletir sobre nossas jornadas espirituais.
Estamos procurando experiências de primeira mão ou experiências de segunda mão dadas a nós por outras pessoas? Não se esqueça de buscar suas respostas também, porque é conectando-se com a sua Alma que você acabará experimentando a liberdade.
“Aquele que teve uma experiência, jamais ficará a mercê daquele que tem apenas teoria.”
Para enxergar e nos livrar dessas armadilhas, precisamos ser radicalmente honestos com nós mesmos. Precisamos estar dispostos a ver que de fato nos desviamos e nos alimentamos do ego. Também nos beneficiaremos imensamente da investigação de nossos Eus da Sombra e de nossas crenças equivocadas.
Não se preocupe se você caiu em alguma dessas armadilhas. Todos nos tornamos enredados pelo ego. Pode ser particularmente difícil para nós ver claramente quando o ego “espiritualiza” certas crenças e ideias. Quanto mais aberto, humilde e honesto você for, mais você será capaz de ver através desses truques e libertar-se.
Finalmente, não tenha medo da escuridão. Não tenha medo de estar errado. Tudo, por mais doloroso que seja, é uma oportunidade de aprendizado. No final do dia, sua alma é tudo que você está procurando.

Sobre o autor:



Mateo Sol é um professor psicoespiritual proeminente cujo trabalho influenciou a vida de milhares de pessoas em todo o mundo. Nascido em uma família com uma história de dependência de drogas, esquizofrenia e doença mental, Mateo Sol foi ensinado sobre a situação da condição humana desde tenra idade. Como guia espiritual e professora, a missão da Sol é ajudar os outros a experimentar liberdade, integridade e paz em qualquer fase da vida. Veja mais de seu trabalho em lonerwolf.com.

Este artigo foi publicado originalmente em lonerwolf.com, reproduzido com permissão.

 
 
 
 
 

 

 
 
Por favor, respeitem todos os créditos



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Maio 14, 2018

chamavioleta



A RECUPERAÇÃO DA ALMA PODE CURAR O VÍCIO, O TRAUMA E A DOENÇA MENTAL

 

Através de Mateo Sol

 

14 de Maio de 2018

Tradução: Regina Drumond

 
 
 
 

POR TRÁS DA MAIORIA DAS DORES DE CABEÇA ESTÁ UMA MÁGOA

 
É um mecanismo de proteção natural nosso pensar em contornar as mágoas em vez de sentirmos o caminho através delas. Neste dia e hora, nós só queremos uma fuga. O que podemos fazer para parar de sentir a dor que estamos sentindo? Como podemos nos transformar para sermos mais aceitáveis? Como podemos nos entorpecer às forças externas além do nosso controle?
Ninguém quer sentir dor. Mas a maioria de nós carrega nuvens pesadas conosco o dia todo. Nós não podemos identificar qual é a fonte do nosso sofrimento - nós apenas sabemos que dói. Essa dor forma o pano de fundo vago de nossas vidas e é tão persistente, porém sutil, que se torna a nova “norma” para nós.
Sempre que sofremos um trauma físico ou emocional, diz-se que uma parte de nossa alma foge do corpo para sobreviver à experiência. A cada corte e ferida, nossa essência e vitalidade enfraquecem. Este processo é chamado de "Perda da Alma", sobre o qual eu já escrevi anteriormente.
Agora, quero explorar com você como recuperar esses fragmentos de alma. Este processo é conhecido como "Recuperação da Alma".
 
O QUE É A RECUPERAÇÃO DA ALMA?
 
Quando eu era menino,minha avó fazia algo muito estranho. Todas as vezes que eu caía ou me machucava, ela rapidamente me pegava pela cabeça e sussurrava em meu ouvido uma oração. Esta oração era para chamar minha alma de volta.
Eu ficava sempre intrigado com suas orações repentinas, até que ela me explicou por que as fazia. Nas culturas xamânicas, a Perda de Alma é entendida como uma doença espiritual. Em outras palavras, quando uma parte de nossa alma se fragmenta, todos os tipos de doenças emocionais, físicas e mentais ocorrem a partir da diminuição de nossa energia vital. Portanto, é considerado vital que partes da alma retornem à totalidade novamente.
Até certo ponto, todos nós experimentamos um nível de perda de alma em nossas vidas. Muitas pessoas não se sentem completas. Faça a si mesmo a seguinte pergunta: "Quando foi a última vez que me senti absolutamente completo e íntegro?" Se você for como a maioria das pessoas, esse tempo pode ter voltado à infância. Talvez você nem consiga se lembrar de uma época em que você se sentiu inteiro.
Por causa do fenômeno de massa da Perda de Alma, questões como vício, doença crônica, doenças, relacionamentos abusivos, crime, compulsão por compras ou por trabalho são comuns em nossa sociedade. Todas estas questões derivam da Perda de Alma.

 
 

NOVE CAUSAS DA PERDA DA ALMA
 
No xamanismo, a Perda de Alma descreve a fragmentação da alma. E, curiosamente, a Perda de Alma compartilha semelhanças com o que a psicologia contemporânea chama de “dissociação”: a divisão da psique em resposta a experiências traumáticas, chocantes ou difíceis. Esta é frequentemente a causa de muitas Feridas que nos afetam mais tarde quando adultos.
Então, o que causa a perda de alma? Aqui estão alguns exemplos comuns:
Qualquer forma de abuso, por ex. sexual, emocional, físico ou mental.
Um evento de luto prolongado, dor e medo que fez você se sentir desamparado ou impotente.
Vícios profundos, por ex. dependência de substâncias.
Uma experiência de quase morte ou fora do corpo.
Ser forçado a agir contra sua moral.
Uma experiência de intensa rejeição ou abandono.
Testemunhar a morte inesperada de alguém.
Um acidente súbito e chocante.
Entrar em um relacionamento sem limites fortes do Eu (resultando em um relacionamento insalubre e na perda do seu poder pessoal).
 
A Perda e a dissociação da Alma são dispositivos que o cérebro usa para sobreviver a eventos traumáticos potencialmente destrutivos. Em outras palavras, a Perda de Alma acontece para protegê-lo inicialmente, ao invés de machucá-lo. Este é um mecanismo de proteção natural. No entanto, cada ferida deve ser curada, caso contrário, ela inflama. Quando negligenciamos curar essas partes “bloqueadas” de nós mesmos e sem dar-lhes ar, ficamos com um sentimento crônico de falta de integridade. Eventualmente, podemos sofrer de problemas crônicos, como ansiedade, depressão, doenças físicas e mentais como resultado.
Um exemplo simples de Perda de Alma pode ser encontrado em culturas que desaprovam a expressão de emoções como "raiva". Uma criança, por exemplo, aprende rapidamente que expressar raiva resulta em punição ou retirada do amor por seus pais. Como resultado, essa criança acabará aprendendo a "dividir" essa parte "inaceitável" de si até que não aceite mais essa emoção como pertencente a ela. O que acontece com essa raiva? Está suprimida. Por esta razão, uma Perda da Alma desempenha um papel enorme na criação do nosso Eu Sombra.
Muitas vezes a psicoterapia é usada para tentar tratar a Perda de Alma. Mas embora a abordagem psicoterapêutica pode às vezes funcionar, ela, muitas vezes chega a um impasse. Por quê? Porque a psicoterapia percebe essa “parte ausente” como estando perdida em algum lugar do indivíduo, ao invés de preservada nos reinos do inconsciente coletivo. Aqui, o psicoterapeuta não está trabalhando com a pessoa toda.
O xamã, por outro lado, assume que a Perda de Alma é uma doença espiritual e que as partes dissociadas podem deixar o corpo e vagarem por outros reinos (realidade não comum), como resultado de choque ou trauma. Esses reinos são muitas vezes inacessíveis e são protegidos por pesadas defesas que dificultam (ou impossibilitam) a pessoa afetada de superar por conta própria, sem a orientação de um Xamã.
 
Com o tempo, a Perda de Alma resultante da não integração dessas experiências traumáticas pode se tornar um obstáculo em nosso desenvolvimento pessoal. Esta Perda de Alma pode resultar em mecanismos de defesa angustiantes, debilitantes e incapacitantes que se manifestam como ansiedades, depressão, vícios e compulsões, bem como fadiga crônica.
 

Por que o fragmento de Alma?

 
Sob essa luz, é fácil pensar na perda da Alma como algo ruim que nos aconteceu. No entanto, aqui é importante perceber que a Perda de Alma é, de fato, um presente.
Da mesma forma que você fica inconsciente quando está experimentando imensas dores físicas, sua alma é sábia e conhece seus limites. Sua alma sabe com o que pode e não pode lidar, por isso deixa seu corpo como um mecanismo de sobrevivência para se proteger de sentir a plenitude da dor.
Essa divisão da alma só se torna um obstáculo quando as partes não são ativamente recuperadas. Isso é o que leva à depressão crônica, tendências suicidas, síndrome do stress pós-traumático, vícios, problemas de imunodeficiência e luto que se recusa a curar.
No entanto, a recuperação desses fragmentos de alma não é o fim do trabalho. Devemos então aprender a integrá-los novamente em nossas vidas, a fim de recuperarmos o poder vital, o potencial e a energia que eles possuem.
Sem essas partes da alma perdidas, não nos sentimos inteiros. Em vez disso, nos sentimos fracos, deprimidos, ansiosos ou vazios. Sentimos que algo está faltando, e vamos preencher esse vazio com qualquer coisa que pudermos.
No entanto, depois de recuperarmos essas partes perdidas, podemos experimentar os seguintes benefícios:
 
Sentir-se mais ancorado no corpo e mais “sólido”.
 
Sentir-se energizado,desperto e mais vivo
 
Maior presença no mundo
 
Mais consciência das próprias escolhas,comportamentos e decisões
 
Leveza e alegria
 
Consciência de enormes quantidades de energia que você não sabia que tinha
 
Clareza mental e um novo sentimento de esperança
 
Bem-estar físico e menos doenças
 
Um senso de propósito e direção renovada
 
Sono mais profundo
 
Superação de dependências viciantes (drogas, comida, trabalho)
 
Uma totalidade recém-descoberta e sensação de pertencer.
 
Para se submeter à Recuperação da Alma, você deve ter um guia experiente. Os xamãs não são os únicos curadores que podem realizar a recuperação da alma. Outras práticas de cura, como a hipnose, a feitiçaria e a psicanálise, têm métodos para integrar as partes divididas ou perdidas do eu.
 
A JORNADA DA RECUPERAÇÃO DA ALMA
 
Para recuperar uma alma como xamã, normalmente entramos em estados de transe com o cliente. Este estado alterado de consciência nos ajuda a viajar para um dos três mundos espirituais (geralmente o submundo), onde somos acompanhados por ajudantes espirituais com a intenção de recuperar uma certa parte da alma. Nós narramos toda a jornada para o cliente, ou visualizamos através da imaginação ativa.
Nestas jornadas de Recuperação de Alma, encontramos energias fortes, muitas vezes desagradáveis, que se manifestam através das imagens arquetípicas de monstros, répteis, dragões e outras feras perigosas. Esses são os guardiões da Alma ou, na psicoterapia, são conhecidos como mecanismos de defesa da psique. Devemos superá-los com a ajuda de nossos ajudantes espirituais, a fim de persuadir a parte da alma a voltar.
Uma vez recuperada a parte da alma, nós a reintegramos juntamente com o cliente. Isso geralmente é feito energeticamente (soprando a energia para o corpo), através da cerimônia ou através de ferramentas cognitivas (como o trabalho da criança interior ou a terapia Gestalt).
 
A Recuperação da Alma só é bem-sucedida se a pessoa que é curada conscientemente decidir usar essa energia recém-descoberta para cultivar escolhas saudáveis que sustentem sua integridade. Esta é uma dança bidirecional!
Se você fez muito trabalho de alma, a Recuperação da Alma pode vir no final de sua jornada. Por outro lado, a Recuperação da Alma pode ser o primeiro passo que você dá para redescobrir sua integridade.
 
Espero que este artigo tenha ajudado você a entender melhor essa poderosa prática.
 
Mateo Sol
 
 
 
Sobre o Autor:
 
 
Mateo Sol é um proeminente professor psicoespiritual cujo trabalho influenciou a vida de milhares de pessoas em todo o mundo. Nascido em uma família com uma história de dependência de drogas, esquizofrenia e doença mental, Mateo Sol estudou sobre a situação da condição humana desde tenra idade. No entanto, com a idade de 18 anos, Sol experimentou um despertar espiritual que despertou nele o desejo de ajudar os outros. Depois de se reconectar com suas antigas raízes peruanas e ser iniciado em sua sabedoria ancestral, Sol fundou o influente site espiritual lonerwolf.com, em 2012. Como xamã, terapeuta de almas e guia espiritual, a missão de Sol é ajudar os outros a experimentar a liberdade, integridade e integridade. e paz em qualquer fase da vida.
 
 
Arquivos:
https://rayviolet.blogspot.com/search?q=Mateo+Sol

 
 


 
Agradecimentos a: 




 
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Arquivos em português: 
 


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