Fevereiro 17, 2019
chamavioleta
11 ARMADILHAS SABOTANDO SEU CRESCIMENTO ESPIRITUAL
Por Mateo Sol,
Escritor convidado pelo Wake up World
12 de fevereiro de 2019
Tradução – Vilma Capuano
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Não importa a prática ou ensinamento, ego ama ficar de tocaia para a sua própria sobrevivência e ganho. – Chögyam Trungpa
O crescimento espiritual é uma experiência pela qual todos passamos quando experimentamos o processo de despertar espiritual. Quando começamos a despertar para a verdade de quem somos, desenvolvemos uma conexão com nossa essência autêntica, ou Alma.
Conforme avançamos progressivamente em nossos caminhos, nossa essência espiritual começa a florescer como uma flor luminosa no fundo do nosso coração. E quanto mais eliminamos as crenças mortas, nodosas e crescidas demais, as perspectivas e a bagagem emocional dentro de nós, mais claramente sentimos nossa essência divina.
Quando mantemos nosso jardim interior, sentimos mais e mais amor, sabedoria, paz e totalidade, à medida que nossa Verdadeira Natureza é revelada lentamente para nós.
No entanto, como qualquer jardim, nossas paisagens internas metafóricas podem ser consumidas por ervas daninhas … Às vezes, até sabotamos o crescimento que ocorre dentro de nós, sem saber.
O que é crescimento espiritual?
O crescimento espiritual é o processo de despertar para sua verdadeira natureza, propósito e potencial.
Quando você passa por um crescimento espiritual, experimenta uma expansão na consciência e no discernimento, também conhecida como consciência superior.
Todo crescimento espiritual tem um objetivo: ajudar você a incorporar sua Alma, Eu Superior ou Atman. Uma vez que você seja capaz de se unir à sua Alma, você experimentará o que é entendido como iluminação, “céu”, Unidade ou moksha.
Esta não é uma jornada sobre tornar-se algo. Isso está acontecendo para tornar impróprio quem não somos. – Adyashanti, o fim do seu mundo.
O problema com a jornada espiritual é que ela é freqüentemente carregada de armadilhas de vários tipos. Essas armadilhas não são físicas, são mentais e são freqüentemente chamadas de forças anti-despertares.
Conforme processamos a vida principalmente através da mente, também tendemos a nos aproximar da espiritualidade com a mente. A questão com isto é que a espiritualidade não pode ser contida pelas limitações do pensamento.
Uma vez que a espiritualidade é capturada dentro de um pensamento, ela deixa de manter sua verdadeira essência e, torna-se uma crença constritiva ou um dogma.
Em outras palavras, a espiritualidade perde sua essência viva e sempre fluida, uma vez que é compartimentalizada dentro da mente.
Pense desta maneira: você já sentiu imenso respeito e maravilha na presença de algo belo e encantador como o nascer do Sol?
No momento em que você deixa de estar imerso no sentimento do nascer do sol, e começa a tirar uma foto ou descreve em uma mensagem de texto, é o momento em que você não está mais presente com o nascer do sol. Em vez disso, você está filtrando através de seus pensamentos ou através de uma lente de algum tipo. O mesmo pode ser dito com espiritualidade.
Quanto mais usamos a mente para nos aproximar de nossa Alma, mais nossa alma se aparta. Mas no momento em que soltamos nossos pensamentos e nos permitimos sentir a alma puramente, de repente nos sentimos em casa novamente.
Pense assim: quando você persegue o Sol no horizonte pensando que vai alcançá-lo, você nunca o fará, porque é uma ilusão. Mas quando você parar e sentir a presença do Sol brilhando em sua pele, você não vai mais perseguir nada.
É difícil para nós, como seres orientados pela mente, nos tornar conscientes de nossos pensamentos, já que fomos condicionados a nos identificar com eles. Mas uma vez que possamos observar nossos pensamentos e como eles tendem a sabotar nossa felicidade, vamos experimentar um verdadeiro crescimento espiritual.
Veja quantas dessas armadilhas você pode identificar:
1. A ARMADILHA DO DESVIO ESPIRITUAL
O desvio espiritual é a prática de usar a espiritualidade para evitar, suprimir ou escapar de certas emoções ou situações da vida.
Tipos comuns de desvio espiritual incluem:
– Entorpecer as emoções através da repressão “espiritualizada”;
– Obsessão doentia e apego ao positivo (o pensamento positivo) e adoção de uma máscara “agradável” passiva-agressiva;
– Julgamento atrofiado sobre a negatividade da pessoa;
– Raiva-fobia;
– Limites pessoais fracos;
– Compaixão cega ou excessivamente tolerante (em detrimento de si mesmo e do outro);
– Tentando com força “matar” o ego e condenando-o como “mau”;
– Desprendimento exagerado;
– Ficar preso na espiritualidade teórica e crenças dogmáticas sobre “verdade”;
– Negação da autorresponsabilidade colocando-a em outro ser superior (por exemplo, guia espiritual, anjo)
– Delírios de ter chegado a um nível superior de ser
– Usar práticas espirituais para escapar de emoções desagradáveis; por exemplo, usando a meditação para se dissociar das emoções, ao invés de transmutá-las.
2. A ARMADILHA DA SUPERIORIDADE
Isso se manifesta como a tendência de “olhar para baixo” sobre outros que não são tão “conscientementes avançados” ou “despertos”.
A armadilha da superioridade pode ser vista como um sentimento sutil de “ser melhor” do que outros que não são “espirituais”. Em casos mais extremos, essa armadilha pode aparecer como a tendência a atacar pessoas que ainda estão “dormindo”, “cegas” ou “ovelhas” da sociedade.
Esse tipo de comportamento reativo muitas vezes pode ser visto em pessoas que acabaram de “acordar” para o estado do mundo, mas que passaram por um crescimento espiritual mínimo.
Precisamos lembrar que todos estão fazendo o melhor que podem em seu nível de consciência. Quando chegar a hora, eles também despertarão.
3. A ARMADILHA DE TENTAR COM FORÇA ACORDAR OS OUTROS
Uma vez que tenhamos acordado da “matrix”, é comum querermos desesperadamente que nossos entes queridos e colegas despertem. Podemos ver quanta dor e ilusão existem em outras pessoas, e isso aciona em nós o desejo intenso de “mostrar a verdade”.
No entanto, muitas vezes, nossa tentativa de despertar com força as pessoas falha rapidamente. Mesmo que tenhamos boas intenções, nosso desejo de “salvar” os outros faz com que eles se rebelem de maneiras que enfurecem tanto a eles quanto a nós.
Quanto menos responsivos são às nossas tentativas insistentes de “acordá-los”, mais frustrados e alienados nos tornamos. Eventualmente, tentar forçar os outros a acordar acaba prejudicando a nós mesmos e aos outros.
Não apenas isso, mas essa armadilha gera muita raiva e mal-entendidos, o que resulta em mais trapaça do ego, sabotando nosso crescimento espiritual. Deixe as pessoas acordarem quando estiverem prontas.
4. A ARMADILHA DE QUERER AJUDAR OS OUTROS
Esta armadilha está intimamente ligada à armadilha anterior, exceto que ela é mais voltada para dar conselhos aos outros.
Não há nada de errado em querer ajudar os outros, desde que você respeite os limites deles. Mas, às vezes, o desenvolvimento de uma perspectiva espiritual expandida dá ao ego uma oportunidade de se sentir mais “instruído” do que outros ainda presos na ilusão.
Quando um conselho não solicitado é dado aos outros, os resultados podem ser desastrosos (como raiva, ofensa, …)
Querer ajudar os outros também pode ser pretexto de escapar da nossa necessidade de nos ajudarmos.
5. A ARMADILHA DE QUERER REVOLUCIONAR O MUNDO
Uma vez que acordamos para as mentiras e corrupção presentes em nossa estrutura social atual, muitos de nós queremos mudar desesperadamente a sociedade.
Nós caímos na armadilha de pensar que liberdade, honestidade e justiça podem ser criadas pela mudança do sistema externo. Como resultado, compramos a mentalidade “NÓS CONTRA ELES” e “DIVIDIR E CONQUISTAR” que é um produto da visão afunilada do ego.
Não percebemos que, na verdade, estamos ALIMENTANDO O SISTEMA CORRUPTO QUE DEPENDE DA RAIVA E DO CAOS PARA PROSPERAR E SOBREVIVER. Em vez de entender que toda mudança verdadeira vem de uma revolução interna, somos apanhados na busca de uma revolução externa que é frágil e transitória.
6. A ARMADILHA DA FALTA DE SIGNIFICADO
Uma vez que experimentamos estados de ser divinos e transcendentes nos quais nos tornamos Um com todos, podemos cair na armadilha do niilismo espiritual depois que a experiência passar (pessimismo e ceticismo extremos).
Em outras palavras, uma vez que percebemos, do ponto de vista do Universo, que nada do que fazemos importa, porque tudo passa, podemos cair em uma mentalidade depressiva.
Usando verdades como “Tudo é uma ilusão”, a pessoa que cai nessa armadilha tende a filtrar a vida através da mente. Ao se apegar mentalmente a essas verdades, elas se tornam crenças que o ego usa como desculpa para se sentir paradoxalmente separado da existência.
7. A ARMADILHA DE EVITAR RESPONSABILIDADES COTIDIANAS
Algumas pessoas ficam tão enfeitiçadas com o caminho espiritual que evitam lidar com assuntos comuns e cotidianos.
Essa forma de escapismo pode levar a roubar outros, não pagar contas, , ficar obcecada com “viver fora da grade” etc. Quando evitar as responsabilidades cotidianas é usado como um distintivo de ser conscientemente elevado ou “mais espiritual” isso também é uma forma de egoísmo disfarçado.
Evitar responsabilidades ordinárias que não são percebidas como “suficientemente espirituais”… e quanto mais preocupado e obcecado você está em viver uma vida exterior aparentemente “espiritual”, mais distanciado de seu trabalho interior você se torna.
Às vezes precisamos alimentar os tubarões para manter a calma e viver uma vida equilibrada.
Lembre-se do velho ditado zen: “Antes da iluminação: pique madeira, carregue água; depois da Iluminação: pique madeira, carregue água ”.
Precisamos ser humildes e reconhecer que a vida diária comum é o lugar perfeito para crescer e amadurecer espiritualmente.
8. A ARMADILHA DA AUTO-VITIMIZAÇÃO
Logo depois que experimentamos um despertar espiritual e acordamos para a insanidade do mundo, é comum ficarmos presos à auto-vitimização.
Podemos começar a perceber o mundo como uma “prisão” e outras pessoas como os “cativos” ou até mesmo “capturadores”. O choque do despertar pode nos levar a uma espiral de ansiedade e paranoia. Inevitavelmente, podemos começar a nos sentir vítimas, culpando-nos de culpar outras pessoas e os poderes superiores de como nos sentimos.
A armadilha espiritual da auto-vitimização pode ser vista muito nas mídias sociais, que muitas vezes tendem a se tornar uma festa de lástimas para os calouros espirituais. No final do dia, precisamos ver que são nossos pensamentos que nos causam sofrimento, não outras pessoas ou situações.
Uma vez que podemos nos autorresponsabilizar por nossas perspectivas e crenças, podemos nos tornar mais capacitados.
9. A ARMADILHA DO COMPLEXO SALVADOR
Essa armadilha está relacionada à armadilha anterior de querer ajudar os outros.
O Complexo de Salvador é adotado por pessoas que sentem um senso de superioridade ao resto da humanidade. Seu senso de ser “diferente” e mais “espiritualmente elevado” pode fazê-las sentir como se estivessem destinadas a consertar o mundo.
O Complexo de Salvador pode ser visto com mais frequência dentro dos círculos “Trabalhadores da Luz / Sementes / Curadores” que tendem a se colocar em pedestais, acreditando ser seu dever cósmico “salvar o planeta”.
Essa percepção se alinha com a crença de que há algo “Errado” com a realidade e que outras pessoas precisam ser consertadas (o que é uma perspectiva do ego). Essa percepção também reforça o senso de “excelência” e auto-importância do ego.
O Complexo de Salvador pode ir um passo além e evoluir para um Complexo de Mártir. Os mártires acreditam que devem “suportar os fardos” dos outros. Obviamente, este é um modo de vida extremamente doentio que se baseia no condicionamento cristão (pense na história de Jesus).
Ao “carregar” a dor de outras pessoas, os Mártires evitam assumir a responsabilidade por sua própria felicidade e possibilitam o comportamento imaturo de outras pessoas.
10. A ARMADILHA DO APEGO
Depois de experimentar experiências místicas profundas e expansivas, que muitas vezes vêm depois de um significativo crescimento espiritual, é comum nos unirmos à experiência.
Pode ser doloroso descer dessas experiências e retornar à realidade normal e não iluminada. Também podemos nos apegar às nossas “histórias” e crenças sobre espiritualidade.
Como a mente tenta dar sentido a essa experiência transcendente, muitas vezes ela se apega a várias idéias como uma forma de controle. Mas quanto mais nos apegamos às nossas crenças, histórias, desejos e interpretações mentais, mais sofremos. Esquecemos que tudo passa, até experiências transcendentes.
A iluminação não é um destino, é uma rendição completa; uma mudança fundamental na maneira como abordamos a vida.
O apego é talvez a armadilha mais comum que sabota nosso crescimento espiritual. Por um lado, o apego às ideias ajuda-nos a crescer, mas, em última análise, as ideias que não estamos dispostos a abandonar acabam por estagnar o nosso crescimento.
Quando as ideias se tornam cobertores de proteção, em vez de catalisadores do nosso crescimento, há um grande problema.
Precisamos perceber que a liberdade não pode ser experimentada pela mente.
A liberdade é sentida quando podemos nos libertar do apego aos nossos pensamentos.
11. A ARMADILHA DE CONFIAR EM RESPOSTAS EXTERNAS
Conforme progredimos através de nossos caminhos espirituais, é normal e benéfico que procuremos apoio externo.
Lendo livros, participando de workshops e seminários, indo a retiros, praticando técnicas holísticas e seguindo um guru pessoal, todos nos ajudam a experimentar o crescimento espiritual.
No entanto, depois de um tempo, é comum nos tornarmos muito dependentes de respostas externas para nossa liberdade e felicidade. Essa armadilha pode ser vista na obsessão de muitos buscadores espirituais e na glorificação de seus gurus (em outras palavras, negar e projetar a própria divindade em outro).
Por fim, à medida que nos acostumamos a buscar constantemente respostas externas, esquecemos a presença de nossas próprias almas. Esquecemos que nossa fonte última de orientação e sabedoria vem de dentro de nós e, em vez disso, continuamos perseguindo as coisas fora de nós mesmos, que acreditamos que nos “iluminará”.
Precisamos parar, e refletir sobre nossas jornadas espirituais.
Estamos procurando experiências de primeira mão ou experiências de segunda mão dadas a nós por outras pessoas? Não se esqueça de buscar suas respostas também, porque é conectando-se com a sua Alma que você acabará experimentando a liberdade.
“Aquele que teve uma experiência, jamais ficará a mercê daquele que tem apenas teoria.”
Para enxergar e nos livrar dessas armadilhas, precisamos ser radicalmente honestos com nós mesmos. Precisamos estar dispostos a ver que de fato nos desviamos e nos alimentamos do ego. Também nos beneficiaremos imensamente da investigação de nossos Eus da Sombra e de nossas crenças equivocadas.
Não se preocupe se você caiu em alguma dessas armadilhas. Todos nos tornamos enredados pelo ego. Pode ser particularmente difícil para nós ver claramente quando o ego “espiritualiza” certas crenças e ideias. Quanto mais aberto, humilde e honesto você for, mais você será capaz de ver através desses truques e libertar-se.
Finalmente, não tenha medo da escuridão. Não tenha medo de estar errado. Tudo, por mais doloroso que seja, é uma oportunidade de aprendizado. No final do dia, sua alma é tudo que você está procurando.
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- https://wakeup-world.com/2018/12/14/11-traps-sabotaging-your-spiritual-growth/
Sobre o autor:
Mateo Sol é um professor psicoespiritual proeminente cujo trabalho influenciou a vida de milhares de pessoas em todo o mundo. Nascido em uma família com uma história de dependência de drogas, esquizofrenia e doença mental, Mateo Sol foi ensinado sobre a situação da condição humana desde tenra idade. Como guia espiritual e professora, a missão da Sol é ajudar os outros a experimentar liberdade, integridade e paz em qualquer fase da vida. Veja mais de seu trabalho em lonerwolf.com.
Este artigo foi publicado originalmente em lonerwolf.com, reproduzido com permissão.
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