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A Chama Violeta (The Violet Flame)

Sítio dedicado à filosofia humana, ao estudo e conhecimento da verdade, assim como à investigação. ~A Luz está a revelar a Verdade, e a verdade libertar-nos-á! ~A Chama Violeta da Transmutação

24.11.20

Aprendendo a rir de mim

Thiane Avila

23 de novembro de 2020

 
 

 
 
 
Daqui a pouco estarei rindo de mim mesma. Olhando meus cacos espalhados pelo chão com graça, com amor. Fitarei minhas partes com o carinho e a graça necessários para dar significado às sensações, mas sem negar o trajeto que fiz até poder dar risada agora. Ver com humor minhas rachaduras e desacertos.
 
Com olhos de quem descobre o amanhecer a cada nova chegada, estenderei alguns vazios pela casa, perfumando a rotina com óleos essenciais de maturidade e inocência. Orando aos orixás, firmarei compromisso com o silêncio, sem dispensar a chegada de cada aprendizado novo. De cada olhar fortuito e eterno em paralelo aos banhos demorados de cachoeira.
 
As águas que escorrem em meu corpo traçam o mapa das minhas curvas em completa consonância com o enredo de minha história. Desviam em algumas marcas que foram fazendo morada em mim ao longo do tempo, com o sentir de cada história. Elas contam os detalhes bonitos das vivências de outrora, como quem fica para não me deixar esquecer dos endereços que me importam. Lembram-me que meu corpo é um templo sagrado e único de circunstâncias eternas e irreproduzíveis.
 
Saltanat Zhursinbek / Unsplash
 
 
Certas vezes, lembro-me de quando era criança e fingia não saber muito. Evitava responder certas perguntas com medo de ser identificada como sabichona demais. Em segredo, eu desabotoava o tempo a cada anoitecer, pedindo, em prece, que o dia seguinte demorasse a chegar e que deixasse, apenas para variar, meus pensamentos sossegados, de preferência num cantinho quieto de lugar nenhum. Sempre gostei de ficar sozinha e em silêncio. Meu lugar preferido cheira a mato, e minhas pernas gostam mesmo é do contato direto com a água corrente da cachoeira. Gosto de vivência de campo no campo, embora precise ajustá-la à dinâmica das cidades.
 
Em meu silêncio, aprendi a inventar histórias bonitas, cocriando para mim a beleza de um mundo que eu gostaria que fosse. De uma gente que eu gostaria de conhecer e de escritos que eu gostaria de escrever. Escrevo. Nesses interlúdios, vou trocando algumas figurinhas com a realidade apenas para não ser oficialmente louca. Disfarço bem as posturas sociais, mas, por dentro, sou uma criança desvairada que corre pelos campos gritando poesia e conversando com os pássaros. Não parcelo minha felicidade nem economizo a empolgação para os momentos adequados. Por dentro, sou uma explosão constante de espontaneidade e gentileza com o meu eterno.
 
Hoje, estou aprendendo a rir de mim também do lado de fora. A ver graça nos financiamentos que observo tantas pessoas fazendo, até aquelas que não gostariam de fazer. Financiam suas vidas, sempre à espera do próximo mês, da próxima parcela, do próximo motivo. Esperam as chegadas dos motivos, veja bem. Isso sempre me soou estranho. Esperar motivos… Um dos meus segredos é inventar os meus motivos. Sinceramente, não espero deles sentido. Não quero que façam, quero que sejam. Que não sejam inéditos, mas únicos para mim. É um combustível que não se vende nos postos, farmácias ou mercados. Meus pelos envergam sem o propósito das emoções e das jornadas empolgantes das crianças de toda idade. Tento traduzir a infância para cada momento de provação que uma adulta passa, apenas para dar risada da maneira como eu me levaria a sério se não fosse criança.
 
 
Thiane Avila
 
 
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10.08.20

O silêncio das matas.

Thiane Avila.

10 de agosto de 2020.. 

 
 
Cidade coberta por nuvens de fumaça sendo invadida pelo mar..
 
 
 


 

Osilêncio das matas reconta velhas histórias. O respeito às nuances, às sensações que o cheiro traz. É eloquente o modo como os discursos silenciados sentenciam nossas penas. Como a inércia frente ao sofrimento catalisa nossa falta de atitude frente ao novo. Somos jovens a ponto de envelhecer todas as esperanças, colocando em xeque uma inteligência universal que já manifesta seu risco de extinção.
 
Os vales colocados à mercê dos julgamentos parecem inaudíveis para os olhos despreocupados com outra coisa que não os seus. Os solstícios de umbigo têm colocado em dúvida as importâncias do coletivo e a sobrevivência da nossa terra. De quem é a responsabilidade sobre as águas e os terreiros distribuídos em povos marginalizados à beira dos rios poluídos? E os sorrisos enlamaçados de culturas inteiras que sofrem com a descompostura de uma política desigual e incapaz de amparar a periferia dos próprios interesses?
 
 
Pixabay/_Marion
 
 
Há de haver, no meio de todo o óleo distribuído entre as mãos sujas dos palácios, qualquer coisa que entoe o orvalho do nascimento comum a todos nós. Essa segmentação de berços vem colocando as igualdades em linhas ecótonas de desrespeito e silenciamento. Como quem antevê uma catástrofe e opta pela omissão, assim é a penalização cármica de quem não assume os compromissos das próprias promessas.
 
O choro tem ofuscado o brilho de quem mais representa os valores de uma nação como a nossa. O berço do respeito e da consideração às memórias construídas sob o mal tempo. As desolações ancestrais de um povo subjugado pelo desmerecimento da própria existência. Esse é o pavimento de um nordeste límpido em meio às próprias feridas.
 
Comprimido por um preconceito de tamanho proporcional à riqueza de sua cultura.
 
Por vezes, a subjetivação dos processos identitários retoma a emergência de uma releitura necessária dos próprios aspectos de constituição. Da constituição. Essas redomas de sangue que envolvem os brasileiros colocam à venda o crescimento e a memória. Põem em risco as moradas de humildade e o reconhecimento sobre a ideia de pertencer. De ser.
 
Nossas fronteiras estão turvas, e nosso rebanho parece cada vez mais distante de tudo o que era. O descaso com Marianas e Marieles, com senso crítico e cívico, com empatia e humanidade. O trajeto do novo mundo tem estabelecido como critério a renascença do obscurantismo e a sigla ensanguentada de uma instituição que não se tolera.
 
Tempos de guerra moral e societária. Épocas de sufoco das vozes e de censura aos olhares. A cena se repete de um modo assustadoramente desconhecido, comprovando o impacto da falta de consideração com a história. Esquecem-se as origens, os povos, as tradições. Os diversos tornam-se motivo de represália à medida que o novo conservador vem como substituto da evolução que parecia otimista e decidida. Ascendente e bem orquestrada.
 
Nos trâmites da inovação, andamos para frente com os pés virados para trás. A falsa noção de caminho transforma a lógica das mentes insanas em algo perverso e prepotente. As verdades assolam a diversidade de opiniões, e os debates passam a ser pecaminosos quando nossa principal figura de representação não consegue articular uma única palavra que faça sentido.
 
Nos olhos do povo, a remissão de pecados que se multiplicam a cada descaso. Nas mãos, pedaços de uma terra posta à sorte dos latifundiários e de suas cifras tratadas como o pão e a água necessários ao corpo. À sobrevivência. Alguém há de ter piedade de um povo que insiste em sua própria desolação. Que progride suas ideias na direção dos destroços de seu passado.
 
De roupas novas em velhos cenários, ovacionam-se as hipocrisias. De verdades enlatadas, vamos conformando as novas gerações, ao mesmo tempo em que os holofotes passam a mirar as ironias das consequências que são sempre travestidas de surpresa por parte dos interesses. Na retaguarda dos lampejos de sanidade, ouvimos, aos sussurros, os alertas de uma natureza de bocas tapadas. De árvores cortadas e de gramas escassas.
 
 
Pixabay/Pete Linforth
 
 
No céu de anil, as cinzas de queimadas liberadas, que se misturam com as tosses sufocantes das matas que já não podem mais servir de casa a quem antes serviam. Pobres braços de colheita que hoje estão fadados a segurar pesadas foices. O peso dos troncos se deposita em seus ombros, recuperando a postura colonial de algo que, enganosamente, superamos.
 
Nos ultrajes do destino, confabulamos os roteiros ensaiados que se fantasiam de improviso. Que se autorreferenciam como acidentes. Nada do que tem acontecido é por acaso. Nenhuma queda de barragem é aleatória. Nossos passos acariciam ou destroem o caminho. O peso de todos os atos é catalisador de ganhos ou de perdas. Uma sociedade que se despe de suas responsabilidades se despede, em paralelo, das chances de protestar em relação às suas penitências. A grande verdade sobre o juízo final está nas fatias do que se faz com o seu juízo de valor. No universo, a balança é una.
 

Thiane Avila
 
Thiane Avila

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17.06.20

Toda essa gente.

Thiane Avila.

16 de junho de 2020.. 

 
 
Pessoa de braço levantado e com a mão fechada com outras pessoas ao seu redor.
 
 
 

 
 

 
Sabe de toda essa gente que abre o berreiro pra se ocupar
 
Sabe que é bem dessa gente que vem o desespero de não se aguentar
 
Em épocas de tanta balbúrdia, a grana tá curta pra quem quer estudar
 
É corte de todos os lados, sempre arrebenta pro mais fraco, não há do que falar

 
 
Hoje a ciência cortada, a pesquisa sem nada pra conseguir avançar
 
A saúde tá sucateada, e o pobre não mata porque tem que matar
 
A palavra, tão esvaziada, se preenche com bala pra tentar levantar
 
O governo na comissão de frente, cortando a corrente de quem quer ajudar

Pessoa com as mãos juntas abertas pedindo algo
 
123RF
 
Veja do outro lado da rua, tem tinta escura a se espalhar
 
Ela tá com cor de muralha, formato navalha pra quem quiser se aproximar
 
Cuidado, não olha de perto, o homem tá certo, não vá duvidar
 
Panela batendo na rua não é uma fagulha pra quem quer dizimar
 
Tem um cara vestido de mito, soprando um apito pra se contentar
 
Ele fala tão contra a corrente, as verdades desmente, e ninguém sabe parar
 
Pergunto ao povo de cima o porquê de a chacina se justificar
 
Brasil, povo são de nascença, não perde a tua crença de tudo melhorar

Mulher sorrindo entregando um copo para homem que está sentado em um banco de madeira
 
123RF
 
Invoco a classe desmedida, que brinca que ensina, mas não quer escutar
 
O que falta é ouvido atento e boca sem ímpeto de se colocar
 
Chegou o momento de os pobres não serem deboches e não só trabalhar
 
Nosso mundo depende de todos, e é a favor do povo que precisamos lutar

 
Estado de exceção virou regra, e a lei não dá trégua de se alterar
 
Tem medida pra tanto absurdo, largada a mudo pra não se alastrar
 
Enquanto olhamos Reginas e discordamos do teatro que tentam nos mostrar
 
Tem gente morrendo de fome, e o vírus que chega, chega pra matar
 
 
Thiane Avila




 

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